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Guias e Dicas
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1. Introdução 1.1. Estrutura verbal Duas partes do verbo, Notas de estudo de Língua Portuguesa

conjugação verbal: ... o 3a. conjugação – part-i-r; sum-i-r; sent-i-r ... com o infinitivo impessoal e com a primeira pessoa do plural.

Tipologia: Notas de estudo

2023

Compartilhado em 16/01/2023

Nazareth85
Nazareth85 🇵🇹

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Baixe 1. Introdução 1.1. Estrutura verbal Duas partes do verbo e outras Notas de estudo em PDF para Língua Portuguesa, somente na Docsity! DLCV – FFLCH / USP FLC0276 – Morfologia do Português I Profa: Flaviane R. Fernandes Svartman 1 AULA 7: FLEXÃO VERBAL 1. Introdução 1.1. Estrutura verbal § Duas partes do verbo: uma invariável e outra sujeita ao mecanismo flexional § A vogal temática é sempre tônica e tem a função de marcar a conjugação verbal: o 1a. conjugação – louv-a-r; vo-a-r; cas-a-r; o 2a. conjugação – diz-e-r; venc-e-r; faz-e-r; o 3a. conjugação – part-i-r; sum-i-r; sent-i-r § As desinências nos verbos marcam modo, tempo, pessoa e número: o Modo: Indicativo, Subjuntivo e Imperativo o Tempo: Presente, Pretérito (Imperfeito, Perfeito e Mais-que-perfeito) e Futuro (do presente e do pretérito) o Pessoa: primeira (falante), segunda (ouvinte) e terceira (assunto) o Número: singular e plural § Essas quatro categorias se resumem a duas: a noção de tempo vem ligada à de modo (ex.: [ria]) e a noção de número é indissociável da noção de pessoa (ex.: [mos]) § Fórmula da estrutura verbal: o V = T (Rd + VT) + F (DMT + DNP) § Depreensão das desinências: comutação ao mesmo tempo com o infinitivo impessoal e com a primeira pessoa do plural do tempo em que se encontra o verbo 2. Mecanismo da flexão verbal § Objetivo aqui: estudar a língua portuguesa enquanto sistema, não especificamente quanto norma ou uso, mas algumas ressalvas devem ser feitas: o Modificações em português brasileiro: § Número e pessoa: (eu, você, ele, a gente) cantava, (vocês, eles) cantavam § Tempos verbais: o mais-que-perfeito é raramente usado, o futuro do pretérito é substituído pelo imperfeito do indicativo e o futuro de presente está sofrendo queda de frequência em favor do presente do indicativo e de construções perifrásticas (ex.: vou fazer) 3. Os tempos verbais 3.1. Futuro do presente 1a. Conjugação 2a. Conjugação 3a. Conjugação cant-a-re-i tem-e-re-i part-i-re-i cant-a-rá-s tem-e-rá-s part-i-rá-s cant-a-rá-Ø tem-e-rá-Ø part-i-rá-Ø cant-a-re-mos tem-e-re-mos part-i-re-mos cant-a-re-is tem-e-re-is part-i-re-is DLCV – FFLCH / USP FLC0276 – Morfologia do Português I Profa: Flaviane R. Fernandes Svartman 2 cant-a-rã-o tem-e-rã-o part-i-rã-o § Desinências modo-temporais: o [re], [rá] e [rã] (cf. Monteiro, 2002) e [re] e [rá] (cf. Câmara Jr., 2011[1971]) o Para Monteiro (2002): morfe básico [re], por ser predominante, e alomorfes [rá] e [rã]; para Câmara Jr. (2011[1971]): morfe básico [rá] e alomorfe [re] § Desinências número pessoais: o Para Monteiro (2002): 1a. pes. sing .= -i (alomorfe de Ø); 2a. pes. sing. = -s; 3a. pes. sing. = Ø; 1a. pes. pl. = -mos; 2a. pes. pl. = -is; 3a. pes. pl. = -o (alomorfe de [m]) o Para Câmara Jr. (2011[1971]): o mesmo que Monteiro, com exceção da 3a. pes. pl. – /uN/ (alomorfe de /N/, escrito “–m”) § A vogal temática se realiza como pretônica § As formas do futuro do presente são arrizotônicas, ou seja, possuem o acento tônico fora do radical 3.2. Pretérito mais-que-perfeito do indicativo 1a. Conjugação 2a. Conjugação 3a. Conjugação cant-a-ra-Ø tem-e-ra-Ø part-i-ra-Ø cant-a-ra-s tem-e-ra-s part-i-ra-s cant-a-ra-Ø tem-e-ra-Ø part-i-ra-Ø cant-á-ra-mos tem-ê-ra-mos part-í-ra-mos cant-á-re-is tem-ê-re-is part-í-re-is cant-a-ra-m tem-e-ra-m part-i-ra-m § Desinências modo-temporais: [ra] como morfe básico e [re] como alomorfe o A forma [re] da segunda pessoa do plural é consequência de uma regra morfofonêmica: se o morfema terminado em /a/, entra em contato com outro iniciado por /i/ (no caso, -is), o ditongo /aI/, formado desse contato, passa a /eI/ § Desinências número pessoais: o 1a. e 3a. pes. sing. = Ø (neutralização mórfica entre a primeira e a terceira pessoa do singular); 2a. pes. sing. = -s; 1a. pes. pl. = -mos; 2a. pes. pl. = -is; 3a. pes. pl. = [m] para Monteiro (2002) e /N/, escrito “-m” para Câmara Jr. (2011[1971]) § A vogal temática é realizada como tônica 3.3. Futuro do pretérito 1a. Conjugação 2a. Conjugação 3a. Conjugação cant-a-ria-Ø tem-e-ria-Ø part-i-ria-Ø cant-a-ria-s tem-e-ria-s part-i-ria-s cant-a-ria-Ø tem-e-ria-Ø part-i-ria-Ø cant-a-ría-mos tem-e-ría-mos part-i-ría-mos cant-a-ríe-is tem-e-ríe-is part-i-ríe-is cant-a-ria-m tem-e-ria-m part-i-ria-m DLCV – FFLCH / USP FLC0276 – Morfologia do Português I Profa: Flaviane R. Fernandes Svartman 5 cant-Ø-e-Ø tem-Ø-a-Ø part-Ø-a-Ø cant-Ø-e-s tem-Ø-a-s part-Ø-a-s cant-Ø-e-Ø tem-Ø-a-Ø part-Ø-a-Ø cant-Ø-e-mos tem-Ø-a-mos part-Ø-a-mos cant-Ø-e-is tem-Ø-a-is part-Ø-a-is cant-Ø-e-m tem-Ø-a-m part-Ø-a-m § Neutralização total (DMT e DNP) entre a segunda e a terceira conjugação § Desinências modo-temporais: [e] para a 1a. Conjugação e [a] para as 2a. e 3a. conjugações § Desinências número pessoais: o 1a. e 3a. pes. sing. = Ø (neutralização mórfica entre a primeira e a terceira pessoa do singular); 2a. pes. sing. = -s; 1a. pes. pl. = -mos; 2a. pes. pl. = -is; 3a. pes. pl. = [m] para Monteiro (2002) e /N/, escrito “-m” para Câmara Jr. (2011[1971]) § A vogal temática é Ø para todas as conjugações o Elisão da vogal temática pode ser explicada pela rizotonicidade (acento no radical) e pelo fato de a desinência modo-temporal ser uma outra vogal: canta + e = cantae > cante; teme + a = temea > tema o A supressão da vogal temática também ocorre na 1a. e 2a. pessoas do plural (formas arrizotônicas), sendo que a vogal tônica, nesse caso, é a da desinência modo-temporal 3.9. Presente do indicativo 1a. Conjugação 2a. Conjugação 3a. Conjugação cant-Ø-Ø-o tem-Ø-Ø-o part-Ø-Ø-o cant-a-Ø-s tem-e-Ø-s part-e-Ø-s cant-a-Ø-Ø tem-e-Ø-Ø part-e-Ø-Ø cant-a-Ø-mos tem-e-Ø-mos part-i-Ø-mos cant-a-Ø-is tem-e-Ø-is part-i-Ø-(i)s cant-a-Ø-m tem-e-Ø-m part-e-Ø-m § Desinência modo-temporal: Ø em todas as pessoas nas três conjugações § Desinências número pessoais: o 1a. pes. sing. = o; 2a. pes. sing. = -s; 3a. pes. sing. = Ø; 1a. pes. pl. = -mos; 2a. pes. pl. = -is; 3a. pes. pl. = [m] para Monteiro (2002) e /N/, escrito “-m” para Câmara Jr. (2011[1971]) o Nos verbos de radical monossilábico da segunda e terceira conjugações (com exceção do verbo “ser”), a DNP da 2a. pes. pl. é [des], variante de [is]: le+des; cre+des; ve+des; ri+des; pon+des. § Vogal temática: o Ø alomórfico na primeira pessoa do singular nas três conjugações (neutralização): canta + o = cantão > canto; teme + o = temeo > temo; parte + o = parteo > parto DLCV – FFLCH / USP FLC0276 – Morfologia do Português I Profa: Flaviane R. Fernandes Svartman 6 o Exceto nas 1a. e 2a. pes. pl. (formas arrizotônicas), as vogais temáticas das 2a. e 3a. conjugações se neutralizam o A 2a. pes.pl. na terceira conjugação pode ser interpretada como ditongo (part[iI]s) ou crase (parti + is = partis > partis). Sendo interpretada como crase, o /i/ que desaparece é o de [is], porque a vogal temática é tônica. A DNP da 2a. pes.sing. fica reduzida a [s], que aparece como um novo alomorfe 3.10. Imperativo 1a. Conjugação 2a. Conjugação 3a. Conjugação cant-a-Ø-Ø tem-e-Ø-Ø part-e-Ø-Ø cant-a-Ø-i tem-e-Ø-i part-i-Ø-(i) § DMT: Ø para todas as pessoas § Distingue-se do presente do indicativo nas DNP: Ø ~ [s] e [i] ~ [is], sendo que as desinências Ø e [i], como ocorrem só no imperativo, são, respectivamente, alomorfes de [s] e de [is] § O imperativo é formado do presente do indicativo sem o /s/ final: cantas > canta; cantais > cantai § Há crase na 2a. pes. pl. da 3a. conjugação: queda do [i] desinencial por ser tônica a vogal temática da 2a. pes. pl. § Em verbos de radical monossilábico da 2a. e 3a. conjugações, a DNP é o alomorfe [de]: le+de; ten+de; cre+de § Para Monteiro (2002): o imperativo só possui a segunda pessoa (singular e plural), porque as ordens ou instruções são dadas para o ouvinte (Lyons, 1979) o Algumas gramáticas conjugam as demais pessoas (com exceção da primeira), usando as formas do presente do subjuntivo. Nesse caso, haveria duas desinências modo-temporais diferentes: uma tirada do presente do indicativo (Ø) e outra do presente do subjuntivo ([e] ~ [a]), o que é incoerente o Em termos morfológicos, também não há imperativo negativo: há aplicação estilística do subjuntivo para expressar uma ordem (caso de supleção: formas do subjuntivo usadas para suprir a falta do imperativo) o Morfes do indicativo para indicar o imperativo (Ex.: “Podem entrar!”): caso de enálage – caso de emprego de uma forma verbal por outra 3.11. Pretérito perfeito do indicativo 1a. Conjugação 2a. Conjugação 3a. Conjugação cant-e-Ø-i tem-i-Ø-Ø part-i-Ø-Ø cant-a-Ø-ste tem-e-Ø-ste part-i-Ø-ste cant-o-Ø-u tem-e-Ø-u part-i-Ø-u cant-a-Ø-mos tem-e-Ø-mos part-i-Ø-mos cant-a-Ø-stes tem-e-Ø-stes part-i-Ø-stes cant-a-ra-m tem-e-ra-m part-i-ra-m DLCV – FFLCH / USP FLC0276 – Morfologia do Português I Profa: Flaviane R. Fernandes Svartman 7 § Desinência modo-temporal: Ø, exceto para a 3a. pes. pl. o DMT Ø = Pres. Ind., portanto, distinção através da DNP: [i], [ste], [u], [stes] ≠ [o], [s], Ø e [is] o DNP do Pret. Perf. Ind.: morfes superpostos (indicam número e pessoa e a oposição mórfica passado X presente) § Desinências número pessoais: o 1a. pes. sing. = -i (fundindo-se com a vogal temática – i das 2a. e 3a. conjugações); 2a. pes. sing. = -ste (alomorfe de -s); 3a. pes. sing. = -u (alomorfe de Ø); 1a. pes. pl. = -mos; 2a. pes. pl. = -stes (alomorfe de – is); 3a. pes. pl. = [m] para Monteiro (2002) e /N/, escrito “-m” para Câmara Jr. (2011[1971]) § 3a. pes. sing.: a DNP pode ser entendida como Ø, desde que se considere a monotongação do ditongo “ou” de “lavou” § 3a. pes. pl. = 3a. pes. pl. do Pret. Mais-que- Perf. (neutralização mórfica) § 1a. pes. pl. = 1a. pes. pl. Pres. Ind., salvo para verbos irregulares fortes (dizemos ≠ dissemos; queremos ≠ quisemos; sabemos ≠ soubemos; fazemos ≠ fizemos; havemos ≠ houvemos) o 1a. pes. sing. da 2a. e 3a. conjugações: DNP [i] desaparece em virtude da crase § Vogal temática: o 1a. Conjugação: [a] como morfe básico e alomorfes [e] e [o] o 2a. Conjugação: [e] como morfe básico e [i] (1a. pes. sing.) como alomorfe (neutralização com o índice temático da 3a. Conjugação. § Aspecto: o Pret. Perf. Ind. e outras formas verbais expressam a ideia de tempo e aspecto o Aspecto: maneira de ser da ação. Ex.: no Pret. Perf. Ind., o aspecto é conclusivo o Proposta: morfes flexionais do Pret. Perf. Ind. acumulariam noções de tempo, modo e aspecto (desinência modo-aspectivo-temporal) associadas às noções de número e pessoa o Conforme Monteiro (2002): aspecto verbal português indicado por perífrases e não por esquema de oposições desinenciais 4. Leituras obrigatórias CÂMARA JR., J. M. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis: Vozes, 2011[1971], pág. 97-110. MONTEIRO, J. L. Morfologia Portuguesa. Campinas: Pontes, 2002, pág. 101-120.
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