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Artesanato na Zona da Mata Norte de PE: potencialidades e intervenções propostas, Notas de estudo de Economia

Este trabalho visa identificar o perfil do artesanato produzido na zona da mata norte de pernambuco, suas potencialidades e dificuldades, propondo futuras intervenções na área. A pesquisa foi realizada em oito municípios da região e envolveu entrevistas semiestruturadas, discussões em grupos focais e pesquisas bibliográficas. Os resultados mostram que as matérias-primas produzidas localmente e a sabedoria popular são potencialidades do artesanato regional, enquanto as dificuldades incluem o transporte, altos valores cobrados para participação em eventos e falta de programas voltados à economia solidária.

Tipologia: Notas de estudo

2013

Compartilhado em 09/04/2013

Jacirema68
Jacirema68 🇧🇷

4.4

(109)

333 documentos

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Baixe Artesanato na Zona da Mata Norte de PE: potencialidades e intervenções propostas e outras Notas de estudo em PDF para Economia, somente na Docsity! X JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2010 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro. O ARTESANATO DA ZONA DA MATA CONTRIBUINDO PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL Carina Géssika Irineu do Monte1, Nailde Gonçalves da Silva2, Rafael Liano de Souza³, Maria Alice Vasconcelos Rocha4, Etienne Amorim Albino da Silva 5, Maria Zênia Tavares da Silva6  ________________ 1. Graduanda em Economia Doméstica, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, PE, CEP. : 52171-900. E-mail: carina_gessika@hotmail.com 2. Graduada em Economia Doméstica, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife/ PE, CEP.: 52171-900. E-mail: naildegs@hotmail.com 3. Graduando em Engenharia de Pesca, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av Dom Manoel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos, PE, CEP. : 52171-900. E-mail: rafaelliano@hotmail.com 4. Professora do Departamento Ciências Doméstica, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife/ PE, CEP.: 52171-900. E-mail: modalice@elogica.com.br 5. Professora do Departamento Ciências Doméstica, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife/ PE, CEP.: 52171-900. E-mail: etienneaas@hotmail.com 6. Professora do Departamento Ciências Doméstica, Universidade Federal Rural de Pernambuco. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, Recife/ PE, CEP.: 52171-900. E-mail: zeniatavares@yahoo.com.br Introdução A Zona da Mata Norte de Pernambuco contempla 43 municípios, ocupando uma área de 8.738 km² de extensão, sendo 61.006 (95,6) na zona urbana e 2.805 (4,4) na zona rural, totalizando 63. 811 de habitantes, de acordo com o censo 2000 do Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) [1]. Os municípios da Zona da Mata apresentam semelhanças no que se refere a carência de infra- estrutura, exportação de matéria prima e importação de produtos manufaturados e baixo níveis de renda. Assim, esta região é marcada pela grande desigualdade social, percebidas nas condições de renda da população. (LEITÃO) [2]. Neste sentido a população da Zona da Mata Norte encontra no artesanato uma alternativa para gerar renda, na qual esta atividade é um meio importante para o desenvolvimento local e cultural da região, diminuindo assim o êxodo rural, afirma o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável da Zona da Mata de Pernambuco (PROMATA) [4]. De acordo com Ricci e Sant’Ana [6], no que se refere ao escoamento da produção artesanal, os/as produtores/as encontram dificuldades para o transporte de seu artesanato. Desta forma, as exposições e feiras surgem como oportunidades de geração de renda, pois é a partir destes eventos que são realizados novos contatos, facilitando o acesso a locais mais distantes. Vale ressaltar que o desenvolvimento local deve levar em conta os aspectos locais, ou seja, aspectos estes que têm significado em um determinado território. Por sua vez, este não está relacionado apenas ao desenvolvimento econômico, mas com a melhoria da qualidade de vida dos indivíduos e com a conservação do meio ambiente. Outro aspecto é a articulação entre vários atores e esferas de poder, sejam eles instituições públicas ou privadas, o próprio governo, organizações não governamentais e sociedade civil (BUARQUE, 1999 apud PETINGA) [5]. O PROMATA realizou um diagnóstico na região, e verificou-se as principais matérias prima utilizadas, sendo alguma delas: fibras naturais de piri piri, fibras de bananeira, gravuras em azulejos, cerâmica, entre outros. Diante disto, este trabalho objetiva-se identificar o perfil do artesanato produzido na Zona da Mata Norte de Pernambuco, suas potencialidades e dificuldades, propondo futuras intervenções na área. Material e Métodos Esta atividade de pesquisa e extensão é fruto de um projeto financiado pelo CNPq/MDS e desenvolvido na UFRPE com o título de “Fortalecimento do Consórcio de Segurança Alimentar e Desenvolvimento Local – CONSAD da Microrregião Itambé em Pernambuco”. A metodologia utilizada para a construção deste trabalho foi a metodologia participativa, na qual está baseada na efetiva participação dos atores sociais (OAKLEY, 1991)[3]. Para isso, foram realizadas entrevistas semi- estruturadas e discussões em grupos focais com representantes de diversas associações, sindicatos, agentes comunitários de saúde, agricultores/as e gestores/as públicos dos municípios, além de observações participantes. Como também pesquisas bibliográficas referentes à: artesanato na Zona da Mata, desenvolvimento local e participação, a fim de descrever os artigos produzidos, bem como as dificuldades sentidas por eles/as. O campo de pesquisa foi os municípios de: Nazaré da Mata, Vicência, Itaquitinga, Buenos Aires, Tracunhaém, Paudalho, Carpina, Lagoa do Carro e São Vicente Férrer, a fim de caracterizar o artesanato na Zona da Mata Norte de Pernambuco. X JORNADA DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO – JEPEX 2010 – UFRPE: Recife, 18 a 22 de outubro. Resultados e Discussão De acordo com a coleta de dados junto à população, verificou- se como potencialidades as matérias- primas produzidas nos próprios municípios e a sabedoria popular dos indivíduos quanto à produção e o interesse de aprender novas técnicas e/ou informações. Como exemplo, podemos citar o caso dos/as associados/as de Paudalho que estão em diversas formações com o SEBRAE, PROMATA, entre outros. Com base nos encontros listaram-se alguns dos artesanatos produzidos nestes municípios: crochê, bordado, pintura em disco de vinil, escultura em barro, fuxico, tenerife, mamulengo, tapetes, pintura em telas, cestarias, bonecas, customização, entre outros. Diante disto, percebe-se os variados tipos de produtos que são confeccionados na região, fazendo com que através dele seja percebida a diversidade cultural da região. Percebeu-se que a maioria das associações voltadas a esta área são compostas em sua maior parte por mulheres, que por muitas vezes sentem dificuldades de produzir seu artesanato, por possuírem filhos/as pequenos/as que por vezes inviabiliza a continuação da sua produção artesanal. Vale destacar que esta ação ocorre em Paudalho, com a iniciativa de Maria Tereza Valentim, presidente da Associação Sócio- Cultural de Artesãs da Mangueira (ASCAM), que proporciona as suas associadas a tranqüilidade de produzirem enquanto seus filhos/as participam de aulas de reforço, balé, teatro, entre outras atividades. Porém atualmente estas atividades se encontram estagnadas por falta de apoio. Desta forma, Ricci e Sant’Ana [6] relata como dificuldade o transporte, porém foram observadas e relatadas não só este mas como várias outras, são elas: A associação funciona apenas como um local de venda e compra de materiais em conjunto,o que não condiz com a pratica associativista, os altos valores cobrados para a participação e comercialização em eventos, falta de programas voltados a economia solidária, uniformidades nos produtos, valorização, como é citado na fala a seguir: “As pessoas não valorizam o que a gente faz não, e quando querem comprar, querem pagar preços muito baixo, ai não dá!” Pensar na cultura e gastronomia dos municípios, também é um ponto bastante relevante no que se refere ao desenvolvimento local, aproveitando os alimentos que são encontrados na região, através de diversas técnicas de conservação e beneficiamento do mesmo. Situação pouco explorada em diversos municípios, a exemplo deste é São Vicente Férrer e Machados que desprezam a banana quando muito pequenas. Quanto à participação da população, é perceptível a falta de interação e entre si, o podemos confirmar na citação de Leitão (2005) [2], na qual existe o descrédito dos indivíduos em trabalhar em conjunto, o que dificulta a reivindicação por seus direitos, que muitas vezes são desconhecidos por eles/a. Neste sentido, descrevemos futuras ações de intervenção que podem ser trabalhas com esta população, são elas: (1) formação da população quanto à participação, uniformidade dos produtos, modelagem, temática de gênero, cidadania, economia solidária e artesanato; (2) construção de estratégias para o desenvolvimento local, apoio financeiro do Estado, apoio de incentivo ao crédito, investimentos em ações e atividades de extensão. Vale destacar que ações extensionistas da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) estão sendo muito bem vindas nestas localidades, uma vez que tal atuação possibilita a troca de saberes entre instituição e a população residente. Enfatizando-se ainda que o artesanato colabora para o desenvolvimento local e identidade da região, pois este contribui para a melhoria da geração de renda dos artesãos/ãs e conseqüentemente na segurança alimentar. Agradecimentos Os/as autores/as agradecem ao CNPq/ MDS e Departamento de Ciências Domésticas pelo apoio recebido, e pela contribuição da população dos municípios visitados. Referências [1] IBGE. Censo Demográfico 2000 - Resultados do universo. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 01 de set. 2010. [2] LEITÃO, M. R. F. A. Trabalho, Gênero e desemprego em Lagoa do Carro. Territorios, Bogotá, n. 13, p. 115-132, 2005. [3] OAKLEY, P. Projects with people: the practice of participation in rural development. Geneva, 1991. [4] PROMATA. Artesanato de Pernambuco. Disponível em: <http://www.promata.pe.gov.br/internas/turismo/artesanato.asp > [5] PETINGA, Carolina Santos. Mais definições em trânsito. Dsiponível em: <http://www.cult.ufba.br/maisdefinicoes/ DESENVOLVIMENTOLOCAL.pdf> Acesso em: 12 de set. 2010. [6] RICCI, Fábio; SANT’ANA, Rosangêla. Desenvolvimento turístico sustentável: o artesanato local como alternativa na cidade de Santo Antônio do Pinhal, SP. Disponível em: <http://www.uesc.br/revistas/culturaeturismo/edicao4/artigo_5. pdf> Acesso em: 18 de set. 2010.
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