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6118 Tool: Um aplicativo para o projeto de estruturas de concreto no conceito "Mobile Learning", Teses (TCC) de Engenharia Civil

Descrição do desenvolvimento de um APP multiplataforma para o projeto de estruturas de concreto com base na Norma ABNT NBR 6118:2014.

Tipologia: Teses (TCC)

2020

Compartilhado em 17/01/2020

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Baixe 6118 Tool: Um aplicativo para o projeto de estruturas de concreto no conceito "Mobile Learning" e outras Teses (TCC) em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! CAPA UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL RAFAEL DE PAULA COSMO 6118 TOOL: UM APLICATIVO PARA O PROJETO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO NO CONCEITO “MOBILE LEARNING” VITÓRIA – ES DEZEMBRO/2019 RAFAEL DE PAULA COSMO 6118 TOOL: UM APLICATIVO PARA O PROJETO DE ESTRUTURAS DE CONCRETO NO CONCEITO “MOBILE LEARNING” Projeto de Graduação apresentado ao Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito final para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. Aprovado em 06 de dezembro de 2019. COMISSÃO EXAMINADORA RESUMO O uso da tecnologia na engenharia é algo trivial na atualidade. Há alguns anos, a incorporação de tecnologia no ensino foi se tornando algo muito comum, retratado pelo conceito de electronic Learning, ou e-Learning. Há pouco menos de 20 anos surgiu o conceito de Mobile Learning, ou M-Learning, que é a incorporação de tecnologia conectada com o uso de dispositivos móveis, como os smartphones. O objetivo deste trabalho é desenvolver um aplicativo para o bom e eficiente emprego da Norma Técnica ABNT NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento, com base no conceito de M-Learning. O aplicativo é voltado para estudantes e professores de engenharia civil, técnicos de edificações e arquitetos. O aplicativo desenvolvido permite a verificação dos estados-limites últimos e de serviço de seções retangulares, além do dimensionamento de lajes maciças apoiadas sobre vigas. Diversas etapas de cálculo são reportadas como auxílio ao estudante na verificação de seus estudos. Pode ser utilizado tanto em smartphones com sistema operacional Android quanto iOS. Palavras chave: Norma ABNT NBR 6118, Mobile Learning, aplicativo para smartphone. LISTA DE TABELAS Tabela 3.1. Características dos smartphones utilizados para testar o aplicativo. ................................ 22 Tabela 5.1. Comparativo de momentos e esforços cortantes para validação do aplicativo. ................ 41 Tabela A.1. Coeficientes para o cálculo de momentos, flechas e reações de apoio. .......................... 46 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 11 1.1 OBJETIVOS .................................................................................................... 12 2 BASES PARA O DESENVOLVIMENTO .................................................... 13 2.1 BREVE REVISÃO DA LITERATURA .............................................................. 13 2.2 ALGUMAS FERRAMENTAS PARA DESENVOLVIMENTO ........................... 15 2.2.1 APP Inventor ................................................................................................... 15 2.2.2 Kodular ............................................................................................................ 16 2.2.3 Thunkable ........................................................................................................ 16 2.2.4 iOS SDK .......................................................................................................... 16 2.2.5 Android Studio ................................................................................................. 17 2.3 BASE TEÓRICA PARA PROJETOS DE ESTRUTURAS DE CONCRETO .... 18 2.3.1 Para a verificação de uma seção retangular .................................................... 18 2.3.2 Dimensionamento de lajes maciças apoiadas sobre vigas .............................. 19 3 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO ........................................................... 20 3.1 ESCOLHA DO NOME DO APLICATIVO......................................................... 20 3.2 ESCOLHA DA FERRAMENTA DE PROGRAMAÇÃO .................................... 21 3.3 DEFINIÇÃO DO LEIAUTE BÁSICO ................................................................ 21 3.4 DEFINIÇÃO DA ABRANGÊNCIA DE DISPOSITIVOS MÓVEIS ..................... 22 3.5 DELIMITAÇÃO DO CONTEÚDO .................................................................... 23 4 FUNÇÕES E RECURSOS IMPLEMENTADOS .......................................... 24 4.1 CONFIGURAÇÃO ........................................................................................... 24 4.2 VERIFICAÇÃO DOS ESTADOS-LIMITES PARA SEÇÃO RETANGULAR .... 25 4.3 DIMENSIONAMENTO DE LAJE MACIÇA SOBRE VIGAS ............................. 31 5 VALIDAÇÃO ............................................................................................... 33 5.1 ELS-DEF PARA SEÇÃO RETANGULAR ....................................................... 33 5.2 ELU-M PARA SEÇÃO RETANGULAR ........................................................... 35 5.3 LAJE MACIÇA APOIADA SOBRE VIGAS ...................................................... 38 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO............................................. 43 6.1 TRABALHOS FUTUROS ................................................................................ 43 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................... 44 ANEXO – TABELA DE COEFICIENTES PARA LAJES ................................ 46 10 13 2 BASES PARA O DESENVOLVIMENTO 2.1 BREVE REVISÃO DA LITERATURA Os trabalhos na área são recentes, especialmente no âmbito nacional. Foram tomados como base apenas aqueles reportados em artigos ou em trabalhos acadêmicos disponíveis nos repositórios das universidades. Como o objetivo não é levantar o estado da arte, apenas os trabalhos de maior relevância serão reportados. Oliveira Neto (2015) desenvolveu um aplicativo para ensinar a interpretação de eletrocardiogramas, fundamental na disciplina de cardiologia nos cursos ligados à área da saúde. Foi implementado com o pacote iOS 8 SDK e Xcode 6 (Seção 2.2.4), e, portanto, somente abrange o sistema operacional iOS. Laurindo e Souza (2017) desenvolveram um aplicativo móvel voltado para o apoio pedagógico no ensino de algumas regras da língua portuguesa, e também no auxílio ao desenvolvimento e preparação de redações voltadas ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Tal aplicação só é possível para sistema operacional Android, é nominado como “Meu Texto” e foi desenvolvido no ambiente web do APP Inventor (Seção 2.2.1). A figura seguinte mostra algumas das telas do aplicativo. [LAURINDO; SOUZA, 2015] Figura 2.1. Algumas das telas do APP “Meu Texto” para ensino de Português. Carneiro (2016) desenvolveu um aplicativo para o ensino de estatística básica, podendo ser aplicado nos diversos níveis de ensino. O “Statistik” 14 implementado no software Android Studio (Seção 2.2.5), e, portanto, somente abrange smartphones com sistema operacional Android. Xavier (2018) desenvolveu um aplicativo para a plataforma Android com o objetivo de facilitar o entendimento de ácidos e bases no campo da química no Ensino Médio. O “AciBase” teve sua interface gráfica desenvolvida com a ferramenta de interface Cacoo 1, enquanto a programação foi realizada com a linguagem Python em sistema operacional Linux. O trabalho mais relevante para a engenharia civil que foi identificado trata da análise estrutural para estruturas reticuladas planas (barras, treliças e pórticos). Foi desenvolvido por Longo (2015) objetivando exatamente o uso em sala de aula, dando ênfase à apresentação de elementos de cálculo, tal qual as matrizes de rigidez dos elementos. O aplicativo é dedicado à plataforma Android, não tendo sido identificado o compilador utilizado pelo autor. A figura a seguir apresenta uma das telas do aplicativo. [LONGO, 2015] Figura 2.2. Tela do aplicativo para análise estrutural mostrando os momentos fletores em um pórtico. Apenas citando alguns outros aplicativos, o “GeometriaMolecular” na área da química para a visualização da geometria das moléculas (MEDANHA et al., 2015); o “CelulaP” para ensino de biologia celular e histologia (DANTAS et al., 2018); o “Fundamentos” aborda as técnicas e procedimentos de enfermagem (VICTOR, 2016). 1 Cacoo: https://cacoo.com/ 15 2.2 ALGUMAS FERRAMENTAS PARA DESENVOLVIMENTO O objetivo desta seção não é fazer um comparativo entre as diversas ferramentas, como a listagem de vantagens e desvantagens, dentre outras coisas. Há centenas de avaliações disponíveis na web, com a caracterização de inúmeros critérios. 2.2.1 APP Inventor2 O APP Inventor é uma plataforma online para desenvolvimento apenas de aplicações para Android. Foi inicialmente desenvolvido pelo Google e, atualmente, é hospedado e mantido pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). É muito fácil para criar a interface gráfica do aplicativo a partir de objetos pré- definidos. Não requer a programação da interface gráfica, uma vez que, ao montar o leiaute da tela, todo o bloco de código é automaticamente gerado. O mesmo acontece com a programação lógica. Blocos de código pré-definidos são montados como as peças de um quebra-cabeça (Figura 2.3), as quais só se encaixam se corresponder a uma lógica possível. Figura 2.3. Bloco de código do APP Inventor criado aleatoriamente para demonstração. Um recurso de grande importância é a possibilidade do “Live Test”, em que é possível emular no seu próprio smartphone o que está sendo programado e, assim, ter uma percepção da aparência e da coerência em relação à lógica de programação. O idioma original é o inglês, mas se pode substituir por outras 14 línguas, dentre as quais o Português. O APP Inventor é integralmente gratuito, talvez por isso sejam observadas algumas limitações (não comentadas aqui). 2 APP Inventor: http://ai2.appinventor.mit.edu/ 18 2.3 BASE TEÓRICA PARA PROJETOS DE ESTRUTURAS DE CONCRETO A depender da etapa do projeto e do tipo de estrutura que está sendo idealizada, a Norma ABNT NBR 6118:2014 preconiza um procedimento específico com critérios bem definidos. No que tange ao alcance deste trabalho, serão abordados apenas a verificação de seções retangulares, como de vigas e lajes maciças, e o dimensionamento de lajes maciças apoiadas sobre elementos lineares (vigas), também chamados de contornos rígidos. Todo o desenvolvimento teve como base o material do Prof. Fernando Musso Junior, titular há mais de 20 anos da cadeira de Estruturas de Concreto do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal do Espírito Santo. O material é composto por apostila (MUSSO JUNIOR, 2018) e uma planilha eletrônica (MUSSO JUNIOR, 2019). O primeiro sintetiza todas as premissas e etapas de cálculo que devem ser consideradas para o dimensionamento de estruturas de concreto, enquanto o segundo efetivamente realiza os cálculos de projeto. 2.3.1 Para a verificação de uma seção retangular Conforme definido na própria norma, o Estado-Limite Último (ELU) está relacionado ao colapso, ou a qualquer outra forma de ruína estrutural, que determine a paralisação do uso da estrutura (ABNT, 2014). As cargas que podem levar à ruína são do tipo momento fletor, momento torçor e força cortante. Por este motivo, é comum referenciar o estado-limite último associado a determinado tipo de esforço específico como ELU-X, em que X representa a variável que identifica o esforço. Por exemplo, para momento fletor, referencia-se ELU-M; para momento torçor, ELU-T; e para esforço cortante, ELU-V. Para um Estado-Limite de Serviço (ELS), a norma não o identifica de uma maneira geral, mas associado ao evento que se deseja evitar quando a estrutura estiver em uso, como por exemplo, o Estado-Limite de Abertura das Fissuras (ELS- W) ou o Estado-Limite de Deformações Excessivas (ELS-DEF). O primeiro é o estado em que as fissuras se apresentam com aberturas iguais aos máximos especificados na norma, enquanto o segundo é o estado em que as deformações atingem os limites estabelecidos para a utilização normal, dados também pela norma (ABNT, 2014). 19 Conforme propriamente enunciado por Pinheiro e coautores (2003), as estruturas de concreto armado devem ser projetadas de modo que apresentem segurança satisfatória. Esta segurança está condicionada à verificação dos estados- limites, que são situações em que a estrutura apresenta desempenho inadequado à finalidade da construção, ou seja, são estados em que a estrutura se encontra imprópria para o uso. Os estados-limites podem ser classificados em estados-limites últimos ou estados-limites de serviço, conforme sejam referidos à situação de ruína ou de uso em serviço, respectivamente. Assim, a segurança pode ser diferenciada com relação à capacidade de carga e à capacidade de utilização da estrutura. 2.3.2 Dimensionamento de lajes maciças apoiadas sobre vigas Araújo (2014) define que as lajes são elementos estruturais que têm a função básica de receber as cargas de utilização das edificações, aplicadas nos pisos, e transmiti-las às vigas. O autor acrescenta que essas estruturas servem para distribuir as ações horizontais entre os elementos estruturais de contraventamento. Para Pinheiro e coautores (2010), lajes são elementos planos, em geral horizontais, com duas dimensões muito maiores que a terceira, sendo esta denominada espessura. A principal função das lajes é receber os carregamentos atuantes no andar, provenientes do uso da construção (pessoas, móveis e equipamentos), e transferi-los para os apoios. Em um projeto de uma laje maciça apoiada sobre vigas, a norma determina os requisitos mínimos que devem ser obedecidos para o seu adequando dimensionamento. Devem ser observados os seguintes quesitos, uma vez que as dimensões da laje e as cargas são determinadas pelo projeto arquitetônico ou indicadas pelo cliente/contratante: - espessura mínima; - cobrimento mínimo de concreto; - pré-dimensionamento da armadura. A norma indica todos esses critérios, devendo-se, após a escolha da espessura, do cobrimento de concreto, e após o pré-dimensionamento da armadura, proceder à verificação dos estados-limites últimos e dos estados-limites de serviço a fim de avaliar se a estrutura foi adequadamente dimensionada. Caso não tenha sido, a mesma deve ser reprojetada até que se atenda a todos os estados-limites. 20 3 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO A seguir são descritas as principais etapas da concepção e do desenvolvimento do aplicativo. Esta seção é de fundamental importância para registro dos principais pontos que devem ser seguidos para manter a uniformidade do aplicativo em caso de continuação do projeto, o que será abordado na Seção 6.1 (Trabalhos Futuros). 3.1 ESCOLHA DO NOME DO APLICATIVO Por se tratar de uma ferramenta para auxílio ao ensino das diretrizes principais da norma de projeto de estruturas de concreto, a Norma ABNT NBR 6118, o nome escolhido foi “6118 Tool”, o que representa e identifica muito bem a finalidade do aplicativo. Embora muitas outras normas acessórias devam ser consideradas em um projeto de estruturas de concreto, como oportunamente estão elencadas na Seção 2 da própria norma (Referências normativas), a 6118 é a que abrange parte majoritária dos conceitos necessários para a elaboração dos projetos dos elementos estruturais em concreto. A logomarca escolhida para representar e identificar o aplicativo é apresentada na Figura 3.1. Figura 3.1. Logomarca do aplicativo “6118 Tool”. 23 A Figura 3.3 apresenta a tela inicial do aplicativo nos quatro smartphones disponíveis. Figura 3.3. Tela inicial do aplicativo mostrada nos quatro smartphones testados. 3.5 DELIMITAÇÃO DO CONTEÚDO O conteúdo previsto será, a princípio, limitado às estruturas de concreto viga, pilar, laje e fundação, com as subdivisões conforme mostrado na Figura 3.4. Uma vez que o conteúdo é muito extenso, foi possível programar apenas uma pequena parte, a ser apresentada na próxima seção. Figura 3.4. Subdivisões propostas para o dimensionamento de viga, pilar, laje e fundação. 24 4 FUNÇÕES E RECURSOS IMPLEMENTADOS As funções e recursos implementados até o fechamento deste projeto, apesar de representar pouco frente a todo o conteúdo necessário para cobrir o que é previsto na Norma ABNT NBR 6118, demandou muita programação. A título de informação, foram desenhadas 58 figuras para permitir a adequada diagramação de 41 telas de navegação com todo o bloco de programação realizado, o que resulta em um aplicativo de 47,5 megabytes. Serão apresentadas as funções implementadas no formato de Mapa de Navegação partindo sempre da tela principal do aplicativo. 4.1 CONFIGURAÇÃO O objetivo principal da configuração é escolher o tipo de teclado numérico adotado pelo smartphone. Há aparelhos que preveem pontuação e outros que não dispõem desse recurso (Figura 4.1). Figura 4.1. Diferentes tipos de teclado: sem pontuação, com vírgula, com ponto. Assim, ao identificar que o dispositivo não contempla pontuação, o programa passará a incluir automaticamente um ponto e uma casa decimal após aguardar alguns instantes sem digitação. Importante destacar que o padrão de separação decimal é o ponto. Desta forma, se o teclado previr uma vírgula, toda a digitação será verificada para substituir a vírgula por um ponto. Nesta seção de configuração foi incluído o tópico “Sobre 6118 Tool”. Um breve descritivo sobre o aplicativo, a identificação da versão, do autor e o e-mail de contato com o autor – muito importante para dar a oportunidade de enviar relatos sobre erros a fim de que possam ser corrigidos. O brasão da UFES também aparece nessa tela, e, ao ser clicado, direciona para o site oficial da instituição. A Figura 4.2 mostra o mapa de navegação desta seção a partir da tela principal. 25 Figura 4.2. Mapa de navegação pela seção de Configuração. 4.2 VERIFICAÇÃO DOS ESTADOS-LIMITES PARA SEÇÃO RETANGULAR Este recurso se encontra dentro das verificações para vigas, embora possa ser utilizado para verificar lajes maciças. Neste caso, basta apenas considerar que a base da seção retangular é igual a 100 cm. Assim, os resultados deverão ser interpretados em unidades por metro de laje; por exemplo: se o resultado for expresso em kN, dever-se-á considerar kN/m. Conforme a Norma 6118, os estados-limites para uma seção retangular de concreto armado são os Estados-Limites Últimos (ELU) e os Estados-Limites de Serviço (ELS) (ABNT, 2014). Foram implementadas as seguintes verificações, conforme segue7: 7 Nomenclatura adotada pelo prof. Fernando Musso Junior (DEC/CT/UFES). 28 Figura 4.5. Mapa de navegação para ELU-VC e ELU-VS. 29 A Figura 4.6 apresenta o mapa de navegação para o Estado-Limite de Serviço a Deformação (ELS-DEF). Figura 4.6. Mapa de navegação para ELS-DEF. A Figura 4.7 apresenta o mapa de navegação para o Estado-Limite de Serviço a Abertura de Fissura (ELS-W). Uma vez que há a necessidade de informar muitos detalhes construtivos, foi incluída a possibilidade de visualizar todos dos detalhes e restrições geométricas da seção transversal. 30 Figura 4.7. Mapa de navegação para ELS-W. 33 5 VALIDAÇÃO Algumas validações serão realizadas com base em exemplos encontrados na literatura. 5.1 ELS-DEF PARA SEÇÃO RETANGULAR A validação foi realizada com base no exemplo encontrado na apostila dos professores Libânio M. Pinheiro e Cassiane D. Muzardo, do Departamento de Engenharia de Estruturas da USP. Os dados fornecidos são (PINHEIRO; MUZARDO, 2004): vão ℓ = 410 cm; seção 22 cm × 40 cm; concreto C25; aço CA-50; d = 35,9 cm; área da armadura longitudinal 12,60 cm²; t0 = 1 mês; Es = 210 GPa; carregamento quase-permanente Pqp = 43 kN/m; Md,rara = 105,1 kN.m; e Figura 5.1. [PINHEIRO; MUZARDO, 2004] Figura 5.1. Geometria da viga biapoiada para validação quanto ao ELS-DEF. Para configurar o aplicativo 6118 Tool, é necessário entrar com a informação da flecha elástica, não fornecida e não calculada no problema, o que será discutido posteriormente. Para tanto, utilizou-se a Equação 5.1 para o cálculo da flecha elástica em vigas biapoiadas (HIBBELER, 2013). (5.1) O mesmo valor foi verificado utilizando-se o programa computacional Ftool (MARTHA, 2012). A Figura 5.2 mostra a configuração e os resultados obtidos com o 34 aplicativo 6118 Tool, enquanto a comparação dos resultados obtidos será apresentada na sequência. Figura 5.2. Configuração e resultados do 6118 Tool para validação quanto ao ELS-DEF. Quanto ao momento de fissuração da seção (Mr) os valores foram coincidentes, 22,57 kN.m., confirmando a seção fissurada. O valor de αe foi um pouco diferente, 8,75 e 8,82. Isso ocorreu porque na resolução dos referidos professores, foi utilizado o valor de 23,8 GPa para o módulo de elasticidade secante do concreto C25, e não o valor arredondado de 24 GPa recomendado na Tabela 8.1 da norma – página 25 (ABNT, 2014). Com isso, os valores para a profundidade da linha neutra no estádio 2 (x2) também foram um pouco diferentes, 14,61 cm e 14,66 cm. O mesmo ocorrendo com o momento de inércia da seção no estádio 2 (I2), 72842 cm4 e 73240 cm4. A discrepância no valor de I2 é devida também aos arredondamentos adotados na resolução dos professores. O momento de inércia da seção de 22 × 40 cm (Ic) foi igual nos dois casos, 117333 cm4. O momento de inércia efetivo calculado pela fórmula de Branson (Ie) foi semelhante, 73282 cm4 e 73679 cm4, com os motivos das divergências já citados. Para a flecha imediata, os professores reportam o valor de 9,02 mm, tendo sido calculada com a fórmula da Equação 5.1, adotando E = 23,8 GPa e I = Ie. Esse 35 procedimento é semelhante ao implementado no aplicativo, que calcula a flecha imediata através do produto (Ic/Ie).felástica, resultando em 9,00 mm. O valor de ξ0 para t0 = 1 mês foi semelhante, 0,677 e 0,68, enquanto o valor de ξ para t = 70 meses foi igual, 2,000. Assim, o coeficiente de fluência (αf) foi semelhante, 1,323 e 1,32, o que resultou em flechas diferidas bem semelhantes, 11,9 mm e 11,91 mm. Finalmente, as flechas totais foram calculadas, 20,89 mm e 20,9 mm, assim como as flechas limites, que foram iguais a 16,4 mm, sendo permitida a mesma conclusão de que a flecha está acima do limite. Comparando todas etapas de cálculo e os respectivos valores, conclui-se que o aplicativo é capaz de fornecer um excelente resultado para o módulo de verificação quanto ao estado-limite de serviço à deformação excessiva (ELS-DEF) de seções retangulares. 5.2 ELU-M PARA SEÇÃO RETANGULAR A validação foi realizada com base na planilha eletrônica FMJtool (MUSSO JUNIOR, 2019), desenvolvida pelo Prof. Fernando Musso Junior, do Departamento de Engenharia Civil da UFES. Para esta etapa, foi utilizada a mesma viga biapoiada da seção anterior, em que são destacados apenas os dados pertinentes à verificação proposta: vão ℓ = 410 cm; seção 22 cm × 40 cm; concreto C25; aço CA-50; d = 35,9 cm; e Es = 210 GPa. Em relação ao carregamento, considerou-se o valor de 43 kN/m como sendo o valor característico, sendo este majorado em 1,4, para resultar na carga de cálculo de 60,2 kN/m. O momento fletor de cálculo foi obtido com o programa computacional Ftool (MARTHA, 2012) e confirmado com a Equação 5.2 para o cálculo do momento fletor no centro de uma viga biapoiada (HIBBELER, 2013). (5.2) 38 Importante destacar que, como se trata da mesma viga da seção anterior, a configuração das dimensões foi suprimida, podendo ser observada na imagem à esquerda da Figura 5.2. Tendo em vista que o aplicativo 6118 Tool foi todo desenvolvido com base na planilha eletrônica FMJtool, os resultados reportados por ambos são fielmente semelhantes. Por este motivo, não serão mais confrontadas verificações com a planilha FMJtool. 5.3 LAJE MACIÇA APOIADA SOBRE VIGAS A validação foi realizada com base no trabalho de Foletto (2011). O autor desenvolveu um programa computacional para cálculo de lajes maciças, o LajeCalc. Não se conseguiu acesso ao software, mas o documento apresenta partes de uma memória de cálculo para validação. Trata-se do dimensionamento da laje maciça de uma sala de escritório situada em ambiente industrial (Figura 5.3), com 12 cm de espessura, classe de agressividade ambiental CAA-III; aço CA-50; concreto C35; carregamento total de 5,90 kN/m². [FOLETTO, 2011] Figura 5.6. Geometria da laje para validação do módulo de dimensionamento de laje maciça. Os demais critérios de projeto foram racionalmente adotados, uma vez que não foram fornecidos pelo autor. Tais valores podem ser observados nas telas de configuração do aplicativo 6118 Tool (Figura 5.4). A Figura 5.5 apresenta o primeiro conjunto de resultados. 39 Figura 5.7. Configuração do 6118 Tool para validação do dimensionamento de lajes maciças. Figura 5.8. Primeira parte dos resultados reportados pelo aplicativo 6118 Tool. A Figura 5.6 apresenta o restante dos resultados. A comparação dos valores será apresentada na sequência. 40 Figura 5.9. Segunda parte dos resultados reportados pelo aplicativo 6118 Tool. O autor fornece apenas os seguintes resultados, que são as saídas do programa computacional desenvolvido. A Figura 5.7 apresenta a disposição das armaduras na laje, enquanto a Figura 5.8 apresenta o relatório do projeto. [FOLETTO, 2011] Figura 5.10. Disposição das armaduras reportada pelo programa computacional LajeCalc. 43 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E CONCLUSÃO O desenvolvimento de um aplicativo de engenharia não é tarefa simples, especialmente quando voltado para o conceito de M-Learning, pois um detalhamento muito minucioso precisa ser levado em consideração. Isso acaba aumentando a complexidade do leiaute do aplicativo, uma vez que há a necessidade de “acomodar” uma grande quantidade de informações que precisa ser fornecida. Para estar adequado ao conceito de M-Learning, o desenvolvimento teve como premissa a utilização do aplicativo nas plataformas iOS e Android, o que foi outro ponto de aumento da complexidade. Aliado a isso, outro fator complicador demandou bastante tempo de programação, que foi os diferentes tamanhos e funções inerentes a cada aparelho que utiliza o sistema operacional Android. Não fossem esses fatores complicadores, provavelmente mais alguns recursos poderiam ter sido implementados com o tempo disponível para o desenvolvimento deste projeto. 6.1 TRABALHOS FUTUROS Por se tratar de um programa de código aberto, o desenvolvimento dos recursos já previstos e não realizados poderá ser continuado. Mas não somente os previstos, outros itens poderão ser incluídos, como o projeto de muros de arrimo, de estacas, de obras de terra, dentre outros relacionados. Outra etapa de grande importância é a de “debugar” o que já foi produzido. Certamente, quando o público começar a utilizar o aplicativo, alguns erros poderão ser percebidos, e a sua correção é de suma importância para o propósito de ser uma ferramenta de M-Learning. 44 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. 3B SCIENTIFIC. Retroprojetor (230 V, 50/60 Hz). Disponível em: www.3bscientific.com.br/retroprojetor-230-v-5060-hz-1003264-u30150-230,p_816_14267.html. Acesso em 12 de novembro de 2019. 2. ABERNATHY, D. J. Get Ready for M-Learning. Training and Development, v. 55, n. 2, p. 20, 2001. 3. ABNT. NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, p. 256. 2014. 4. ARAÚJO, J. M. Curso de Concreto Armado. Volume 2. 4ª Edição. Editora Dunas. Rio Grande, 2014. 5. CARNEIRO, M. T. Desenvolvimento de aplicativo educacional para dispositivos móveis no ensino de estatística. [Dissertação de Mestrado]. Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Recife, 2016. 6. CECCHETTO, C. T.; RODRIGUES, P. C. Comparação de métodos de cálculo para determinação dos momentos fletores em lajes de concreto armado. GEDECON, v.4, n.1, p.1-18, 2016. 7. DANTAS, A. C.; BORGES, J. G.; OLIVEIRA, P. A.; SATOKATA, A. A.; NASCIMENTO, M. Z.; FARIA, P. R. Desenvolvimento de Aplicativo para Ensino de Biologia Celular e Histologia no Âmbito Universitário através de Dispositivos Móveis. VII Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE). Anais do XXIX Simpósio Brasileiro de Informática na Educação (SBIE), 2018. 8. FOLETTO, I. C. Desenvolvimento de programa computacional para o projeto de lajes maciças de concreto armado. [Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação]. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, 2011. 9. HARRIS, P. Goin’ Mobile. Learning Circuits, ASTD Magazine, All about eLearning, 2001. 10. HIBBELER, R. C. Análise das Estruturas. 8ª Edição. Pearson Education do Brasi, São Paulo, 2013. 11. KEEGAN, D. The future of learning: From eLearning to mLearning. Ericsson, 2002. 12. LAURINDO, A. K. S.; SOUZA, P. H. S. Aplicativos educacionais: Um estudo de caso no desenvolvimento de um aplicativo na plataforma APP Inventor2 para auxílio no ensino de produção textual nas aulas de Português. [Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação]. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Campus Araranguá, Araranguá, 2017. 13. LONGO, L. F. Desenvolvimento de um aplicativo de análise de estruturas reticuladas planas em plataforma Android. [Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação]. Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis, 2015. 14. MARTHA, L. F. FTOOL – Two-Dimensional Frame Analysis Tool. Versão Educacional 3.0 – Versão Lisboa. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), agosto, 2012. 45 15. MEDANHA, A. A.; COSTA, L. L.; BORGES, R. C. Desenvolvimento de um Aplicativo Móvel voltado ao Ensino de Geometria Molecular. Nuevas Ideas en Informática Educativa, TISE, pp. 735-738, 2015. 16. OLIVEIRA NETO, N. R. Desenvolvimento de um aplicativo para ensino de eletrocardiografia para alunos de graduação. [Dissertação de Mestrado Profissional]. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Natal, 2015. 17. MUSSO JUNIOR., F. 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