Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Análise do Comportamento e Neurociências - Em Busca de uma Possível Síntese, Teses (TCC) de Psicologia

Trabalho objetivado em delinear uma proposta possível de síntese entre a análise do comportamento e as neurociências, à partir do exame de seus fundamentos teórico filosóficos. O primeiro passo da pesquisa consistiu em analisar o posicionamento de B.F. Skinner acerca das explicações fisiológicas do comportamento.

Tipologia: Teses (TCC)

2020

Compartilhado em 14/05/2020

thiagotenorio
thiagotenorio 🇧🇷

4.5

(2)

1 documento

1 / 381

Toggle sidebar

Documentos relacionados


Pré-visualização parcial do texto

Baixe Análise do Comportamento e Neurociências - Em Busca de uma Possível Síntese e outras Teses (TCC) em PDF para Psicologia, somente na Docsity! UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO INSTITUTO DE PSICOLOGIA DIEGO ZILIO ALVES Análise do comportamento e neurociências: em busca de uma possível síntese São Paulo 2013 DIEGO ZILIO ALVES Análise do comportamento e neurociências: em busca de uma possível síntese” Tese apresentada ao Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Doutor em Psicologia. Área de concentração: Psicologia Experimental. Orientadora: Prof". Dr”. Maria Helena Leite Hunziker. Coorientador: Prof. Dr. Kester Carrara. (Versão Original) São Paulo 2013 “ Trabalho financiado pela FAPESP (Processo Nº 2009/18324-1). À Nanda, por tudo. AGRADECIMENTOS À professora Maria Helena Leite Hunziker, ou Tatu, por ter me recebido de braços abertos no LABC; por ter acreditado no projeto de pesquisa e, assim, tornado possível a sua realização no programa de psicologia experimental, por ter me ensinado como “pensar experimentalmente”; e por sua orientação precisa e segura. Ao professor Kester Carrara, por mais uma vez ter me acompanhado (agora na condição de cadêmica. E, como disse em outra oc: coorientador) durante a minha trajetória me ensinado o que é o behaviorismo radical. Ao professor Jack Marr, por me fazer sentir em casa durante o período de estágio na Gatech; por nossas conversas sobre filosofia e análise do comportamento, que foram fundamentais para o desenvolvimento de grande parte das ideias expostas neste trabalho. Aos professores João Teixeira, José Lino Bueno, Júlio de Rose e Marcus Bentes de Carvalho Neto, por terem feito parte das bancas de qualificação e/ou defesa. Sinto-me honrado por ter o trabalho avaliado por eles. Aos membros do LABC: Amilcar, Angélica, Bia, Bruno, Carol, Flávio, Lourenço, Luana, Marcos, Mariana S., Mariana C., Pedro, Tatiany e Tauane, por formarem um dos grupos mais estimulantes de discussão e pesquisa do qual já tive o prazer e a sorte de fazer parte, e por seus comentários sobre versões prévias deste trabalho. Ao Lourenço, pela sua leitura cuidadosa e considerações pertinentes sobre o texto e as ideias desenvolvidas nele. À Angélica, por ter me mostrado como funciona um laboratório de neurociências. E ao professor Luiz Giorgetti de Britto, por ter aberto as portas de seu laboratório para que eu aprendesse técnicas de pesquisa em neurociências celular e molecular. Aos funcionários do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Experimental do IP-USP e da Biblioteca Dante Moreira Leite. Especialmente à Sonia, por ter ajudado prontamente com minhas dúvidas e auxiliado nos trâmites formais ao longo da minha passagem como aluno de pós-graduação. À minha família, seja Zilio, Alves ou Pellegrini: cada um à sua maneira, todos contribuíram para a realização do trabalho. Aos meus pais, Adauto e Sandra, e ao meu irmão, Pedro, por terem me encorajado em cada opção que fiz, desde a escolha pelo curso de graduação em Psicologia, passando pela decisão de continuar os estudos no mestrado em Filosofia, até a escolha que me levou à USP e à São Paulo. Por ser quem vocês são. À Nanda, por ter apoiado minhas escolhas, ainda que isso significasse ficarmos distantes um do outro; por ter me acompanhado nessa trajetória desde quando éramos alunos de graduação; por ter me ajudado com as revisões e correções do texto; e, mais uma vez, pela paciência. À FAPESP -— Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, pela concessão da bolsa de doutorado e pelo apoio financeiro que tornou viável a realização desta pesquisa (Processo Nº 2009/18324-1). ABSTRACT Zilio, D. (2013). Behavior analysis and neuroscience: in search of a possible synthesis. Tese de Doutorado, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. The aim of this work was to propose a possible synthesis between behavior analysis and neuroscience through the exam of its theoretical and philosophical foundations. To do so, we started by providing answers to the following questions regarding Skinner's ideas about neuroscience: (a) What arguments did Skinner present in order to justify the independence of behavior analysis from physiology? (b) What were his criticisms against physiological explanations of behavior? (c) Who were the main targets of Skinner's criticism? (d) What was for him the real function of neuroscience in the explanation of behavior? We proceeded then to the analysis of neuroscience”s theoretical and philosophical foundations. This analysis was based upon two main metatheories associated to the field: the cognitive metatheory, related to cognitive neuroscience, and the mechanistic metatheory, related to cellular and molecular neuroscience. We concluded that while cognitive metatheory is incompatible with behavior analysis, there are relevant similarities between the mechanistic thinking and radical behaviorism. The final chapter was dedicated to the discussion of some topics related to this matter, among which were the similarities between radical behaviorism and mechanistic metatheory; the integrative and decentralized approach called “behavioral system”; Skinner's operationism and the meaning of psychological terms; and the very importance of the synthesis between behavior analysis and neuroscience to the explanation of behavior. Key words: Behavior analysis. Neuroscience. Radical behaviorism. Skinner. Philosophy of science. Mechanism. Mechanistic philosophy. Sumário Considerações iniciais..................... tt. sie teserereeeeereeeeneerrereeree roer eereneeereereneersers 01 Método: levantamento bibliográfico e análise... A. Seleção da bibliografia de Skinner... .. 08 08 B. Análise dos textos de Skinner selecionados: primeira parte... 16 C. Análise dos textos de Skinner selecionados: segunda parte.... 21 D. Seleção de textos sobre análise do comportamento e neurociências........... 22 E. A função das obras selecionadas... eeeeerereereeseeerererererea 31 F. Seleção de obras que tratam dos fundamentos das neurociências. ..31 G. Análise das obras que tratam dos fundamentos das neurociências............ 37 H. Notas sobre a atividade teórico-filosófica.......... ci cseeseeseresemeaeresereaeas 37 Capítulo 1: A declaração de independência da análise do comportamento........ 42 1.1 Objeto de análise... crmemeemereremeremee remo rereeeeremeecemeeeerareeeacerenearerencarereares 43 1.2 Explicação do comportamento... rea rere nene rere rea reraenos 48 1.3 Conceitos e filosofia da ciência.......... eee eeeeaeereaeerereaeeseneerereneereneereneo 61 1.4 Questões práticas... erre ererereaee erre eare care care care eane erra eara cara eareenraeanaa 70 1.5 Resumo.......cetereemereremee remo ererameererames cares earererearescacereacaresencererearerenearerenrereos 72 Capítulo 2: As críticas behavioristas radicais às neurociências............................ 74 2.1 Relacionismo.......seeseereseneereereme meme eeremeereneereremeereremeeremeeremeeererereresere TÍ 2.2 Teoria e explicação do comportamento. 2.3 Mentalismo nas neurociências.......... eee ereeaeeeeeeereseaeesereerereneereneererereremo 97 2.4 RESUMO......irrereeeeeeeeeeeeereeeaearesereees encarece rerearesenrerenearerenrerenearerenrererenserenteres 116 Capítulo 3: Críticas às explicações fisiológicas: os interlocutores de Skinner... 119 31 Pavlov... remeter remeereremererereremeererearaaesceereacarescneneneaesencenenearerentereneas 120 3.2 Sherrington...... eme eneremerereererere rena reraresceceeaeaescaerenearesenrenenearereneereneos 148 3.4 RESUMO... ereemereeeeeereeeaearesereeeseaeerereerereares care renearesenrerenearerenrenerenserenteres 177 Capítulo 4: A função das neurociências na explicação do comportamento......... 180 4.1 O objeto de estudo das neurociências.........m .181 4.2 A função das neurociências...... 198 4.3 A relação entre explicação comportamental e neurofisiológica................ 218 4.4 Resumo... 225 Capítulo 5: As neurociências e suas metateorias.....................semetea 228 5.10 cognitivismo herdado.........cereamesereaeereaeereneereeeereme .. 228 242 5.2 Uma metateoria propriamente neurocientífica. 5.3 A busca por mecanismos... arere eee raerere cera rererereas .. 246 5.4 Explicação e estratégias mecanicistas...........eerereres .. 261 5.5 Conclusão...... 272 Capítulo 6: Reflexões sobre a síntese entre análise do comportamento e neurociências................. ir rs seeeeeaeeereereree aeee rere ee reer ee areereerea eee reste 215 6.1 Mecanicismo e análise do comportamento... .. 276 6.2 O sistema comportamental... cer reremeremeeremerenerereme ..291 6.3 Definição e delimitação do fenômeno...........is remar ..301 6.44A estratégia na prática: dois exemplos........... tes ..310 31 6.4.1 Condicionamento de medo e amígdal 6.4.2 Mecanismos neurofisiológicos e a distinção respondente-operante............ 319 6.5 A síntese é possível, mas seria desejável?......... eee 332 Referências .335 biológica (negar esse fato seria absurdo), mas porque o estudo dessa base biológica não seria relevante para a análise do comportamento (e.g., Baer, 1996; Greenberg, 1983; Greenberg & Lambdin, 2007; Reese, 1996; Starling, 2000). A irrelevância é justificada por diversos motivos: a análise do comportamento não faria parte da biologia, mas sim da psicologia; o caráter pragmático da ciência do comportamento, cujo objetivo é criar condições para a ação efetiva por meio da previsão e controle do seu objeto de estudo, tornaria desnecessário o estudo dos mecanismos fisiológicos relativos ao comportamento; por serem dois níveis distintos de análise, não seria possível a integração de fenômenos fisiológicos às explicações comportamentais; nenhuma lei, tese ou conceito da análise do comportamento seria modificado ou posto à prova por leis, teses ou conceitos neurocientíficos. Isto é, a análise do comportamento e a teoria que nela se fundamenta seriam imunes aos dados das neurociências. Nota-se, a partir dessas breves considerações, que questões teórico-filosóficas — como, por exemplo, o problema do nível de análise, da concepção de explicação e do reducionismo — es bilidade de síntese. ão invariavelmente presentes nas discussões sobre a poss Mesmo existindo literatura significativa sobre a relação entre análise do comportamento e neurociências, há algumas questões que ainda carecem de tratamento mais detalhado. Primeiramente, ainda não existe uma análise aprofundada do posicionamento de Skinner acerca do tema?. Tanto os defensores da síntese, quanto os seus críticos, recorrem a Skinner como principal autoridade no âmbito behaviorista radical, mas, mesmo assim, chegam a conclusões distintas. Devido à sua influência no debate, torna-se imprescindível esclarecer qual seria exatamente a opinião do autor. Em segundo lugar, grande parte dos autores que tratam do assunto não desenvolve uma análise dos fundamentos teórico-filosóficos das neurociências (e.g., Donahoe, 2002; 2 Essa afirmação precisa de esclarecimento. Há, sim, obras que discorrem sobre o posicionamento do autor. Vários exemplos dessas obras serão apresentados na seção D do método. O que falta é uma análise aprofundada, que percorra toda (ou quase toda) a obra do autor em busca de respostas a perguntas pontuais. Por exemplo: Quais seriam as suas críticas às explicações fisiológicas? Em que textos elas aparecem? Quais seriam os interlocutores de Skinner nessas críticas? Quais os argumentos para justificá-las? E assim por diante... 3 Moore, 2002, 2008; Reese, 1996; Schaal, 2003, 2005; Thompson, 2007, 2008; Timberlake, Schaal & Steinmetz, 2005). Esses fundamentos são normalmente ignorados. É como se, desde o princípio, o behaviorismo radical preenchesse esse aspecto do debate, restando às neurociências apenas a tarefa de contribuir com os seus dados empíricos. Finalmente, pouco se fala sobre os possíveis efeitos que a síntese entre análise do comportamento e neurociências poderia acarretar para a filosofia behaviorista radical. Este é, provavelmente, um sintoma do problema anterior. Comumente, a filosofia behaviorista radical parece servir de parâmetro de avaliação das condições da síntese (e.g., Catania, 2000; Moore, 2002, 2008; Reese, 1996; Timberlake, Schaal & Steinmetz, 2005; Tourinho, 1999; Tourinho, Teixeira & Maciel, 2000), permanecendo, assim, insensível às possíveis consequências do próprio processo. Em poucas palavras, a filosofia behaviorista radical parece ditar as regras da síntese, mas sem ser afetada por ela. O presente trabalho pretende tratar dessas questões. Pode-se dizer que este é o seu objetivo secundário. Esperamos que através dessa atividade seja possível estabelecer parâmetros teórico-filosóficos que possam ser compartilhados entre a análise do comportamento e as neurociências. Esses parâmetros, por sua vez, poderão servir de base para o estabelecimento de uma possível síntese entre as áreas. Tendo em vista os nossos objetivos, o presente trabalho inicia-se com quatro capítulos que têm como foco principal o posicionamento de Skinner sobre divers spectos da relação entre análise do comportamento e neurociências. No capítulo 1 apresentamos o conjunto de argumentos desenvolvidos por Skinner para justificar a autonomia da análise do comportamento perante as neurociências e, assim, 4 possibilitar a sua “declaração de independência”. Essas justificativas são comumente vistas como argumentos contra a síntese. No capítulo 2 tratamos das críticas de Skinner direcionadas às explicações fisiológicas do comportamento. Em suas críticas, Skinner vai além do objetivo de estabelecer uma ciência do comportamento autônoma. São comentários que, embora possam contribuir para a independência da análise do comportamento, não foram apresentados necessariamente com essa finalidade. Assim como ocorre com as suas justificativas para a autonomia da análise do comportamento, as suas críticas também são utilizadas como argumentos contra a síntese. O objetivo do capítulo 3 foi discorrer sobre os interlocutores de Skinner em suz críticas às explicações fisiológicas do comportamento. Nesse capítulo avaliamos se a crítica skinneriana é pertinente aos seus alvos através da análise direta das obras dos criticados. Além disso, essa atividade também serviu à função de fornecer uma perspectiva histórica ao posicionamento de Skinner e de seus interlocutores. Embora existam mais, tais como Boring, Freud, Descartes, Hebb, Hull, Lashley, dentre outros, tratamos de apenas dois interlocutores: Pavlov e Sherrington. Acreditamos que esses dois autores sejam representativos. Pavlov porque sua teoria neurológica é o exemplo mais claro dos perigos associados às teorias “conceituais” do sistema nervoso; e Sherrington porque nos mostra que as críticas de Skinner não devem ser aceitas sem uma análise mais cuidadosa. Esses três capítulos possuem temática essencialmente negativa no que diz respeito ao posicionamento de Skinner sobre as neurociências: são as suas justificativas para a independência, as críticas às explicações fisiológicas, e alguns exemplos de alvos criticados. No capítulo 4, contudo, desenvolvemos a contraparte positiva do posicionamento do autor. Não se trata apenas de aceitar que a análise do comportamento possua lacunas a serem preenchidas pelas neurociências. Esta afirmação é um tanto óbvia, até mesmo trivial. O Método: levantamento bibliográfico e análise A. Seleção da bibliografia de Skinner Estabelecemos dois parâmetros para a seleção do material bibliográfico de Skinner. Primeiramente, recorremos à bibliografia completa de Morris, Lazo e Smith (2004). Nesse artigo, os autores percorreram toda a obra de Skinner e localizaram os textos em que o autor se referiu à fisiologia (e, por consequência, às neurociências). Dessa forma, trata-se de uma boa fonte inicial de textos nos quais Skinner discorreu sobre o tema. Todavia, os autores analisaram apenas as fontes primárias de publicação de Skinner — coletâneas de artigos (como, por exemplo, “Cumulative Record: A Selection of Papers”) não participaram da seleção. Em adição, os autores focaram a análise apenas em textos nos quais Skinner discorreu positivamente sobre as ciências biológicas, o que significa que eventuais passagens críticas talvez não tenham sido selecionadas. Por conta dessas limitações, adicionamos ao material bibliográfico os seguintes livros de Skinner”: “The Behavior of Organisms: An Experimental Analysis” (1938); “Science and Human Behavior” (1953); “Verbal Behavior” (1957); “Contingencies of Reinforcement: A Theoretical Analysis” (1969); “About Behaviorism” (1974); “Beyond Freedom and Dignity” (1971); “Reflections on Behaviorism and Society” (1978); “Upon Further Reflection” (1987); “The Selection of Behavior: The Operant Behaviorism of B. F. Skinner: Comments and Consequences” (1988); “Recent Issues in the Analysis of Behavior” (1989), e “Cumulative Record: A Selection of Papers”. 2 Alguns desses livros também foram selecionados por Morris, Lazo e Smith (2004). * No caso específico do livro “Cumulative Record” foram consultadas a 2º, 3º e 4º (Definitive Edition) edições, publicadas respectivamente nos anos de 1961, 1972 e 1999. O motivo: já havíamos iniciado a análise a partir da 8 Assume-se que talvez essa seleção seja arbitrária, mas, por outro lado, também é possível supor, tendo em vista o levantamento de toda obra de Skinner feito por Andery, Micheletto e Sério (2004), que esses livros correspondam às principais obras do autor. Em síntese, o material bibliográfico de Skinner utilizado nessa pesquisa consiste na bibliografia selecionada por Morris, Lazo e Smith (2004) com o complemento dos livros citados anteriormente. A partir desses dois parâmetros, foram selecionados ao todo 148 textos entre artigos, capítulos de livros e livros”. Os textos são os seguintes: 1. Barnes, T C., & Skinner, B. F (1930). The progressive increase in the geotropic response of the ant Aphaenogaster. Journal of General Psychology, 4, 102-112. 2. Estes, W. K.; & Skinner, B. F. (1941). Some quantitative properties of anxiety. Journal of Experimental Psychology, 29, 390-400. 3. Ferster, C. B.; Skinner, B. F. (1957). Schedules of Reinforcement. New Jersey: Prentice-hall, Inc. 4. Heron, W. T, & Skinner, B. F (1937). The effects of certain drugs and hormones on conditioning and extinction. Psychological Bulletin, 34, 741-742. 5. Heron, W. T., & Skinner, B. F (1939). The rate of extinction in maze-bright and maze- dull rats [Abstract]. Psychological Bulletin, 36,520. 6. Lambert, E. F, Skinner, B. F, & Forbes, A. (1933). Some conditions affecting intensity and duration thresholds in motor nerve, with reference to chronaxie of subordination. American Journal of Physiology, 106, 721-737 7. Motse, W. H.: Skinner, B. F. (1957). A second kind of superstition in the pigeon. The American Journal of Psychology, 70(2), 308-311. 8. Skinner, B. F (19302). On the conditions of elicitation of certain eating reflexes. Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America, 16, 433-438. 9. Skinner, B. F (1930b). On the inheritance of maze behavior. Journal of General Psychology, 5, 4271-458. 10. Skinner, B. F (1932a). Drive and reflex strength. Journal of General Psychology, 6, 22-37. 1. Skinner, B. F (1932b). Drive and reflex strength: II. Journal of General Psychology, 6, 38-48. 12. — Skinner, B. F. (1933). The measurement of “spontaneous activity”. Journal of General Psychology, 9, 3-23. 2* e da 3º edições. Foram adicionados apenas os textos da 4º edição que não constavam nas edições anteriores. Além disso, no caso de textos presentes no “Cumulative Record”, mas cujas versões originais também estavam em nossa posse, optamos por utilizar os textos originais (isto é, a fonte primária da publicação). Assim, o resultado é que todos os textos que compõem a última e mais completa edição do livro (de 1999) foram analisados, mas não necessariamente em suas versões como capítulos do livro em questão. é Cada capítulo contou como uma unidade de texto quando o livro consistia em coletânea de artigos (e.g., “Cumulative Record”). Quando era uma unidade em si mesma (e.g., “About Behaviorism”), o livro contou apenas como uma unidade de texto. 9 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 34. 35. 36. Skinner, B. F. (1936a). Conditioning and extinction and their relation to drive. Journal of General Psychology, 14, 296-317. Skinner, B. F. (1936b). Thirst as an arbitrary drive. Journal of General Psychology, 15, 205-210. Skinner, B. F. (1944). Review of Principles of Behavior by Clark L. Hull. The American Journal of Psychology, 57(2), 276-281. Skinner, B. F. (1945a). Rejoinders and second thoughts. The Psychological Review, 52(1), 291-294. Skinner, B. F. (1945b). The operational analysis of psychological terms. The Psychological Review, 52(1), 270-277, 291-294. Skinner, B. F. (1946). Reviewed work(s): Mathematical Biophysics of the Central Nervous System by A. S. Householder ; H. D. Landahl. The American Journal of Psychology, 59(1), 167-169. Skinner, B. F. (1947). “Superstition” in pigeon. Journal of Experimental Psychology, 38, 168-172. Skinner, B. F (1948). Walden two. New York: Macmillan. Skinner, B. F. (1950). Are theories of learning necessary? The Psychological Review, 57(4), 193-216. Skinner, B. F. (1953). Some contributions of an experimental analysis of behavior to psychology as a whole. The American Psychologist, 8(2), 69-78. Skinner, B. F. (1954). Critique of psychoanalytic concepts and theories. The Scientific Monthly, 79(5), 300-305. Skinner, B. F. (1956). A case history in scientific method. The American Psychologist, 11(5), 221-233. Skinner, B. F. (1957a). Concurrent activity under fixed-interval reinforcement. Journal of Comparative and Physiological Psychology, 50, 2179-281. Skinner, B. F. (1957b). Verbal Behavior. New York: Appleton-Century-Crofts. Skinner, B. F. (1958a). Reinforcement today. The American Psychologist, 13(3), 94- 99. Skinner, B. F. (1958b). Review of the book The Pigeon. Science, 127, 695. Skinner, B. F. (1958c). Teaching machines. Science, 128(3330), 969-977. Skinner, B. F. (1959). Animal research in the pharmacotherapy of mental disease. In J. Cole & R. Gerard (Eds.), Psychopharmacology: Problems in evaluation (pp. 224- 228). Washington, DC: National Academy of Sciences, National Research Council. Skinner, B. F. (1959b). John B. Watson, behaviorist. Science, 129, 197-198. Skinner, B. F. (1960). Pigeons in a pelican. The American Psychologist, 15, 28-37. Skinner, B. F. (1961a). A quantitative estimate of certain types of sound-patterning in poetry. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (2º ed., pp. 292- 307). New York: Appleton-Century-Crofts. (Obra original publicada em 1941). Skinner, B. F. (1961b). Baby in a box. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (2º ed., pp. 419-426). New York: Appleton-Century-Crofts. (Obra original publicada em 1945). Skinner, B. F. (1961c). Current trends in experimental psychology. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (2º ed., pp. 223-241). New York: Appleton- Century-Crofts. (Obra original publicada em 1947). Skinner, B. F. (1961d). Freedom and the control of men. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (2º ed., pp. 3-18). New York: Appleton-Century-Crofts. (Obra original publicada em 1955). 10 78. 79. 80. 81. 82. 83. 84. 86. 87. 88. 89. 90. 91. 92. 93. 94. 95. 96. 97. 98. 99. Skinner, B. F. (1972b). A paradoxical color effect. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (3º ed., pp. 510-511). New York: Appleton-Century- Crofts. (Obra original publicada em 1932). Skinner, B. F. (1972c). A review of Bush and Mosteller's Stochastic models for learning. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (3º ed., pp. 504- 508). New York: Appleton-Century-Crofts. (Obra original publicada em 1956). Skinner, B. F. (1972d). Compassion and ethics in the care of retardate. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (3º ed., pp. 283-291). New York: Appleton-Century-Crofis. Skinner, B. F. (1972e). Contingency management in the classroom. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (3º ed., pp. 225-235). New York: Appleton- Century-Crofts. (Obra original publicada em 1959). Skinner, B. F. (1972f). Creating the creative artist. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (3º ed., pp. 333-344). New York: Appleton-Century- Crofts. (Obra original publicada em 1970). Skinner, B. F. (1972g). Freedom and dignity revisited. The New York Times, 11. Skinner, B. F (1972h). Humanism and behaviorism. The Humanist, 32, 18-20 Skinner, B. F. (1972i). Reflections on a decade of teaching machines. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (3º ed., pp. 194-207). New York: Appleton-Century-Crofts. (Obra original publicada em 1963). Skinner, B. F. (1972j). Some relations between behavior modification and basic research. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (3º ed., pp. 276- 282). New York: Appleton-Century-Crofis. Skinner, B. F. (1972k). Squirrel in the yard. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (3º ed., pp. 597-602). New York: Appleton-Century-Crofts. (Obra original publicada em 1962). Skinner, B. F. (19721). The design of experimental communities. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (3º ed., pp. 58-65). New York: Appleton- Century-Crofts. (Obra original publicada em 1969). Skinner, B. F. (1972m). Why are the behavioral sciences not more effective?. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (3º ed., pp. 421-428). New York: Appleton-Century-Crofts. (Obra original publicada em 1971). Skinner, B. F (1973a). Answers for my cs. In H. Wheeler (Ed.), Beyond the punitive society (pp. 256-266). San Francisco: Freeman. Skinner, B. F. (1973b). The free and happy student. New York University Education Quarterly, 4, 2-6. Skinner, B. F. (1973c). Walden (one) and walden two. The Thoreau Society Bulletin, 122,1-3. Skinner, B. F. (1974a). About Behaviorism. New York: Alfred A. Knopf. Skinner, B. F. (1974b). Designing higher education. Daedalus, 103, 196-202. Skinner, B. F. (1975a). The ethics of helping people. Criminal Law Bulletin, 11, 623- 636. Skinner, B. F (1975b). The shaping of phylogenic behavior. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 24, 117-120. Skinner, B. F. (1975c). The steep and thorny way to a science of behavior. American Psychologist, 30(1), 42-49. Skinner, B. F (1977). Herrnstein and the evolution of behaviorism. American Psychologist, 32, 1006-1012. Skinner, B. F. (1977b). Why I am not a cognitive psychologist. Behaviorism, 5, 1-10. 13 100. 101. 102. 103. 104. 105. 106. 107. 108. 109. 110. na. 112. 113. 114. 115. 116. 117. 118. 119. 120. 121. Skinner, B. F. (1978a). Are we free to have a future? In: B. F. Skinner, Reflections on behaviorism and society (pp. 16-32). New Jersey: Prentice-Hall. (Obra original publicada em 1973). Skinner, B. F. (1978b). Can we profit from our discovery of behavioral science? In: B. F. Skinner, Reflections on behaviorism and society (pp. 83-96). New Jersey: Prentice- Hall. Skinner, B. F. (1978c). Freedom, at last, from the burden of taxation. In: B. F. Skinner, Reflections on behaviorism and society (pp. 199-201). New Jersey: Prentice-Hall. (Obra original publicada em 1977). Skinner, B. F. (1978d). Human behavior and democracy. In: B. F. Skinner, Reflections on behaviorism and society (pp. 3-15). New Jersey: Prentice-Hall. (Obra original publicada em 1977). Skinner, B. F. (1978e). Reflections on meaning and structure. In: B. F. Skinner, Reflections on behaviorism and society (pp. 176-187). New Jersey: Prentice-Hall. (Obra original publicada em 1973). Skinner, B. F. (1978f). Some implications of making education more efficient. In: B. F. Skinner, Reflections on behaviorism and society (pp. 129-139). New Jersey: Prentice-Hall. (Obra original publicada em 1972). Skinner, B. F. (1978g). The force of coincidence. In: B. F. Skinner, Reflections on behaviorism and society (pp. 171-175). New Jersey: Prentice-Hall. (Obra original publicada em 1977). Skinner, B. F. (1979). The Shaping of a Behaviorist: Part Two of an Autobiography. New York: Alfred A. Knopf. Skinner, B. F. (1980a). Notebooks. New Jersey: Prentice-hall. Skinner, B. F (1980b). The species-specific behavior of ethologists. The Behavior Analyst. 3,51. Skinner, B. F. (19814). Pavlov"s influence on psychology in America. Journal of the History of the Behavioral Sciences, 17, 242-245. Skinner, B. F. (1981b). Selection by consequences. Science, New Series, 213(4507), 501-504. Skinner, B. F (1983a). A better way to deal with selection. Behavioral and Brain Sciences, 3, 3717-378. Skinner, B. F. (1983b). A Matter of Consequences: Part Three of an Autobiography. New York: Alfred A. Knopf. Skinner, B. F. (1983c). Can the experimental analysis of behavior rescue psychology? The Behavior Analyst, 6, 9-17. Skinner, B. F. (1983d). Intelectual self-management in old age. American Psychologist, 38, 239-244. Skinner, B. F. (1984a). The evolution of behavior. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 41(2), 217-221. Skinner, B. F. (1984b). The shame of american education. American Psychologist, 39, 947-954 Skinner, B. F. (1985a). Cognitive science and behaviourism. British Journal of Psychology, 76, 291-301. Skimer, B. F. (1985b). Reply to Place: “Three senses of the word “tact'”. Behaviorism, 13(1), 75-76. Skinner, B. F. (1986a). Is it behaviorism? The Behavioral and Brain Sciences, 9, 716. Skinner, B. F. (1986b). Review's of Laurence D. Smith. Behaviorism and Logical Positivism: A Reassessment of the Alliance. Journal of the History of the Behavioral Sciences, 23, 206-210. 14 122. 123. 124. 125. 126. 127. 128. 129. 130. 131. 132. 133. 134. 135. 136. 137. 138. 139. 140. 141. 142. 143. Skinner, B. F. (1986c). Some thoughts about the future. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 45, 229-235. Skinner, B. F. (1986d). The evolution of verbal behavior. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 45(1), 115-122. Skinner, B. F. (1986e). What is wrong with daily life in the western world? American Psychologist, 41, 568-574. Skinner, B. F. (1987a). Outlining a science of feeling. The London Times Literary Supplement, 8(5), 490-502. Skinner, B. F. (1987b). Whatever happened to psychology as the science of behavior? American Psychologist, 42(8), 780-786. Skinner, B. F. (1987c). Why we are not acting to save the world. In: B.F. Skinner, Upon further reflection (pp. 1-14). New Jersey: Prentice-Hall. Skinner, B. F. (1988). In: A. C. Catania, & S. Hamnad (Eds.), The Selection of Behavior: The Operant Behaviorism of B. F. Skinner: Comments and Consequences. New York: Cambridge University Press. Skinner, B. F. (1989a). Genes and behavior. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp. 49-56). Ohio: Merrill Publishing Company. Skinner, B. F. (1989b). New preface to Beyond freedom and dignity. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp.113-120). Ohio: Merrill Publishing Company. Skinner, B. F. (1989c). Programmed instruction revisited. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp. 97-104). Ohio: Merrill Publishing Company. (Obra original publicada em 1986). Skinner, B. F. (1989d). The behavior of organisms at 50. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp. 121-136). Ohio: Merrill Publishing Company. Skinner, B. F. (1989). The initiating self. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp. 27-33). Ohio: Merrill Publishing Company. Skinner, B. F. (1989f). The listener. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp. 35-47). Ohio: Merrill Publishing Company. Skinner, B. F. (1989g). The operant side of behavior therapy. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp. 73-84). Ohio: Merrill Publishing Company. (Obra original publicada em 1988). Skinner, B. F (1989h). The origins of cognitive thought. American Psychologist, 44, 13-18. Skinner, B. F. (1989i). The place of feeling in the analysis of behavior. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp. 3-12). Ohio: Merrill Publishing Company. Skinner, B. F. (19895). The school of future. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp. 85-96). Ohio: Merrill Publishing Company. Skinner, B. F. (1990a). Can psychology be a science of mind? American Psychologist, 45(11), 1206-1210. Skinner, B. F. (1990b). To know the future. The Behavior Analyst, 13(2), 103-106. Skinner, B. F (1993). A world of our own. Behaviorology, 1, 3-5. Skinner, B. F. (1998). The experimental analysis of operant behavior: a history. In: R. W. Rieber, & K. D. Salzinger (Eds.), Psychology: Theoretical-Historical Perspectives (2º ed., pp. 289-298). Washington: American Psychological Association. (Obra original publicada em 1980). Skinner, B. F. (1999a). A word about boxes. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (definitive edition, pp. 620). Massachusetts: Copley Publishing Group. (Obra original publicada em 1959). 15 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. Skinner, B. F. (1959a). Animal research in the pharmacotherapy of mental disease. In J. Cole & R. Gerard (Eds.), Psychopharmacology: Problems in evaluation (pp. 224-228). Washington, DC: National Academy of Sciences, National Research Council. Skinner, B. F. (1961c). Current trends in experimental psychology. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (2º ed., pp. 223-241). New York: Appleton- Century-Crofts. (Obra original publicada em 1947). Skinner, B. F. (1961g). Psychology in the understanding of mental disease. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (2º ed., pp. 194-202). New York: Appleton-Century-Crofts. (Obra original publicada em 1957). Skinner, B. F. (1961k). The concept of reflex in the description of behavior. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (2º ed., pp. 319-346). New York: Appleton-Century-Crofts. (Obra original publicada em 1931). Skinner, B. F. (1961n). The experimental analysis of behavior. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (2º ed., pp. 100-131). New York: Appleton- Century-Crofts. (Obra original publicada em 1957). Skinner, B. F. (19610). The flight from the laboratory. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (2' ed., pp. 242-257). New York: Appleton-Century-Crofts. (Obra original publicada em 1959). Skinner, B. F. (1961 p). The generic nature of the concepts of stimulus and response. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (2º ed., pp. 347-366). New York: Appleton-Century-Crofts. (Obra original publicada em 1935). Skinner, B. F. (1961u). What is psychotic behavior? In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (2º ed., pp. 202-219). New York: Appleton-Century-Crofts. (Obra original publicada em 1956). Skinner, B. F. (1963a). Behaviorism at fifty. Science, New Series, 140(3570), 951-958. Skinner, B. F. (1963b). Operant behavior. American Psychologist, 18(7), 503-515. Skinner, B. F. (1965). Science and Human Behavior. New York: The Free Press. (Obra original publicada em 1953). Skinner, B. F. (1966a). Some responses to the stimulus “Pavlov”. Conditional Reflex: A Pavlovian Journal of Research & Therapy, 1(2), 74-78. Skinner, B. F. (1966b). The Behavior of Organisms: An Experimental Analysis. New York: Appleton-Century-Crofs. (Obra original publicada em 1938). Skinner, B. F. (1966c). The phylogeny and ontogeny of behavior. Science, New Series, 153(3741), 1205-1213. Skinner, B. F. (1966d). What is the experimental analysis of behavior? Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 9(3), 213-218. Skinner, B. F. (1967a). B. F. Skinner. n E. G. Boring & G. Lindzey (Eds.), A history of psychology in autobiography (vol. 5, pp. 387-413). New York: Appleton-Century-Crofts. Skinner, B. F. (1967b). The problem of consciousness — a debate. Philosophy and Phenomenological Research, 27(3), 325-337. Skinner, B. F. (1969a). An operant analysis of problem solving. In: B. F. Skinner, Contingencies of Reinforcement: A Theoretical Analysis (pp. 133-157). New York: Appleton-Century-Crofts. (Obra original publicada em 1966). Skinner, B. F. (1969b). Contingencies of Reinforcement: A Theoretical Analysis. New York: Appleton-Century-Crofts. Skinner, B. F. (1969c). The inside story. In: B. F. Skinner, Contingencies of Reinforcement: A Theoretical Analysis (pp. 269-297). New York: Appleton-Century- Crofis. Skinner, B. F. (1969d). The machine that is man. Psychology Today, 2, 20-25, 60-63. 18 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 47. 48. 49. 50. 51 52. 53. 54. 55. 56. 57. Skinner, B. F. (1969). The role of the environment. In: B. F. Skinner, Contingencies of Reinforcement: A Theoretical Analysis (pp. 3-22). New York: Appleton-Century-Crofts. Skinner, B. F (1971a). A behavioral analysis of value judgments. In E. Tobach, L. R. Aronson, & E. Shaw (Eds.), The biopsychology of development (pp. 543-551). New York: Academic Press. Skinner, B. F. (1971c). Beyond Freedom and Dignity. New York: Alfred A. Knopf. Skinner, B. F. (1972d). Compassion and ethics in the care of retardate. In: B. F. Skinner, Cumulative Record: A Selection of Papers (3º ed., pp. 283-291). New York: Appleton- Century-Crofts. Skinner, B. F (1972h). Humanism and behaviorism. The Humanist, 32, 18-20. Skinner, B. F (1973a). Answers for my critics. In H. Wheeler (Ed.), Beyond the punitive society (pp. 256-266). San Francisco: Freeman. Skinner, B. F. (1974a). About Behaviorism. New York: Alfred A. Knopf. Skinner, B. F (1975b). The shaping of phylogenic behavior. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 24, 117-120. Skinner, B. F. (1975c). The steep and thorny way to a science of behavior. American Psychologist, 30(1), 42-49. Skinner, B. F (1977a). Herrmstein and the evolution of behaviorism. American Psychologist, 32, 1006-1012. Skinner, B. F. (1977b). Why [am not a cognitive psychologist. Behaviorism, 5, 1-10. Skinner, B. F. (1979). The Shaping of a Behaviorist: Part Two of an Autobiography. New York: Alfred A. Knopf. Skinner, B. F. (1980a). Notebooks. New Jersey: Prentice-hall. Skinner, B. F. (1981b). Selection by consequences. Science, New Series, 213(4507), 501- 504. Skinner, B. F (1983a). A better way to deal with selection. Behavioral and Brain Sciences, 3, 377-378. Skinner, B. F. (1983b). A Matter of Consequences: Part Three of an Autobiography. New York: Alfred A. Knopf. Skinner, B. F. (1983c). Can the experimental analysis of behavior rescue psychology? The Behavior Analyst, 6, 9-17. Skinner, B. F. (1983d). Intellectual self-management in old age. American Psychologist, 38, 239-244. Skinner, B. F. (1984a). The evolution of behavior. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 41(2), 217-221. . Skinner, B. F. (1984b). The shame of american education. American Psychologist, 39, 947-954 Skinner, B. F. (1985a). Cognitive science and behaviourism. British Journal of Psychology, 76, 291-301. Skinner, B. F. (1985b). Reply to Place: “Three senses of the word “tact'”. Behaviorism, 13(1), 75-76. Skinner, B. F. (1986a). Is it behaviorism”? The Behavioral and Brain Sciences, 9, 716. Skinner, B. F. (1986b). Review's of Laurence D. Smith. Behaviorism and Logical Positivism: A Reassessment of the Alliance. Journal of the History of the Behavioral Sciences, 23, 206-210. Skinner, B. F. (1986c). Some thoughts about the future. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 45, 229-235. Skinner, B. F. (1986d). The evolution of verbal behavior. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 45, 115-122. 19 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. 70. n 72. 73. Skinner, B. F. (1987a). Outlining a science of feeling. The London Times Literary Supplement, 8(5), 490-502. Skinner, B. F. (1987b). Whatever happened to psychology as the science of behavior? American Psychologist, 42(8), 7180-786. Skinner, B. F. (1988). In: A. C. Catania, & S. Harnad (Eds.), The Selection of Behavior: The Operant Behaviorism of B. F. Skinner: Comments and Consequences. New York: Cambridge University Press. Skinner, B. F. (19894). Genes and behavior. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp. 49-56). Ohio: Merrill Publishing Company. Skinner, B. F. (1989b). New preface to Beyond freedom and dignity. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp.113-120). Ohio: Merrill Publishing Company. Skinner, B. F. (1989d). The behavior of organisms at 50. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp. 121-136). Ohio: Merrill Publishing Company. Skinner, B. F. (1989e). The initiating self. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp. 27-33). Ohio: Merrill Publishing Company. Skinner, B. F. (1989g). The operant side of behavior therapy. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp. 73-84). Ohio: Merrill Publishing Company. (Obra original publicada em 1988). Skinner, B. F (1989h). The origins of cognitive thought. American Psychologist, 44, 13- 18. Skinner, B. F. (1989i). The place of feeling in the analysis of behavior. In: B. F. Skinner, Recent Issues in the Analysis of Behavior (pp. 3-12). Ohio: Merrill Publishing Company. Skinner, B. F. (1990a). Can psychology be a science of mind? American Psychologist, 45(11), 1206-1210. Skinner, B. F. (1990b). To know the future. The Behavior Analyst, 13(2), 103-106. Skinner, B. F (1993). A world of our own. Behaviorology, 1, 3-5. - Skinner, B. F. (1998). The experimental analysis of operant behavior: a history. In: R. W. Rieber, & K. D. Salzinger (Eds.), Psychology: Theoretical-Historical Perspectives (2º ed., pp. 289-298). Washington: American Psychological Association. (Obra original publicada em 1980). Skinner, B. F (2004). Psychology in the year 2000. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 81, 207-213. Skinner, B. F. (2009). Conversation between B. F. Skinner and E. O. Wilson. In: P. Naour, E. O. Wilson and B. F. Skinner: a dialogue between sociobiology and radical behaviorism (pp. 61-85). New York: Springer. O Gráfico A apresenta o registro cumulativo da quantidade total de artigos selecionados (148 ao total) e a quantidade de artigos que contém as palavras-chave e/ou as partes de palavras apresentadas na Tabela A (73 ao total) divididos de acordo com as décadas de publicação. Esses 73 artigos foram os selecionados para a nossa análise. 20 Ressalta-se que essa lista não pretende ser exaustiva. Em adição, fizemos um levantamento de periódicos que poderiam conter textos de pesquisa experimental do comportamento (mas não necessariamente behaviorista radical), e pesquisas sobre comportamento e neurociências. Chegamos à seguinte lista: DONA RI Animal Behaviour Annual Review of Neuroscience Annual Review of Psychology Behavior Genetics Behavior modification Behavior Therapy Behavioral and Brain Functions Behavioral and brain sciences Behavioral and Neural Biology . Behavioral & Social Sciences Librarian - Behavioral Ecology - Behavioral Ecology and Sociobiology - Behavioral Neuroscience - Behavioral Science -. Behaviour . Behavioural and Cognitive Psychotherapy - Behavioural Brain Research - Behavioural Neurology -. Behavioural Processes . Brain, Behavior & Evolution - Canadian Journal of Behavioural Science/Revue canadienne des sciences du comportement . Clinical Psychology Review . Conditional Reflexes . Cognitive & Behavioral Neurology . Cognitive, Affective, & Behavioral Neuroscience . Cortex - Environment and behavior - Evolution and Human Behavior . Genes, Brain & Behavior . Integrative Physiological & Behavioral Science . International Journal of Comparative Psychology - Journal of applied behavioral science - Journal of Behavioral Medicine . Journal of Cognitive & Behavioral Psychotherapies - Journal of Comparative Physiology A: Neuroethology, Sensory, Neural, and Behavioral Physiology - Journal of Experimental Psychology - Journal of Rational-Emotive & Cognitive-Behavior Therapy - Journal of the History of the Behavioral Sciences 23 39. 40 42. 43. 44 46 47 52 Journal of the History of Neuroscience . Learning and behavior 41. Methodology: European Journal of Research Methods for the Behavioral and Social Sciences Nature Nature Reviews Neuroscience - Neuropsychiatry, Neuropsychology, & Behavioral Neurology 45. Neuroscience and Behavioral Physiology - Neuroscience & Biobehavioral Reviews - New Ideas in Psychology 48. 49. 50. 51. Pharmacology Biochemistry and Behavior Philosophical Psychology Physiology & Behavior Scandinavian Journal of Behaviour Therapy . Theoretical Psychology Ressaltando, novamente, que essa lista não pretende ser exaustiva. Por fim, fizemos um levantamento de bases de dados que hospedam diversos periódicos (incluindo-se os periódicos das listas anteriores) em um só lugar. Chegamos à seguinte lista: DOASNARMIN— SREDECS Sciencedirect EBSCOHOST Springer PSYCINFO OVIDSP / WOLTERS KLUWER JSTOR Google Books Google Scholar SCIELO . PEPSIC . SCIRUS . Wiley Interscience . Sage . Oxford Journals . Pubmed . LILACS As bases de dados normalmente direcionam as busc para periódicos que a elas estão filiados. Portanto, para complementar o levantamento bibliográfico de livros, fizemos buscas através dos sites “Google Books” | (http://books.google.com/) e “Amazon” (http://www .amazon.com). Ambos os sites apresentam, além de seus títulos, ao menos as 24 fichas catalográficas e os capítulos introdutórios dos livros. Quando não havia informação a respeito de algum livro em especial nesses sites, a estratégia foi buscar resenhas sobre ele através das bases de dados listadas acima. Com os parâmetros estabelecidos, procedemos com a busca de textos” utilizando as palavras-chave supracitadas. Primeiramente, fizemos a busca nos periódicos que poderiam conter textos de análise do comportamento (primeira lista). Em seguida, fizemos a busca nos periódicos da segunda lista aqui apresentada. Por fim, fizemos a busca nas bases de dados listadas por último. Tínhamos ciência de que provavelmente muitos materiais se repetiriam nesse último estágio. Afinal, essas bases de dados hospedam grande parte dos periódicos listados. Entretanto, o objetivo desse último estágio foi fazer justamente uma busca mais abrangente, sem focar nenhum periódico específico. A ideia foi a seguinte: se algum texto passou despercebido por conta da especificidade das listas de periódicos, então ele provavelmente apareceria na busca pelas bases de dados. A partir dessa estratégia, chegamos à seleção de 110 textos, entre artigos, livros completos e capítulos de livros: 1. Baer, D. M. (1996). On the invulnerability of behavior-analytic theory to biological research. The Behavior Analyst, 19(1), 83-84. 2. Bradnan, W. A. (1982). On behavioristic versus neurophysiologic accounts of psychotic behavior. The Journal of Medicine and Philosophy, 7, 289-303. 3. Bullock, D. (1996). Toward a reconstructive understanding of behavior: a response to Reese. The Behavior Analyst, 19(1), 75-78. 4. Burgos, J. E. (2008). Is talk of brain-behavior causation meaningless? In: J. E. Burgos, & E. Ribes-lãesta (Eds.), The brain-behavior nexus: conceptual issues: Proceedings of the 10th biannual symposium on the science of behavior (pp.59-84). Guadalajara: Universidad de Guadalajara. 5. Burgos, J. E. (2009). Against parsimonious behaviorism. Behavior and Philosophy, 37, 59-85. 6. Guerra, L. G.; Silva, M. T. A. (2010). Learning processes and the neural analysis of conditioning. Psychology & Neuroscience, 3(2), 195-208. 7 Quando um texto, selecionado por meio de seu título, palavras-chave e resumo, não estava disponível integralmente na internet, recorremos aos serviços bibliotecários (e.g., COMUT e EEB [empréstimos entre bibliotecas]). 25 49. 50. 51. 52. 53. 54. 55. 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. Moore, J. (1995). Some historical and conceptual relations among logical positivism, behaviorism, and cognitive psychology. In: J. T. Tood, E. K. Morris (Ed.), Modern Perspectives on B. F. Skinner and Contemporary Behaviorism (pp. 51-74). Connecticut: Greenwood Press. Moore, J. (1997). Some thoughts on the S-R issue and the relation between behavior analysis and behavioral neuroscience. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 67(2), 242-245. Moore, J. (1999). The basic principles of behaviorism. In: B. A. Thyer (Ed.), The Philosophical Legacy of Behaviorism (pp. 41-68). Dordrecht: Kluwer Academic Publishers. Moore, J. (2002). Some thoughts on the relation between behavior analysis and behavioral neuroscience. The Pyschological Record, 52, 261-279. Moore, J. (2008). Conceptual foundations of radical behaviorism. New York: Sloan Publishing. Moore, J. (2009). Why the radical behaviorist conception of private events is interesting, relevant, and important. Behavior and Philosophy, 37, 21-37. Moore, J. (2010). Behaviorism and the stages of scientific activity. The Behavior Analyst, 33, 47-63. Morris, E. K., Lazo, J. F., Smith, N. G. (2004). Whether, when, and why Skinner published on biological participation in behavior. The Behavior Analyst, 27(2), 153-169. Mustaca, A. E. (2003). Análisis experimental del comportamiento y neurociencias. Acta Colombiana de Psicologia, 10,7-22. Overskeid, G. (2008). They should have thought about the consequences: the crisis of cognitivism and a second chance for behavior analysis. The Psychological Record, 58, 131- 151. Palmer, D. (1998). On Skinner's rejection of S-R psychology. The Behavior Analyst, 211), 93-96. Panksepp, J. (1990). Can “mind” and behavior be understood without understanding the brain?: a response to Bunge. New Ideas in Psychology, 8(2), 139-149. Phillmore, L. S. (2008). Discrimination: from behavior to brain. Behavioural Processes, 77, 285-297. Plaud, J. J. (2001). Clinical science and human behavior. Journal of Clinical Psychology, 57(9), 1089-1102. Poling, A.; Byrne, T. (1996). Reactions to Reese: Lord, Let Us Laud and Lament. The Behavior Analyst, 19(1), 79-82. Razran, G. (1965). Russian physiologists' psychology and american experimental psychology: a historical and a systematic collation and a look into the future. Psychological Bulletin, 63(1), 42-64. Reese, H. W. (1996). How is physiology relevant to behavior analysis? The Behavior Analyst, 19(1), 61-70. Reese, H. W. (1996b). Response to commentaries. The Behavior Analyst, 19(1), 85-88. Ribes-líiesta, E. (2008). Misunderstandings and misconceptions regarding an asymmetric relationship. In: J. E. Burgos, & E. Ribes-liesta (Eds.), The brain-behavior nexus: conceptual issues: Proceedings of the 10th biannual symposium on the science of behavior (pp.101-122). Guadalajara: Universidad de Guadalajara. Richelle, M. N. (1993). B. F. Skinner: A Reappraisal. Hove: Lawrence Erlbaum Associates Publishers. Schaal, D. W. (2003). Explanatory reductionism in behavior analysis. In: K. A. Lattal, & P.N. Chase (Eds.), Behavior Theory and Philosophy (pp. 83-102). New York: Kluwer Academic / Plenum Publishers. 28 70. 71. 72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. 79. 80. 81. 82. 83. 84. 85. 86. 87. 88. 89. 90. Schaal, D. W. (2005). Naming our concerns about neuroscience: a review of Bennett and Hacker's Philosophical Foundations of Neuroscience. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 843), 683-692. Schlund, M. W.; Cataldo, M. F. (2005). Integrating functional neuroimaging and human operant research: brain activation correlated with presentation of discriminative stimuli. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 84(3), 505-519. Schnaitter, R. (1975). Between organism and environment. A review of B. F. Skinner's About Behaviorism. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 23(2), 297-307. Schnaitter, R. (1984). Skinner on the “mental” and the “physical”. Behaviorism, 12(1), 1-14. Schnaitter, R. (1999). Some criticisms of behaviorism. In: B. A. Thyer (Ed.), The Philosophical Legacy of Behaviorism (pp. 209-249). Dordrecht: Kluwer Academic Publishers. Schwartz, M. (1967). Physiological psychology: or can a science over 95 afford to be “grubo”? Psychological Bulletin, 67(3), 228-230. Shull, R. L. (1995). Interpreting cognitive phenomena: review of Donahoe and Palmer”s Learning and Complex Behavior. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 63(3), 347-358. Silva, M. T. A. (1987). Behaviorismo e neurociências. In: D. G. de Souza, V. R. L. Otero, & Z. Alves (Eds.), Anais da XVII Reunião Anual de Psicologia da SPRP (pp. 549-553). Ribeirão Preto, SP. Silva, M. T. A., Guerra, L. G., Alves, C. R. R. (2005). Modelos comportamentais em neurociências. Revista Brasileira de Análise do Comportamento, 1(2), 167-185. Silva, M. T. A.; Gonçalves, F. L.; Garcia-Mijares, M. (2007a). Neural events in the reinforcement contingency. The Behavior Analyst, 30(1), 17-30. Silva, M. T. A.; Gonçalves, F. L.; Garcia-Mijares, M. (2007b). O nível neural na análise do comportamento. In: J. Candeira-Fernandez, & M. T. A. Silva (Orgs.), Intersecções Entre Psicologia e Neurociências (pp. 17-24). Rio de Janeiro: Medbook. Silverstein, A. (1966). The "grubo" psychology: or can a science over 95 be happy without reductionism? Psychological Bulletin, 66(3), 207-210. Staddon, J. (1997). Theory and behavior analysis: commentary on Donahoe, Palmer, and Burgos. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 67(2), 245-246. Staddon, J. (2001a). Adaptive Dynamics: the theoretical analysis of behavior. Cambridge: The MIT Press. Staddon, J. (2001b). The new behaviorism: mind, mechanism, and society. Philadelphia: Psychology Press. Staddon, J., Bueno, J. L. O. (1991). On models, behaviorism and the neural basis of leaming. Psychological Science, 2(1), 3-11. Starling, R. R. (2000). A interface comportamento/neurofisiologia numa perspectiva behaviorista radical: o relógio “causa” as horas? In: R. R. Kerbauy (Org.), Sobre Comportamento e Cognição (vol. 5, pp. 3-15). Santo André: ESETEC Ed. Associados. Stein, L. (1994). In-vitro reinforcement of hippocampal bursting: Possible cellular and molecular mechanism of drug reward. Regulatory Peptides, 54, 285-286. Stein, L. (1997). Biological substrates of operant conditioning and the operant- respondent distinction. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 67(2), 246- 253. Stein, L, Belluzzi, J. D. (1989). Celular investigations of behavioral reinforcement. Neuroscience and Biobehavioral Reviews, 13, 69-80. Stein, L., Xue, B. G., Belluzzi, J. D. (1993). A cellular analogue of operant conditioning. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 60(1), 41-53. 29 91. 92. 93. 94. 95. 96. 97. 98. 99. 100. 101. 102. 103. 104. 105. 106. 107. 108. Stein, L., Xue, B. G., Belluzzi, J. D. (1994). In vitro reinforcement of hippocampal bursting: a search for Skinner's atoms of behavior. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 61(2), 155-168. Strumwasser, F. (1994). The relations between neuroscience and human behavioral science. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 610), 307-317. Tamayo, J. (2009). La relación cerebro-conducta: ;hacia una nueva dualidad? International Journal of Psychology and Psychological Therapy, 9(2), 285-293. Thompson, R. F. (1994). Behaviorism and neuroscience. Psychological Review, 101(2), 259-265. Thompson, T. (2007). Relations among functional systems in behavior analysis. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 87(3), 423-440. Thompson, T. (2008). Funcional analysis of behavior and neuroscience. In: J. E. Burgos, & E. Ribes-lãesta (Eds.), The brain-behavior nexus: conceptual issues: Proceedings of the 10th biannual symposium on the science of behavior (pp. 85-100). Guadalajara: Universidad de Guadalajara. Timberlake, W.; Schaal, D. W.; Steinmetz, J. E. (2005). Relating behavior and neuroscience: introduction and synopsis. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 843), 305-311. Tourinho, E. Z. (1999). Consegiiências do externalismo behaviorista radical. Psicologia: Teoria e Pesquisa, 15(2), 107-115. Tourinho, E. Z., Teixeira, E. da R., Maciel, J. M. (2000). Fronteiras entre análise do comportamento e fisiologia: Skinner e a temática dos eventos privados. Psicologia: Reflexão e Crítica, 13(3), 425-434. Tryon, W. (2002). Comments on Kelly, Forsyth, and Karekla's “Brains, computer games, and behavior: what do they have to do with progress in behavior therapy?”. the Behavior Therapist, 25(4), 84-87. Uttal, W. R. (1998). Toward a New Behaviorism: The Case Against Perceptual Reductionism. New Jersey: Lawrence Erbaum Associates, Publishers. Uttal, W. R. (2001). A credo for a revitalized behaviorism: characteristics and emerging principles. Behavioural Processes, 54, 5-10. Uttal, W. R. (2004). Hypothetical high-level cognitive functions cannot be localized in the brain: Another argument for a revitalized behaviorism. The Behavior Analyst, 27(1), 1-6. Villarreal, R. P.; Steinmetz, J. E. (2005). Neuroscience and learning: lessons from studying the involvement of a region of cerebellar cortex in eyeblink classical conditioning. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 84(3), 631-652. Williams, B. (1997) What is learned? Revisiting an old issue. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 67(2), 255-258. Woodruff, M. L. (1988). Operant conditioning and behavioral neuroscience. In: A. C. Catania, & S. Harnad (Eds.), The Selection of Behavior: The Operant Behaviorism of B. F. Skinner: Comments and Consequences (pp. 374-376). New York: Cambridge University Press. Yarkoni, T.; Braver, T. S.; Gray, J. R.; Green, L. (2005). Prefrontal brain activity predicts temporally extended decision-making behavior. Journal of the Experimental Analysis of Behavior, 843), 537-554. Xue, B. G., Belluzzi, J. D., Stein, L. (1993). In vitro reinforcement of hippocampal bursting by the cannabinoid receptor agonist (—)-CP-55,940. Brain Research, 626, 272- 271. 30 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. Bechtel, W., & Richardson, R. C. (2010b). Neuroimaging as a tool for functionally decomposing cognitive processes. In: S. J. Hanson, & M. Bunzl (Eds.), Foundational issues in human brain mapping (pp. 241-261). Cambridge: The MIT Press. Bennett, M. R., & Hacker, P.M. S. (2001). Perception and memory in neuroscience: a conceptual analysis. Progress in Neurobiology, 65, 499-543. Bennett, M. R., & Hacker, P. M. S. (2002). The motor system in neuroscience: a history and analysis of conceptual developments. Progress in Neurobiology, 67, 1-52. Bemnett, M. R., & Hacker, P.M. S. (2003). Philosophical foundations of neuroscience. Massachusetts: Blackwell Publishing. Bickle, J. (1992). Multiple realizability and psychophysical reduction. Behavior and Philosophy, 20, 47-58. Bickle, J. (1995). Psychoneural reduction of the genuinely cognitive: some accomplished facts. Philosophical Psychology, 8(3), 265-285. Bickle, J. (1996). New wave psychophysical reduction and the methodological caveats. Philosophy and Phenomenological Research, 56, 57-78. Bickle, J, (1998). Psychoneural reduction: the new wave. Cambridge: The MIT Press. Bickle, J. (2001). Understanding neural complexity: a role for reduction. Minds and Machines, 11, 467-481. Bickle, J. (2003a). Philosophy of mind and the neurosciences. In S. Stich, & T. Warfield (Eds.), The Blackwell guide to philosophy of mind (pp. 322-351). Massachusetts: Blackwell Publishing. Bickle, J. (2003b). Philosophy of neuroscience: a ruthlessly reductive account. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers. Bickle, J. (2006). Reducing mind to molecular pathways: explicating the reductionism implicit in current cellular and molecular neuroscience. Synthese, 151, 411-434. Bickle, J. (2006). Ruthless reductionism in recent neuroscience. IEEE Transactions on Systems, Man, and Cybernetics — Part C: Applications and Reviews, 36(2), 134-140. Bickle, J. (2007). Who says you can't do a molecular biology of consciousness? In M. Schouton, & H. L. De Jong (Eds.), The matter of the mind: philosophical essays on psychology, neuroscience, and reduction (pp. 275-297). Malden: Blackwell Publishing. Bickle, J. (2007). Ruthless reductionism and social cognition. Journal of Physiology, 101, 230-235. Bickle, J. (2008). Cognitive behaviors and molecular neurobiology: explanations tin a single bound”. In: J. E. Burgos, & E. Ribes-liesta (Eds.), The brain-behavior nexus: conceptual issues: Proceedings of the 10th biannual symposium on the science of behavior (pp. 13-22). Guadalajara: Universidad de Guadalajara. Bickle, J. (2008). Real reduction in real neuroscience: metascience, not philosophy of science (and certainly not metaphysics!). In J. Hohwy, & J. Kallestrup (Eds.), Being reduced: new essays on reduction, explanation, and causation (pp. 34-51). New York: Oxford University Press. Bickle, J. (2008). The molecules of social recognition memory: implications for social cognition, extended mind, and neuroethics. Consciousness and Cognition, 17, 468-474. Bickle, J. (2009). Cellular and subcellular neuroscience. In J. Symons, & P. Calvo (Eds.), The Routledge companion to philosophy of psychology (pp. 400-415). London: Routledge. Bickle, J. (2010). Has the last decade of challenges to the multiple realization argument provided aid and comfort to psychoneural reductionists? Synthese, 177, 247-260. 33 36. 37. 38. 39. 40. 41. 42. 43. 44. 45. 46. 48. 49. 50. 51. 52. 53. 54. 55. Bickle, J. (no prelo). A brief history of neuroscience”s actual influences on mind-brain reductionism. In S. Gozzano, & C. S. Hill, (Eds.), New Perspectives on Type Identity: The Mental and the Physical (pp. XX-XX). New York: Cambridge University Press”. Bickle, J., & Ellis, R. (2005). Phenomenology and cortical microstimulation. In D. W. Smith, A. L. Thomasson (Eds.), Phenomenology and philosophy of mind (pp. 140-163). New York: Oxford University Press. Bickle, J., Mandik, P., & Landreth, A. (2010). The philosophy of neuroscience. Stanford Encyclopedia of Philosophy. Retirado em 02/04/2011, de http://plato.stanford.edu/entries/neuroscience/ Chemero, A., & Heyser, C. (2009). Methodology and reduction in the behavioral neurosciences: object exploration as a case study. In J. Bickle (Ed.), The Oxford handbook of philosophy and neuroscience (pp. 68-90). New York: Oxford University Press. Churchland, P. S. (1986). Neurophilosophy: toward a unified science of mind-brain. Cambridge: The MIT Press. Cooper, R., & Shallice, T. (2010). Cognitive neuroscience: the troubled marriage of cognitive science and neuroscience. Topics in Cognitive Sciece, 2, 398-406. Cowan, W., Harter, D., & Kandel, E. (2000). The emergence of modern neuroscience: some implications for neurology and psychiatry. Annual Review of Neuroscience, 23, 343-391. Craver, C. (2001). Role functions, mechanisms, and hierarquy. Philosophy of Science, 68, 53-74. Craver, C. (2002). Interlevel experiments and multilevel mechanisms in the neuroscience of memory. Philosophy of Science, 69(3), 83-97. Craver, C. F. (2005). Beyond reduction: mechanisms, multifield integration and the unity of neuroscience. Studies in History and Philosophy of Biological and Biomedical Sciences, 36, 373-395. Craver, C. (2006). When mechanistic models explain. Synthese, 153, 355-376. Craver, C. (2007). Explaining the brain: mechanisms and the mosaic unity of neuroscience. Oxford: Clarendon Press. Craver, C. (2009). Levels of mechanisms: a field guide to the hierarchical structure of the world. In J. Symons, & P. Calvo (Eds.), The Routledge companion to philosophy of psychology (pp. 387-399). London: Routledge. Craver, C., & Bechtel, W. (2006). Mechanism. In S Sarkar, & J. Pfeifer (Eds.), Philosophy of science: an encyclopedia (pp. 469-478). New York: Routledge. Craver, C., & Bechtel, W. (2007). Top-down causation without top-down causes. Biology and Philosophy, 22, 547-563. Craver, C. F., & Darden, L. (2005). Introduction. Studies in History and Philosophy of Biological and Biomedical Sciences, 36, 233-244. Cummins, R. (2000). “How does it work?” versus “What are the laws?” two conceptions of psychological explanation. In F. Keil, & R. Wilson (Eds.), Explanation and cognition (pp. 117-144). Cambridge: The MIT Press Darden, L. (2008). Thinking again about biological mechanisms. Philosophy of Science, 75, 958-969. Darden, L., & Maull, N. (1977). Interfield theories. Philosophy of Science, 441), 43-64. Darden, L., & Tabery, J. (2009). Molecular biology. Stanford Encyclopedia of Philosophy. Retirado em 25/5/2011, de http://plato.stanford .edu/entries/molecular- biology/ * Texto ainda em formato manuscrito enviado por email pelo autor. 34 56. 57. 58. 59. 60. 61. 62. 63. 64. 65. 66. 67. 68. 69. 70. 71. 72. 73. 74. 75. 76. 77. 78. Finger, S. (1994). Origins ofneuroscience: a history of explorations into brain function. New York: Oxford University Press. Finger, S. (2000). Minds behind the brain: a history of the pioneers and their discoveries. New York: Oxford University Press. Gallistel, C.R., & King, A. P. (2010). Memory and the computational brain: why cognitive science will transform neuroscience. Oxford: Wiley-Blackwell. Gillett, C. (2007). The metaphysics of mechanisms and the challenge of the new reductionism. In M. Schouton, & H. L. De Jong (Eds.), The matter of the mind: philosophical essays on psychology, neuroscience, and reduction (pp. 76-100). Malden: Blackwell Publishing. Glennan, S. (1996). Mechanisms and the nature of causation. Erkenntnis, 44(1), 49-71. Gold, I., & Stoljar, D. (1999). A neuron doctrine in the philosophy of neuroscience. Behavioral and Brain Sciences, 22, 809-869. Hardcastle, V. G. (2009). The interface between psychology and neuroscience. In J. Symons, & P. Calvo (Eds.), The Routledge companion to philosophy of psychology (pp. 164-179). London: Routledge. Hawkins, R. D., & Kandel, E. (1984a). Is there a cell-biological alphabet for simple forms of learning? Psychological Review, 91, 375-391. Hawkins, R. D., & Kandel, E. (1984b). Steps toward a cell-biological alphabet for elementary forms of learning, In: G. Lynch, L. McGaugh, & N. W. Weinberger (Eds.), Neurobiology of learning and memory (pp. 385-404). New York, Guilford Press. Hohwy, J., & Kallestrup, J. (2008). Being reduced: new essays on reduction, explanation, and causation. New York: Oxford University Press. Horst, S. (2007). Beyond reduction: philosophy of mind and post-reductionist philosophy of science. New York: Oxford University Press. Jacobson, M. (1993). Foundations of neuroscience. New York: Plenum Press. Kandel, E. (1976). Cellular basis of behavior: an introduction to behavioral neurobiology. San Francisco: W. H. Freeman and Company. Kandel, E. (1982). The origins of modern neuroscience. Annual Review of Neuroscience, 5, 299-303. Kandel, E. (2006). In search of memory: the emergence of a new science of mind. New York: W. W. Norton & Company. Kistler, M. (2009). Mechanisms and downward causation. Philosophical Psychology, 22(5), 595-609. Kolb, B., Gibb, R., & Robinson, T. (2003). Brain plasticity and behavior. Current Directions in Psychological Science, 12(1), 1-5. Machamer, P., Darden, L., & Craver, C. (2000). Thinking about mechanisms. Philosophy of Science, 67, 1-25. Machamer, P. (2009). Learning, neuroscience, and the return of behaviorism. In J. Bickle (Ed.), The Oxford handbook of philosophy and neuroscience (pp. 166-176). New York: Oxford University Press. Maren, S. (2003). The amygdala, synaptic plasticity, and fear memory. Annals of the New York Academy of Sciences, 985, 106-113. McCauley, R., & Bechtel, W. (2001). Explanatory pluralism and heuristic identity theory. Theory & Psychology, 11(6), 7136-760. Ochs, S. (2004). A history of nerve functions: from animal spirits to molecular mechanisms. New York: Cambridge University Press. Pereira Junior, A. (2001). Breve histórico da neurociência cognitiva. In M. E. Gonzales, €. DelMasso, & J. C. Piqueira (Orgs.), Encontros com as ciências cognitivas (Vol. 4). São Paulo: Faculdade de Filosofia e Ciências - UNESP. 35 operacionalizá-la, enfim, sintetizá-la em um conjunto de regras de conduta a serem seguidas, tal como se faz no âmbito das pesquisas experimentais com os seus parâmetros metodológicos? Não existem regras universais da prática teórico-filosófica. Qualquer tentativa de demarcação do método filosófico é apenas isto: uma tentativa; uma sugestão cuja pertinência e utilidade podem, inclusive, não se estender para além do ponto de vista de seus proponentes. is. O E mais, a preocupação com a metodologia pode, inclusive, atingir níveis prejudici sujeito, órfão de método, estagna-se; ao invés de praticar filosofia, ele se vê diante de um vácuo metodológico que o paralisa. Sobre a questão metodológica, Folscheid e Wunenburger (2006) fizeram as seguintes considerações: [...] não se pode partir de um “bom” método para confeccionar infalivelmente uma boa dissertação. É preciso fazer, produzir, escrever, para se enganar, para ter alguma chance então de progredir, e é preciso se enganar para aos poucos aprender a fazer. [...] Em suma, não há método infalível e universalmente válido (que valha para todos os assuntos) da dissertação filosófica (pp. 166-167). Um ponto interessante é que os autores escreveram isso em um livro de metodologia filosófica. A descrição do processo apresentada na p: agem nos remete ao texto no qual Skinner (1956) discorreu sobre a sua metodologia científica. Ao invés de apresentar um método da conduta científica, Skinner (1956) descreveu passagens de sua história que, em perspectiva, revelaram-se imprescindíveis para o desenvolvimento de sua ciência do comportamento. Folscheid e Wunenburger (2006), por sua vez, ressaltam que, para progredir na atividade teórico-filosófica, é preciso praticá-la. É preciso errar, corrigir os erros, se enganar, aprender, ensinar, enfim, é preciso se comportar. É preciso se submeter às contingências do trabalho filosófico, ao invés de apenas fazê-lo sob controle de uma metodologia imposta a priori. 38 No entanto, ainda que pareça não existir uma metodologia universal da pesquisa teórico-filosófica, por outro lado é possível delinear algumas regras; alguns parâmetros gerais que, no passado, ajudaram os seus proponentes a alcançar os seus objetivos filosóficos. Em nossa análise seguiremos alguns dos parâmetros propostos por Porta (2002). Quando se lê um texto, o principal objetivo é entendê-lo, o que implica ser capaz de repeti-lo e, principalmente, parafraseá-lo. O que se entende do texto é o seu sentido ou significado: é o que o autor diz através dele (Porta, 2002). O entendimento, assim, envolve a análise do texto. A estrutura dos textos teórico-filosóficos é normalmente constituída por três partes principais: o problema, a tese e o argumento. A análise deve abarcar todas elas. O procedimento aqui utilizado para cumprir essa tarefa é denominado de “retradução lógica” (Porta, 2002), e consiste na transformação do texto em uma sequência estruturalmente lógica através da qual o(s) seu(s) problema(s), a(s) sua(s) tese(s), e o(s) seu(s) argumento(s) são explicitados. Trata-se da delimitação das relações existentes entre o(s) problema(s), a(s) tese(s) e o(s) argumento(s). Digamos que, pelos parâmetros supracitados, tenhamos selecionado um texto “X” de Skinner. Iniciamos, então, a análise. Primeiro, a leitura. Em seguida, o processo de entendimento!” . Acreditamos que o sujeito que entende um texto é aquele capaz de reproduzi- lo, mesmo que por paráfrase. Não se trata, porém, da mera reprodução mecânica de uma frase ou trecho do texto, mas sim da capacidade de responder à questão: sobre o que o autor discorre no texto “X”? Para respondê-la é preciso saber qual(is) é(são) o(s) problema(s), a(s) tese(s), e o(s) argumento(s) presentes no texto. O texto hipotético “X”, por exemplo, trata do problema das explicações fisiológicas do comportamento; a tese do autor é que essas explicações são espúrias; e o argumento que a sustenta é que as explicações fisiológicas em 19 A catalogação das obras de Skinner em categorias e subcategorias descrito na seção C faz parte desse processo de entendimento. 39 questão são baseadas em inferências sobre o comportamento e não em dados neurofisiológicos reais. Todavia, ao mesmo tempo em que entender é primordial para o avanço da análise, esta não se esgota no entendimento. Além de entender o texto (i.e., explicitar o seu sentido), também é necess ário interpretá-lo, ou seja, completar o seu sentido em alguma direção (Porta, 2002). É nesse momento que o analista do trabalho coloca algo de si mesmo no processo. Completar o sentido do texto, estendendo-o, assim, para fora de seus próprios limites, consiste em abordá-lo à luz dos objetivos do próprio analista. Continuando com o exemplo do texto “X”. A análise do texto ocorrerá em função dos nossos objetivos. Se o objetivo é apenas esclarecer quais seriam as críticas de Skinner às explicações fisiológicas, a atividade teórico-filosófica provavelmente se resumiria propriamente ao esclarecimento, ou seja, à localização e sistematização da lógica argumentativa (problema, tese e argumentos) de Skinner para subsequente exposição textual. Por outro lado, se o objetivo é avaliar, por exemplo, a pertinência da crítica quando esta é dirigida à teoria da sinapse de Sherrington, é preciso ir além do texto skinneriano. É preciso analisar (através do mesmo processo) a obra criticada. É preciso localizar nela possíveis contra-argumentos. É preciso, enfim, estabelecer um diálogo filosófico. A forma um tanto imprecisa, até mesmo vaga, dessa descrição das regras de análise do texto teórico-filosófico é um sintoma da própria ausência de método universal (Folscheid & Wunenburger, 2006). Se não há método, não há “objeto” a ser descrito; e por não existir objeto restrito, qualquer descrição dele se torna vaga. Gostaríamos de finalizar os nossos comentários com uma p: agem de Skinner (1957) que ressalta outro ponto essencial da atividade teórico-filosófica: It is a salutary consequence of this point of view to accept the fact that the thoughts of great men are inaccessible to us today. When we study great works, we study the 40 1.1 Objeto de análise A análise do comportamento seria independente das neurociências porque seus objetos de estudo seriam distintos (Skinner, 1938/1966b, pp. 423-424; 1959/1961e, p. 253; 1969, p. 60; 1986a, p. 716; 1989a, p. 56; 1989e, p. 18; 1990a, p. 1208). Skinner (1938/1966b) apresenta esse argumento ao lidar com o problema dos correlatos neurais do comportamento: The very notion of a 'neurological correlate' implies what I am here contending - that there are two independent subject matters (behavior and the nervous system) [...]. 1 am asserting, then, not only that a science of behavior is independent of neurology but that it must be established as a separate discipline whether or not a rapprochement with neurology is ever attempted (pp. 423-424, itálico adicionado). " Ou seja, o próprio vocabulário utilizado para descrever os fenômenos estudados acusa a diferença de objeto de estudo. Os neurocientistas estudam processos neurais que possuem algum tipo de correlação (ie., são correlatos) com algum processo comportamental. Em poucas palavras, quem estuda o correlato de algo não estuda necessariamente o “algo” propriamente dito. Em outra p agem, o autor (1986a) reafirma a distinção de objeto de estudo ao discutir sobre a cadeia causal entre ambiente, eventos neurofisiológicos e as ações do organismo: Behavior and physiology are not two ways of approaching the same subject. In a given episode the environment acts upon the organism, something happens inside, the organism then acts upon the environment, and certain consequences follow. The first, third, and fourth of these events is the field of a science of behavior, which undertakes to discover how they are related to each other. What happens inside is another part of the story (p. 716, itálico adicionado). !! Optou-se por manter as citações em sua língua original (i.e., inglês) para que o leitor tenha acesso direto às fontes sobre as quais o presente trabalho se fundamenta. Considerando-se que a tradução de um texto também envolve em grande medida a sua interpretação, então o texto traduzido resultante já pode conter elementos da intepretação pessoal do tradutor. A apresentação da fonte direta é uma medida que visa diminuir (mas não eliminar), no texto apresentado ao leitor, a influência da interpretação do autor acerca das obras analisadas. 43 O ambiente (1) é definido por Skinner (1953/1965) como “...any event in the universe capable of affecting the organism” (p. 257). Essa afetação consiste em gerar alguma modificação fisiológica (2). O organismo modificado, por sua vez, age (3) sobre o ambiente que, enfim, é modificado (4) por essas ações. A Figura 1.1 serve de ilustração desta cadeia causal proposta por Skinner: 4: Evento ambiental consequente 1: Evento ambiental| “2: Evento E eta Evento-açã antecedente neurofisiológico > 3: Evento-ação | mb Figura 1.1. A cadeia causal de Skinner. De acordo com a pas agem de Skinner, a análise do comportamento lida com as relações funcionais entre os eventos 1, 3 e 4 que, por definição, constituem a contingência tríplice (cf. Skinner, 1969), unidade relacional básica de análise do comportamento operante. Na Figura 1.1 são os eventos circunscritos por retângulos. O evento 2, isto é, as modificações fisiológicas ocasionadas pelo ambiente seriam o objeto de estudo das neurociências. Na Figura 1.1 é o evento circunscrito pela figura oval. Ideia semelhante é apresentada em outra passagem de Skinner (1989): When human behavior is analyzed in its own right as a function of environmental variables, however, rather than as the expression of feelings and states of mind, the nervous system is seen to play a different role. Behavioral scientists observe three things: the action of the environment on an organism, the action of the organism on the environment, and changes which then follow. There are gaps in that account which only neurologists will eventually fill with their different instruments and techniques. Brain processes are not another 'aspect” of behavior; they are another part of what an organism does (p. 56, itálico adicionado). Essa passagem incita diversas questões. Inicia-se com a tese externalista do behaviorismo radical, segundo a qual o comportamento seria controlado por variáveis ambientais, ao invés de ser um mero sintoma de eventos internos, tais como sentimentos, 44 estados mentais e, mais importante, estados fisiológicos”. Nas palavras de Skinner (1959/1961e): “In an acceptable explanatory scheme the ultimate causes of behavior must be found outside the organism” (p. 253). Em outro texto o autor (1988) nota que esta é apenas uma hipótese: “It is certainly only a hypothesis, “testable only in principle”, to say that “all behavior, whether controlled by internal or external stimuli, is determined by external contingencies"” (p. 380). Dado que, para o behaviorismo radical, o comportamento não é o efeito cuja causa devemos buscar em eventos internos, o papel das neurociências se torna outro: estudar as modificações fisiológicas resultantes e integrantes da interação do organismo com o ambiente, ou seja, o evento 2 apresentado anteriormente. Justamente por não tratar do evento 2, a análise do comportamento possui lacunas”, e estas serão preenchidas pelas neurociências. Em adendo, conforme veremos a seguir, Skinner afirma que processos neurais não são aspectos do comportamento, mas constituem outro tipo de atividade do organismo. Esse ponto é importante e nos remete à própria definição de comportamento. Skinner (1938/1966b) o define como sendo “...only part of the total activity of an organism”, especificamente, “behavior is what an organism is doing. [...] is that part of the functioning of an organism which is engaged in acting upon or having commerce with the outside world” (p. 6). Nesta definição, encontramos indícios da divisão skinneriana dos eventos que compõem a cadeia causal entre eventos ambientais, eventos neurofisiológicos e ações do organismo. Na perspectiva behaviorista radical, o comportamento é definido como sendo a própria relação entre eventos ambientais (antecedentes e consequentes) e as ações do organismo (Skinner, 1931/11961c, 1938/1966b; cf. Zilio, 2010). Na definição relacional de comportamento encontramos os eventos 1, 3 e 4 da cadeia causal descrita por Skinner (1986a, 1989a). No entanto, o evento 2 está ausente, fato que justifica a conclusão de que as “...peculiar properties 22 Discutiremos a questão da agência e da causalidade interna no capítulo 2. !3 Sobre as quais falaremos no capítulo 4. 45 ontogenéticos de variação e seleção do comportamento (Skinner, 1981, 1990a, 1993). Por outro lado, o objetivo das neurociências seria estudar os mecanismos neurofisiológicos que tornam o comportamento possível (Skinner, 1963a, 1983b). Nas palavras de Skinner (1990a): “The body works as it does because of the laws of physics and chemistry; it does what it does because of its exposure to contingencies of variation and selection. Physiology tells us how the body works; the sciences of variation and selection tell us why it is a body that works that way” (p. 1208)”. A tese de que a análise do comportamento e as neurociências possuem objetos de estudo distintos é o ponto de partida para outros argumentos de Skinner que justificam o seu declaração de independência. Tal distinção também serve de fundamento para os limites, apontados por Skinner, das explicações neurocientíficas do comportamento; limites que, conforme veremos, também foram utilizados pelo autor como justificativa para a consolidação de uma ciência do comportamento independente. 1.2 Explicação do comportamento Partindo do princípio de que a análise do comportamento e as neurociências possuem objetos de estudo distintos, o passo seguinte de Skinner (1938/1996b, pp. 418-419; 1959/1961e, pp. 253-254) foi argumentar que uma ciência do comportamento livre das neurociências seria possível. Nas palavras do autor (1938/1966b): The science of neurology achieved a degree of experimental rigor long before a science of behavior could do so. Its subject matter was chiefly "physical" (in a somewhat naive sense) while the data of behavior were evanescent; it could adopt the methods and concepts of its relatives in the biological sciences; and it could more easily confine itself to isolated parts of its subject matter. But the historical !* Discutiremos no capítulo 4 quais seriam, de acordo com Skinner, os objetivos específicos das neurociências, incluindo-se uma análise das questões a serem respondidas pela área (ie., os “porquês” e o “como” do comportamento). 48 advantage has not been conserved. It is now possible to apply scientific techniques to the behavior of a representative organism in such a way that behavior appears to be as lawful as the nervous system. I know of no experimental material, for example, concerning the central nervous system which consists of smoother or more easily reproducible curves than are illustrated in many of the figures of this book. Accordingly, if we are to avoid historical influences in arriving at a modern verdict, we must discount the priority of the science of neurology: and in recognizing that the two sciences are of, let us say, equal validity, we may no longer subscribe to a point of view which regards a chaos of behavior as reducible to order through appeal to an internal ordered system (pp. 418-419). As neurociências desfrutam de uma vantagem. A história das pesquisas neurofisiológicas remonta a uma época em que a própria Psicologia confundia-se com a Filosofia, não existindo enquanto área científica autônoma (cf. Finger, 1994, 2000; Kantor, 1963). É natural que, por conta desse fato, o rigor científico e metodológico das neurociências tenha se estabelecido antes. Soma-se, então, a concepção de comportamento como um mero efeito do que ocorre dentro do organismo, um fenômeno efêmero que, tomado em si mesmo, parece caótico, e assim temos a lógica argumentativa que Skinner pretende desfazer. Conforme vimos anteriormente, o comportamento não é um mero efeito do que ocorre dentro do organismo, mas um objeto de estudo em si mesmo. O suposto caráter caótico se desvanece quando o estudamos a partir dos métodos e técnicas da análise do comportamento. Nessa passagem Skinner faz, por assim dizer, uma propaganda da ciência que ele está ajudando a desenvolver. Os vários dados experimentais que compõem o seu livro seriam provas irrefutáveis de que a análise do comportamento chegou a um grau de rigor científico e metodológico páreo ao das neurociências. Em suma, uma ciência do comportamento independente seria possível. Além disso, as tentativas de explicação do comportamento a partir de dados neurofisiológicos são problemáticas por conta das limitações tanto factuais quanto metodológicas da área (Skinner, 1938/1966b, p. 4; 1946, p. 169; 1954, p. 302; 1969, p. 25; 1974, p. 213-214; 1975b, p. 42; 1984b, p. 949; 1987, p. 784; 1988, pp. 120-121). As neurociências ainda não chegaram a um modelo explicativo completo do funcionamento 49 cerebral. É evidente que isso não é, em si, um problema. Afinal, estamos lidando aqui com duas áreas de pesquisa em construção — e haveria, de fato, alguma ciência propriamente completa? — a análise do comportamento e as neurociências. O problema estaria em explicar o comportamento a partir de eventos sobre os quais pouco se sabe. É esse o argumento de Skinner (1946): “The abundance of 'wrong' theories about behavior is due to the practice of keeping an eye on the nervous system. An unwarranted specificity is thus introduced, and this frequently proves to be in error because our present knowledge of the nervous system is deficient” (p. 169). Ou seja, uma teoria do comportamento pode se revelar errada justamente por ter sido fundamentada por uma teoria neurofisiológica incorreta. E as chances de que isso possa ocorrer são significativas, já que o conhecimento que possuímos acerca do funcionamento do cérebro é incompleto. Poderíamos arguir que esse seria um argumento datado de Skinner, já que muitos avanços ocorreram no campo das neurociências desde 1946. Entretanto, o autor (1988) apresenta posição semelhante no final da década de 1980: I readily agree that the appeal to neurology is at the moment pretty much an article of faith. I do not have any way of observing the nervous system or its action, but I have reasonable *confidence” [...] that we shall eventually know much of what we need to know about the underlying “explanation” of behavior (pp. 120-121). É interessante notar que mesmo assumindo a incompletude das neurociências e o risco de invocá-las para explicar o comportamento, Skinner parece sugerir que essa situação é temporária, a ser resolvida pelo desenvolvimento da ciência — trata-se, portanto, de uma questão empírica. Em adição ao argumento da incompletude, Skinner (1938/1966b, p 425; 1956/1961g, p. 212-213) também afirma que as neurociências não fornecem explicações mais simples do comportamento. A seguinte pa gem é esclarecedora: 50 área de pesquisa em formação, incompleta, mas tal situação pode mudar e, de fato, muda a cada ano (Albright et al., 2000). O ponto é que esses argumentos de Skinner não impedem em princípio que as neurociências possam ser admitidas como as reais responsáveis pela explicação do comportamento. Poder-se-ia assumir, por exemplo, que a análise do comportamento é um mero substituto temporário — algo para ser feito enquanto não dispomos da completude das neurociências!. Tão logo providos de todos os dados possíveis acerca do funcionamento do cérebro, poderíamos delinear teorias sobre o comportamento sem o perigo de errar por conta da incompletude das neurociências. Munidos de conhecimento completo dos eventos neurofisiológicos poderíamos prever e controlar o comportamento apenas manipulando o cérebro do organismo, técnica que Skinner (1953/1965) afirmou ser até preferível à comportamental: “Independent information about the second link would obviously permit us to predict the third without recourse to the first. It would be a preferred type of variable because it would be non-historic; the first link may lie in the past history of the organism, but the second is a current condition” (p. 34, itálico adicionado) É nesse contexto que se faz valer outro conjunto de argumentos apresentados por Skinner que justificam a independência da análise do comportamento. São teses que apontam para supostos problemas inerentes às explicações neurocientíficas do comportamento e que, por isso, independem de seu desenvolvimento. O primeiro deles é o de que as neurociências seriam incapazes de explicar a origem do comportamento (Skinner, 1957, p. 459; 1959/1961e, p. 253; 1971b, p. 14; 1983a, pp. 278-279; 1988, p. 204, 245, 434; 1989, p. 18; 1989, p. 11; 1990a, p. 1206; 1990b, p. 104; 1993, pp. 3-4). Nas palavras de Skinner (1989e): “No account !5 Esse exemplo nos remete ao problema do reducionismo. Se um dia obtivermos conhecimento completo dos mecanismos neurofisiológicos, o conhecimento produzido pela análise do comportamento seria reduzido às explicações neurofisiológicas? Discutiremos o problema do reducionismo em outro momento. 53 of what is happening inside the human body, no matter how complete, will explain the origins of human behavior. What happens inside the body is not a beginning” (p. 18). Para Skinner, este é um limite inerente às neurociências que, mesmo numa situação hipotética de completude, não seria capaz de explicar a origem do comportamento. Isso porque sendo “...a structure that obeys the laws of physics and chemistry, the brain is not a promising candidate for creator [of behavior]” (Skinner, 1990b, p. 104). Ao que parece, na perspectiva skinneriana, eventos neurofisiológicos seriam efeitos de causas ambientais e essa relação seria estritamente mecanicista, no sentido de obedecer às leis da Física e Química!*. Por outro lado, o processo de seleção pelas consequências, responsável pela novidade e origem do comportamento (Skinner, 1981, 1988), não se confundiria com tal concepção mecanicista. Skinner (1990a) é incisivo sobre esse ponto: The two sciences observe very different causal principles. The body-cum-brain obeys the laws of physics and chemistry. It has no freedom and makes no choices. No other vision of “man a machine” (in this case a biochemical machine) has ever been so well supported. [...] [But] the more we know about the body-cum-brain as a biochemical machine, the less interesting it becomes in its bearing on behavior. If there is freedom, it is to be found in the randomness of variations. If new forms of behavior are created they are created by selection (p. 1208). Assim, por mais que venhamos a conhecer, num futuro hipotético, tudo o que há para saber sobre os mecanismos neurofisiológicos, esse conhecimento não nos possibilitará explicar a origem do comportamento. A gênese do comportamento é uma questão endereçada às ciências da variação e seleção (Skinner, 1989, p. 18; 1993, pp. 3-4). No entanto, a impossibilidade de explicar a origem do comportamento não seria o único limite inerente às neurociências. Skinner (1933, p. 20; 1953/1965, p. 35; 1969€c, p. 60; 1975b, pp. 42-43; 1988, p. 184; 1989b, p. 130) dá um passo além e sustenta que elas não são sequer necessárias e/ou relevantes nas explicações comportamentai 1º O problema do mecanicismo será um dos temas centrais deste trabalho. O discutiremos no capítulo sobre os fundamentos das neurociências e no capítulo final. 54 We can analyze a given instance of behavior in its relation to the current setting and to antecedent events in the history of the species and of the individual. Thus, we do not need an explicit account of the anatomy and physiology of genetic endowment in order to describe the behavior, or the behavioral processes, characteristic of a species, or to speculate about the contingencies of survival under which they might have evolved, as the ethologists have convincingly demonstrated. Nor do we need to consider anatomy and physiology in order to see how he behavior of the individual is changed by his exposure to contingencies of reinforcement during his life-time and how as a result he behaves in a given way on a given occasion. T must confess to a predilection here for my own specialty, the experimental analysis of behavior, which is a quite explicit investigation of the effects upon individual organisms of extremely complex and subtle contingencies of reinforcement (Skinner, 1975b, pp. 42-43, itálico adicionado). Esse ponto nos remonta a duas características da filosofia da ciência behaviorista radical: (1) a explicação científica consiste na descrição de relações funcionais entre eventos (Skinner, 1931/1961c, 1938/1966b, 1947/1961a, 1953/1965, 1966c); (2) o parâmetro de explicação é a capacidade de previsão e controle do fenômeno estudado (1938/1966b, 1953/1965) 17. Conforme visto anteriormente, a análise do comportamento estuda as relações funcionais entre os eventos 1, 3 e 4 da cadeia causal descrita na seção 1.1!8: os eventos ambientais antecedentes (1) e consequentes (4) e as ações do organismo (3). O conhecimento produzido por e: análise possibilita ao cientista do comportamento prever e controlar o seu objeto de estudo com acurácia razoável. Dessa forma, as modificações neurofisiológicas que ocorrem dentro do organismo (evento 2) não são relevantes para a previsão e controle do comportamento: The objection to inner states is not that they do not exist, but that they are not relevant in a functional analysis. We cannot account for the behavior of any system while staying wholly inside it; eventually we must turn to forces operating upon the organism from without. Unless there is a weak spot in our causal chain so that the second link is not lawfully determined by the first, or the third by the second, then the first and third links must be lawfully related. If we must always go back beyond the second link for prediction and control, we may avoid many tiresome and “” Estas duas características da filosofia da ciência behaviorista radical serão analisadas adiante em comparação à concepção de explicação das neurociências. 'S Em diversas partes do texto serão feitas referências a outras seções do trabalho. Quando isso ocorrer, colocaremos entre parênteses, em notas de rodapé ou no próprio texto contínuo referências do tipo “seção X.X”. O objetivo é auxiliar o leitor na localização dos temas tratados ao longo do trabalho. 55 experimental — que consiste, resumidamente, em incidir sobre as partículas raios de luz de diferentes comprimentos de onda —, necessária para observar com certo grau de precisão a velocidade da partícula, teria como efeito colateral a diminuição da precisão de observação da posição da mesma partícula e vice-versa. Para Skinner, situação análoga ocorreria com o comportamento e os eventos neurofisiológicos, dado que tais eventos não seriam acessíveis ao neurocientista a não ser que este faça algum tipo de manipulação experimental, muitas vezes intrusiva, para observar diretamente o funcionamento cerebral. Transpondo a lógica do Princípio da Incerteza para o contexto do comportamento: para prever a ação do organismo no tempo 12 é nec ário conhecer a sua história de interação com o ambiente ou o seu estado cerebral no tempo t]. O conhecimento da história de interação com o ambiente é fornecido pela análise do comportamento e nos dá indícios probabilísticos de qual seria a ação do organismo no tempo 12 sem qualquer tipo de interferência direta no organismo. O conhecimento de seu estado cerebral atual no tempo t1 é fornecido pelas neurociências. Porém, para obtê-lo é preciso interferir diretamente no organismo e essa interferência pode afetar o comportamento foco de estudo. Em outras palavras, não é possível medir ao mesmo tempo os eventos neurofisiológicos que medeiam uma relação comportamental específica sem afetar, durante o processo, a própria relação comportamental. O último argumento acerca das explicações neurofisiológicas do comportamento a ser apresentado nesta seção talvez seja o mais importante: as explicações neurofisiológicas não adicionam nada de novo às explicações comportamentais (Skinner, 1938/1966b, p. 424; 1969, p. 63; 1980, p. 307; 1988, p. 184, p. 470; 1989, p. 18). Assim afirma o autor nas seguintes passagens: The point at issue is not the possibility of successful correlation but its significance. Although the discovery of a lesion may be of first importance for diagnostic or 58 prognostic purposes, a description of the phenomena of aphasia, in their relation to normal verbal behavior, is aided very slightly if at all by this added knowledge. tis wholly a matter of the interests of the investigator, whether he makes this excursion into the nervous system (1938/1966b, p. 424, itálico adicionado). A machine which simulated human behavior in detail would indeed tell us the Inside Story. We should have only to look at the blueprints to see what entered into the creation of man. Like the Inside Story of physiology, however, it would tell us nothing new about behavior. Only when we know what a man actually does can we adequately simulate his behavior. The Outside Story must be told first (1969, p. 63, itálico adicionado). W sleep is a kind of behavior—or even the absence of behavior—then has “physiology” told us something we didn't know? Only by amplification. REM is observed behavior. So are reports of dreaming. Electroencephalograms are “Physiology.” Do they throw any light on the behavior? Not on any explanatory mechanism. Not on any bridging of past experience with current action. (1980, p. 307, itálico adicionado). We now know much more about the chemistry and the architecture of the nervous system, but I believe it is still true, as I said in 1938 in The Behavior of Organisms, that no fact about the nervous system has yet told us anything new about behavior. It has, of course, told us much that is new about the relation between the nervous system and behavior and has indicated things to be done to the nervous system to change behavior. We have not yet learned anything about the behavior of an organism in an experimental space from its physiology [...] (1988, p. 470, itálico adicionado). Apresentar ess as citações em conjunto tem função de destacar o fato de que Skinner manteve-se inexorável em sua posição ao longo dos anos. Na década de 1930, o autor argumenta que eventuais descobertas sobre as correlações entre relações comportamentais e lesões neurais, como no caso da afasia, não seriam relevantes para entender o processo comportamental em si mesmo. Saberíamos que um problema comportamental possui uma causa física — uma lesão no cérebro — mas isso não forneceria nenhuma informação sobre as funções comportamentais afetadas pela lesão ou sobre os fortuitos padrões comportamentais que porventura emergiriam em decorrência dela. Para entender, por exemplo, a afasia enquanto comportamento verbal, deveríamos estudar o comportamento dos afásicos e não as lesões em seus cérebros. Ideia semelhante é apresentada no início dos anos 1980, só que neste caso Skinner discorre sobre a função das explicações eletroencefalográficas do sonho, que não nos explica nada sobre o comportamento de sonhar. 59 Já no final da década de 1960, Skinner coloca lado a lado, em seu argumento, as neurociências e a ciência cognitiva de paradigma computacional. Faz uma contraposição entre história interna e história externa da explicação do comportamento. Uma explicação completa dos processos neurofisiológicos correlatos aos proc: s comportamentais (história interna) poderia servir de base para a construção de máquinas que simulariam com exatidão o comportamento dos organismos, mas não nos diria nada de novo sobre o comportamento propriamente dito, cuja explicação está na história de interação do organismo com o ambiente (história externa). E mais, só poderíamos dizer que a máquina construída a partir do conhecimento neurofisiológico estaria, de fato, simulando o comportamento humano se soubéssemos o que é o comportamento humano. Sendo assim, a história externa, ou seja, a explicação comportamental, deve preceder a história interna, isto é, a explicação neurofisiológica, justamente para dar sentido a ela!?. Por último, no final da década de 1980, Skinner reitera seu posicionamento primeiramente exposto cinquenta anos antes: nenhum fato sobre o funcionamento do cérebro apresenta informações novas sobre o comportamento. As neurociências fornecem, de acordo com Skinner, informações sobre as relações entre comportamento e processos neurofisiológicos, mas, sobre o comportamento propriamente dito, nada de novo é acrescido. Essa conclusão de Skinner é consequência direta do argumento com o qual iniciamos este capítulo: a análise do comportamento e as neurociências possuem objetos de estudo distintos. Se esse é o caso, então é de se esperar que nada que possamos saber sobre um nos dirá algo sobre o outro. Em suma, para entender o comportamento nós devemos estudar comportamento e para entender o cérebro nós devemos estudar processos neurofisiológicos. Porém, para entender a relação entre cérebro e comportamento, nós devemos buscar dados de ambas as ciências. !º Desenvolveremos o argumento de Skinner segundo o qual a análise do comportamento estabeleceria a agenda de pesquisa das neurociências na próxima seção. 60 The appeal to what we may call naive physiologizing, like the appeal to psychic determiners, is made in an attempt to explain behavior by shifting to a different level of observation. These are "outside" theories, which account for one thing by pointing to something which is going on somewhere else at the same time. For this reason they cannot fill the need for a theory of behavior, no matter how carefully they may be extended or repaired. What is emerging in psychology, as it has emerged at some point in the history of most sciences, is a theory which refers to facts at a single level of observation. The logic of this is simple enough. We begin with behavior as a subject matter and devise an appropriate vocabulary. We express the basic protocol facts of the science in the terms of this vocabulary. In the course of constructing a theory we may invent new terms, but they will not be invented to describe any new sort of fact. At no time will the theory generate terms which refer to a different subject matter, to mental states, for example, or neurones. It is not the purpose of such a theory to explain behavior by turning to "outside" determiners (pp. 232-233, itálico adicionado). Para compreender o argumento de Skinner é preciso antes esclarecer o que o autor entende por “nível de análise”, “conceito” e “explicação”. Posto de maneira simples, dizer que a análise do comportamento e as neurociências possuem níveis de análise distintos talvez equivalha a dizer que ambas estejam interessadas em variáveis distintas. Lembremo-nos da cadeia causal de Skinner citada anteriormente (seção 1.1): eventos ambientais (variável 1) afetam o organismo no sentido de causar modificações fisiológicas (variável 2); essas modificações acabam por ocasionar ações do organismo (variável 3) que, por sua vez, são responsáveis por modificar o ambiente (variável 4). A análise do comportamento estaria interessada nas variáveis 1, 3 e 4, enquanto as neurociências tratariam da variável 2. Os conceitos das ciências, por sua vez, são abstrações estabelecidas a partir das relações funcionais entre as respostas verbais do cientista (os “termos” que ele usa) e as condições que estabelecem a ocasião em que elas ocorrem (Skinner, 1945/1961p; Skinner, 1957). Trata-se do operante verbal denominado tacto. Para Skinner (1957), o “...tact may be defined as a verbal operant in which a response of given form is evoked (or at least strengthened) by a particular object or event or property of an object or event” (p. 82). Ou seja, o tacto é o operante verbal que tem como estímulos discriminativos objetos ou eventos. Mas os conceitos são tipos especiais de tacto; especificamente, são extensões do tacto 63 conhecidas como abstrações. Novamente com Skinner (1957): “Any property of a stimulus present when a verbal response is reinforced acquires some degree of control over that response, and this control continues to be exerted when the property appears in other combinations” (p. 107). Assim, por exemplo, o conceito de reflexo é utilizado para indicar a relação funcional observada entre estímulos e respostas. Há infinitas combinações de estímulos e respostas que podem ser enquadradas como “reflexo”, mas todas elas devem possuir, ao menos, uma propriedade em comum: estarem funcionalmente relacionadas. O cientista do comportamento pode observar estímulos de diversas intensidades, formas e durações, e respostas de diver: magnitudes e topografias, mas se houver relação funcional observada entre estímulos e respostas, então o conceito de reflexo se aplica. Ora, dado que a análise do comportamento e as neurociências focam seus estudos em variáveis distintas, os eventos que estabelecem a ocasião para a emissão de tactos e, por conseguinte, para a criação de conceitos, são distintos. Em decorrência disso, pode-se dizer que os conceitos dessas a eventos ciência o estanques — isto é, conceitos comportamentais se referem apena comportamentais?! e conceitos neurofisiológicos se referem apenas a eventos neurofisiológicos. Por fim, em sua definição de explicação, Skinner (1931/1961c) adota um ponto de vista machiano ao afirmar que a análise do comportamento “...must describe the event not only for itself but in its relation to other events; and, in point of satisfaction, it must explain” (p. 337). Portanto, explicar é descrever as relações funcionais entre as variáveis que são objetos de estudo de uma dada ciência (Skinner, 1931/1961c, 1938/1966b, 1947/1961a, 1953/1965, 1966c)2. * Q termo "evento comportamental” é aqui usado para indicar os elementos das relações comportamentais. A ação do organismo é um evento comportamental e os estímulos antecedentes e consequentes também são eventos comportamentais. Por sua vez, o termo "relação comportamental" é aqui usado para indicar o todo que define o próprio fenômeno — as relações entre eventos ambientais, antecedentes e consequentes, e as ações do organismo. *2 Adiante discutiremos com mais detalhes sobre a concepção de explicação proposta pelo behaviorismo radical e sua relação com as explicações neurocientíficas. 64 O círculo argumentativo, então, se fecha: (1) a análise do comportamento e as neurociências possuem objetos de estudo distintos; (2) por conta disso, elas atuam em níveis distintos de análise; (3) por atuarem em níveis distintos seus conceitos se referem a eventos distintos; (4) dado que explicar consiste em descrever relações funcionais entre eventos, à explicações neurocientíficas e seus conceitos nada dizem sobre o comportamento, pois se referem a outros eventos que não o comportamento propriamente dito. É preciso, então, uma ciência do comportamento que possua o seu vocabulário próprio, que construa seus conceitos baseando-se apenas em eventos comportamentais e que explique o seu objeto de estudo levando-se em conta apena: s relações funciona s entre as variáveis que o constituem — eventos ambientais e as ações do organismo. Ao fato de possuírem objetos de estudo distintos, adiciona-se a ideia de que a análise do comportamento e as neurociências atuam em níveis diferentes de análise e de que seus conceitos devem ser criados tendo em vista os eventos que constituem seus níveis específicos. Tem-se aqui, portanto, mais um argumento para a independência da análise do comportamento perante as neurociênci Argumento que é reforçado pelas seguintes considerações de Skinner (1938/1966b): The first of these is hygienic. A definition of terms in a science of behavior at its own level offers the tremendous advantage of keeping the investigator aware of what he knows and of what he does not know. The use of terms with neural references when the observations upon which they are based are behavioral is misleading. An entirely erroneous conception of the actual state of knowledge is set up (pp. 426-427). Ater-se aos conceitos comportamentais na explicação do comportamento é vantajoso porque mantém o discurso do cientista conciso, sem referências a eventos que não fazem parte do universo comportamental (Skinner, 1938/1966bh, pp. 426-427; 1966c, p. 217). Além disso, a utilização de conceitos neurofisiológicos na explicação do comportamento pode gerar 65 Skinner, que uma ciência do comportamento independente das neurociências é possível, uma neurociência independente da análise do comportamento também é possível. Nesse caso, Skinner parece sugerir que tal neurofisiologia estaria interessada propriamente no funcionamento dos mecanismos neurofisiológicos como um fim em si mesmo. A questão, porém, é que se e: neurofisiologia pretender dar um passo adiante e buscar entender a correlação entre esses mecanismos neurofisiológicos e o comportamento, então, aí sim, ela precisará dos parâmetros estabelecidos pela análise do comportamento. Skinner (1969c), por sua vez, faz o seguinte comentário: [...] itis often implied that behavior cannot be adequately described until more is known about the nervous system. A science of behavior is called “highly phenomenological” and is said to show a “studied indifference to brain mechanisms —to what is inside the black box.” But we cannot say that what goes on inside is an adequate explanation until we know what the black box does. A behavioral analysis is essentially a statement of the facts to be explained by studying the nervous system. It tells the physiologist what to look for (1969, p. 60, itálico adicionado). O autor apresenta essa ideia como contra-argumento à tese contrária segundo a qual o comportamento não poderia ser explicado enquanto não se tem conhecimento do que ocorre dentro da caixa-preta, isto é, no cérebro. O autor sustenta justamente o oposto: é impossível saber a função dos mecanismos neurofisiológicos na manutenção das relações comportamentais até sabermos exatamente quais as variáveis comportamentais relevantes. Seria inconcebível, por exemplo, questionarmos quais seriam os mecanismos neurofisiológicos correlatos às relações operantes reforçadas positivamente sem termos conhecimento claro das variáveis comportamentais que compõem tais relações. Outra questão auxiliar ao argumento é ressaltada por Skinner (1974): “The behavioral account is also close to physiology: it sets the task for the physiologist. Mentalism, on the other hand, has done a great disservice by leading physiologists on false trials in search of the neural correlates of images, memories, consciousness, and so on” (p. 211, itálico adicionado). 68 A análise do comportamento, conforme dito anteriormente, diz ao neurocientista o que procurar quando este está em busca dos correlatos neurofisiológicos do comportamento. Entretanto, os neurocientistas podem apropriar-se de outro vocabulário para estabelecer os 3 seus parâmetros: o vocabulário mentalista”. As críticas ao mentalismo estão no cerne do behaviorismo radical (Carvalho Neto, Tourinho, Zilio & Strapasson, 2012; Moore, 1981, 2008; Ringen 1986; Schnaitter, 1984; Zilio & Carrara, 2008) e, nesse caso, elas se somam ao presente argumento: as neurociências nunca encontrarão, de acordo com Skinner, os correlatos neurais de imagens, de memórias e da consciência. Ao desvendar o funcionamento de todos os mecanismos neurofisiológicos, uma neurociência hipotética completa, por exemplo, não encontrará “imagens mentais”, “engramas” ou o “self”. Essas entidades mentais seriam um engodo e, por isso, levariam as pesquisas neurofisiológicas a traçar um caminho errado na busca dos correlatos neurofisiológicos do comportamento. Um caminho mais apropriado seria o estabelecido pelas informações fornecidas pela análise do comportamento. É o que Skinner (1986c) deixa claro nesta passagem: “I think the experimental analysis of behavior can best proceed as it started, until the control of the behavior of an organism in an experimental space is very nearly total. A science of behavior will then have given neurology its clearest assignment” (p. 235, itálico adicionado). Em linhas gerais, o maior controle do comportamento no espaço experimental implica a maior precisão das explicações do comportamento — isto é, da descrição das relações funcionais entre as variáveis estudadas pela análise do comportamento, quais sejam, os eventos ambientais, antecedentes e consequentes, e ções do organismo. Por sua vez, a maior precisão na explicação do comportamento é diretamente proporcional à precisão com que se estabelecerão as correlações entre processos neurofisiológicos e relações comportamentais. 2 O problema do mentalismo nas neurociências será tema do capítulo 2. 69 1.4 Questões práticas Nas seções anteriores apresentamos argumentos de Skinner para a autonomia da análise do comportamento perante as neurociências que possuem forte influência da filosofia behaviorista radical: desde a sua definição de comportamento, passando pelo status das explicações nas neurociências, até chegar às questões conceituais e de filosofia da ciência. Nesta última seção, porém, trataremos de alguns argumentos que, embora relacionados, não são necessariamente filosóficos. São argumentos de cunho prático, que indicam vantagens na prática de ambas as ciências possibilitadas pela autonomia da análise do comportamento. Primeiramente, se estabelecida a autonomia da análise do comportamento, o próximo passo lógico é uma divisão de tarefas: cada ciência estaria encarregada de responder questões diferentes, mas complementares, acerca do comportamento (Skinner, 1935/1961f, p. 365; 1956/1961g, p. 214; 1983b, p. 15; 1985, p. 295; 1990a, p. 1208). Assim afirma Skinner (1985): “How organisms are changed by contingencies of reinforcement is the field of a behavioural analysis. What is happening inside is a question to be answered by neurology, with its appropriate instruments and methods” (p. 295). Além disso, as chances de progresso mais rápido são maiores quando duas ciências caminham de maneira autônoma, cada qual com seus objetivos bem estabelecidos, sem precisar recorrer uma à outra. O argumento é simples: se cada descoberta sobre o comportamento for seguida da busca de seus correlatos neurofisiológicos, a pesquisa comportamental ficará estagnada enquanto se pratica neurociência (Skinner, 1938/1966b, pp. 427-428, p. 429; 1979, pp. 166-167; 1989, p. 18). Esta parece ser a ideia de Skinner (1979): The argument against physiology is simply that we should get more done in the field of behavior if we confined ourselves to behavior. When we rid ourselves of 70 Conceitos e filosofia da ciência Definição relacional de reflexo: definição relacional do comportamento. Níveis de análise distintos. Arcabouço conceitual distinto. Utilizar conceitos comportamentais nas explicações do comportamento resulta em maior concisão e clareza sobre o que sabemos e não sabemos sobre o comportamento. Fatos da análise do comportamento são imunes aos fatos das neurociências. A análise do comportamento estabelece a agenda de pesquisa das neurociências; ela diz aos neurocientistas o que procurar. Questões práticas Divisão de tarefas. Ciências autônomas progridem mais rápido. Análise do comportamento fornece auxílio tecnológico e experimental. 73 Capítulo 2 As críticas behavioristas radicais às neurociências O behaviorismo radical é conhecido por ser crítico das teorias fisiológicas do comportamento (e.g., Baer, 1996; Bradnan, 1982; García-Hoz, 2004; Illard & Feldman, 2001; Kandel, 1976; Loucks, 1941; Machamer, 2009; Panksepp, 1990; Razran, 1965; Reese, 1996; Staddon & Bueno, 1991). Em suas críticas, Skinner vai além do objetivo de estabelecer uma ciência do comportamento autônoma. São comentários que, embora possam contribuir para a independência da análise do comportamento, não foram apresentados necessariamente com essa finalidade. O presente capítulo trata das críticas de Skinner associadas às neurociências. As críticas foram divididas em três categorias. A primeira delas, “Relacionismo”, contém críticas fundamentadas pela definição relacional do comportamento. A segunda, “Teoria e explicação do comportamento”, trata das críticas direcionadas às teorias que recorrem ao sistema nervoso para explicar o comportamento. Finalmente, a terceira categoria, “Mentalismo nas neurociências”, discorre sobre os problemas decorrentes da adoção do ponto de vista mentalista no contexto das neurociências. Ressalta-se novamente que, assim como no capítulo anterior, não há fronteira clara entre essas categorias, ou seja, elas não são estanques. E mais, os argumentos críticos podem também ser enquadrados como argumentos para justificar a independência da análise do comportamento — isto é, neste capítulo podem reaparecer questões tratadas no capítulo 1. No entanto, reafirmando o que foi dito anteriormente, esta apresentação das críticas de Skinner em categorias é útil, pois indica certos padrões que, quando trazidos à tona, podem ajudar no entendimento do posicionamento behaviorista radical acerca do tema. 74 2.1 Relacionismo Cabe retomar, nesta seção, alguns pontos sobre a definição de reflexo apresentados na seção 1.2. A partir da análise histórica do conceito de reflexo, Skinner (1931/1961c) constatou que, nos estudos fisiológicos, o termo indicava o processo de distúrbio fisiológico do organismo ocasionado pela estimulação ambiental que seria transmitida até o sistema nervoso central para, em seguida, ser “refletida” nos músculos, tal como acontece com uma imagem em frente ao espelho (Skinner, 1938/1966b, 1953/1965). Entretanto, para o autor (1931/1961c, 1938/1966b; Skinner & Crozier, 1931), o reflexo seria nada mais que um conceito que indica a correlação observada entre estímulos e respostas. Não há, na definição de reflexo, menção alguma a processos neurofisiológicos, e os fisiologistas, como Sherrington e Pavlov, que supostamente estariam estudando o sistema nervoso, na verdade estavam manipulando apenas variáveis comportamentais — estímulos e respostas. Skinner (1980/1998) sintetiza com clareza seu posicionamento: “My thesis was an operational analysis of the reflex. I insisted that the word should be defined simply as an observed correlation of stimulus and response. Sherrington's synapse was a mere inference that could not be used to explain the facts from which it was inferred” (p. 291). No âmbito dos conceitos científicos, que, como vimos anteriormente (seção 1.3), são tactos verbais, os eventos que estabelecem a ocasião para a resposta verbal “reflexo” são comportamentais; precisamente, são correlações entre estímulos e respostas. Mesmo nas pesquisas “fisiológicas” de Sherrington e Pavlov, supostamente não havia eventos neurofisiológicos controlando tal tacto. Seria um erro, portanto, assumir que o reflexo deva ser definido por eventos neurofisiológicos. Existem modificações neurofisiológicas relacionadas ao reflexo, mas elas não se confundem com essa relação comportamental. Dessa 75 could be defined operationally by referring to behavior and environment without mentioning the nervous system (p. 68). Um ataque ao emprego incorreto da fisiologia. O reflexo é um conceito que diz respeito a relações comportamentais. Não se trata de uma propriedade anatomofisiológica do organismo — não é uma “coisa”, mas uma relação. Para Skinner, a “sinapse” de Sherrington não passava de um construto ad hoc para explicar relações entre estímulos e respostas, já que o pesquisador não tinha acesso aos eventos neurais reais”. Portanto, qualquer tentativa de definir ou restringir o comportamento tendo em vista propriedades neurofisiológicas é criticada pela perspectiva behaviorista radical. Não é a estrutura anatômica e nem as funções fisiológicas que definiriam o comportamento. Ainda à luz da definição relacional de comportamento, há outra crítica de Skinner (1980) às neurociências: estas seriam incapazes de capturar o significado do comportamento. Trata se de uma crítica associada ao argumento da independência segundo o qual a análise do comportamento estabeleceria a agenda de pesquisa das neurociências, ou seja, diria aos neurocientistas o que procurar (seção 1.3). A situação hipotética descrita por Skinner (1980) é esclarecedora: Trun into an old friend and bring him home with me. I have a few errands to do and so, after taking him into the living-room, I say, "There is beer in the refrigerator.” Then I leave. Have I: 1. Communicated information? 2. Imparted knowledge” 3. Told a fact? For purposes of practical discourse there is no harm in saying “Yes,” but for either describing what actually happened or specifying an assignment for Physiology, something else is needed. Nothing physical has changed places. There is no stuff called information, knowledge, or fact that can be observed in transit or found in place by the physiologist. My friend has not “grasped a meaning.” The effect of my verbal response (similar to past effects which are in part accountable for its strength) is to increase the probability that my friend will go to the refrigerator if a beer is reinforcing in his present state. Whether he goes or not depends upon many things. If we have had a beer or two on the way home, a process of deprivation may need to set in. I can speed it up by offering him potato chips or salted nuts. Salt brings about a redistribution of water in parts of the body leading eventually to urination and increasing the probability of the ingestion of Tluids. My friend has “learned the meaning” of my response when upon hearing 2 Trataremos da crítica ao sistema nervoso conceitual na seção 2.2. Na seção 3.2, por sua vez, discutiremos especificamente as críticas direcionadas a Sherrington. 78 similar responses, he has gone to the refrigerator and found beer (pp. 213-214, itálico adicionado). Para o behaviorismo radical, o significado do comportamento não deve ser encontrado nas características intrínsecas dos estímulos, das respostas e dos eventos neurofisiológicos que compõem uma relação comportamental. O significado estaria nas próprias contingências que controlam o comportamento (Abib, 1994; Moore, 2008; Skinner, 1945, 1957, 1974; Zilio, 2010). Assim afirma Skinner (1957): “[...] meaning is not a property of behavior as such but of the conditions under which behavior occurs” (pp. 13-14). Ora, estudar tais condições é o objetivo da análise do comportamento (Skinner, 1953/1965, 1966c). Pode-se dizer que, de certo modo, a análise do comportamento seria a ciência do significado; e por ser tal ciência, cabe a ela informar às neurociências a função dos mecanismos neurofisiológicos — dar sentido aos seus dados à luz das relações comportamentais. O significado da frase “Há cerveja no refrigerador” não está nas propriedades físicas do estímulo sonoro que a compõe, tampouco está nas modificações fisiológicas do ouvinte, resultantes de seu aparato auditivo. O neurofisiologista encarregado de estudar o sistema auditivo não estuda o significado da sentença. Este estaria nas contingências estabelecidas pela comunidade verbal. O ouvinte “entende” o que o falante diz por conta de sua história de interação com o ambiente, verbal e não verbal, formado por cervejas, refrigeradores, palavras faladas e escritas, e as inúmeras possibilidades de relações entre esses eventos. Em síntese, o significado do comportamento está na própria relação que o define, e não nas propriedades físicas dos eventos que o constitui. Dessa forma, quando neurocientistas afirmam estudar, por exemplo, os mecanismos neurofisiológicos do condicionamento de “medo” (e.g., Dityatev & Bolshakov, 2005; Kim & Jung, 2006; Maren, 2001, 2003), só é possível fazê-lo por conta de relações comportamentais específicas que dão sentido, mesmo que arbitrário, aos mecanismos estudados. Nesse caso, 79 tais relações normalmente envolvem condicionamento respondente e pareamento entre estímulos neutros e estímulos aversivos. Seria inconcebível sustentar, por exemplo, que a amígdala tem função central no estabelecimento do “medo” em organismos (cf. Dityatev & Bolshakov, 2005) sem termos antes relações comportamentais arbitrariamente tomad. s como exemplos de situações que envolvem “medo”. Nesta seção apresentamos três críticas de Skinner às neurociências; todas relacionadas à definição relacional do comportamento: (1) as relações comportamentais não são definidas pelos eventos neurofisiológicos que as acompanham; (2) qualquer tentativa de definir relações comportamentais a partir de eventos neurofisiológicos acaba por restringir a definição para os casos em que somente ocorreriam tais modificações; e (3) não é possível capturar o significado do comportamento a partir de dados neurofisiológicos. Pelo contrário, é a análise do comportamento, a ciência do significado, que dá sentido aos mecanismos neurofisiológicos. 2.2 Teoria e explicação do comportamento Skinner dirigiu diversas críticas às explicações neurocientíficas do comportamento. Grande parte dessas críticas está associada ao posicionamento behaviorista radical acerca das teorias fundadas no método hipotético-dedutivo e constituídas por construtos hipotéticos (Skinner, 1950). Skinner (1988), em trecho retrospectivo, descreve essa prática teórica: In 1950 1 asked the question, Are theories of learning necessary?, and suggested that the answer was no. I soon found myself representing a position which has been described as a Grand Anti-Theory [...]. Fortunately, I had defined my terms. The word theory was to mean “any, explanation of an observed fact which appeals to events taking place somewhere else, at some other level of observation, described in different terms, and measured, if at all, in different dimensions” — events, for example, in the real nervous system, the conceptual [nervous] system, or the mind. IT argued that theories of this sort had not stimulated good research on learning and that they misrepresented the facts to be accounted for, gave false assurances about 80 A reputation as an antitheorist is easily acquired by anyone who neglects hypothetico-deductive methods. When a subject matter is very large (for example, the universe as a whole) or very small (for example, subatomic particles) or for any reason inaccessible, we cannot manipulate variables or observe effects as we should like to do. We therefore make tentative or hypothetical statements about them, deduce theorems, which refer to accessible states of affairs, and by checking the theorems confirm or refute our hypotheses. The achievements of the hypothetico-deductive method, where appropriate, have been brilliant. Newton set the pattern in his Principia, and the great deductive theorists who followed him have been given a prominent place in the history of science. [...] but the resulting prestige is real enough, and it has had unfortunate consequences. [...] For one thing, the method tends to be used when it is not needed, when direct observation is not only possible but more effective. [...] Behavior is one of those subject matters which do not call for hypothetico-deductive methods. Both behavior itself and most of the variables of which it is a function are usually conspicuous (Responses which are of very small magnitude or difficult to reach are notable exceptions, but the problems they pose are technical rather than methodological.) If hypotheses commonly appear in the study of behavior, it is only because the investigator has turned his attention to inaccessible events - some of them fictitious, others, irrelevant (pp. 102-103, itálico adicionado). Há informações relevantes nessa passagem. Em primeiro lugar, Skinner não é contra o método hipotético-dedutivo quando esse é necessário — quando é a única maneira disponível para o desenvolvimento de teorias. Zuriff (1985) afirma que as críticas ao método são, acima de tudo, estratégicas. A utilização de construtos hipotéticos é justificável quando os fenômenos aos quais eles se referem são inobserváveis e impossíveis de se manipular, o que não é o caso do comportamento. As variáveis estudadas na ciência do comportamento — os eventos ambientais e as ações do organismo — quase sempre estão disponíveis para manipulação e observação. Mas é justamente por conta desse “quase” que a crítica skinneriana não deve recorrer, em sua justificativa, à distinção entre eventos observáveis e inobserváveis (cf. Burgos, 2007). Os eventos comportamentais privados, por exemplo, seriam, em princípio, inobserváveis: “Each of us possesses a small part of the universe within his own skin. It is not for that reason different from the rest of the universe, but it is a private possession: We have ways of knowing about it that are denied to others” (Skinner, 1972, p. 18). Não se trata de um limite tecnológico. Por mais que se desenvolvam as técnicas comportamentais e neurofisiológicas, nós nunca teremos acesso, por exemplo, à sensação de dor de dente de um sujeito (Zilio, 2010). A sensação é uma relação comportamental privada 83 que envolve o estímulo privado e a resposta de senti-lo (Skinner, 1969b). Através de avanços tecnológicos poderemos um dia vir a conhecer os tipos de estímulos que constituem sensações comumente qualificadas como “dolorosas”, mas nunca teremos acesso às próprias sensações (Zilio, 2010). Skinner (1963a) defende sua posição acerca dos eventos privados afirmando que a “...science often talks about things it cannot see or measure” (p. 953). Ora, se as ciências, incluindo-se entre elas a análise do comportamento, tratam de coi que não podem ser observadas e medidas, então esse não pode ser o critério que justifica a crítica de Skinner ao método hipotético-dedutivo, pois, dessa forma, o autor estaria entrando em contradição. A crítica ao método hipotético-dedutivo deve focar as condições de controle do comportamento verbal de “teorizar” do cientista (Moore, 1998, 2010). Nesse contexto, Moore (2008), baseando-se em Schnaitter (1986), apresenta dois problemas em potencial do método hipotético-dedutivo. O primeiro deles é o problema da distância intraverbal: “as the amount of verbal behavior intermediating between the world and a conclusion about the world increases, the opportunity for a faulty inference increases” (p. 305). O segundo é definido como problema da contaminação metafórica: “metaphoric extension invariably leads to misdirection and conceptual error in science” (p. 305). Ambos os problemas possuem como premissa as condições de controle sobre o comportamento verbal dos cientistas. A boa teoria, na perspectiva de Skinner (1947/1961a, 1950), consiste na descrição abstrata de leis decorrentes da observação e manipulação direta dos eventos comportamentais. Quando passamos a lidar com construtos hipotéticos, a ligação entre tais eventos e as teorias torna-se frágil. As teorias podem, por exemplo, acabar sendo constituídas por extensões metafóricas cuja origem nem mesmo estaria nos eventos que pretendem explicar. A título de exemplo, Skinner (1966c) discorre sobre o pouco uso de metáforas na análise experimental do comportamento: 84 In representing the relationships discovered by an experimental analysis of behavior, little use is made of metaphors or analogies drawn from other sciences. Reports seldom contain expressions like encode, read out from storage, reverberating circuits, overloaded channels, gating, pressure, flow, drainage, networks, centers, or cell assemblies (p. 217). Zuriff (1985), por sua vez, apresenta outros argumentos behavioristas críticos ao método hipotético-dedutivo. Um deles seria que a aceitação dessa estratégia poderia encorajar especulações indesejadas acerca do fenômeno estudado. Nesse caso, o controle do comportamento verbal de “teorizar” poderia ir além das condições experimentais, gerando hipóteses que não possuiriam necessariamente contato direto com o fenômeno a ser explicado, fornecendo, assim, ficções explanatórias. É nesse sentido também que Skinner (1988) afirma que “...unlike direct observation and description, the construction of a hypothesis suggests mysterious intellectual activities. [...] the hypothesis makers seem to display knowledge which they cannot have acquired through ordinary channels” (p. 102, itálico adicionado). Associado tanto aos problemas da distância intraverbal e da extensão metafórica quanto à crítica do encorajamento das especulações indesejadas, há o problema do “significado excedente”, apontado por Kitchener (1996). Conforme visto anteriormente, os significados dos conceitos teóricos devem ser encontrados nas condições experimentais que estabelecem a ocasião para a emissão dos tactos verbais (seção 1.3). Os construtos hipotéticos possuem significado excedente porque as condições de controle que estabelecem a ocasião para a sua emissão vão além ou, até mesmo, estão ausentes dos eventos que pretendem explicar. Esses conceitos, mesmo sendo utilizados para se referir ao comportamento, normalmente insinuam que há algo a mais. Descrever uma relação operante discriminada dizendo, por exemplo, que um estímulo discriminativo relacionado a um esquema de reforçamento positivo transmite informação para o sujeito de que é essa a contingência em 85
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved