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História do Walkman: Desenvolvimento e Concorrência de Dispositivos Sony, Exercícios de Música

História da TecnologiaEngenharia de TelecomunicaçõesEngenharia ElétricaDesign Industrial

Este documento traz a história do primeiro dispositivo de leitura portátil de música gravada, o sony tps-l2, apelidado de walkman, e o desenvolvimento de equipamentos relacionados, como gravadores de som em cassete compacta e sistemas dolby. Além disso, discute as concorrências de fabricantes japoneses e europeus, como akai, teac, olympus, grundig, kyocera, nippon, panasonic e a evolução tecnológica com o tempo.

O que você vai aprender

  • Quando foi apresentado o primeiro dispositivo de leitura portátil de música gravada, o Sony TPS-L2?
  • Quais foram as negociações importantes entre a Sony e a Philips no desenvolvimento do Compact Disc?
  • Quais foram os primeiros fabricantes a produzir circuitos integrados para implementar os sistemas Dolby B e Dolby C?
  • Quais foram os principais modelos de walkmans produzidos pela Sony e por outros fabricantes?

Tipologia: Exercícios

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Cunha10
Cunha10 🇧🇷

4.5

(245)

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Baixe História do Walkman: Desenvolvimento e Concorrência de Dispositivos Sony e outras Exercícios em PDF para Música, somente na Docsity! 40 anos de Walkman 1 40 Anos de Walkman Museu Faraday, Moisés Piedade, outubro de 2019 No Museu Faraday pode ver na exposição Walkmanlândia alguns dos walkmans mais icónicos. Agradecimento: Aos colegas da equipa do Museu Faraday pelas sugestões dadas no decurso desta compilação de acontecimentos históricos sobre o Walkman. 2014 1979 1984 1990 1992 1999 2019 1979 40 anos de Walkman 2 O primeiro dispositivo de leitura portátil de música gravada foi o Sony TPS-L2, apresentado em 1979, no Japão e, em 1980, nos U.S.A.; este dispositivo viria, mais tarde, a ser designado por walkman. O walkman é considerado como sendo um dos dispositivos que mais influenciou o comportamento das pessoas, nas sociedades modernas. O walkman é um dispositivo portátil, leve e que pode ser usado em qualquer lugar para ouvir músicas pré-gravadas em fita magnética incluída em cassetes compactas. O sucesso do walkman foi enorme, o que levou muitos fabricantes a produziram leitores deste tipo. Em 1983 a venda de cassetes pré-gravadas ultrapassou a venda de discos de vinilo. Entre 1987 e 1997 o Walkman atingiu o seu máximo de popularidade. Para lá do entretenimento proporcionado aos utilizadores, o impacto do walkman nos praticantes de exercício físico foi muito grande. Dados estatísticos mostraram que os utilizadores do walkman, praticantes de caminhadas e passeios, tenham incrementado o seu exercício físico de cerca de 30 %. A cassete compacta de fita magnética O desenvolvimento da fita de gravação magnética começou na Alemanha, por volta de 1930, mas só depois do fim da 2ª Guerra mundial, em 1945, o mundo conheceu os avanços que tinham sido feitos pelos alemães nesta área. Durante cerca de 60 anos de desenvolvimento, a fita magnética atingiu desempenhos excelentes em vários sistemas de gravação magnética. Pode ver aqui os desenvolvimentos desta tecnologia. Nos anos 50 do século 20 surgiram vários formatos de cassetes que acomodavam bobinas de fita magnética, tornando mais fácil a sua manipulação. Em 1962, a empresa Philips desenvolveu a cassete compacta, que utiliza uma fita estreita (3,81 mm, um pouco mais do que 1/8”). A cassete compacta tem as dimensões de 10,2 cm x 6,3 cm x 1,3 cm e a caixa de plástico, protetora, tem 10,8 cm x 7,0 cm x 1,7 cm. Com a velocidade da fita de 4,75 cm/s consegue-se gravar cerca de uma hora de som. No início, a cassete compacta era essencialmente utilizada para gravação de ditados e mensagens pessoais. A cassete compacta de fita magnética foi apresentada em 1963 e foi usada no gravador Philips EL 3302 (o primeiro a usar este formato). A cassete compacta chamou imediatamente a atenção de muitos fabricantes, nomeadamente da Sony que, em 12 anos depois da sua constituição, tinha ganho uma representação muito grande no mercado mundial da eletrónica de consumo. Graças ao pagamento de muitos direitos à Philips por desenvolvimentos de produtos anteriores, a Sony conseguiu negociar o uso, sem pagar, desse formato. Estas negociações foram dirigidas pelo cofundador da Sony, Masaru-Ibuka, que viria a ter um papel importante no 40 anos de Walkman 5 mundo, dotado de um motor sem núcleo magnético, contador de fita, roda livre compensadora do efeito giroscópico do volante de tração da fita, etc. Mas o preço era muito elevado e não teve grande sucesso comercial. O nascimento do walkman O cofundador da Sony, Masaru-Ibuka, que corria o mundo em atividades de negócios da Sony, transportava nas suas viagens, sempre consigo, o “pesado” gravador portátil Sony TC-D5, para ouvir música, especialmente durante a prática do seu desporto favorito, que era correr. Mas ao fim de algum tempo o gravador TC-D5 ficava “um pouco pesado”… Masaru-Ibuca pediu, para si, ao diretor executivo da Sony, Norio Ohga, o desenvolvimento de um leitor de cassetes pré-gravadas, em estereofonia, mais leve que o Sony TC-DC5, tendo por base o “Pressman” TCM- 600, mas com escuta por auscultadores estéreo, sem altifalante, como tinha o TCM-600. O próprio Masaru-Ibuka mostrou o seu novo dispositivo particular ao CEO da Sony, Akio Morita. Nesta altura, e depois de uma enorme expansão, a Sony passava por tempos difíceis em termos económicos, pois tinha-se posicionado numa gama de produtos de qualidade muito elevada e que saíam mais caros do que os da concorrência, menos preocupada com a qualidade. Em fevereiro de 1979, o CEO da Sony, Akio Morita, teve a ideia de ordenar o desenvolvimento de um equipamento semelhante ao que tinha sido feito para Masaru-Ibuka, mas que fosse mais barato (para vender a 150 $ U.S.A.), com a mesma qualidade e com a condição de estar pronto em junho desse mesmo ano. Este leitor de fitas pré-gravadas viria a ter a designação de TPS-L2. Internamente, na Sony, este desenvolvimento não foi consensual, pois desconfiava-se que o sucesso comercial não seria muito grande (ainda não havia mercado de fitas magnéticas em cassetes pré-gravadas), o que levou o próprio CEO Morita, fundador da Sony, a garantir um objetivo de vendas elevado e que se demitiria, caso não atingisse esse objetivo. Para cumprir o prazo imposto por Morita, os engenheiros da Sony fizeram o desenvolvimento do TPS-L2 em menos de 6 meses. Isto só foi possível partindo da base do TCM-600, que era um gravador reprodutor, mas de onde foram retirados os circuitos de gravação, o microfone e o altifalante. A Sony tinha desenvolvido, três anos antes, um par de auscultadores, designado por H-AIR MDR-3, com alta qualidade de áudio e que pesava menos de 50 gramas. Este par de auscultadores iria ser o parceiro ideal do Sony TPS-L2, embora fosse fornecido como um acessório à parte. O Sony TPS-L2 dispõe de duas saídas de auscultadores que proporcionam áudio para um par de pessoas, tendo esta possibilidade sido usada muito criativamente na campanha de propaganda que se seguiria. A necessidade do walkman Era preciso criar nas pessoas a necessidade de terem um dispositivo pessoal para ouvir música durante as suas atividades. Isto obrigou a um esforço de propaganda notável. Primeiramente, o TPS-L2 foi apresentado de uma forma inovadora aos críticos de música e jornalistas, em Tóquio, no parque Yoyogi, durante um passeio em que todos ouviam gravações estéreo no walkman, que fora distribuído a cada um. A gravação chamava a atenção para várias particularidades e aplicações do walkman, que iam surgindo ao longo da caminhada, expostas em pósteres elucidativos. O sucesso do TPS-L2 foi imediato na opinião dos especialistas, e foi considerado um produto revolucionário em muitas publicações e reportagens da época. 40 anos de Walkman 6 Paralelamente, a Sony distribuiu gratuitamente, por várias escolas e desportistas conhecidos de Tóquio, muitos walkmans e gerou uma onda de satisfação dos utilizadores que motivaram a propaganda e a expansão mundial do produto. Foram usados vários nomes para o TPS-L2: “Walkman”, no Japão, “Soundabout” nos U.S.A., “Freestyle” na Austrália e “Stowaway” no Reino Unido (Inglaterra). Mas a designação que acabou por prevalecer foi walkman. A Sony produziu cerca de 190 milhões de unidades de vários tipos de walkmans, estimando-se que todos os fabricantes tenham produzido cerca de 400 milhões de dispositivos semelhantes ao walkman. O Sony TPS-L2 foi a origem de muitos walkman que se seguiram, mais económicos e com desempenhos sucessivamente melhorados. O Sony TPS-L2 foi rapidamente ultrapassado. Não restam muitos dos originais TPS-L2 que, assim, viraram objeto de culto e de coleção, atingindo atualmente preços muito elevados (500 a 2000 euros). A exposição do TPS-L2 no filme “Guardians of Galaxies” da Marvel, acabou por elevar o preço atual do TPS-L2 e torná-lo ainda mais desejado. No programa PawnStars pode ver uma compra adjudicada por 700 dólares U.S.A.. Vários fabricantes japoneses e europeus aderiram ao formato walkman e muitas começaram por fazer dispositivos semelhantes ao TPS-L2 da Sony. Uma das primeiras empresas a fazer concorrência à Sony, em 1980, foi a Aiwa com o modelo TP-S30. Logo em 1981 a Aiwa introduziu um dos primeiros modelos dotados de rádio, o CS-J1, designado por “Cassette Boy” sempre com a alta qualidade de construção que caracterizava os modelos Aiwa nesta época. Logo de seguida, em 1982, apresentou o modelo CJ-2 e, em 1983, apresentou o modelo HS-J300, com a introdução da novidade de ter “auto reverse”. Em 1981 e 1982 várias empresas entraram no mercado dos dispositivos de cassete compacta para uso pessoal. A empresa Akai introduz o seu primeiro modelo, o PM-01, a Teac introduz a série de leitores portáteis PP-xx; a Olympus desenvolveu o modelo SR11, a Grundig introduz o modelo Beat Boy 100, a Kyocera o modelo Solo, a Nippon o modelo FS- 884, a Panasonic criou a série RQ-Jx, etc., pelo que a Sony não teve vida fácil com esta concorrência, apesar de muitos dos modelos tentarem imitar o Sony TPS-L2. Em 1982 a Sony lança o primeiro walkman gravador, o modelo WM-R2 coma novidade de incluir dois microfones embutidos no seu corpo, separados de modo a gravar som estereofónico na cassete compacta. Em 1983 a Panasonic lança o modelo RQ-J20X e a Teac lança o modelo TP-7RX que utilizam o circuito redutor de ruído dbx, produzido pela Panasonic. Estes gravadores eram muito caros na sua época, e hoje em dia, são muito raros. Estes são os únicos modelos portáteis com esta tecnologia e que lhes permite obter uma gama dinâmica de 90 dB de informação de áudio gravada numa 40 anos de Walkman 7 cassete compacta. A Sony produziu vários walkmans revolucionários, de elevada qualidade, dos quais se destaca a atualização tecnológica em 1981 do walkman designado por walkman II. Este gravador tem a dimensão da caixa protetora da cassete e, para poupar espaço, as cabeças magnéticas estão associadas à própria tampa do gravador que cobre a cassete. Em 1982 a Sony introduz um novo mecanismo de tração da fita magnética, designado por Disc Drive, DD, que evita o uso de correias de borracha. Um pequeno motor ataca um disco de grande diâmetro que distribui o movimento pelas diferentes partes do walkman. Para muitos especialistas esta solução é a que conduz à menor flutuação da velocidade da fita (menor flutuação “wow and flutter” na frequência do sinal reproduzido). A linha de walkmans DD é muito simplista do ponto de vista de eletrónica e de mecânica e, para muitos, é a que conduz à melhor qualidade de áudio. Ainda em 1982 a Sony introduz um dos mais complexos walkmans – WM-7, dotado de controlo lógico, 3 motores (um só para a tração da fita). Tem mecanismo de autoreverse e sistema de redução de ruido Dolby B, além de embraiagens eletromagnéticas usadas para vários fins. Em 1983, a Sony introduz o WM-10, (WW-20 no Japão) anunciado naquele ano como sendo o walkman mais pequeno do mundo (pouco maior do que a própria cassete - ficava mais largo com a cassete introduzida). Nesta época a Sony era a rainha da miniaturização dos sistemas de eletrónica de consumo. O WM-10 é baseado em circuitos eletrónicos de montagem superficial (SMD) realizados com transístores bipolares e alguns circuitos integrados específicos desenvolvidos pela própria Sony. Nesta data a Sony desenvolve um par de altifalantes, o modelo SS20 apropriados para usar com os walkman e em especial com os modelos WM-10 e WM-20. Apesar do primeiro Walkman (TPS-L2) ser lançado com a ideia da prática de desporto ouvindo música, em 1983 a Sony apresentou o WM-F5, o primeiro walkman para desporto mais a sério, mais robusto e à prova de pingos de água e que iniciou uma nova linha de walkmans. Em 1984 a Sony lança a linha WM-D6 de walkmans profissionais, que termina em 2002 com o WM-D6C. É um dos walkmans mais apreciados pelos colecionadores e foi o cavalo de batalha de muitos repórteres e jornalistas. Em 1985, a Sony lança o walkman gravador-leitor de cassetes compactas duplo, capaz de operar com duas cassetes em simultâneo, o WM-W800. Este gravador permite fazer cópia de uma cassete para outra. Foi feito com base na união de dois gravadores WM-10, um dos quais é leitor e o outro é gravador. Logo em 1986 a Panasonic cria também um modelo duplo o RX-HD10. Estes são os úncos modelos duplos, sendo que o modelo 40 anos de Walkman 10 monolíticos para eletrónica de consumo de muitos fabricantes de todo o mundo e era líder mundial no desenvolvimento de baterias de iões de lítio com muitas patentes no portfólio3. Veja aqui a lista dos walkman Sony produzidos em 25 anos desde o TPS-L2. A era do áudio digital Os primeiros gravadores digitais foram feitos nos anos 70. Eram máquinas grandes de bobinas de fita magnética que gravavam em formato PCM “Pulse Code Modulation” sem perda de informação, tendo sido produzidos por vários fabricantes, nomeadamente, Denon (1972) Soudstream e Mitsubishi (1979). Nos anos 80, o crescente desenvolvimento da eletrónica, nomeadamente no que toca ao processamento digital de sinais, tornou possível o aparecimento de várias formas de armazenamento de informação na forma digital, nomeadamente, o Compact Disc (CD), as fitas magnéticas Digital Audio Tape (DAT), a Digital Compact Cassette (DCC) e o disco magneto ótico (MiniDisc). Compact Disc O desenvolvimento do Compact Disc foi feito em conjunto pela Philips e pela Sony. O lançamento comercial dos leitores de CDs estava previsto para 1982. Devido a atrasos por parte da Philips no desenvolvimento da eletrónica do leitor de mesa de CDs, o lançamento conjunto, em todo o mundo, dos leitores de mesa produzidos pelos dois fabricantes foi feito em 1983, seis meses depois de a Sony ter lançado o seu leitor CDP-101 no Japão. Em 1982 a Sony lançou também o primeiro leitor de discos compactos portátil, denominado Sony CD-50, em que foi introduzida a sigla Discman. Este leitor portátil foi obtido por alguma miniaturização de partes do leitor de CDs de mesa CDP-101. O leitor CD-50 utilizava 6 pilhas tipo C, colocadas num acessório adicional. Em 1988 a Sony lança o modelo mais pequeno de Discman, o Sony CD-88. Em 1990 a Sony lançou o modelo Discman D-Z555, onde introduziu técnicas de processamento digital de sinal com processamento de sinal sobre amostrado (8x). Este aparelho ainda hoje é considerado um dos melhores leitores de CDs portáteis e, por isso, é muito procurado pelos colecionadores. A Sony introduziu vários leitores portáteis, designados inicialmente por Discman, mas a partir de certa altura voltou a usar a designação walkman. As cassetes DAT e DCC Em 1987 a Sony introduz a cassete DAT, uma cassete de fita magnética apropriada para a gravação digital de áudio de elevada qualidade, e apresenta o leitor gravador 3 - A Sanyo foi comprada pela Panasonic, que atualmente produz as melhores células de iões de lítio usada pelos fabricantes de automóveis elétricos. Mas a parte de eletrónica de consumo da Sanyo posicionava-se em produzir produtos de qualidade inferior aos da Panasonic, pelo que esta área de negócio não foi muito valorizada pela Panasonic, exceção feita aos projetores LCD de vídeo produzidos pela Sanyo, que eram excelentes. 40 anos de Walkman 11 de mesa DTC-1000ES. Em 1990, a Sony apresenta o primeiro walkman portátil com o formato DAT, o modelo TCD-D3. Os primeiros walkman DAT portáteis eram dedicados ao mercado profissional, sendo muito robustos e excecionalmente bem construídos, mas com um preço muito elevado. Este primeiro modelo de walkman DAT da Sony (TCD-D3) consumia muita energia e as baterias duravam pouco tempo, mas os modelos seguintes TCD-D7 (1993), TCD-D8 (1995), e TCD-D100 (1998), resolveram este problema. A Sony fez também gravadores portáteis DAT profissionais, (não tão portáteis como os walkmans), como o TCD-D10 (1992) e suas futuras evoluções, que terminaram no TCD-D10 PRO II. Outros fabricantes aderiram ao formato DAT produzindo aparelhos competitivos com os DAT Sony. Um aparelho muito desejado e apreciado pelos colecionadores é o AIWA HD – S200. O formato DAT (digital sem compressão de informação) não teve muito sucesso no mercado dos walkman para entretinimento, mas teve um grande sucesso na indústria profissional de áudio. Em 1990 a Philips desenvolve a “Digital Compact Cassette” (DCC), com o objetivo de trazer os utilizadores da cassete compacta (analógica) para os novos formatos de gravação digital. Os primeiros gravadores leitores de DCC aparecem em 1992 e podiam ler não só as cassetes compactas pré-gravadas com informação analógica mas também ler e gravar o novo formato digital DCC. Uma das primeiras unidades DCC foi o gravador/leitor DCC-170. Vários fabricantes associaram-se à Philips para produzir leitores /gravadores DCC. Dado que a gravação digital era feita com compressão e alguma perda de informação, este formato não teve grande sucesso. Em 1992 a Sony lança um gravador reprodutor SONY NT1, que grava digitalmente numa nova cassete miniatura, que ficou conhecida como sendo a mais pequena do mundo. Este gravador, designado por Scoopman, usa cabeças de leitura rotativas, como as dos gravadores de vídeo e de DAT. Na reprodução, as cabeças trabalham ao dobro da velocidade da que foi usada na gravação e leem mais do que uma pista, deixando a tarefa de sincronização das pistas para um circuito integrado específico que retira a informação sincronizada. Deste modo, a parte mecânica fica muito reduzida, evitando-se o alinhamento extremamente preciso das cabeças, como o que tem de ser feito no caso dos gravadores DAT. Por isso, este gravador tem a designação NT “Non Tracking”. A microcassete pode acomodar 120 minutos de gravação de áudio de alta qualidade O Mini Disc Ainda em 1982, os investigadores Kees Schouhamer Immink e Joseph Braat apresentam o formato de disco e processo de gravação magneto ótica, uma das tecnologias de gravação desenvolvidas mais avançadas. Durante a gravação, um LASER, aquece uma pequeníssima porção de uma camada magnética do disco acima da temperatura de Curie e uma bobina de dimensão maior, colocada no lado oposto do disco, altera a polarização da magnetização dessa zona aquecida, que fica com um fator de reflexão da luz diferente. Na leitura, o mesmo LASER, mas com menor potência, faz incidir luz nas porções gravadas e, 40 anos de Walkman 12 através da reflexão da luz, percebe qual é o tipo de polarização magnética que existe no local a que corresponde a decisão lógica 0 ou 1. Em 1992, quase em simultâneo com o aparecimento dos dispositivos DCC, a Sony lançou o primeiro leitor/gravador de discos magneto óticos em formato portátil – O MiniDisc MZ R1, também com a designação walkman. Lançou também o formato de leitor gravador de mesa em, vários aparelhos. O MiniDisc usa o formato de compressão do áudio denominado por ATRAC (“Adaptive Transform Acoustic Coding”), a que se seguiram as versões ATRACII, ATRACIII e ATRACIIIplus, ATRACIV, ATRACIVplus, ATRAC RDSP e ATRAC SDSP (ver https://www.minidisc.org/faq_index.html). Estes algoritmos de compressão eram processados por circuitos integrados desenvolvidos pela própria Sony e, mais tarde, também por outros fabricantes, que foram fazendo parte da evolução progressiva dos sucessivos aparelhos MiniDisc. Nos algoritmos de compressão mais básicos como o ATRACI, com o ritmo de digitalização de áudio a 292 kb/s (compressão de 5:1) inúmeros testes realizados em comparação com o algoritmo MPEG Layer 3 (MP3), mesmo a 256 kb/s, mostraram sempre a vantagem do algoritmo ATRAC em termos da qualidade de áudio final, praticamente indistinguível da qualidade proporcionada pelo CD. As empresas japonesas e o MiniDisc Vários dos maiores fabricantes japoneses na área do áudio obtiveram licenças de fabricação do novo formato de gravação, concedidas pela Sony, tendo em vista a divulgação desta nova tecnologia. Relativamente ao número de modelos de aparelhos desenvolvidos, para áudio pessoal portátil, por ordem decrescente, destacam-se: Sony (87), Sharp (82), Aiwa (32), Panasonic (30), Kenwood (28), JVC (20), etc.. Fabricaram-se muitos milhões de aparelhos portáteis MiniDisc sendo cerca de 45% de aparelhos do tipo gravador/leitor e 55 % de aparelhos só com a função de leitor. Alguns fabricantes associaram-se e produziram alguns aparelhos iguais mas com designações diferentes, como fizeram a Sharp/Kenwood/Denon, a Panasonic/JVC e a Sanyo/Fisher, entre outros. Em termos de desempenho os aparelhos mais apreciados são os da Sony e da sua participada Aiwa, sendo os modelos topo de gama os mais desejados pelos colecionadores e que, normalmente têm os preços mais elevados (centenas de euros). De seguida referem-se alguns modelos emblemáticos de gravadores/leitores de MiniDisc portátil para uso pessoal. Em dezembro de 1992 a Aiwa, participada pela Sony, lança o seu primeiro modelo AMD-100 que é basicamente o Sony MZ-1, sem a designação walkman e com os logotipos da Aiwa. Em janeiro de 1993 a Sharp lança o seu primeiro leitor MiniDisc MD-D10 e logo em fevereiro lança o modelo MD-S10 igual ao anterior mas sem visor LCD mas com comando remoto dotado de visor LCD. Em dezembro de 1993 a Sony lança o walkman MiniDisc MZ-R2, mais compacto do que o MZ-R1 e com memória antichoque de 10 s, dotado também de controlo remoto por fio e auscultadores. Usa o algoritmo de compressão ATRACII. Trabalha com uma bateria de iões de lítio4 interna amovível a que se pode acrescentar três células AA num adaptador externo; cada destas baterias acrescenta cerca de 3 horas de uso contínuo do walkman. 4 A Sony fez muitos desenvolvimentos que tornaram possível usar as baterias de lítio recarregáveis com elevado nível de segurança que era o calcanhar de Aquiles destas baterias. O Sistema InfoLithium da Sony dava uma indicação muito precisa da carga armazenada nestas baterias. 40 anos de Walkman 15 também o MiniDisc MZ-DH10P com câmara fotográfica de 1,3 Mpixel e ecrã TFT. A Sony tenta adaptar o MiniDisc como arquivo de dados digitais num computador pessoal mas as memórias de estado sólido começaram a ficar baratas e muto competitivas em termos de espaço de armazenamento. Em junho de 2006 a Sony lançou o modelo MZ-RH1, que é o mais avançado leitor/gravador MiniDisc de sempre. Dispõe de visor OLED com toda a informação disponível incluindo indicador de nível e de espetro, dotado de conversores AD e DA dos mais avançados e circuitos de áudio de alta qualidade. Lê e grava em todos os formatos de áudio digital existentes na época. Ainda em 2006 a Sony parou o desenvolvimento do MiniDisc e, em 2011, parou a produção destes aparelhos Gravadores portáteis com Disco Rígido ou Memória de Estado Sólido Em 1981 o inglês Kane Kramer aplica um pedido de patente de um “Digital Audio Player”, DAP, designado por IXI, baseado na memória de Bolhas Magnéticas muito em voga nos anos 80. Este leitor teria uma memória de 8 MB, ecrã LCD e botões de navegação e de volume de som. O músico Paul McCartney foi um dos investidores que ajudaram Kramer a formar uma pequena empresa que apenas produziu cinco protótipos, apresentados em 1986. Mas Kramer não teve dinheiro para renovar as patentes e abandonou o projeto. Em 1994 a empresa Sandisc dos U.S.A. apresenta o formato de memória flash designado por CompactFlash, que viria a ser um padrão da indústria de memórias permanentes do tipo Flash. As primeiras memórias tinham a capacidade de 2 MB (Mega bytes). Este formato viria a ser adotado pelas máquinas fotográficas digitais profissionais e também pelo disco rígido magnético Microdrive produzido pela IBM. Em 1998 a Sony patenteia um formato alternativo de memória flash- o Memory Stick. Em 1999 a Sony lança um leitor/gravador com informação guardada numa memória flash de estado sólido - o gravador NW MS7 com uma memória de 64 MB (memory Stick). Em 1999 a IBM lança o disco rígido subminiatura designado por MicroDrive, no formato CompactFlash, mas com maior capacidade (170 MB) do que as memórias flash existentes. Em 2002 a IBM, com avultados prejuízos no negócio das unidades de discos magnéticos rígidos, depois da concordância da E.U. e dos U.S.A., vendeu a unidade de discos magnéticos à empresa Hitachi por cerca de 2000 milhões de dólares U.S.A.. A Hitachi reforçou assim a sua unidade de fabricação de discos rígidos e continuou o desenvolvimento de todos os discos magnéticos da IBM bem como do Microdrive. 40 anos de Walkman 16 Na figura pode ver o interior desta maravilha eletromecânica miniatura produzida pela Hitachi. Em 1998, a empresa coreana Sae Man Information Systems desenvolve o primeiro DAP, leitor MP3, o MPMan 10 e vendeu à licença a empresa Eiger Labs, que produz o MPMan 10 com memórias de 32 MB e 64 MB, que permitia guardar oito músicas em formato digital MP3. Em 1999 a empresa Samsung apresenta na CES de Las Vegas o seu leitor Yepp YP-D40 . Yepp é o acrónimo de "Young, Energetic, Passionate Person". Em 1999 a empresa Creative de Singapura lança o DAP designado por NOMAD com memória flash de 32 MB e de 64 MB dotado de uma porta de expansão de memória. Este dispositivo é produzido sob licença do Yepp YP-D40 da Samsung. A empresa Creative introduz o Nomad Jukebox com disco rígido de 6 GB e interface USB 1.1 com os computadores. Em 1999 Shawn Fanning cria uma linha de partilha de ficheiros de áudio codificados em MP3 na plataforma Napster. É a primeira linha de partilha de ficheiros na internet em que cada computador podia funcionar quer como servidor quer como cliente. A indústria discográfica centralizada na RIAA5 moveu ações judiciais que viria a fechar o Napster em 2001, mas que voltou a abrir mais tarde já com o formato de músicas pagas e direitos de autor. O Napster viria a ter uma importância muito grande na criação das redes P2P “Peer to Peer” que se desenvolveram mais tarde, e teve também uma enorme importância na divulgação do formato MP3 de codificação de áudio. Em 1999 a empresa Compaq desenvolve um leitor de áudio com disco rígido e vende a licença à Hango Electronics Co. Ltd., que lança o primeiro DAP com disco rígido designado por Personal JukeBox, PJB-100, com disco de 4,8 GB de sons armazenados (1200 músicas codificadas em MP3). Esta novidade foi logo seguida por outras empresas. Em 2000 a Samsung entra no mercado dos DAP com o seu Yepp YP-E2 (séries YP-E, YP-B and YP-D) com ligação a um computador pessoal por porta paralela e ganha algum mercado nesta área do áudio pessoal. Em 2001 a Apple Inc. apresenta o iPod com disco rígido de 5 GB. O nome iPod foi sugerido por Vinnie Chieco, copywriter, a partir do filme 2001 Odisseia no espaço, "Open the pod bay door, HAL". O nome não foi inicialmente do agrado de Steve Jobs, mas acabou por perdurar. O iPod foi baseado num projeto de referência da companhia PortalPlayer (agora é propriedade da NVidia) e a interface foi contratada à empresa Pixo (agora da Sun). O iPod, usa músicas gravadas em discos rígidos de 1,8 polegadas de diâmetro com 4 ou 5 GB de capacidade produzidos pela Toshiba. No desenvolvimento do iPod A Apple usou as ideias de Kane Kramer mas só admitiu isto mais tarde para se defender do litígio com a empresa Burst.com, que tinha também patenteado um dispositivo semelhante, mas 5 RIAA Recording Industry Asociation of America 40 anos de Walkman 17 depois de Kramer o ter feito. No projeto do iPod, a Apple também seguiu a estratégia de incorporar estéticas de sucesso já testadas na indústria, como os projetos do rádio T3 da Braun e do telefone B&O. O iPod foi produzido com excelente qualidade tanto de software como de hardware e a sua divulgação foi apoiada pelo excelente poder de organização e de comunicação de Steve Jobs, (ver este exemplo). A interface com o computador usa o barramento Firewire que tinha sido desenvolvido pela Apple em 1995, tinha sido adotado como padrão (IEEE 1394) e era muito mais rápido do que os barramentos USB existentes, o que diminuía muito o tempo de transferência de músicas para o iPod. A seguir ao iPod a Apple lançaria a loja legal de músicas pagas iTunes, com uma interface inicial muito parecida com a do Napster, o que facilitou a migração dos utilizadores para o iTunes. Em 2002 a empresa francesa Archos introduz o Archos Jukebox Multimedia Player e passa a liderar o mercado dos leitores de música e de vídeo simultâneo. Lê os formatos de vídeo MPEG4, DivX e Xvid. A Archos introduz também módulos acessórios entre os quais se encontra uma câmara de captura de imagens e de vídeo. Ainda em 2002 a Creative introduz a Creative Nomad JukeBox Zen, também com porta Firewire de comunicação com o computador. Em 2003 Sony lança o walkman MZ-E10 em formato MiniDisc. Ainda neste ano a Sony introduz um gravador/reprodutor do formato de codificação de áudio MPEG-1 Layer3 (MP3) e o formato proprietário da Sony ATRAC, com 256 MB de memória flash, designado por NW-MS70D. Este dispositivo da linha Network da Sony tem ligação a computadores através de uma porta USB. Em 2003 a Sony vendo o sucesso que o Ipod da Apple e os dispositivos da Creative estavam a conseguir no mercado, nomeadamente com as versões com 20 GB de disco, lança também walkmans com o disco rígido da Toshiba de 20 GB no formato de 1,8”. Em 2004 introduz o NW-HD1 com codificador ATRAC3, que tem mais qualidade de áudio do que o formato de codificação MP3 usado pelo iPod. Suporta também os formatos Wav, Mp3 e Wma. A Sony lançou depois os walkmans com disco rígido NW-HD3 e NW-HD5, que já gravam em Mp3. Mas vários problemas de cosmética e de software fizeram que a Sony deixasse esta série de walkmans e passasse para uma nova série designada por NW-A1xxx. Ainda em 2003 a Apple vê um grande potencial de mercado dos utilizadores dos PCs Windows e desenvolve software que permite aos utilizadores deste sistema operativo sincronizar os iPods. A 3ª geração do iPod Classic tem agora discos rígidos de 40 GB. Em 2003 a Sony e a Ericsson juntam esforços na área dos telefones celulares formando a marca Sony-Ericson visando criar telefones com camara de vídeo e leitores de áudio e vídeo de alta definição para os sistemas GSM. Mas não tiveram o sucesso esperado. Lançaram o primeiro Smarth phone com estas capacidades: o Sony-
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