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Resumo de Neuroanatomia, Summaries of Neurology

Anotações pessoais , resumo do livro de neuroanatomia do Machado. Resumo de Neuroanatomia do Livro: Neuroanatomia Funcional (Machado. Abordando: ALGUNS ASPECTOS DA FILOGÊNESE DO SISTEMA NERVOSO NEURÔNIOS SENSITIVOS E MOTORES REFLEXOS Embriologia geral do Sistema Nervoso MORTE NEURONAL PROGRAMADA E ELIMINAÇÃO DE SINAPSES DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO COM BASE EM CRITÉRIOS ANATÔMICOS Sistema nervoso autônomo HISTOLOGIA SINAPSES NERVOS EM GERAL - TERMINAÇÕES NERVOSAS - NERVOS ESPINHA

Typology: Summaries

2019/2020

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Liangrid-Nunes
Liangrid-Nunes 🇺🇸

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Download Resumo de Neuroanatomia and more Summaries Neurology in PDF only on Docsity! Resumo de Neuroanatomia do Livro: Neuroanatomia Funcional (Machado) Liangrid Nunes – Medicina veterinária na UniFaj – Jaguariúna-SP – 5ª DIURNO ALGUNS ASPECTOS DA FILOGÊNESE DO SISTEMA NERVOSO. ➢ Origem de alguns reflexos: protoplasma ou citosol possui 3 propriedades que permite a passagem de informações de uma célula para outra parte dessa mesma célula ou a outra célula. 1. Irritabilidade: capacidade de ser sensível a algum estímulo. Permite a célula detectar mudanças do ambiente. 2. Condutibilidade: reação a um estimulo que conduzirá a informação captada ao longo do protoplasma para uma outra parte da célula que será responsável por responder ao estimulo 3. Contratilidade: exemplo de resposta. Encurtamento da célula para fugir de algum estímulo nocivo. Exemplo: ameba PROGRESSÃO DESSES ESTÍMULOS: ➢ Ameba um organismo unicelular apresenta essas 3 propriedades. ➢ Esponja é mais sofisticada. Algumas células o citoplasma se especializou em irritabilidade e condutibilidade enquanto outras células pela contratilidade. Esse mecanismo de irritabilidade e condutibilidade é realizado por células musculares primitivas encontradas no epitélio do orifício que quando absorve a água e identifica substâncias nocivas se contraem, fechando esses orifícios. ➢ Metazoários mais complexos: Músculo fica mais interno, passando a tarefa de identificação ou irritabilidade para um epitélio externo que conduz as informações para as células do músculo primitivo. Essas células especializadas em irritabilidade – excitabilidade - e condutibilidade são possíveis que tenham sido os primeiros neurônios. Receptor: localizado nas extremidades destas células na superfície. O receptor transforma vários tipos de estímulos físicos ou químicos em impulsos nervosos. que podem, então, ser transmitidos ao efetuador, músculo ou glândula. A partir dos anelídeos....Sistema nervoso Central Neurônios sensitivos ou neurônios aferentes: situados na superfície são especializados em receber os estímulos e conduzir os impulsos ao sistema nervoso central. Neurônios motores ou eferentes: neurônios situados no gânglio e especializados na condução do impulso do sistema nervoso central até o efetuador, no caso, o músculo. ➢ Aferente: neurônios, fibras ou feixes de fibras que trazem impulsos a uma determinada área do sistema nervoso. O QUE ENTRA. ➢ Eferente: os que levam impulsos desta área. O QUE SAI. Têm seu corpo sempre dentro do sistema nervoso central (Músculo estriado esquelético), mas quando é o m.liso, m. cardíacos ou glândulas têm seus corpos fora do sistema nervoso central. Gânglios viscerais. pertencem ao sistema nervoso autônomo e serão estudados com o nome de neurônios pós- ganglionares. ➢ Neurônios, cujos corpos estão no cérebro e terminam no cerebelo, são eferentes do cérebro e aferentes ao cerebelo. A conexão do neurônio sensitivo com o neurônio motor, se faz através de uma sinapse localizada no gânglio. ➢ Arco reflexo simples: um neurônio aferente com seu receptor, um centro, no caso o gânglio. onde ocorre a sinapse, e um neurônio eferente que se liga ao efetuador, no caso os músculos. • Neurônio de associação (ou internuncial): faz a associação de um segmento com outro Estimulo aplicado em um segmento dá origem a um impulso. que é conduzido pelo neurônio sensitivo ao centro (gânglio). O axônio deste neurônio faz sinapse com o neurônio de associação, também localizado no gânglio cujo axônio, passando pela corda ventral do animal, estabelece sinapse com o neurônio motor do segmento vizinho. Deste modo, o estímulo se inicia em um segmento e a resposta se faz em outro. – ANIMAL SEGMENTADO COMO A MINHOCA. ➢ Reflexos intrassegmentares: exemplo o reflexo patelar. Grande número de reflexos medulares são intersegmentares, ou seja, o impulso aferente chega à medula em um segmento e a resposta eferente se origina em segmentos às vezes muito distantes, localizados acima ou abaixo. Exemplo II: "reflexo de coçar" do cão. Nos vertebrados, a quase totalidade dos neurônios aferentes tem seus corpos em gânglios sensitivos situados junto ao sistema nervoso central, sem, entretanto, penetrar nele. POR QUE? Seleção natural: posição do corpo de um neurônio na superfície não é vantajosa. Ele fica mais sujeito a lesões e, ao contrário dos axônios, que podem se regenerar, as lesões do corpo de um neurônio são irreversíveis. Embriologia geral do Sistema Nervoso ➢ ECTODERMA: Dos três folhetos embrionários, é o ectoderma aquele que está em contato com o meio externo e é deste folheto que se origina o sistema nervoso. ➢ CRONOLOGIA DOS ACONTECIMENTOS: 1. Placa neural: Espessamento do ectoderma, situado acima da notocorda, formando-a por volta do 20° dia de gestação CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS ➢ Fatores externos como substâncias teratogênicas. irradiação, alguns medicamentos, álcool, drogas e infecções congênitas podem afetar diretamente as diversas etapas deste desenvolvimento. No primeiro trimestre de gestação podem afetar a proliferação neuronal, resultando na redução do número de neurônios e microcefalia. No segundo ou terceiro trimestres podem interferir na fase de organização neuronal, redução do número de sinapses e ocasionar quadros de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor e retardo mental. ➢ DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO COM BASE EM CRITÉRIOS ANATÔMICOS Nervos: são cordões esbranquiçados que unem o sistema nervoso central aos órgãos periféricos. Se a união se faz com o encéfalo, os nervos são cranianos: se com a medula, espinhais. No sistema nervoso periférico as fibras nervosas agrupam-se em feixes, dando origem aos nervos. Devido ao seu conteúdo em mielina e colágeno, os nervos são esbranquiçados, exceto os raros nervos muito finos formados somente por fibras amielínicas. O tecido de sustentação dos nervos é constituído por uma camada fibrosa mais externa de tecido conjuntivo denso, o epineuro, que reveste o nervo e preenche os espaços entre os feixes de fibras nervosas. Cada um desses feixes é revestido por uma bainha de várias camadas de células achatadas, justapostas, o perineuro. As células de bainha perineural unem-se por junções oclusivas, constituindo uma barreira à passagem de muitas macromoléculas e importante mecanismo de defesa contra agentes agressivos. Dentro da bainha perineural encontram-se os axônios, cada um envolvido pela bainha de células de Schwann, com sua lâmina basal e um envoltório conjuntivo constituído principalmente por fibras reticulares sintetizadas pelas células de Schwann, chamado endoneuro. Os nervos estabelecem comunicação entre os centros nervosos e os órgãos da sensibilidade e os efetores (músculos, glândulas). Contêm fibras aferentes e eferentes: as aferentes levam para os centros as informações obtidas no interior do corpo e no meio ambiente; já as eferentes levam impulsos dos centros nervosos para os órgãos efetores comandados por esses centros. Os nervos que contêm apenas fibras de sensibilidade (aferentes) são chamados de sensoriais, e os que são formados apenas por fibras que levam a mensagem dos centros para os efetores são os nervos motores. A maioria dos nervos tem fibras dos dois tipos, sendo, portanto, nervos mistos. Esses nervos contêm fibras mielínicas e amielínicas ➢ DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO COM BASE EM CRITÉRIOS EMBRIOLÓGICOS Nesta divisão, as partes do sistema nervoso central do adulto recebem o nome da vesícula encetalica primordial que lhes deu origem. ➢ DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO COM BASE EM CRITÉRIOS FUNCIONAIS ✓ Sistema nervoso somático: aquele que relaciona o organismo com o meio ambiente. Apresenta um componente aferente e outro eferente. O componente aferente conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando-os sobre o que se passa no meio ambiente. O componente eferente leva aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos, resultando, pois, em movimentos voluntários. ✓ Sistema nervoso visceral: é aquele que se relaciona com a inervação e controle das estruturas viscerais. E muito importante para a integração das diversas vísceras no sentido da manutenção da constância do meio interno. O componente aferente conduz os impulsos nervosos originados em receptores das vísceras (visceroceptores) a áreas específicas do sistema nervoso central. O componente eferente leva os impulsos originados em certos centros nervosos até as vísceras. terminando em glândulas. músculos lisos ou músculo cardíaco. O Componente eferente do sistema nervoso visceral é denominado: Sistema nervoso autônomo: pode ser subdividido em: 1. Simpático 2. Parassimpático Esta divisão funcional do SN tem valor didático, mas não se aplica às áreas de associação terciárias do córtex cerebral, relacionadas às funções cognitivas como linguagem e pensamentos abstratos. ➢ DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO COM BASE NA SEGMENTAÇÃO OU METAMERIA • Sistema nervoso segmentar: todo o sistema nervoso periférico, mais aquelas partes do sistema nervoso central que estão em relação direta com os nervos típicos, ou seja, a medula espinhal e o tronco encefálico. Não há córtex, e a substância cinzenta pode localizar-se dentro da branca, como ocorre na medula. • Sistema nervoso suprassegmentar: O cérebro e o cerebelo. Nos órgãos do sistema nervoso suprassegmentar existe córtex, ou seja, uma camada fina de substância cinzenta situada fora da substância branca. ✓ O sistema nervoso segmentar surgiu, na evolução, antes do suprassegmentar e, funcionalmente, pode-se dizer que lhe é subordinado. Assim, de modo geral, as comunicações entre o sistema nervoso suprassegmentar e os órgãos periféricos, receptores e efetuadores, se fazem através do sistema nervoso segmentar. ✓ Com base nesta divisão, pode-se classificar os arcos reflexos em suprassegmenlares, quando o componente aferente se liga ao eferente no sistema nervoso suprassegmentar, e segmentares. quando isto ocorre no sistema nervoso segmentar. ✓ As fibras que levam ao sistema nervoso suprassegmentar as informações recebidas no sistema nervoso segmentar constituem as grandes vias ascendentes do sistema nervoso. ✓ Por meio de áreas de seu córtex cerebral. irá decidir se deve tomar algumas providências, como cuidar de sua mão queimada ou desligar a chapa quente. Qualquer dessas ações irá envolver a execução de um ato motor voluntário. Para isso. os neurônios das áreas motoras do córtex cerebral enviam uma "ordem", por meio de fibras descendentes, aos neurônios motores situados no sistema nervoso segmentar. Estes ''retransmitem" a ordem aos músculos estriados. de modo que os movimentos necessários ao ato sejam realizados. A coordenação destes movimentos é feita por várias áreas do sistema nervoso central. sendo o cerebelo um dos mais importantes. ✓ Ele recebe, por meio do sistema nervoso segmentar, informações sobre o grau de contração dos músculos e envia. através de vias descendentes complexas, impulsos capazes de coordenar a resposta motora, que é também coordenada por algumas partes do cérebro. Por ser relevante, a situação que produziu a queimadura será armazenada cm algumas partes do cérebro relacionadas com a memória. resultando em aprendizado que irá ajudar a evitar novos acidentes. TECIDO NERVOSO Tecido nervoso: os neurônios e as células gliais ou neuróglia. • Neurônios: unidade fundamental, com a função básica de receber, processar e enviar informações. São células altamente excitáveis, que se comunicam entre si ou com células efetuadoras (células musculares e secretoras), usando basicamente uma linguagem elétrica, qual seja, modificações do potencial de membrana. • Neuróglia: compreende células que ocupam os espaços entre os neurônios, com funções de sustentação, revestimento ou isolamento, modulação da atividade neuronal e de defesa. Após a diferenciação, os neurônios dos vertebrados não se dividem, ou seja, após o nascimento não são produzidos novos neurônios. Aqueles que morrem como resultado de programação natural ou por efeito de toxinas, doenças ou traumatismos jamais serão substituídos. Isto é válido para a grande maioria dos neurônios do SNC (Sistema Nervoso Central). Sabe- se hoje, entretanto que, em duas partes do cérebro, o bulbo olfatório e o hipocampo, neurônios novos são formados em grande número diariamente, mesmo em adultos. Nesses neurônios morrem em poucas semanas. Há evidência de que estes neurônios transitórios estão relacionados com a capacidade do hipocampo de armazenamento transitório da memória. Três regiões: 1. Corpo Celular 2. Dendritos 3. Axônio ➢ NEURÓGLIA DO SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 1. Células satélites ou anficitos 2. Células de Schwann Derivadas da crista neural. 1. Células satélites ou anficitos: envolvem pericários dos neurônios, dos gânglios sensitivos e do sistema nervoso autônomo; Formato: geralmente são lamelares ou achatadas, dispostas de encontro aos neurônios. 2. Células de Schwann: circundam os axônios, formando seus envoltórios, quais sejam. a bainha de mielina e o neurilema. Formato: núcleos ovoides ou alongados, com nucléolos evidentes. Função: desempenham importante papel na regeneração das fibras nervosas. fornecendo substrato que permite o apoio e o crescimento dos axônios em regeneração. Apresentam capacidade fagocítica e podem secretar fatores tróficos que, captados pelo axônio e transportados ao corpo celular. vão desencadear ou incrementar o processo de regeneração axônica. Formam bainha de mielina. ➢ SINAPSES Os neurônios, sobretudo através de suas terminações axônicas, entram em contato com outros neurônios, passando-lhes informações. Os locais de tais contatos são denominados sinapses ou, mais precisamente, sinapses interneuronais. 1. Sinapses elétricas: são raras em vertebrados e exclusivamente interneuronais. acoplamento iônico, isto é, ocorre comunicação entre os dois neurônios, através de canais iônicos concentrados em cada uma das membranas em contato. Esses canais projetam-se no espaço intercelular, justapondo-se de modo a estabelecer comunicações intercelulares que permitem a passagem direta de pequenas moléculas, como íons, do citoplasma de uma das células para o da outra. Elas existem, por exemplo, no centro respiratório situado no bulbo e permitem o disparo sincronizado dos neurônios aí localizados, responsáveis pelo ritmo respiratório. Ao contrário das sinapses químicas, as sinapses elétricas não são polarizadas. ou seja, a comunicação entre os neurônios envolvidos se faz nos dois sentidos. 2. Sinapses químicas: Nos vertebrados. a grande maioria das sinapses intemeuronais e todas as sinapses neuroefetuadoras são sinapses químicas, ou seja, a comunicação entre os elementos em contato depende da liberação de substâncias químicas, denominadas neurotransmissores. Exemplos: Acetilcolina, aminoácidos como glutamato, ácido gamu-amino-butírico (GABA), as monoaminas dopamina, noradrenalina, adrenalina, serotonina e histamina. As sinapses químicas caracterizam-se por serem polarizadas, ou seja, apenas um dos dois elementos em contato, o chamado elemento pré-sináptico, possui o neurotransmissor. Este é armazenado em vesículas especiais, denominadas vesículas sinápticas, identificáveis apenas à microscopia eletrônica, onde apresentam morfologia variada. ➢ FIBRAS NERVOSAS Uma fibra nervosa compreende um axônio. • Fibras nervosas mielínicas: Quando os axônios são envolvidos por bainha de mielina. • Fibras nervosas amielínicas: Na ausência de mielina Ambos os tipos ocorrem tanto no sistema nervoso periférico como no central, sendo a bainha de mielina formada por células de Schwann no periférico e por oligodendrócitos. no central. • Substância branca: áreas contendo basicamente fibras nervosas mielínicas e neuroglia. • Substância cinzenta: se concentram os corpos dos neurônios, fibras amielínicas, além da neuroglia. • Bainha de mielina: como a própria membrana plasmática que a origina. é composta basicamente de lipídios e proteínas, salientando-se a riqueza em fosfolípides. Ao longo dos axónios mielínicos, os canais de sódio e potássio sensíveis à voltagem encontram-se apenas nos nódulos de Ranvier. A condução do impulso nervoso é, portanto, saltatória, ou seja, potenciais de ação só ocorrem nos nódulos de Ranvier e saltam em direção ao nódulo mais distal, o que confere maior velocidade ao impulso nervoso. Isso é possível em razão do caráter isolante da bainha de mielina, que permite à corrente eletrônica, provocada por cada potencial de ação, percorrer todo o intenódulo sem extinguir-se. ➢ FIBRAS NERVOSAS AMIELINICAS fibras nervosas do sistema nervoso autônomo (as fibras pós-ganglionares) e algumas fibras sensitivas muito finas, que se envolvem por células de Schwann sem que haja formação de mielina. No sistema nervoso central, as fibras amielínicas não apresentam envoltórios. Apenas os prolongamentos de astrócitos tocam os axônios amielínicos. As fibras amielínicas conduzem o impulso nervoso mais lentamente, já que os conjuntos de canais de sódio e potássio sensíveis à voltagem não têm como se distanciar, ou seja. a ausência de mielina impede a condução saltatória. RAIVA: Sabe-se há séculos que, algum tempo após a mordida de um cão hidrófobo, as pessoas adquirem a doença, caracterizada por graves distúrbios emocionais decorrentes do comprometimento do cérebro. Esse fato levanta o problema de como o vírus rábico chega ao cérebro. Para isto é bom lembrar que, no nível das terminações nervosas sensoriais livres, das placas motoras e das terminações autonômicas, as fibras nervosas perdem seus envoltórios e não são protegidas por barreiras como ocorre ao longo dos nervos. Tem-se, assim, aberto o caminho pelo qual o vírus da raiva - e outros vírus - penetra nessas terminações nervosas e chega ao pericário dos neurônios da medula pelo fluxo axoplasmático retrógrado, e enfim, atinge os axônios que se comunicam com áreas cerebrais. ➢ NERVOS EM GERAL - TERMINAÇÕES NERVOSAS - NERVOS ESPINHAIS. Revisando: • NERVO EM GERAL: Nervos são cordões esbranquiçados constituídos por feixes de fibras nervosas, reforçadas por tecido conjuntivo, que unem o sistema nervoso central aos órgãos periféricos. Podem ser espinhais ou cranianos, conforme esta união se faça com a medula espinhal ou com o encéfalo. • FUNÇÃO: conduzir, através de suas fibras, impulsos nervosos do sistema nervoso central para a periferia (impulsos eferentes) e da periferia para o sistema nervoso central {impulsos aferentes). • Observações: Os nervos são muito vascularizados, sendo percorridos longitudinalmente por vasos que se anastomosam, o que permite a retirada do epineuro em um trecho de até 15 cm sem que ocorra lesão nervosa. e um nervo é estimulado ao longo de seu trajeto, a sensação geralmente dolorosa é sentida não no ponto estimulado, mas no território sensitivo que ele inerva – É o que acontece na ‘‘dor fantasma’’. O cérebro interpreta que a dor ocorre no membro retirado, mas esse membro não existe mais. ➢ CONDUÇÃO DOS IMPULSOS NERVOSOS ✓ Condução dos impulsos nervosos sensitivos (ou aferentes) se faz através dos prolongamentos periféricos dos neurônios sensitivos ✓ Estes neurônios têm seu corpo localizado nos gânglios das raízes dorsais dos nervos espinhais e nos gânglios de alguns nervos cranianos. ✓ Prolongamento Periférico: morfologicamente um axônio, mas conduz o impulso nervoso centripetamente, sendo, pois, funcionalmente um dendrito. ✓ Prolongamento Central: um axônio no sentido morfológico e funcional, uma vez que conduz centrifugamente. ✓ Os impulsos nervosos sensitivos são conduzidos do prolongamento periférico para o central, e admite-se que não passam pelo corpo celular. ✓ Osmorreceptores: receptores sensíveis à luz, como os cones e bastonetes da retina. ✓ Termorreceptores: eceptores capazes de detectar frio e calor. São terminações nervosas livres. Alguns se localizam no hipotálamo e detectam variações na temperatura do sangue, desencadeando respostas para conservar ou dissipar calor; ✓ Nociceptores (do latim nocere = prejudicar) - são receptores ativados por diversos estímulos mecânicos, térmicos ou químicos, mas em intensidade suficiente para causar lesões de tecidos e dor. São terminações nervosas livres; ✓ Mecanorreceptores: são receptores sensíveis a estímulos mecânicos e constituem o grupo mais diversificado. Aqui situam-se os receptores de audição e de equilíbrio do ouvido interno; os receptores do seio carotídeo, sensíveis a mudanças na pressão arterial (barorreceptores); os fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos, sensíveis ao estiramento de músculos e tendões; receptores das vísceras, assim como os vários receptores cutâneos responsáveis pela sensibilidade de tato, pressão e vibração. Eles serão detalhados. ➢ RECEPTORES CONFORME A SUA LOCALIZAÇÃO Exteroceptores: Localizam-se na superficie externa do corpo, onde são ativados por agentes externos como calor, frio, tato, pressão, luz e som. Proprioceptores: localizam-se mais profundamente, situando-se nos músculos, tendões, ligamentos e cápsulas articulares. Os impulsos nervosos originados nesses receptores, impulsos nervosos proprioceptivos, podem ser conscientes e inconscientes. Podem ser conscientes e inconscientes • Inconsciente: não despertam nenhuma sensação, sendo utilizados pelo sistema nervoso central para regular a atividade muscular por meio do reflexo miotático ou dos vários centros envolvidos na atividade motora) • Conscientes: atingem o córtex cerebral e permitem a um indivíduo, mesmo de olhos fechados, ter percepção de seu corpo e de suas partes, bem como da atividade muscular e do movimento das articulações. São, pois, responsáveis pelos sentidos de posição e de movimento. A capacidade de perceber posição e movimento, ou seja, a propriocepção consciente, depende basicamente das informações levadas ao sistema nervoso central pelos fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos, sendo possível, entretanto, que os receptores das articulações tenham pelo menos um papel subsidiário nessa função. • Interoceptores: ou visceroceptores localizam-- se nas vísceras e nos vasos e dão origem às diversas formas de sensações viscerais, geralmente pouco localizadas, como a fome, a sede e a dor visceral. Grande parte dos impulsos aferentes originados em interoceptores é inconsciente, transmitindo ao sistema nervoso central informações necessárias à coordenação da atividade visceral, tais como o teor de 02, a pressão osmótica do sangue e a pressão arterial. Tanto os exteroceptores como os propríoceptores transmitem impulsos relacionados ao 'soma', ou parede corporal, sendo, pois, considerados receptores somáticos. Os interoceptores transmitem impulsos relacionados às vísceras e são, por conseguinte, viscerais. • sensibilidade em superficial: originando-se em exteroceptores • sensibilidade profunda: proprioceptores e interoceptores. ➢ OS RECEPTORES SOMÁTICOS DA PELE Grande maioria são mecanorreceptores e quimioceptores. Em sua maioria, apresentam uma estrutura mais simples que a dos receptores especiais, podendo, do ponto de vista morfológico, ser classificados em dois tipos: ✓ Receptores livres: são as terminações das fibras nervosas sensoriais que perdem a bainha de mielina, preservando o envoltório de células de Schwann até as proximidades da ponta de cada fibra. Ocorrem, por exemplo, em toda a pele, emergindo de redes nervosas subepiteliais e ramificando-se entre as células da epiderme. São de adaptação lenta e veiculam informações de tato grosseiro, dor, temperatura e propriocepção. Algumas terminações livres, relacionadas com o tato, enrolam-se na base dos folículos pilosos e detectam um simples toque ou deslocamento de um pelo. Exemplo: Discos de Merkel, nociceptores. • Discos de Merkel: são pequenas arborizações das extremidades das fibras mielínicas que terminam em contato com células epiteliais especiais. Estão envolvidos em tato e pressão contínuos • Nociceptores: são terminações nervosas livres, não mielinizadas. que sinalizam que o tecido corporal está sendo lesado ou em risco de lesão. Sua via para o encéfalo é distinta da via dos mecanorreceptores, e sua ativação seletiva leva à experiência consciente de dor. Podem ser ativados por estimulação mecânica intensa, temperaturas extremas, falta de oxigênio e exposição a produtos químicos. O lactato liberado no metabolismo anaeróbico pode levar à dor muscular; picadas de insetos estimulam mastócitos que liberam histamina que ativa os nociceptores. A maioria dos nociceptores é polimodal. ou seja, respondem a mais de um tipo de estímulo, mas existem aqueles que são unimodais, mecânicos térmicos ou químicos. Estão presentes na maioria dos tecidos corporais, incluindo ossos, órgãos internos, vasos, coração. No encéfalo, estão ausentes, sendo encontrados somente nas meninges. Hiperalgia: Quando os nociceptores ficar mais sensíveis em razão da liberação de substâncias que modulam sua excitabilidade, como a bradicinina. histamina. Prostaglandinas e a substância P. A substância Pé produzida pelos nociceptores e causa sensibilização dos mesmos ao redor da lesão. MECANISMO: As informações são levadas à medula por fibras A gama ou C e estabelecem sinapses com neurônios da região da coluna posterior. Os nociceptores das vísceras entram na medula pelo mesmo caminho dos exteroceptores, e as duas formas de informação se misturam, dando origem ao fenômeno de dor referida, na qual a ativação de um nociceptor visceral dá origem a uma sensação cutânea. O exemplo mais comum é o do infarto do miocárdio, em que o nociceptor está no coração, mas a dor é localizada na parede torácica superior ou no braço esquerdo. • Termorreceptores: sensações não dolorosas de calor ou frio. Estão acolados a fibras A gama ou C. fazem sinapse dentro da substância gelatinosa da coluna posterior e ascendem na medula por caminho semelhante à via da dor. ✓ Receptores encapsulados: Estes receptores são em geral mais complexos que os livres e, na maioria deles, há intensa ramificação da extremidade do axônio no interior de uma cápsula conjuntiva. Estão compreendidos aqui os corpúsculos sensitivos da pele, descritos na histologia clássica, além dos fusos neuromusculares e neurotendíneos. • Corpúsculos de Meissner: Ocorrem nas papilas dénnicas, sobretudo nas da pele espessa das mãos e dos pés. São receptores de tato, pressão e estímulos vibratórios mais lentos que os percebidos pelos corpúsculos de Paccini. • Corpúsculos de Vater-Paccini: São os maiores receptores, têm distribuição muito ampla, ocorrendo sobretudo no tecido conjuntivo subcutâneo das mãos e dos pés ou mesmo em territórios mais profundos, como nos septos intermusculares e no periósteo. São responsáveis pela sensibilidade vibratória, ou seja, a capacidade de perceber estímulos mecânicos rápidos e repetitivos. Os corpúsculos de Paccini são mais sensíveis a vibrações em tomo de 200 Hz ou 300 Hz, ao passo que os de Meisser respondem melhor a 50 Hz. Ambos são importantes para a percepção de texturas; • Corpúsculos de Ruffini: ocorrem nas papilas dérmicas, tanto da pele espessa das mãos e dos pés (pele glabra), como na pele pilosa do restante do corpo. São receptores de tato e pressão; FISIOPATOLOGIA DA DOR (ARTIGO - Klaumann, p. r.1; WouK, a. f. p. f.2; sillas, t.) ✓ A dor pode ser definida como uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão real ou potencial. A dor fisiológica é um reflexo protetor do organismo, para evitar uma injúria ou dano tecidual. Frente à lesão tecidual a dor patológica providenciará condições para a cicatrização. ✓ Uma vez instalada a injúria pode se introduzir o conceito de dor patológica que, segundo sua origem, pode ser classificada como nociceptiva (somática ou visceral) ou neuropática. ✓ A dor pode também ser classificada segundo determinação temporal em dor aguda ou crônica. ✓ A nocicepção é o componente fisiológico da dor e compreende os processos de transdução, transmissão e modulação do estímulo nociceptivo. ✓ Uma vez instalado o estímulo nociceptivo, diversas alterações neuroendócrinas acontecem, promovendo um estado de hiperexcitabilidade do sistema nervoso central e periférico. Alguns conceitos: • Nociceptor: receptor periférico que responde a estímulos nocivos. • Limiar à dor: a menor intensidade de estímulo que permite ao indivíduo perceber a dor. • Alodinia: dor que surge como resultado de estimulação não-nociva sobre a pele normal. • Hiperalgesia: aumento da resposta dolorosa produzida por um estímulo nocivo. • Hiperalgesia primária: hiperalgesia na região da lesão tecidual. • Hiperalgesia secundária: hiperalgesia na região que circunda a lesão tecidual. • Analgesia: redução ou anulação da dor. • Hiperestesia: sensibilidade aumentada à estimulação. • Neuralgia o ou nevralgia: dor localizada eu uma região inervada por nervo específico ou grupo de nervos (MUIR III et al., 2001; FANTONI e MASTROCINQUE, 2002) MUIR III, W. W.; HUBBELL, J. A. E.; SKARDA, R. T.; BEDNARSKI, R. M. Manual de anesthesia veterinária. 3 ed. Porto Alegre:Artmed, 2001. p. 242- 249. MASTROCINQUE, S.; FANTONI T.D. Modulação da resposta neuroendócrina à dor pós-operatória em cães. Clínica Veterinária, n. 31, p. 25-29, 2001.
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