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Guias e Dicas
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Alguns dos principais tópicos e assuntos abordados na intepretação bíblica., Resumos de Teologia

Uma síntese simplificada das principais técnicas e chaves de intepretação bíblica no âmbito do estudo de hermenêutica.

Tipologia: Resumos

2017

Compartilhado em 26/04/2023

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Baixe Alguns dos principais tópicos e assuntos abordados na intepretação bíblica. e outras Resumos em PDF para Teologia, somente na Docsity! Prof. Rev. Valdirlei M. Santos 2023 1 Hermenêutica |STNB 1) Conceito E a ciência que estuda os princípios e métodos de interpretação. Aplicada a teologia, e a ciência que interpreta os textos bíblicos e os aplica na vida prática. Em palavras mais simples, interpretar e explicar, esclarecer, traduzir para aplicar. Ha Hermenêutica Jurídica (interpreta leis latu sensu), Filosofia (interpreta textos filosóficos), Cientifica (a da compreensão linguística), Aplicada (interpretação das expressões da vida humana e um ato de compreensão histórica), Fenomenológica (compreensão da existência humana) Cultural (interpretação e recuperação do sentido dos mitos e símbolos de determinada época) e outras, qualquer uma que busque interpretar um texto ou discurso1. • Etimologia: Do G. HERMENEUTES, “intérprete”, de HERMENEUEIN, “interpretar”, considerado um derivado do nome do deus HERMES, divindade da fala e da eloquência, ou o que trazia mensagens. Por isso “Hermenêutica”. • Importância: se ate em um diálogo entre 2 ou + pessoas que vivem na mesma época, falam a mesma língua e moram na mesma cidade há problemas de interpretação, quanto mais entre nós e os escritos bíblicos. 2) As duas ciências que formam a hermenêutica Critica textual ou Baixa Critica: estuda os manuscritos, os livros e cartas bíblicos, procurando encontrar possíveis erros e restaurá-los até o máximo possível. E um trabalho de arqueologia, buscando os textos mais antigos possíveis; comparação de versões de documentos bíblicos; comparações com textos extrabíblicos, para compreensão do contexto etc. • Curiosidade: a Crítica Histórica ou Alta Critica e a que se ocupa de criticar, problematizar o texto e tudo o que ele diz, ou seja, autoria (foi mesmo este autor, que da nome ao livro, que o escreveu?; ex: o livro de Isaias , provavelmente, não foi todo escrito pelo profeta, segundo alguns críticos), idade (ex: livro de Daniel, que supostamente foi escrito depois dos acontecimentos que ele profetiza, ou seja, não se tratava de profecia, mas de história), dentre outros aspectos. Exegese: extrair do texto, interpretar, arrancar para fora do texto o que ele significa. A exegese bíblica e a tentativa de extrair o significado de um texto bíblico. O exegeta, neste caso, precisa conhecer bem os idiomas bíblicos, o contexto histórico, cultural etc. Por isso e tão difícil separar hermenêutica de exegese, porque esta e o que o texto diz e àquela e o que nós pensamos sobre ele e como o aplicamos na prática. Ex: Salmo 130 v.6: Espero pelo Senhor mais do que as sentinelas pela manhã; sim, mais do que as sentinelas esperam pela manhã! Exegese: buscando o texto original hebraico e o contexto percebe-se que os guardas temiam o período noturno porque os inimigos se valiam da escuridão para atacar. Hermenêutica (uma das possíveis aplicações): nosso desejo por Deus e maior que o dos guardas pela segurança trazida da manhã, ou seja, nossa segurança deve estar no Senhor e não no que nossos sentidos podem perceber. [Curiosidade] Eisegese: não faz parte da hermenêutica. Enquanto exegese e extrair, externar, exteriorizar, expor, ou seja, retirar do texto o que ele diz, eisegese e injetar no texto algo que o intérprete quer que esteja ali mas que não faz parte do que foi escrito. E forçar o texto a dizer o que ele não diz. Ex: “’Maldito o homem que confia no homem’ (Jeremias 17:5 parte “a” ), por isso não podemos confiar em ninguém, vivermos isolados, não confessar nada a pastores muito menos a outros irmãos etc”. O texto do próprio versículo da parte da resposta “Maldito o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor”, ou seja, a ênfase não e na confiança em outra pessoa, mas em deixar sua vida como um todo confiada na forca humana e não em Deus. 3) A Bíblia é Cristocêntrica Prof. Rev. Valdirlei M. Santos 2023 2 Hermenêutica |STNB “Cristo é o Mestre, as Escrituras são apenas o servo. A verdadeira prova a submeter todos os Livros é ver se eles operam a vontade de Cristo ou não. Nenhum Livro que não prega Cristo pode ser apostólico, muito embora sejam Pedro ou Paulo seu autor. E nenhum Livro que prega a Cristo pode deixar de ser apostólico, sejam seus autores Judas, Ananias, Pilatos ou Herodes”. Martinho Lutero Apesar de utilizarmos a bíblia, sabemos que não e ela quem salva. Jesus e o Evangelho; suas palavras, ações, sua morte e ressurreição são a nossa fé, não o escrito em si. Ha cristãos no mundo que nunca tiveram o Evangelho de Mateus nas mãos, mas já ouviram e vivem o Evangelho. “Não que sejamos capazes, por nós, de pensar alguma coisa, como de nós mesmos; mas a nossa capacidade vem de Deus, O qual nos fez também capazes de ser ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica”. 2 Coríntios 3: 5,6. Assim, toda a bíblia aponta para Jesus; tudo o que foi dito antes (especialmente) e depois dele, e cumprido n'Ele, e o que não se adequa a Ele e seu Espírito deve ser rejeitado ou compreendido a luz do que Ele ensinou. Não e possível obedecermos ao pé da letra toda a bíblia e permanecermos cristãos. Como podemos, por exemplo, desejar a morte de nossos inimigos ou que seus filhos sejam esmagados contra a rocha (Salmo 137:9), já que o Senhor, pendurado na cruz, pediu ao Pai que perdoasse o povo que o estava assassinando (Lucas 23:34)? Entender o contexto da época do Salmo, a revelação que até então tinha o povo judeu e a que nos temos hoje, com o Espírito de Cristo, e essencial para interpretar e aplicar qualquer parte da bíblia, inclusive no novo testamento. De todo modo, aprendemos sobre Jesus pelo que está escrito nos evangelhos, nos livros de Mateus, Marcos, Lucas e Joao. Jesus mesmo, nada escreveu. Só sabemos sobre Ele em segunda mão, no mínimo – estou-me referindo apenas aos textos bíblicos. Porém, e inegável que a revelação de Cristo se da por uma ação do Espirito, não da leitura. Se dá com novo nascimento (vide Joao 3 e a conversa de Jesus com Nicodemos), não com nova interpretação sobre textos bíblicos. Apesar da verdade contida nesta conclusão, só podemos assim concluir porque e exatamente isto que está escrito na bíblia, nos evangelhos e no restante do Novo Testamento. Em outras palavras, a experiencia e pessoal, real, mas e confirmada ou rejeitada pelos textos que lemos. Se assim não fosse, qualquer pessoa, com qualquer tipo de doutrina, poderia dizer ter sido por Deus visitada e não teríamos qualquer base para examinar seu ensino. Como crer em uma “revelação” de alguém que afirma que sabe o dia e a hora que Jesus retornara ou que alega saber das “coisas inefáveis que Paulo ouviu no terceiro céu”? Apenas interpretando os textos bíblicos que tratam de tais assuntos. 4) A importância do contexto Esdras Costa Bentho, ao explicar a etimologia da palavra: “No latim, cun e preposição do ablativo que denota união, associação ou companhia, e textum significa 'tecido'; por extensão, 'contextura, trama'. Aplicados a documentos escritos, expressa a conexão de pensamento que existe entre diferentes partes para fazer dela um todo coerente”. Ninguém e um ser isolado da época que vive, nem os personagens dos textos bíblicos eram, incluindo Jesus. Por isso, antes de retirar qualquer conclusão apressada sobre uma doutrina ou ate aplicação pessoal, necessitamos entender o contexto que cada texto esta inserido, a inter-relação de circunstancias que acompanham os fatos, historias, recomendações, cartas bíblicos. Ex: Mateus 2: 23 “E chegou, e habitou numa cidade chamada Nazaré, para que se cumprisse o que fora dito pelos profetas: Ele será chamado Nazareno”. Se formos apressados concluímos que existe esta profecia no AT, mas em NENHUM lugar ha tal referência nem a Nazaré nem a algum nazareno. O que fazer? Olhar para o contexto. Mateus, o escritor, e judeu e profundo conhecedor do AT, sendo difícil que ele cometesse um erro crasso como este. Nota-se que quando ele se refere a algum profeta, faz a introdução no singular: “para que se cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta” (Mateus 1.22) ou “Então se cumpriu o que fora dito pelo profeta Jeremias” (Mateus 2.17), o que leva a crer que não esta, em 2:23, referindo-se a fala especifica de algum profeta, mas ao ensino geral sobre o Messias no AT. São apontadas 3 soluções: Prof. Rev. Valdirlei M. Santos 2023 5 Hermenêutica |STNB 5) A importância do entendimento do propósito do escritor de um determinado livro Os livros bíblicos têm um assunto principal, um proposito que o escritor quer passar. Ha muitos tipos de texto (poético, profético, cartas etc) mas há dois tipos básicos: o narrativo e o discursivo. Textos narrativos são os que descrevem eventos históricos, como a trajetória de uma pessoa ou de parte de sua vida (ex: Ester), de um evento especifico (ex: Neemias, que descreve a saída do povo de Babilônia para a reconstrução da cidade e dos muros de Jerusalém), de um período da história de um povo (ex: Êxodo, que conta a história de Moises, a libertação do povo de Israel e seu caminho no deserto; Atos, que conta a história dos apóstolos e da igreja primitiva, da ascensão de Jesus até a chegada de Paulo a Roma; os 4 evangelhos) etc. Tais livros ensinam princípios, mandamentos ou outros assuntos, mas no decorrer da narrativa. O assunto principal do livro se desenvolve enquanto a história e contada, e saber o propósito de cada autor ajuda muito na compreensão do livro, dos trechos, dos assuntos etc. São perguntas importantes a se fazer em textos deste tipo: a) quem e (são) o principal(is) personagem(ns)? b) qual o assunto principal (história de amor, conflito, viagem, crise local)? c)onde ocorre esta história? d)quando ocorre esta história? Tomemos o livro de Juízes: a) principais personagens: os juízes, que eram líderes militares ou civis que libertavam o povo de Israel de seus opressores; b) assuntos principais: a falta de liderança (depois da morte de Josué), idolatria, apostasia, opressão de povos estrangeiros e libertação de Deus através dos juízes. c) Onde: terra de Canaã ainda não totalmente conquistada d) quando: entre a morte de Josué e a instituição da monarquia, com Saul, no período de 1380 a 1050 a.C., aproximadamente. Textos discursivos são os que tratam de assuntos, temas, mais que de ação. Podem trazer doutrina (ex: as cartas de Paulo, Pedro, Joao), poesia/sabedoria (ex: Cânticos, Provérbios, Eclesiastes), instruções (ex: Filemom), profecia (ex: Apocalipse, Isaias) etc. Eventualmente uma história pode ser narrada, mas dentro do tema desejado pelo autor. Algumas perguntas importantes: a) quem escreveu? b) por que escreveu? c) como as ideias são relatadas? d) quais ordens, conselhos, ensinamentos estão sendo passados pelo autor? Tomemos como exemplo a carta de 1a Coríntios: a) quem: Paulo b) por quê: para tratar problemas doutrinários e práticos da comunidade de fé deixada em Corinto c) como as ideias são relatadas: Paulo trata dos assuntos que lhe chegaram, noticiados por alguns de seus discípulos, e passa a ensinar e corrigir a igreja a partir destes problemas d) ordens e conselhos: exortação a unidade, prática do amor, ordem no culto, utilização dos dons na comunidade, tratamento de pecados sexuais etc. Por todo o visto, saber o propósito do autor e mais relevante em textos discursivos, mas mesmo nos narrativos, ha um motivo maior para o livro especifico a ser estudado. 6) A importância dos auxílios externos Como já dissemos exaustivas vezes, o texto se desenvolve em um contexto. Ha uma serie de traços que nao estao no texto, literalmente – ou que não estao acessíveis a nós imediata e cotidianamente – Prof. Rev. Valdirlei M. Santos 2023 6 Hermenêutica |STNB que ajudam muito na interpretação bíblica. São os chamados auxílios externos: tudo o que não está no texto em que lemos mas que constrói seu significado. Vejamos alguns. 6.1 – As línguas originais A bíblia foi escrita em 3 idiomas: hebraico e aramaico no AT e grego no NT, por aproximadamente quarenta escritores, em um período de 1600 anos. Não raras vezes precisamos ir ao idioma original para entender melhor o que o autor quis dizer, sem deixar de lado todas as outras ferramentas exegéticas e hermenêuticas disponíveis. • Hebraico: o hebraico conta com 22 letras, na verdade, 22 consoantes. Não ha vogais e os atuais sinais vocálicos presentes no hebraico bíblico de hoje foram acrescentados entre 600 e 800 d.C. por estudiosos judeus, os massoretas. A partir do cativeiro da Babilônia a língua hebraica foi muito influenciada pelo aramaico, que crescia e se tornava a língua internacional. Depois o hebraico passou a ser apenas língua litúrgica e culta. No tempo de Cristo o aramaico era a língua corrente falada na Palestina. A partir do fim do século XIX, com o movimento sionista, se fez do hebraico uma língua moderna, escrita e falada, que hoje e a língua oficial do estado de Israel, ao lado do árabe. Ex: Deus era conhecido como “Deus de Abraão, Isaque e Jacó”, ou seja, Deus não tinha nome. O designativo “Elohim” (Gn 1:1) quer dizer “deuses”, ou seja, não e um nome próprio. Só em Êxodo 3:15 aparece o nome YHWH ou YHVW, que e impronunciável por não ter consoantes 13; os massoretas (escribas judeus que se dedicaram a preservar e cuidar das escrituras que atualmente constituem o Antigo Testamento) acrescentaram as vogais, ficando YaHVeH, YeHVaH (Ex 3,15), YeHoViH (Is 50,4), YeHViH (Gn 15,2). • Aramaico: parecido com o hebraico, mas não e um dialeto. A partir de 732 a.C., com a queda da Samaria, o aramaico dominava as províncias do norte do Império Assírio. Quando passou a ser a língua oficial do Império Persa, tomou conta de todo o ambiente bíblico. Depois da conquista de Alexandre Magno (336 - 323 a.C), a língua oficial passou a ser o grego, mas o aramaico estava de tal modo implantado que continuou sendo falado nas regiões anteriormente ocupadas pelos persas. A Bíblia contem poucos textos em aramaico, por isso seu estudo não e priorizado entre os exegetas. Temos um versículo em Genesis (31:47), um em Jeremias (10:11), parte de Daniel (2:4 a 7:28), e dois trechos em Esdras (4:8 a 6:18 e 7:12-26). Existem também estudos que sustentam o aramaico como língua original de Tobias e do Evangelho de Mateus. A língua que Jesus falava no dia-a-dia era o aramaico, mas e provável que tenha estudado hebraico, pois sabia ler os profetas, como mostra o episodio na sinagoga de Nazaré (Lc 4,16- 20). Podia também ter alguma noção do grego, pois era a língua internacional de então. • Grego: em razão do projeto de expansão militar e cultural de Alexandre, "o Grande", o mundo da época foi inundado com o grego "koine" (comum), idioma falado pelo povo do império greco-macedônico, e tinha clareza, qualidade, facilidade de expressão e de comunicação. E a língua dos primeiros cristãos, por isso todos os livros do NT foram escritos em grego (exceto Mateus, provavelmente escrito em hebraico e mais tarde traduzido para o grego), mas não o grego clássico dos filósofos. Ao contrario, era a língua popular do homem comum, que todos podiam entender. O alfabeto grego, derivado do alfabeto fenício, e composto por 24 letras. Nos utilizamos parte delas e ate mesmo a nossa expressão “alfabeto” e composta pelas duas primeiras letras do abecedário grego. 6.2 A Historia Antiga e a Arqueologia Historia e Arqueologia fazem parte do estudo de qualquer texto, bíblico ou não. Servem para situar o tempo, a cultura, a politica que estavam por trás do texto escrito a época. Fazem parte, para nos, da Isagogue Geral (ou Introdução Bíblica), junto com a Geografia Bíblica. Não ha como tecer maiores comentários, mas daremos alguns exemplos que apenas dão uma parca ideia da importância destas matérias para a hermenêutica. Ex de Arqueologia15: “Em 1993, arqueólogos descobriram na região de Tel Dan Prof. Rev. Valdirlei M. Santos 2023 7 Hermenêutica |STNB (norte de Israel) uma estela (pedra) que celebra a vitória do rei de Damasco (capital da Síria) sobre a 'Casa de Davi'”. O artefato – datado para o século VIII a.C. – seria a primeira evidência extrabíblica da existência do rei Davi. Ocorre que o hebraico não possuía vogais, por isso a tradução geralmente não e fácil. Na inscrição aparecem as seguintes consoantes: BYT DVD. Inserindo as vogais podemos lê-la como BeYT DaViD (“Casa de Davi”) ou como BeYT DoD (“Casa do amado”). A expressão “Casa de Davi” seria uma referência a dinastia davidica (como “casa de Jeroboao”, cf. 1Rs 13,34). A expressão “Casa do Amado” seria uma referência a Jerusalém (como “casa do Sol”, cf. Js 15,10)”. Esta referência externa reforça a historicidade do rei Davi. Ex de História Bíblica: “A Bíblia hebraica apresenta os querubins com a função de guardiões (Gn 3:24; Ez 28:16) e montaria de Jave (Sl 18:10). Dotados de asas e corpo de animais, tem aparência semelhante aos lamassus assírios/persas e esfinges egípcias (Ez 1;10). Na iconografia do Antigo Oriente Próximo aparecem ilustrando tronos de reis/divindades. Isso explica a formula: “Javé se assenta sobre os querubins” (2Sm 6:2). Não eram vistos como “anjos” (mensageiros celestes), mas como guardiões. Não eram percebidos como meninos peladinhos e gordinhos alados (como na iconografia renascentista), mas seres com aparência imponente, intimidadora”. Esta referência corrige a ideia que temos ao ler “anjo” na bíblia. 6.3 A geografia da Palestina na época da escritura da Bíblia Geografia Bíblica e a parte da Geografia Geral que estuda as terras e os povos bíblicos e conduz a História Bíblica. Conhecer o “chão” sobre o qual os povos se assentaram nos da visão mais ampla, expandindo nossa compreensão do texto. O texto bíblico faz menção a vários aspectos geográficos, tais como montes, rios, planícies, montanhas, vegetação, que trazem informações a respeito da narrativa que está se desenvolvendo. Se a narrativa destaca um ponto físico, cidade, rio, monte, vale e etc, em particular, e porque esses elementos são de muita importância para compreender aquele texto. Isso nos mostra que o completo entendimento daquela história bíblica só e atingido quando estudamos as relações de todos esses aspectos em conjunto. Na maioria das bíblias de estudo encontramos alguns mapas e descrições sobre como era a geografia de alguma época especifica sobre o livro que estamos lendo. Nossa disciplina não e sobre Geografia Bíblica, mas daremos alguns exemplos de como esta matéria influencia na compreensão do texto: Ex: Deuteronômio 11:10-1218. Este texto trata da diferença entre a terra do Egito e a de Israel. O Egito tem geografia plana (como o Rio Grande do Sul) e toda a sua cultura de alimentos se desenvolveu as margens do rio Nilo, que com suas inundações deixava o solo pronto para o plantio e adubado para a agricultura. A terra de Israel tem relevo acidentado, com vales e montanhas, mais parecido, nesse sentido, com o Rio de Janeiro. E o texto usa uma figura de linguagem, “da chuva dos céus bebera as águas”, para se referir que lá a agricultura depende da chuva; e que por isso, depende de dos céus, depende de Deus. Ex: Êxodo 16:35. Entre o Egito e Israel ha cerca de 500km – alguns dizem 430km, a distância entre Rio e São Paulo – a depender da escolha da rota, e obviamente não justificam 40 anos de caminhada. Com certeza as caravanas daquele período faziam esse trajeto em cerca de 1 mês. Há algo a considerar na narração bíblica para além de uma simples viagem do Egito para a Terra Prometida. Ha várias respostas: as guerras pelo caminho, os constantes acampamentos no deserto, a complicada movimentação de 3 milhões de pessoas e, principalmente, o pecado do povo, o que fez Deus retardar a chegada para esperar que a geração que saiu do Egito morresse e entrasse apenas os filhos, com exceção de Josué e Calebe. Hoje e possível fazer a travessia Jerusalém-Cairo em 12 dias a pé (450km em 6 horas por dia, a 6km/h cada dia perfazendo 36km percorridos), apesar de ser uma aventura complicada (deserto, calor, conflitos na região etc). 6.4 - As muitas versões da Bíblia As versões são necessárias porque a língua e dinâmica, inclusive a nossa. Joao Ferreira de Almeida, tradutor mais conhecido e preferido dos cristãos brasileiros, fez sua primeira tradução com 16 Prof. Rev. Valdirlei M. Santos 2023 10 Hermenêutica |STNB extraordinários de Deus na história, por isso hoje temos acesso a mais conhecimento, além de ter o todo da bíblia para comparar e estudar. 7.2.2 – A revelação de Deus é progressiva A medida que a história da humanidade avança, também avança o que Deus decide revelar sobre si mesmo aos homens. Não e possível permanecer em Deus se permanecemos agarrados aos literalismos da história, porque o próprio Deus não está amarrado a eles. Deus não se da a conhecer de uma vez a todos os homens, de maneira total, completa. A pista que Paulo da ocorre em 1 Co 13: 9, 10 e 12: Porque, em parte, conhecemos, e em parte profetizamos; Mas, quando vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado… Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Se olharmos para a lei de Deus do AT vemos como se trata, por exemplo, o adultero. Lv 20:10 diz que devem ser apedrejados o adultero e a adultera. Jesus, ao se deparar com a mulher adultera – curiosamente o homem não foi encontrado – não a apedreja e ainda lança sobre os acusadores o peso de suas próprias acusações. O que e isso se não a revelação de Deus sobre a profundidade de todo o pecado humano e seu consequente apedrejamento? Jesus não disse que ela não merecia o apedrejamento; ela merecia. Ele apenas mostrou que todos, absolutamente todos, tropeçavam em algum ponto da lei, e quem quisesse ser defensor da lei, que o fosse para os outros e para si mesmo. Por isso, Jesus foi o “apedrejado” em lugar de todo o pecador que n'Ele crê. 7.2.3 - A Bíblia contém ciência mas não é um livro científico; contém história, mas não é um livro histórico; contém geografia, mas não é um livro geográfico Há erros na bíblia. Contradições. Heresia? Não. A questão e que nossa visão do que é erro não é a visão do que para o escritor bíblico o era. Um bom exemplo e como enxergamos a narrativa da criação do homem e sua queda. Alguns sustentam ser literal, outros apenas linguagem figurada (afinal, há uma cobra falante na história, correto?). Outros detalhes ficam perdidos no pós-diluvio. Alguns teólogos dizem que o diluvio não foi universal, ou que não exterminou todos os homens. Ainda assim, a ideia central não e perdida: Deus trouxe um juízo suficientemente universal para parar a impiedade dos homens na terra durante aquele tempo. Como descrever a mulher de Caim? Era uma de suas irmãs ou uma mulher da raça pré-adâmica? Em qualquer resposta, o hermeneuta deve buscar ser honesto e não ter medo das respostas que obtém, sempre tendo em conta que tais aspectos não são essenciais, mas podem ajudar na compreensão do texto. Muitas vezes ha imprecisões históricas, cientificas ou geográficas, e a medida que os estudos avançam, podemos compreender um pouco melhor o universo “distante” do texto bíblico. 7.2.4 - O objetivo de Deus ao inspirar e revelar a palavra escrita (Bíblia) foi se revelar ao homem A bíblia, apesar do livro maravilhoso que e, não tem a proposta de provar a existência de Deus de forma cientifica. A ciência só pode provar aquilo que e observável, que mediante repetições em ambiente controlado se mostra plausivelmente razoável como existente. A revelação de Deus ao homem e algo – sempre – sobrenatural, e a medida que o conhecemos sentimos o desejo e ate necessidade de entender como Ele se revelou a outros homens na historia. A bíblia e a historia de Deus com o homem, não a prova de sua existência. 8) As duas “linguagens” em que a Bíblia foi escrita Qualquer texto tem duas linguagens básicas, a literal e a figurada. Literal é a que usa o sentido mais básico, usual e direto de uma palavra. Quando uma palavra ou enunciado se apresenta em seu sentido usual, adquire valor denotativo, que é o significado encontrado no dicionário. Ex: Devorei um hambúrguer. Prof. Rev. Valdirlei M. Santos 2023 11 Hermenêutica |STNB Figurada é a linguagem que usa sentidos particulares, dependentes da cultura, ampliando suas ideias para além do usual. É a linguagem em seu valor conotativo. Ex: devorei um livro. Na bíblia temos os dois tipos, e na maioria das vezes não há referência se a linguagem utilizada é literal ou figurada, dependendo o texto da interpretação que se dá. Um bom exemplo é o Milênio: alguns acham que é literal – os pré-milenistas creem em um reino terreno de Cristo por mil anos literais – e outros, como eu, acreditam se tratar de linguagem figurada, o reino de Cristo por toda a era da igreja no coração das pessoas – posição amilenista. Uma situação rara de explicação, em Mt 16: 1 a 12 23, mostra Jesus falando com os discípulos sobre o tipo de linguagem que utilizara, dizendo que não falava literalmente de fermento, de comida, mas dos fariseus, usando o fermento como metáfora para o ensino deste grupo. Neste sentido, temos que ter atenção ao que é o signo linguístico, elemento que apresenta dois aspectos, o significante e o significado24. Significante é a sequência de sons que se ouve. Se ouvimos o som “casa”, o som em si é o significante. O sentido que atribuímos ao ouvir o significante é o significado. Em “casa” podemos pensar em imóvel construído de alvenaria, ou descendência (“casa de Davi”), ou templo (“casa de Deus”). Um significante idêntico pode ter significados totalmente diferentes a depender da região, época, idioma. Ex: “embaraçada” pode significar “constrangida” em português, mas em espanhol é “grávida”. Veremos a seguir como é importante nos darmos conta dos signos linguísticos em cada situação, através do estudo das figuras de linguagem. 9) Figuras de linguagens Para que entendamos o significado de uma palavra ou frase, temos de levar em conta o contexto literário, ou seja, o sentido que as pessoas da época do texto davam àquela expressão. Não é raro que, com o passar do tempo, o mesmo significante assuma significados distintos. Bom exemplo é “coração”, que em nossa cultura está ligado a sentimentos, enquanto na bíblia quer dizer todas as “fontes da vida”, ou seja, além de sentimentos os pensamentos, os desejos, as crenças. Davi era “segundo o coração de Deus” não apenas porque “sentia” o que Deus sentia, mas porque pensava de acordo com a mente de Deus para o seu tempo e inclinava sua vida em adoração a Jeová. Apesar de sentir tristeza pela morte de seu filho, fruto de um adultério com Bate-Seba, seu coração estava inclinado a adorar a Deus, contrariamente a seus sentimentos. Vejamos algumas – não todas – figuras de linguagem e recursos literários encontrados na bíblia. 9.1) Metáfora: uso de uma palavra ou expressão com o sentido de outra com a qual é possível estabelecer uma relação de analogia. Mais uma vez é preciso conhecer a cultura da época para que se entenda o real significado. Chamar alguém de “burro” ou “jumento” em nossa cultura é ofensa à intelectualidade, mas em Gênesis 49, quando Jacó vai abençoar seus filhos, Issacar é chamado de “jumento de fortes ossos” (analogia com a força e determinação - "Issacar é um jumento forte, deitado entre as suas cargas. Gênesis 49:14), Naftali de “gazela solta” (analogia com velocidade e liberdade - "Naftali é uma gazela solta, que por isso faz festa. Gênesis 49:21) e Dã de “serpente junto ao caminho” (analogia com perspicácia e estratégia diante dos inimigos - Dã será uma serpente à beira da estrada, uma víbora à margem do caminho, que morde o calcanhar do cavalo e faz cair de costas o seu cavaleiro. Gênesis 49:17) etc. 9.2) Metonímia: substituição de uma palavra por outra, quando há relação de contiguidade, ou seja, proximidade de sentido entre elas. É a substituição de palavras que guardam uma relação de sentido entre si. A palavra “gordura” estava intimamente ligada às emoções, porque é nas entranhas que há gordura, além de ser a parte mais saborosa do sacrifício, que era comido pelo ofertante e/ou pelo sacerdote, a depender do tipo de oferta. A maioria das ofertas veterotestamentárias tinha sangue – representando expiação, preço pela culpa – e gordura – representando celebração, alegria, abundância. O sacrifício pacífico de Lv 3 - que não era oferecido para pagar pecados, mas como gratidão - no verso 3 demonstra que os sentimentos, a paixão do ofertante era simbolizada pelas entranhas, as vísceras que continham a gordura. Por isso “gordura” é uma metonímia – palavra substituta - para “sentimentos”, “alegria”, “abundância” etc. Prof. Rev. Valdirlei M. Santos 2023 12 Hermenêutica |STNB Ex: Quão preciosa é, ó Deus, a tua benignidade, pelo que os filhos dos homens se abrigam à sombra das tuas asas. Eles se fartarão da gordura da tua casa, e os farás beber da corrente das tuas delícias Salmos 36:7,8. 9.2.1) Sinédoque: tipo especial de metonímia baseada na relação quantitativa entre o significado original da palavra us. e o conteúdo ou referente mentado; os casos mais comuns são: parte pelo todo: braços para a lavoura por 'homens, trabalhadores'; gênero pela espécie ou vice-versa: a sociedade por 'a alta sociedade', a maldade do homem por 'da espécie humana'; singular pelo plural ou vice-versa: é preciso pensar na criança por 'nas crianças'. Sendo assim, podemos dizer que a Sinédoque é uma figura de inclusão em que ocorre substituição da parte pelo todo, ou vice-versa. Em exemplos práticos, é o que acontece com: chaminé pela fábrica, o telhado pela casa, o singular pelo plural, a substância pelo produto, a nação pelo governo, o gênero pela espécie. 9.2.2) Epifania e Teofania: Epifania: significa aparição ou manifestação de algo, normalmente relacionado com o contexto espiritual e divino. Do ponto de vista filosófico, a epifania significa uma sensação profunda de realização, no sentido de compreender a essência das coisas. Ou seja, a sensação de considerar algo como solucionado, esclarecido ou completo. Ex. Bíblico: Episódio dos Reis Magos, como ocasião da primeira manifestação de Cristo aos gentios. Teofania: Aparição ou revelação da divindade; é a manifestação de Deus que é tangível aos sentidos humanos. Em seu sentido mais restritivo, é uma aparência visível de Deus no período do Antigo Testamento, muitas vezes, mas nem sempre, em forma humana. Alguns poderiam também incluir neste Cristofanias (aparências do Cristo antes da Encarnação) e angelofanias (aparições de anjos). Nesta última categoria, encontram-se as aparições do Anjo do Senhor, que alguns acreditam ser Cristofanias, raciocínio engendrado pelo fato de que o anjo do Senhor fala por Deus na primeira pessoa (Gn 16:10) e do humano, muitas vezes dirigindo atributos a experiência com Deus diretamente (Gn 16:13), assim o anjo deve ser o senhor ou o Cristo pré-encarnado. No entanto, embora o anjo seja claramente identificado com o Senhor, ele distingue-se dele (ele é chamado de “anjo”, que significa “mensageiro” padrões semelhantes de identificação e distinção pode ser visto em Gênesis 19:1, 21; 31:11, 13; Êxodo 3:2, 4; juízes 2:1-5; 6:11-12, 14; 13:03, 6, 8-11, 13, 15-17, 20-23; Zc 3:1-6 ; 12:8). No mundo antigo oriental, mensageiro de um rei falava em nome do rei. Qualquer insulto a ele era interpretado como um insulto ao próprio rei (cf. O tratamento de Hanu da embaixada de Davi, 2 Sm 10:1-4; 1 Crônicas 19:2-6). Não parece, portanto, haver necessidade de postular uma teofania para o anjo do Senhor. Em Josué 5:13-6:05, a narrativa da conquista é interrompida pelo aparecimento abrupto de um ser que se autodenomina o “comandante do exército do Senhor” (5:14). Para interpretar este evento como um encontro com Deus ou com Cristo preincarnado é forçar o texto. Anjos foram enviados em missões deste tipo (Juízes 6:11; 13:3), e alguns foram identificados como chefes de exércitos celestiais (Dan 10:5, 20; 12:1). Embora não haja Cristofanias indiscutível no Antigo Testamento, cada teofania em que Deus assume forma humana prenuncia a encarnação, tanto em matéria de graça e de julgamento. 9.3) Hebraísmos: São figuras de linguagem próprias da cultura semítica antiga, muitas vezes sem correspondência com a nossa cultura. Não é possível olhar para o texto e saber, a priori, o que o escritor quer dizer, sendo necessário estudo diligente para adentrar a cultura da época. Nesse ponto, não adianta fazer um estudo da língua, porque as palavras, ainda que traduzidas, assumem diferentes significados a depender do contexto. Vejamos alguns tipos de hebraísmos. 9.3.1 – Hebraísmo de Posse ou Poder: Prof. Rev. Valdirlei M. Santos 2023 15 Hermenêutica |STNB Cedro, força perpetuidade. (Salmo 104:16.) Cegueira, incredulidade. (Rom. 11:25.) Céu e terra, usa-se esta expressão num triplo sentido: 1° - invisível e moral; 2° - visível e literal; 3° - político. Usando-se em sentido político, céu simboliza os regentes, terra o povo, os dois juntos formando um reino ou um estado. (Isa. 51:15, 16; 65:17; Jer. 4:23, 24; Mat. 24:29.) Cair do céu é perder a dignidade ou autoridade; céu aberto indica uma nova ordem no mundo político; uma porta aberta no céu indica o princípio de um novo governo. (Hab. 2:6-22.) O sol, a lua e as estrelas 94 Hermenêutica simbolizam as autoridades superiores e secundárias. (Isa. 24:21,23; Joel 2:10; Apoc. 12:1.) Chave, símbolo de autoridade, do direito de abrir e fechar. (Isa. 22:22; Apoc.1.18; 3:7; 20:1.) Chuva, influência divina (Tiago 5:7.) Cinturão, apertado, pronto para o serviço; frouxo, repouso. Cinzas, tristeza, arrependimento. (Jó 42:6; Dan. 9:3.) Cobre, (metal, bronze), símbolo de endurecimento. (Isa. 48:4; Jer. 6:28); também de força e firmeza. (Salmo 107:16.) Comer, símbolo da meditação e participação da verdade. (Isa. 55:1, 21); símbolo também dos resultados de conduta observada no passado. (Ezeq. 18:2); símbolo ainda da destruição da felicidade ou propriedade de alguma pessoa. (Apoc. 17:16; Salmo 27:2.) Cores, preto, símbolo de angústia e aflição (Jó 30:30; Apoc. 6:5-12); amarelado, símbolo de enfermidade mortal (Apoc. 6:8); vermelho, de derramamento de sangue ou de vitória (Zac. 6:2; Apoc. 12:3), ou do que não se pode apagar (Isa. 1:18); branco, de formosura e santidade (Ecl. 9:8; Apoc. 3:4); branco e resplandecente era a cor real e sacerdotal entre os judeus, como a púrpura entre os ramons. Corno, símbolo de poder. (Deut. 33:17; 1 Reis 22:11; Miq. 4:13); símbolo também de dignidade real (Dan 8:9; Apoc. 13.1.) Os cornos do altar constituíam um refúgio seguro. (Êxodo 21:14.) Coroa (diadema), símbolo de autoridade conferida (Lev. 8:9) também de autoridade imperial e de vitória. (Apoc. 19:12.) Crisólito, glória manifesta. Crisópraso, paz que sobrepuja todo entendimento. (Apoc. 21:20.) Crocodilo ou dragão, símbolo do Egito, e em geral de todo poder anticristão. (Isa. 27:1; 51:9; Ezeq. 29:3; Apoc. 12:3; 13:1.) Cruz, sacrifício. (Col. 2:14.) Dez, simboliza a plenitude, ou completo. (Mateus 18:24.) Egito, símbolo de um poder orgulhoso e perseguidor, como Roma. (Apoc. 11:8.) 95 Hermenêutica Prof. Rev. Valdirlei M. Santos 2023 16 Hermenêutica |STNB Embriaguez, símbolo da loucura do pecado (Jer. 51:7); e da estupidez produzida pelos juízos divinos. (Isa. 29:9.) Enxofre, símbolo de tormentos. (Jó 18:15; Salmo 9:6; Apoc.14.10; 20:10). Escarlata, sendo cor de sangue, a vida. (Isa. 1:18.) Esmeralda, esperança. Espinhos, abrolhos e roseiras bravas, más influências. Ferro, severidade. (Apoc. 2:27.) Filha, povoação, como se esta fora mãe. Fogo, símbolo da Palavra de Deus (Jer. 23:29; Hab. 3:5); símbolo também de destruição (Isa. 42:25; Zac. 13:9); de purificação (Mal. 3:2); de perseguição (1 Pedro 1:7); de castigo e sofrimento (Mar. 9:44.) Fronte, denota, segundo a inscrição ou sinal que leva, um sacerdote (Lev. 8:9); um servo ou um soldado (Apoc. 22:4). Os servidores dos ídolos levavam igualmente, como hoje, um sinal, um nome ou um numero em sua testa. (Apoc. 13:16). Fruto, manifestações das atividades da vida. (Mateus 7:16.) Harpa, símbolo de gozo e de louvor (Salmo 49:4; 33:2; II Crôn. 20:28; Isaías 30:32; Apoc.14:1,2). Hissopo, purificação. (Salmo 51:7.) Incenso, símbolo de oração (queimava-se. com fogo tomado do altar dos perfumes). (Salmo 141:2; Apoc. 8:4; Mal. 1:11.) Jacinto e Ametista, promessas de glórias futuras. Jaspe, paixão, sofrimento. Lâmpada (candelabro, símbolo de luz, gozo, verdade e governo) (Apoc. 2:5). Em 1 Reis11:36, indica-se com a existência da "lâmpada sempre", que a Davi nunca faltará sucessor. (Salmo 132:17.) Leão, símbolo de um poder enérgico e dominador. (2 Reis 23:33; Am6s 3:8; Dan. 7:.4; Apoc. 5:5.) Leopardo (tigre), símbolo de um inimigo cruel e enganoso. (Apoc. 13:2; Daniel 7:6; Isa. 11:6; Jer. 5:6; Hab, 1:8.) Lepra, pecado asqueroso. (Isa, 1:6.) Lírio, formosura, pureza. 96 Hermenêutica Livro, o livro do testemunho entregue ao rei simbolizava a inauguração do reino (2 Reis, 11:2); um livro escrito por dentro e por fora, símbolo de uma longa série de acontecimentos; um livro selado, símbolo de segredos; comer um livro, símbolo de um estudo sério e profundo (Jer. 15:16; Apoc. 10:9); o livro de vida, memória em que estão os redimidos (Esd. 2:62; Apoc. 3:5); um livro aberto, símbolo do princípio de um juízo. (Apoc. 20:12.) Luz, conhecimento, gozo. (João 12:35.) Macho caprino (bode), símbolo dos reis macedônios, especialmente de Alexandre (Dan. 8:5-7). Mãe, símbolo do produtor de alguma coisa (Apoc. 17:5, como por Prof. Rev. Valdirlei M. Santos 2023 17 Hermenêutica |STNB exemplo, de uma cidade cujos habitantes se chamam seus filhos (2 Sam. 20:19; Isa. 49:23); de uma cidade central, cujos povoados satélites se consideram suas filhas (Isa. 50:1; Os. 2:2,5); símbolo também da Igreja do Novo Testamento. (Gil. 4:26.) Maná, símbolo de alimento espiritual e imortal. (Apoc. 2:17; vejase Êxodo 16:33,34.) Mãos, símbolo de atividade. Dai mãos limpas, mãos cheias de sangue indicam feitos correspondentes, puros ou sangrentos. (1 Tim. 2:8; Isa. 1:15.) Lavar as mãos, significa expiação de culpa ou protesto de inocência de culpa. (1 Cor. 6:11; 1 Tim. 2:8.) Mão direita, símbolo de posto de honra. (Mar. 16:19.) Dar as destras, símbolo de participação de direitos e bênçãos. (Gál. 2:9.) Dar a mão, equivale a render-se. (Salmo 68:31; 2 Crôn. 30:8.) Levantar a destra, era sinal de juramento. (Gên. 14:22; Dan. 12:17.) Marcas nas mãos, símbolo de servidão e idolatria. (Zac. 13:6.) As mãos postas sobre a cabeça de alguém, símbolo de submissão de bênção, de autoridade ou de culpa. (Gên 48:14-20; Dan. 10:10.) Mãos de Deus, postas sobre um profeta, indica influência espiritual (1 Reis 18:46; Ezeq. 1:3; 3:22); o dedo indica influência menor; o braço, influência maior. Medir (partir, dividir), símbolo de conquista e possessão. (Isa. 53.12; Zac. 2:2; Am6s 7:17.) 97 Hermenêutica Montanha, símbolo de grandeza e estabilidade. (Isa. 2:2; Dan. 2:35.) Morte, separação, separação de Deus, insensibilidade espiritual. (Gál. 3:3; Rom. 5:6; Mat. 8:22; Apoc. 3:1.) Olhos, símbolo de conhecimento, também de glória, de fidelidade (Zac. 4:10), e de governo. (Núm. 10:31.) Olho maligno significa inveja. Olho bom, liberalidade e misericórdia. Ouro, realeza e poder. (Gên. 41:42.) Palmeira, palmas, realeza, vitória, prosperidade. Pão, pão da vida, Cristo; alimento; meio de subsistência espiritual. (João 6:35.) Pedras preciosas, símbolo de magnificência e formosura. (Apoc. 4:3, 21; Êxodo 28:17; Ezeq. 28:13.) Peixes, símbolo de governadores das gentes. (Ezeq. 29:4, 5; Hab. 1:14.) Pó, fragilidade do homem. (Ecles. 3:20; Jó 30:19.) Pomba, influência suave e benigna do Espírito de Deus. (Mat. 3:16.) Porco, impureza e gula. (Mat. 7:6.) Porta, sede do poder; poder (João 10:9.) Primogênitos, estes tinham autoridade sobre seus irmãos menores; eram os sacerdotes da família, e consagrando-se a Deus, santificavam
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