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Antropologia, conceitos antropologicos, como genocidio, etmografia, etmologia, relativismo cultural dentre outros, Resumos de Antropologia

Antropologia, conceitos antropologicos, como genocidio, etmografia, etmologia, relativismo cultural dentre outros

Tipologia: Resumos

2019

Compartilhado em 13/12/2019

kaique-mauricio-4
kaique-mauricio-4 🇧🇷

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Baixe Antropologia, conceitos antropologicos, como genocidio, etmografia, etmologia, relativismo cultural dentre outros e outras Resumos em PDF para Antropologia, somente na Docsity! O que é Etnografia: Etnografia é o estudo descritivo da cultura dos povos, sua língua, raça, religião, hábitos etc., como também das manifestações materiais de suas atividades. É a ciência das etnias. Do grego ethos (cultura) + graphe (escrita). A etnografia estuda e revela os costumes, as crenças e as tradições de uma sociedade, que são transmitidas de geração em geração e que permitem a continuidade de uma determinada cultura ou de um sistema social. Etnografia é inerente a qualquer aspecto da Antropologia Cultural, que estuda os processos da interação social: os conhecimentos, as ideias, técnicas, habilidades, normas de comportamento e hábitos adquiridos na vida social de um povo. A Etnografia é também parte ou disciplina integrante da etnologia, que se ocupa com o estudo descritivo, classificatório e comparativo da cultura material, ou seja, dos artefatos encontrados nas diversas sociedades. A pesquisa etnográfica tem bases antropológicas ou etnográficas, baseia-se na observação e levantamento de hipóteses, onde o etnólogo procura descrever o que, na sua visão, ou seja, na sua interpretação, está ocorrendo no contexto pesquisado. Uma das características da Etnografia é a presença física do pesquisador e a observação in loco. A conclusão é simples: a rigor, fazer etnografia não consiste apenas em “ir a campo”, ou “ceder a palavra aos nativos” ou ter um “espírito etnográfico”. Fazer etnografia supõe uma vocação de desenraizamento, uma formação para ver o mundo de maneira descentrada, uma preparação teórica para entender o “campo” que queremos pesquisar, um “se jogar de cabeça” no mundo que pretendemos desvendar, um tempo prolongado dialogando com as pessoas que pretendemos entender, um “levar a sério” a sua palavra, um encontrar uma ordem nas coisas e, depois, um colocar as coisas em ordem mediante uma escrita realista, polifônica e inter- subjetiva. Finalizando, gostaria de frisar que dizer o que é a etnografia para um antropólogo não significa dizer que ela é “propriedade” nossa; significa, apenas, afirmar o quanto ela é complexa para nós. Como outras disciplinas podem se apropriar dela é uma outra questão, que ultrapassa o objetivo deste artigo. Etnografia virtual Etnografia virtual é a metodologia de pesquisa que busca a coleta de dados através do ambiente virtual, utilizando os diversos materiais disponíveis na rede. É uma tendência para todos que buscam novos processos de pesquisa e aprendizagem. A etnografia virtual permite que se obtenham algumas respostas às questões levantadas. O pesquisador pode fazer uma análise, interpretar e observar uma comunidade, mesmo que seja no ciberespaço. É um complemento metodológico para diversos estudos. O que é Etnocentrismo: Etnocentrismo é um conceito da Antropologia definido como a visão demonstrada por alguém que considera o seu grupo étnico ou cultura o centro de tudo, portanto, num plano mais importante que as outras culturas e sociedades. O termo é formado pela justaposição da palavra de origem grega "ethnos" que significa "nação, tribo ou pessoas que vivem juntas" e centrismo que indica o centro. Um indivíduo etnocêntrico considera as normas e valores da sua própria cultura melhores do que as das outras culturas. Isso pode representar um problema, porque frequentemente dá origem a preconceitos e ideias infundamentadas. Uma visão etnocêntrica demonstra, por vezes, desconhecimento dos diferentes hábitos culturais, levando ao desrespeito, depreciação e intolerância por quem é diferente, originando em seus casos mais extremos, atitudes preconceituosas, radicais e xenófobas. Este fenômeno universal pode atingir proporções drásticas, quando culturas tecnicamente mais frágeis entram em contato com culturas mais dominantes e avançadas. Alguns exemplos de etnocentrismo estão relacionados ao vestuário. Um deles é o hábito indígena de vestir pouca ou nenhuma roupa; outro caso é o uso do kilt (uma típica saia) pelos escoceses. São duas situações que podem ser tratadas com alguma hostilidade ou estranheza por quem não pertence àquelas culturas. Etnocentrismo e relativismo cultural O relativismo cultural é uma corrente de pensamento ou doutrina que tem como objetivo entender as diferenças culturais e estudar o porquê das diferenças entre culturas distintas. Enquanto o etnocentrismo tem uma vertente de confronto, o relativismo aborda as diferenças de uma forma apaziguadora. É importante destacar que o relativismo cultural é uma ideologia que defende que os valores, princípios morais, o certo e o errado, o bem e o mal, são convenções sociais intrínsecas a cada cultura. Um ato considerado errado em uma cultura não significa que o seja também quando praticado por povos de diferente cultura. O que é Etimologia: Etimologia é o estudo gramatical da origem e história das palavras, de onde surgiram e como evoluiram ao longo dos anos. Do grego etumología, a etimologia se preocupa em encontrar os chamados étimos (vocábulos que originam outros) das palavras. Afinal, toda a palavra conhecida possui um significado e derivação de alguma outra palavra, que pode pertencer a outro idioma ou a uma língua que já foi extinta. Um grande exemplo é o latim, língua que está há muitos anos em desuso e que é a responsável pela formação de várias palavras utilizadas atualmente na língua portuguesa, espanhola, italiana, francesa, entre outras, que são chamadas de "línguas latinas". Porém, não apenas do latim construímos nosso vocabulário. Mesmo nos dias de hoje, inúmeros termos que usamos no cotidiano tiveram sua origem em idiomas estrangeiros ou de culturas que já não existem, como o tupi-guarani. No português falado no Brasil, existem muitas expressões e palavras que possuem seus étimos da língua tupi, como ipanema, copacabana, abacaxi, caju e inúmeras outras. Os responsáveis pelo estudo da origem e história das palavras são os etimologistas, que tentam explicar os motivos que levam certos termos serem escritos de determinada maneira, mesmo que a pronúncia seja diferente. Exemplo: "casa" ("s" com som de "z") ou "maçã" ("ç" com som de "s"). Existem também as falsas etimologias, normalmente atribuídas pelo senso comum e cultura popular à uma palavra que simplesmente é similar a outra, mas sem comprovação de um etimologista. Por exemplo, a palavra forró, de acordo com a falsa etimologia, teria sido derivada do inglês for all ("para todos", em português), porém, os etimologistas dizem que na verdade o termo não passa de uma abreviação da expressão forrodobó, que já existia há muito tempo no Brasil. Confira exemplos da origem etimológica de algumas palavras da língua portuguesa:  Abacaxi: do tupi iba-cati (fruto que cheira muito)  Trabalho: do latim tripaliu (ser torturado)  Coração: do latim cor ou cordis (coração)  Cidadania: do latim civitas (cidade)  Amor: do latim amor (a grafia e significado continuam os mesmos do original latim) O que é Evolucionismo: Evolucionismo é uma teoria que defende o processo de evolução das espécies de seres vivos, através de modificações lentas e progressivas consoantes ao ambiente em que habitam. De acordo com Marx, a ideologia da classe dominante tinha como objetivo manter os mais ricos no controle da sociedade. No século XX, várias ideologias se destacaram:  ideologia fascista implantada na Itália e Alemanha, tinha um caráter militar, expansionista e autoritário;  ideologia comunista disseminada na Rússia e outros países, visando a implantação de um sistema de igualdade social;  ideologia democrática, surgiu em Atenas, na Grécia Antiga, e têm como ideal a participação dos cidadãos na vida política;  ideologia capitalista surgiu na Europa e era ligada ao desenvolvimento da burguesia, visava o lucro e o acúmulo de riqueza;  ideologia conservadora são ideias ligadas à manutenção dos valores morais e sociais da sociedade;  ideologia anarquista defende a liberdade e a eliminação do estado e das formas de controle de poder  ideologia nacionalista é aquela que exalta e valoriza a cultura do próprio país. Ideologia de gênero "Ideologia de gênero" é um conceito que ficou popularmente conhecido, mas é preciso tomar cuidado ao usar esta expressão quando se fala sobre questões de gênero. É importante saber que, nesse caso, a expressão não é a mais adequada, já que a palavra ideologia significa "conjunto de ideias ou princípios sobre um assunto". O que é gênero? Gênero é definido como a maneira que uma pessoa se autoidentifica e se percebe como indivíduo (homem ou mulher), o que pode acontecer independentemente da sua sexualidade biológica, ou seja, do sexo com que nasceu. Existem teorias que defendem a existência de apenas dois gêneros (masculino e feminino), mas também há estudos que sugerem a existência de uma diversidade de gêneros, que podem ir além desses dois conceitos. Pesquisadores do assunto defendem que a identificação com um determinado gênero é resultado de uma construção histórica, social e cultural. De acordo com estes estudos, a noção de gênero não seria uma escolha feita conscientemente. Assim, a identificação com um gênero não seria uma escolha pessoal, mas o resultado de uma soma de fatores: a convivência de uma pessoa com certos valores sociais e culturais, além da percepção sobre sua própria identidade. Para entender mais sobre o assunto, leia também o significado de ideologia de gênero. Ideologia na Filosofia Hegel abordou a ideologia como uma separação da consciência em relação a si própria. Marx utilizou essa concepção hegeliana para diferenciar dois usos diferentes do conceito de ideologia:  um que expressa a ideologia como causadora da alienação do homem, através da separação da consciência;  outra que contempla a ideologia como uma superestrutura composta por diversas representações que compõem a consciência. Para Karl Marx, a ideologia mascara a realidade. Os pensadores adeptos dessa escola consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, mostrando apenas sua aparência e escondendo suas demais qualidades. Ideologia na Sociologia A sociologia descreve uma ideologia como uma associação de representações e ideias que um determinado grupo social produz a respeito do seu meio envolvente e da sua função nesse meio. Existem ideologias políticas, religiosas, econômicas e jurídicas. Uma ideologia se distingue de uma ciência porque não tem como fundamento uma metodologia exata capaz de comprovar essas ideias. O grupo que defende uma ideologia frequentemente tenta convencer outras pessoas a seguirem essa mesma ideologia. Assim, existem confrontos ideológicos e consequentemente ideologias dominantes (hegemônicas) e dominadas (subordinadas). O que é In loco: In loco é uma expressão em latim, que significa "no lugar" ou "no próprio local" e é equivalente à expressão in situ. Esta locução adverbial latina, é muito usada na língua portuguesa, mas nem sempre é usada de forma correta. In locu ou in locus são formas erradas da expressão, apesar de locus significar "lugar" em latim. Ex: Não é possível tirar conclusões sobre a empresa em questão sem fazer uma avaliação in loco. As expressões latinas in situ e in loco são semelhantes no âmbito semântico, sendo muitas vezes usadas como sinônimos. Apesar disso, a expressão in loco é mais comum e mais usada, talvez por ser mais facilmente reconhecida pelas pessoas. No contexto da construção, uma parede de concreto moldada in loco é uma parede que foi moldada no local onde está sendo realizada a construção. In loco parentis A expressão em latim in loco parentis significa "no lugar dos pais" e consiste na responsabilidade legal de uma organização ou de uma pessoa em assumir algumas funções e encargos que normalmente são atribuídos a um dos pais. O que é Relativismo cultural: Relativismo cultural é uma perspectiva da antropologia que vê diferentes culturas de forma livre de etnocentrismo, o que quer dizer sem julgar o outro a partir de sua própria visão e experiência. A perspectiva do relativismo cultural é uma construção da Antropologia, idealizada por nomes como Franz Boas, e também utilizado na Sociologia. Como conceito científico, o relativismo cultural pressupõe que o investigador tenha uma visão neutra diante do conjunto de hábitos, crenças e comportamentos que a princípio lhe parecem estranhos, que resultam em choque cultural. Relativizar é deixar o julgamento de lado, assim como se afastar da sua própria cultura a fim de entender melhor o outro. Um exemplo de aplicação do relativismo cultural em pesquisas antropológicas pode ser visto no estudo de sociedades tradicionais isoladas de influências ocidentais. Digamos que em uma tribo da Oceania, as relações de parentesco sejam pela linha matriarcal, e o irmão da mãe, ou seja o tio, faça o papel que o pai executa nas sociedades ocidentais. De forma etnocêntrica, o antropólogo poderia interpretar estes laços como disformes e criticar em seu trabalho as possíveis consequências sociais e familiares desta ação. Mas ao relativizar durante seu trabalho de campo, o pesquisador percebe que estas relações são apenas diferentes, pois possuem outros sistemas e processos anteriores que precisam ser levados em consideração. A fim de fazer uma investigação científica, é indispensável que o pesquisador livre-se de preconceitos e julgamentos, por isso a prática do relativismo cultural na Antropologia. Porém o exercício de relativização também pode ser utilizado pela sociedade como um todo, no dia-a-dia, para entender melhor a posição e comportamentos dos outros, e estabelecer melhores relações sociais, mais compreensivas. O conceito de relativismo cultural passa também pela compreensão da ideia de alteridade, que é o pressuposto da existência do outro e da diferença em sociedade. Etnocentrismo e Relativismo cultural O conceito de relativismo cultural pode ser considerado o exato oposto do etnocentrismo. A visão etnocêntrica coloca a sua própria cultura como ponto de comparação com as outras. Por outro lado, o relativismo vai usar o choque cultural para problematizar a questão de certo e errado, tentando entender a diversidade e como ela é manifestada por diferentes sistemas simbólicos e práticas de outras sociedades. Relativismo Cultural O Relativismo Cultural busca entender os valores culturais de uma sociedade a partir dos padrões vigentes neste grupo social. Desde a Antiguidade, com o filósofo Protágoras de Abdera, havia uma escola filosófica que defendia essa visão. No final do século XIX, a fim de rechaçar o etnocentrismo e o positivismo, a ideia de relativismo cultural ganhou força, através das obras de Franz Boas (1858-1942). Definição de Relativismo Cultural Antes de compreender o que é relativismo cultural é preciso definir relativismo e cultura. Relativismo O relativismo entende que não há nenhuma verdade absoluta, nem no âmbito moral e no campo cultural. Por isso, propõe uma abordagem cultural e moral sem julgamentos pré-concebidos. Cultura Por sua parte, a cultura pode ser entendida como o conjunto de elementos materiais ou imateriais que pertencem a uma mesma comunidade. É importante lembrar que não estamos falando somente das artes e sim dos costumes e tradições de um povo. Relativismo Cultural: o que é? Assim sendo, o relativismo cultural propõe o entendimento de povos e culturas diferentes através de suas próprias crenças. Ao invés de utilizar termos como “superior” ou “inferior”, o relativismo cultural busca compreender certos comportamentos de acordo com a dinâmica social daquela população. Por conseguinte, ninguém teria direito a emitir juízos de valores sobre essas práticas e classificá-las como imorais ou amorais, certas ou erradas. Uma frase do filósofo e historiador alemão Oswald Spengler (1880-1936) resume esta ideia: Toda cultura tem seu próprio critério, no qual começa e termina sua validade. Não existe moral universal de nenhuma natureza. Relativismo Cultural e Etnocentrismo O relativismo cultural foi uma reação à escola positivista criada por Auguste Comte, que defendia que a história humana era um caminho contínuo ao progresso científico, aos moldes europeus. Aqueles povos que não estivessem no mesmo estágio que a Europa Ocidental eram julgados inferiores. Por isso, as noções como "culturas superiores", "culturas inferiores" e "evolucionismo" são rejeitadas pelos relativistas culturais. O relativismo cultural traz a reflexão na qual a humanidade não deve, necessariamente, atingir o mesmo patamar tecnológico de outro povo para ser "melhor" ou "pior". Igualmente, se afasta da noção positivista que uma sociedade está em permanente mudança e nega o progresso moral. A história humana está marcada por eventos de encontros e confrontos entre grupos com diferentes etnias e culturas. Esses embates moldaram nossa história e influenciaram em grande parte a organização territorial, política e cultural que temos hoje. O exemplo mais próximo que temos é o processo de colonização europeu que os países do continente americano sofreram. Os colonizadores europeus que chegaram às novas terras encontraram povos de línguas e costumes completamente diferentes dos seus. Mas como a prioridade não era o intercâmbio cultural, e sim o domínio sobre as riquezas do novo território, o confronto foi inevitável. Como bem sabemos, os confrontos que ocorreram no decorrer do processo de colonização tiveram um único resultado: os colonos conseguiram o que procuravam e os habitantes locais encontraram apenas a morte e a destruição de sua cultura. O ato de destruir, por meio do assassinato em massa de um grupo humano ou etnia, é denominado genocídio. Já o ato de destruir qualquer traço remanescente de uma cultura, seja material, como símbolos ou obras artísticas que possuem representação cultural, seja imaterial, como uma língua ou uma crença religiosa, é denominado etnocídio ou genocídio cultural. O etnocídio, no entanto, não precisa ser necessariamente planejado para que ocorra, já que o processo de aculturação vivido por um povo sob o domínio de outro pode enfraquecer costumes e crenças “originários” daquela população. Apesar de ter sido uma prática relativamente comum no decorrer de toda a historia humana, é na história mais recente que temos os exemplos mais claros e mais bem documentados. Alguns exemplos de genocídios e etnocídios na modernidade:  Genocídio e etnocídio armênio O primeiro ato de genocídio em nossa história moderna aconteceu durante a Primeira Guerra Mundial quando o ainda existente Império Otomano (hoje conhecido como República da Turquia), após uma desastrosa campanha contra a Rússia, responsabilizou o povo armênio por sua derrota, já que uma parte da população armênia voluntariou-se para lutar pelo exército russo com a esperança de ganhar a sua independência. Entre os anos de 1915 e 1920, o governo Otomano colocou em prática um plano para desarmar, isolar e tomar os bens da população armênia sob o pretexto de que eles eram traidores e donos de uma cultura vil e naturalmente degenerada. As propagandas turcas tinham a intenção de dessensibilizar o restante da população para o sofrimento do povo armênio, que agora era forçado a abandonar as suas casas e era enviado a campos de concentração a céu aberto, nas áreas do deserto da Mesopotâmia, sem comida, água e nenhuma forma de estrutura básica. Eles eram então torturados, assassinados ou deixados para morrer de fome. Estima-se que durante o período cerca de 1,5 milhão de armênios foram mortos no genocídio sistematizado pelo então Império Otomano. As propriedades deixadas para traz pelas vítimas armênias foram confiscadas e vendidas, e seus livros foram descartados ou destruídos. As memórias do povo armênio foram destruídas da mesma forma que os seres humanos que faziam parte dela. O genocídio foi acompanhado do etnocídio.  Holocausto Foi durante a Segunda Guerra Mundial que o maior e mais bem documentado genocídio aconteceu. O assassinato em massa de mais de 20 milhões de pessoas, entre eslavos, ciganos, judeus, comunistas, deficientes e homossexuais, foi um dos maiores atos de assassinato sistemático já vistos até hoje. Em meio à “Solução Final” de Hitler, estava a destruição da memória e do patrimônio cultural dos povos vítimas do seu plano de “limpeza étnica”. Novamente um ato do genocídio era acompanhado do etnocídio. Genocídios no Brasil No Brasil também temos exemplos de genocídios e etnocídios. O maior deles está relacionado com a abordagem do Estado com a população indígena, que, no decorrer da história do país, foi perseguida, retirada de suas terras e destituída de qualquer direito sobre a própria cultura. Estima-se que durante o período colonial cerca de cinco milhões de índios viviam no território brasileiro. Atualmente, segundo o Censo de 2010 realizado pelo IBGE, a população indígena é de pouco mais de 800 mil pessoas. Os trabalhos realizados pelo governo, a partir da Constituição de 1988, ganharam alguma força nos últimos anos, e órgãos como a Fundação Nacional do Índio (Funai), criada em 1967, que tem como função “ proteger e promover os direitos dos povos indígenas no Brasil”, serviram para mediar e representar as necessidades da população indígena. Outro exemplo, mas menos conhecido, é o episódio chamado de “holocausto brasileiro”, em que mais de 60 mil internos do “Hospital Colônia de Barbacena”, localizado em Barbacena, Minas Gerais, morreram vítimas de negligência, fome e maus-tratos físicos e psicológicos. O caso veio a público e ganhou grande repercussão em 2012 por meio da jornalista Daniela Arbex, autora do livro “O holocausto brasileiro”, que reconta os sofrimentos e os acontecimentos que resultaram na morte dos pacientes internados no hospício “Colônia”.
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