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A estrutura do pensamento de marx, Resumos de Engenharia Mecânica

Resumo sobre : A ESTRUTURA DO PENSAMENTO DE MARX

Tipologia: Resumos

2012

Compartilhado em 28/09/2012

walisson-henrique-9
walisson-henrique-9 🇧🇷

4.3

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Baixe A estrutura do pensamento de marx e outras Resumos em PDF para Engenharia Mecânica, somente na Docsity! 1 A ESTRUTURA DO PENSAMENTO DE MARX Como sabemos, a satisfação das necessidades constitui a condição sine quanon da história. No entanto, diferentemente dos animais, que para viverem também devem satisfazer suas necessi- dades, os homens constroem meios, (ferramentas, técnicas) que lhes permitem realizar esse fim que, uma vez atingido, modifica a própria natureza. Se por um lado a história não obedece a ne- nhum plano preestabelecido e se dá segundo circunstâncias que são modificadas pelo trabalho humano, este, ao modificar a natureza, modifica o próprio homem. Essa relação dialética homem trabalhador- natureza é designada por Marx com o termo práxis. Assim como Hegel, Marx utiliza o método dialético na construção da sua teoria. Embora não se deva subestimar a importância de Hegel para o pensamento moderno, Marx faz questão de frisar que o seu método dialético é a antítese da dialética hegelina. Isso porque a dialética na sua forma não mistificada, "racional", tal como ele usa, é "critica" e "revolucionária", possibilitando perceber que a realidade é complexa e que não pode ser compreendida, por exemplo, a partir das abstra- ções dos economistas clássicos, os quais cedem à aparência de oposição que existe entre o con- sumo e a produção, os quais na realidade são indissociáveis. Para se opor a Hegel, Marx primeiro usou Feuerbach. Em sua obra, a introdução à critica da filosofia do direito de Hegel nos mostra um Marx Feurbachiano e ainda um "jovem-hegeliano" que usa Hegel "contra" Feuerbach enquanto protesta contra a superação da realidade da sociedade civil pelo Estado hegeliano e escreve: " a crítica do céu transforma-se em crítica da terra, a crítica da religião em crítica da lei e a crítica da teologia em crítica da política". A relação mais próxima entre as idéias de Marx e Hegel referentes à auto-criação do homem através da própria atividade, (a produção material e cultural) e á alienação de si mesmo através da reificação dos próprios produtos por ele produzido, só se manifestou com os escritos de juventude do próprio Hegel, onde ele se baseia nos primeiros economistas (sobretudo Adam Smith) e come- ça a desenvolver a noção de trabalho como a atividade abstrata de um espírito mundano. (3º Ma- nuscrito, pág.167). Em contrapartida, Marx parte com a filosofia já bem desenvolvida e elaborada por Hegel e re- torna ás descrições empíricas do trabalho industrial e inseriu na sua concepção do homem as i- déias éticas dos materialistas franceses do século XVIII, até então, estranhas ao pensamento de Hegel. O desentendimento se produziu por causa da religião, onde Marx viu nela “a felicidade ilusória dos homens" e na abolição da religião a existência da felicidade real. Foi também, a partir da crítica da religião que Marx, na qual o homem possa pensar atuar e procurar a sua realidade como tal e gira ao redor de si mesmo, não sendo egoísta, mas, um homem livre que deve a si mesmo a pró- pria existência, podendo se relacionar autenticamente com os outros e com a natureza, não preci- sando de algo estranho para se completar. O homem livre, para Marx, não só é livre de cadeias, é aquele ativo produtivo, ou seja: " se amarmos sem despertar amor em retorno,isto é, se não formos capazes de, pela manifestação de nós próprios como pessoas afetuosas, nos tornamos pessoas amadas, o nosso amor será então impotente e uma desventura". Feuerbach, com efeito, concebeu, a religião como um empreendimento cujos resultados seriam "imediatos", quando ela sé é "mediatamente a luta contra este mundo" e deve então prolongar-se com a crítica deste mundo. Ao invés de nos devolver a "essência humana", ela apenas nos restitui nestes lugares mais concretos que são o Estado e a sociedade. O Estado é realmente para Marx, que nisto se assemelha a Hegel, a verdade da religião. Deste modo, é a crítica do Estado que será a verdade da crítica da religião. Marx substitui deste modo a crítica á filosofia, de maneira que a crítica de Feuerbach se duplica com uma crítica de Hegel e que a crítica do Estado começa pela crítica da filosofia hegeliana do Estado. Segundo Marx, "o homem que trabalha e que cria" (inflexão considerável da essência humana feuerbachiana), substitui neles o espírito hegeliano; o movimento da história é realizado pelo tra- balho humano (herança da dialética do trabalho na Fenomelogia). Voltando á dialética hegeliana de alienação de alienação na forma "humanizada" que lhe atribui Feuerbach, Marx substitui a consciência de si e ao Espírito a concepção feuerbachiana do Homem, mas ele não se limita a 2 "concretização" que o sensualismo representava, referindo-se que o trabalho alienado transforma: "a vida genérica do homem e sua natureza enquanto sua propriedade genérica espiritual, em ser estranho, em meio da sua existência individual, aliena assim, o próprio corpo, sua natureza exter- na, intelectual, a sua vida humana" (Manuscrito pág. 167 ). O homem para Feuerbach é sensível, mas ele possui seus atributos concretos anteriormente à sociedade. Segundo Marx, Os Manuscritos operam, assim, um primeiro deslocamento, em direção à sociedade, e antecipam a 6ª tese de Feuerbach.. Eles operam simultaneamente um segundo deslocamento substituindo a produção, a organização social da reprodução da existência, à dialé- tica hegeliana da objetivação da essência humana. Esse duplo deslocamento pode ser assim resumido: a realidade do trabalho humano é uma realidade social, e esta histórica. A "história natural" do homem é a produção de bens para satis- fazer suas necessidades, como também a produção de sua existência, ou seja, não só a produção de bens para satisfazer as suas necessidades, como também a produção de sua própria essência, que não está mais dada no início, como em Feuerbach, onde a concepção hegeliana da alienação é questionada. Os manuscritos introduzem um corte entre objetivação e alienação, no lugar em que havia uma continuidade em Hegel: pondo um objeto, a consciência de si põe algo de estranho que ela não vai mais poder reconhecer como sendo seu. Este corte entre alienação e objetivação é o fato social - e o fato social é a organização social do trabalho. A partir daí, os Manuscritos fundam a substituição da dialética filosófica da objetivação pela dialética das formações sociais; elas passam do trabalho abstrato para os trabalhadores e para as reações sociais, que adotariam mais tarde o nome de "relações de produção". Um dos conceitos-chaves dos Manuscritos é o conceito hegeliano de cisão do trabalho e do capital, cisão da sociedade e existência dividida do homem separado de sua essência. A argu- mentação se inspira no segundo momento da Lógica de Hegel, o momento da essência oposta á aparência. Marx denuncia como aparência a invocação pela economia política clássica de uma pretensa “essência do trabalho" que deveria ir além das aparências e explicar a realidade da pro- dução. Para ele, ela denota uma reflexão não dialética á qual ele pretende opor uma auto-reflexão, ou "reflexão da reflexão", a fim de passar da divisão para a unidade fundamental da essência e da aparência. Esse momento de reunião é constituído pelo comunismo, que suprime a forma objetiva de cisão - a propriedade privada - mas que ele só pode colocar com trabalho alienado, ou seja, nos quadros de uma organização social determinada do trabalho. Esta organização social particular deve ser abolida por uma intervenção revolucionária. (3º Manuscrito, pág. 171). Os manuscritos retomam então a abordagem da dialética hegeliana. Ela permite uma reconsti- tuição da gênese da alienação capitalista e a afirmação de que o comunismo "é a forma necessária do futuro próximo". ““Mas, se “necessário” quer realmente dizer “dialético” em Marx,” a negação da negação” - comunismo como abolição da propriedade privada e posição de uma nova ordem - continua sendo concebida de forma especulativa. É a dialética hegeliana que permite que se ela- bore sua idéia. O caminho para o Materialismo histórico é, todavia, preparado pela insistência dos Manuscritos em elucidar o "fato" da propriedade privada como fundamento da alienação. Marx crítica precisa- mente a economia política clássica por parar frente a esse "fato" e fazer dele o fundamento. Ora, este fato não é originário, porém atual e histórico; e principalmente, ele não é um fato e sim uma relação. Trata-se em primeiro lugar da relação do homem, parte da natureza, com a natureza, logo, do homem com ele mesmo através da natureza, de sua auto-produção por seu trabalho sobre a natu- reza. “A essência humana da natureza so existe para o homem social (...); é apenas nesse sentido que ela é para o fundamento de sua própria existência humana. É apenas nesse sentido que sua existência natural é para ele sua existência e que a natureza tornou-se para ele o homem. “Assim, a sociedade é a realização da unidade natural do homem com a natureza, a verdadeira ressurreição da natureza, o naturalismo realizado pelo homem e o humanismo realizado da natu- reza” (3º manuscrito, pág.186). Hegel chama de "relação absoluta" esta relação oriunda de uma mesma substância, a realidade
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