Baixe Bi...os - cap?tulo 1 - generalidades sobre bebidas alco?licas - p?g.1-19 e outras Notas de estudo em PDF para Biotecnologia, somente na Docsity! | BIOTECNOLOGIA
INDUSTRIAL
Ea o on
EEN o AT NAN Te
WILLIBALDO SCHMIDELL PRODUÇÃO
URGEL DE ALMEIDA LIMA DE ALIMEN
COORDENADORES:
EOQUÍMICA
BIOLOGIA
MOLECULAR
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Título: Biots
81674 Ao, 18661
V.4Fx2 SENALPR MGA
ã
E Mello Oliveira, 585
Empinas, SP, Brasil
E Lima
sstário do Instituto
Enologia
Enharia Mauá
à de Engenharia Química
os
P Caetano do Sul, SP,
É
Escrobiologia
E Federal de Ouro Preto)
Pereira Filho, 80
P José dos Campos, SE,
mi Venturini Filho
Estadual Paulista
Esências Agronômicas
57
ncatu, SP, Brasil
GENERALIDADES SOBRE BEBIDAS ALCOÓLICAS...
11 Introdução...
1.2 Legislação brasileira
13 Cervejas .
14
15
1.6 Bebidas destiladas
1.7 Bebidas álcool-ácidas
Bibliografia .....
TECNOLOGIA DO VINHO...
21 Definições de vinho e de enologia
2.2 Composição do vinho .
23 Uvas para vinho..... 0
24 Composição física e química da uva madura 1
25 Vindima.......... 4
2.6 Correções do mosto . 5
27 Microbiologia do vinho . 9
2.8 Termentaçõe: 3
2.9 Vinificação 7
2.10 Clarificação de vinho O
2.11 Conservação ... 3
2.12 — Envelhecimento de vinhos 3
213 Alterações no vinho. 3
Bibliografia ..... 7
TECNOLOGIA DA SIDRA.
31 Definições de sidra
32 Maçãs para sidra
33 Fermentação-..
34 Tecnologia
35 Fermentação alcoólica
3.6 Estabilização e estocagem
dz Clarificação ..
3.8 Filtração
3.9 Alterações na s
3.10 — Características físicas e químicas do produto final—sidra.
Bibliografia .
xvI
15
16
17
18
143
144
14,5
146
147
14.8
PROTEÍNAS DE ORIGEM MICROBIANA.
151
15.2
15.3
154
15.5
15.6
15.7
15.8
PRODUÇÃO DE LIPÍDEOS POR MICRORGANISMOS.
16.1
16.2
16.3
16.4
165
16.6
16.7
16.8
ALIMENTOS ORIENTAIS.
171
17.2
17.3
17.4
175
17.6
17.7
17.8
CONSERVAÇÃO DE FORRAGENS: SILAGEM.
18.1
18.2
18.3
18.4
185
18.6
18.7
18.8
Uso de enzimas na modificação do amido ....
Uso de enzimas na indústria de sucos de frutas
Uso de enzimas na modificação de proteínas ..
Uso de enzimas na indústria de 1
Uso de enzimas em bebidas alcoó
Aplicações diversas de enzimas .
Bibliografia .....
Introdução
Bactérias
Fungos...
Leveduras
Matérias-primas
Leveduras secas de destilarias de álcool...
Fabricação de leveduras secas de destilarias de á
Biomassa algal
Bibliografia .
Introdução...
Bactérias, fung
Matérias-primas
Substrato:
Nutrientes
Separação dos lipíde:
Algas
Extração da gordura
Bibliografia .....
eleveduras
Introdução...
História das fermentações dos aliment
Microbiologia e bioquímica
Valores nutritivos.
ermentados
Natô...
Bibliografia .
Introdução...
Tecnologia da ensilagem
Bioquímica da silagem...
Microbiologia da silagem .
Silagem pré-secada .....
Produção de silagem de grãos
Aditivos na silagem ....
Problemas comuns na ensilagem e causas prov
19
18.9
CHÁ
191
19.2
19.3
19.4
19.5
19.7
o /
19.8
19.9
19
Metas para produção de uma silagem estável
Bibliografia .....
Introduç
Cultivo, produção c consumo .
Composição ...
Beneficiamento do chá
Qualidade do chá.
Nomenclatura ...
Classificação ..
Outros processamento:
Sucedâneos do chá...
Bibliografia ....
Eugênio Aquarone
I.1 = Introdução
Nem todas as indústrias de fermentação alcoólica têm por finalidade obter, a
partir de carboidratos, etanol em concentração máxima. Em muitos casos, outras
substâncias, geralmente de ação organoléptica, que se formam ou que permanecem
no produto final, são pelo menos tão importantes quanto o álcool etílico, e esse
produto final é, comercialmente, muito mais valioso que o da indústria alcooleira.
Estamos nos referindo especificamente às bebidas alcoólicas e às indústrias
para sua obtenção.
As bebidas alcoólicas são tão antigas quanto a humanidade e numerosas como
suas cinias.
Fenícios, assírios, babilônios, hebreus, egípcios, chineses, germanos, gregos e
romanos mencionaram-nas e cada povo praticamente tem as suas, a partir das fontes
naturais próprias de açúcares e amiláceos, como frutas, cana, milho, trigo, arroz,
batata, centeio, aveia, cevada e mesmo raízes c folhas.
Deve-se lembrar, aliás, que esses produtos da fermentação alcoólica
originavam-se na antiguidade de processos espontâneos de fermentação (a primitiva
fase industrial empregava métodos empíricos), e só em época mais recente
começaram a ser usados nas indústrias, para sua fabricação, os modernos métodos
da biotecnologia.
Os autores são unânimes em ressaltar que, enquanto para a obtenção do álcool
sempre existe em potencial a competição com os métodos sintéticos, na fabricação
de bebidas alcoólicas só se pode pensar em processos fermentativos. Pois, insistindo
no que mais acima foi dito, diversos outros produtos formam-se nessas fermentações,
dando, por associação de diversas quantidades de várias substâncias, os diversos
aromas e sabores dessas bebidas — aquilo que alguns chamam de buquê.
4 Genet
:s sobre bebidas alecólcas
As bebidas alcoólicas são geralmente classificadas em dois grandes grupos:
fermentadas e destiladas, todas elas obtidas por fermentação, sendo as últimas
aguardentes, como diz o nome, aquelas em que o mosto fermentado sofre algum
processo de destilação.
Alguns autores, principalmente de fala anglo-saxônica, chamam de bebidas
alcoólicas só as não-destiladas, reservando para as outras o nome de espíritos.
Nossa legislação faz uma classificação mista: fermentadas, por mistura e
fermento-destiladas, sendo estas últimas ainda subdivididas em destiladas e destilo-
retificadas.
Os exemplos mencionados em cada caso, no decreto federal, são os seguintes:
a) fermentadas: cerveja, sidra, hidromel, fermentado de frutas e outros
fermentados;
b) por mistura: licor, amargo e aperitivo, aguardente composta e bebidas
mistas;
ísque, arac, conhaque,
c) destiladas: aguardente de cana ou caninha, rum,
graspa ou bagaceira, pisco, aguardente de frutas, tequila e ti
d) destilo-retificadas: vodca, genebra, gim, steinhaeger, aquavit e com.
Quando se fala em fermentação alta e fermentação baixa (na cerveja) significa
a temperatura em que se dá a fermentação; respectivamente 12 a 15ºC no primeiro
caso e 5 a 10% no segundo. Há pois cervejas de fermentação baixa com graus
alcoólicos superiores a algumas de fermentação alta. Por exemplo, a bock (4,5% de
álcool) e a pilsener (3,6%) são preparadas em fermentação baixa, enquanto a malzbier
(La 1,5%)e a chamada cerveja bávara branca (2 a 2,5%) são preparadas com
fermentação alta.
1.3 - Cervejas
A cerveja, de que existem diversos tipos, é obtida pela fermentação alcoólica
do mosto de malte de cevada (Hordeum vulgare) e água potável, por ação de levedura,
com adição de lúpulo (Humulus lupulus). O malte da cevada e o lúpulo podem ser
substituídos pelos seus extratos. Parte da cevada pode ser substituída por outros
cereais, principalmente arroz (Oryza sativa), trigo (Triticum aestivum), centeio (Secale
cerente), milho (Zea mays), sorgo (Sorghum vulgare) e aveia (Avena sativa), mas também
soja (Glycine max), mandioca (Manihot esculenta), e batata (Solanum tuberosum).
Entre nós só são permitidos os seis primeiros substitutos, pela legislação fede-
ral. A paulista refere-se à cevada e a cereais maltados genericamente. Como faz,
aliás, a legislação alemã, por exemplo, desde o século XVI.
A concentração alcoólica massa /volume varia bastante conforme o tipo,
podendo não ter álcool (casos especiais) ou ir até 8%, também como tipo extremo.
O normal é de 3% a 5%. Em nossa legislação atual, em que as cervejas estão
classificadas de várias maneiras (quanto ao tipo de fermentação, quanto ao extrato
Por mistura
Fermento-
destiladas
Licor
Mista
= dois grandes grupos:
ação, sendo as últimas
=smentado sofre algum
Ea, chamam de bebidas
) mome de espíritos.
entadas, por mistura e
Jem destiladas e destilo-
ederal, são os seguintes:
são de frutas e outros
== composta e bebidas
Wisque, arac, conhaque,
ra;
aquavit e corn.
Ina cerveja) significa
32 2 15ºC no primeiro
zo baixa com graus
plo, a bock (4,5% de
enguanto a malzbier
| são preparadas com
Fermentação alcoólica
por ação de levedura,
= e o lúpulo podem ser
E substituída por outros
essipum), centeio (Secale
p sativa), mas também
peum tuberosum).
os, pela legislação fede-
mericamente. Como faz,
Fante conforme o tipo,
Em como tipo extremo.
E que as cervejas estão
fação, quanto ao extrato
Cherry
Curaçau
Kimmel
Maraschino
Pipermint
Ratafia
Seco Ouro
Doce Casois
. Licor Fino Prunelle
Creme Peach
Cristalizado (escarchado) Apricot
Noise
Por mistura Anisete
Avocat
Anis
Triple Sec
Mistas Batida
(coquetel) Caipirinha
Compostos | de jurubeba
de gengibre
Aperitivo Fernet (Bitter, amargo)
Lo | Ferroquina
aguardente de cana (caninha)
aguardente de melaço (cachaça)
rum
brandy puro
uísque cortado tipo escocês
tipo bourbon
arac
conhaque e brandy
Destiladas graspa (bagaceira)
pisco
Fermento- Slivowico, Mirabella
destiladas Questch
aguardente de frutas Kirchs, Krischwasser
Calvadas
Raky Brandy
Tequila
tiquira
vodca
genebra
Destilo- gim
retificadas steinhaeger doce ou cordial seco
aquavit
com
Figura 1.2 Eeoices alkodices segundo a legislação brasileira
6 Gorpraidaces sobre “ebidas alcoólicas
primitivo e ao teor de extrato, quanto à cor e quanto ao teor alcoólico), a porcentagem
máxima não é indicada.
Na legislação de São Paulo e na última legislação federal, fala-se no chope ou
cerveja não pasteurizada de baixa fermentação ou baixo grau alcoólico.
Além dos diversos tipos de cerveja internacionalmente conhecidos (ale,
miinchen, porter, bock, weis, stout, pilsen, malzbier, etc.), devemos nos referir às
cervejas não-carbonatadas, além de algumas cervejas ácidas típicas (lambic, faro,
mars) de uso na Bélgica e arredores. Existem algumas bebidas análogas às cervejas,
características de determinadas regiões do globo e que serão aqui indicadas com a
denominação de origem: ginger-beer da Inglaterra e Suíça, obtida pela fermentação
de solução aquosa açucarada (de 10% a 20%) na presença de gengibre (Zingiber
officinale). Embora esteja mais para um vinho, por sua matéria-prima açucarada, é
descrita aqui por ter a palavra cerveja em sua denominação. À levedura da
fermentação é o Saccharomyces pyriformis, existente no próprio gengibre e que dá
baixa concentração alcoólica. Formam-se ainda pequenas porções de ácidos acético
e láctico, devido à presença no mesmo vegetal do Lactoba niformis. É um
caso típico de simbiose entre uma levedura e uma bactéria. É o que acontece também
com a cerveja branca de Berlim, de fermentação alta mas baixo teor alcoólico (1,5 a
%) em que a fermentação de trigo e cevada em partes iguais é conduzida por uma
mistura de leveduras e lactobacilos. No Brasil, existe bebida análoga, com o nome
de gengibirra ou cerveja de barbante.
Análogo ao saquê, que será mencionado entre “outros fermentados” das
“bebidas fermentadas” de nossa legislação, é o “vinho de arroz” chinês. Neste caso,
a chamada levedura chinesa é preparada misturando farinha de arroz com ervas e
substâncias aromáticas pulverizadas, que após certo tempo se recobrem de
leveduras, lactobacilos e fungos do gênero Rhizopus.
O sonti é uma cerveja de arroz preparada na Índia; além de algumas leveduras,
age inicialmente o Rhizopus sonti.
Outras cervejas de arroz são o Oo da Tailândia, onde a banana é às vezes
usada como aromatizante; o binuburan, das Filipinas, onde, além de leveduras,
agem também bactérias; o kanji e o pchwai são da Índia, sendo o segundo com alto
teor alcoólico, em que para a sacarificação age o Mucor além do Rhizopus; o torani,
também indiano, parece ser fermentado por leveduras do gênero Candida, Hansenula
e Geotrichum, além de fungos dos gêneros Aspergillus e Penicillium, e bactérias lácticas;
esta bebida cozida com vegetais e especiarias leva ao kanji já mencionado; o
okelehao do Havaí em que, além do arroz e cordilina (Cordyline terminalis), há melaço
e leite de coco; e o rakshi do Nepal, com elevado teor alcoólico, usado em cerimônias
religiosas.
Uma bebida africana obtida a partir da fermentação de milho germinado,
contendo pequenas concentracões de álcool, é o pombe. Essa bebida tem cerca de
2,5% em álcool, além de 0,5% de ácidos orgânicos e menos de 1,5% de açúcares.
Bebidas am
Bebidas ams
Figura [3 Beb
Também da Á&
mastigada pelas anci
Na América do
a sacarificação do m
mastigação dos grãos
forma análoga, é a sa
sua vez 0 kaschiri.
Também de mil
Romênia.
Ainda na Am
(Phaseolus vulgaris): Ba
= Alemanha)
ral)
E do Egito)
as de baixo teor, obtidas
= de farinhas diversas,
ses beterraba (Beta vul-
» mome de Kuvass, com
à 4 bebida análoga dos
Ssmentação de batatas-
Jiusão é o vinho, que é
| suco de fruta natural
ses, aliás, admitem que
= da uva. Na verdade,
E fruta, mas de mel.
E morie-americana, por
art para o fermentado
sucos, devem indicar o
Secial; assim, o de mel é
“= de etanol, havendo
vinhos 9
menção até a vinhos obtidos de outras partes do vegetal, como o de raízes de dente-
de-leão, por exemplo. A sidra e o hidromel são classificados como “outras bebidas
obtidas por fermentação”.
Embora com qualquer fruta que contenha açúcar se possa fazer vinho, uma
lista em obra especializada compreendia: maçã (Malus silvestris), damasco (Prunus
armeniaca), murtinho (Eugenia arenaria), amora (Morus nigra), grosclha-preta (Ribes
nigrum), cereja (Prunus cerasus), groselha (Ribes rubrum), uva-espinha (Berbéris
laurisa), Pêssego (Prunus persica), pêra (Pirus communis), diversas variedades de
ameixa (Prumus domestica), framboesa (Rubus idaeus), morango (Fragaria vesca, F.
virginiana), rosa canina (Rubus canina) e uva silvestre (Vaccinium myrtillus) a que
podem ser acrescentadas frutas tropicais, como a banana (Musa spp), o caqui
(Diospyros kaki), jabuticaba (Myrciaria califlora), caju (Anacardium occidentalis) e a
manga (Mangifera indica), entre outras, além das laranjas (Citrus sinensis).
Muitos são os tipos de vinho existentes de acordo com a uva (e a região) de
onde provêm, de concentração alcoólica final com as modificações que sofrem
conforme o tipo de fermentação e mesmo com determinadas adições que se lhe
fazem.
Nossa legislação divide-os quanto à classe em: de mesa, champanha e
espumantes, licorosos e compostos; podendo em cada caso serem tintos, rosados
ou brancos. Um bom champanha é aquele cuja fermentação se dá nas garrafas (vidro,
paredes grossas). Nesse ponto torna-se útil ressaltar que, embora nossa legislação
use essa denominação, o termo é pleiteado, até em juízo, unicamente para os vinhos
espumantes fabricados na região de Champagne na França.
Normalmente, os vinhos têm uma concentração alcoólica de 10% a 13%, vo-
lume /volume ou grau Gay-Lussac.
Existem , entretanto, vinhos de mais baixo teor (de 5% a 7%), principalmente
entre os de fruta e com concentração de até 20% entre os licorosos.
Na legislação brasileira, o vinho de mesa e o champanha devem ter entre
10ºGL e 13ºGL.
Os outros espumantes devem estar entre 7% e 10% (moscatel espumante) ou
entre 10ºCL e 12,5ºCL (espumante gaseificado).
Ovinho licoroso deve ter uma graduação alcoólica que vai de 14ºCL a 18ºGL,
com adição máxima de 10% do volume total do produto em álcool etílico potável.
Portaria do Ministério da Agricultura de 1977 proibiu a adição de álcool de cana ou
açúcar aos vinhos entre 1978 e 1982. Durante esse tempo, só álcool vínico pôde ser
usado como corretivo do teor alcoólico.
Vinhos licorosos importantes são o marsala, málaga, xerez e porto, entre
outros.
Os vinhos compostos (vermute, quinado ou gemado) devem ter uma
concentração entre 15ºCL e 20ºGL, sendo no máximo 60% desta concentração por
adição do álcool potável (até 1982, só álcool vínico) expresso em etanol.
TO Generalidades sobre bebicas alcoóicas
Para nós, o vermute deve ter absinto ou losna (Artemisia absinthium) como
constituinte aromático predominante; o quinado deve conter quina (Cinchona e seus
híbridos) e o gemado, gema de ovo.
O vermute, cujo nome provém do alemão (que é absinto), que por sua vez se
origina de uma palavra grega com o significado de amargor, contém o aroma natu-
ral de muitíssimas outras plantas como: raiz de genciana (Gentiana lutea), mirra
(Commiphora myrrha), cardo (Centaurea melitensis), manjerona (Origanum majorana),
raiz de ruibarbo (Rhcum palmatum), córtex de quina (Cinchona calisaia), raiz de cálamo
(Acorus calamus), cascas de frutas cítricas como laranjas (Citrus aurantium e C. sinensis)
elimão (C. limonum), suco das folhas de áloe (Aloe vera), bálsamo de tolu(Myroxylon
balsamum), córtex de canela (Cinnamomum zeylanicum), noz-moscada (Myristica
fragrans), cravo (Eugenia caryophillata), lenho de sândalo (Santalum album), estigmas
de açafrão (Crocus sativus), rizoma de gengibre (Zingiber officinale), frutos da baunilha
(espécies de Vanilla), sementes e frutos de cardamomo (Elettaria cardamomum),
sementes de anis estrelado (Ilicium anisatum), raízes de angélica (Angélica
archangelica), sementes de fava tonca (Dipterix odorata), sementes de funcho
(Foeniculum vulgare), etc. etc. A presença e a concentração dessas plantas variam
conforme o tipo e a proveniência do vermute.
Ajeropiga, que, diga-se de passagem, em nossa lingua também significa vinho
ordinário, é definida na lei mencionada como a bebida elaborada com mosto de
uva parcialmente fermentado, adicionado de álcool etílico potável (para suspender
a fermentação). Sua graduação alcoólica não pode ultrapassar 18ºGL e deve ter um
teor mínimo de açúcar de 7 g por 100 mL.
Dos vinhos de fruta já se falou anteriormente. A legislação de nosso país
estabelece graduação entre 10ºGL e 13ºGL obtidos por fermentação do mosto de
frutas frescas e sãs, e a adição de sacarose pode ser no máximo igual à dos açúcares
da fruta.
Existe ainda o vinho de fruta gaseificado, em que se adicionou anidrido
carbônico e o vinho de fruta licoroso, cuja graduação alcoólica vai de 13ºGL a 18ºGL;
este último, que pode ser doce ou seco, admite adição de álcool etílico potável,
caramelo e sacarose.
Entre os outros fermentados, o decreto inclui:
O hidromel, já mencionado, e que pode ter no máximo 14ºGL.
O saquê, obtido pela fermentação alcoólica de um mosto de arroz sacarificado
pelo Aspergillus oryzne, pode ter de 14ºGL a 26ºGL, com adição ou não de etanol
potável. Essa bebida pode ser classificada em seca ou licorosa, de acordo com o teor
de sacarose adicionado. Sobre o saquê é interessante dizer que esta bebida de origem
japonesa é classi ficada por alguns autores entre as cervejas, por ser proveniente de
uma matéria-prima amilácea, e por outros entre os vinhos, por seu teor em álcool.
Em nossa legislação está entre as bebidas com adição de destilado alcoólico, junto
com fermentado de fruta licoroso (até 18% de álcool) e fermentado de fruta
composto (até 20% de álcool).
Aditivos de bebida
segundo a legislae
brasileira
Figura 1.5 — Aditivos os]
O fermentado
de cana (Saccharims
Fermentado d
obtida da fermentag
A sidra é obs
ou não de, no méxim
essa bebida não dei»
Como nos demais vã
adicionado de sacar
A sidra pode ser gas
Outras bebidas
são:
Pulque, bebia
Provém da fermenta
ter cerca de 6% de dl
O mescal, taml
de plantas, como cas
O sorgho é beb
Existem ainda
laghbi, obtido de fe
dactylifera) por Sa
Schizosaccharomyces E
orgânicos.
O tibi é uma be
entre as bebidas tips
do absinthium) como
“quina (Cinchona e seus
ED), que por sua vez se
contém o aroma natu-
EGentiana lutea), mirra
a (Origanum majorana),
Eolisain), raiz de cálamo
murantium e C. sinensis)
amo de tolu (Myroxylon
3z-moscada (Myristica
sim album), estigmas
ale), frutos da baunilha
estaria cardamomum),
je angélica (Angélica
sementes de funcho
dessas plantas variam
em significa vinho
fborada com mosto de
psavel (para suspender
as 18“GL e deveter um
esslação de nosso país
mentação do mosto de
igual à dos açúcares
adicionou anidrido
mai de 13ºGLa 18ºGL;
Blcool etílico potável,
o LECI.
de arroz sacarificado
a ou não de etanol
= de acordo com o teor
E esta bebida de origem
por ser proveniente de
seu teor em álcool.
do alcoólico, junto
Eesmentado de fruta
Vinhos H
e Acidulante: comunica ou identifica
o gosto acídulo
e Antioxidante: retarda ou impede a
alteração oxidativa
e Conservante: impede ou retarda a
Aditivos de bebida alteração por microorganismos ou
segundo a legislação enzimas
brasilêira Po . e
e Corante: atribui ou intensifica a cor natural/artificial
e Estabilizante: mantém e favorece a —
característica física e físico-química Essência natural ou
da emulsão e suspensão Essência artificial
. . Extrato vegetal
e Aromatizante e flavorizante: confere aromático
ou intensifica o aroma e o sabor
Figura 1.5 — Aditivos de bebida, segundo a legislação brasileira.
O fermentado de cana é a bebida obtida por fermentação do mosto de caldo
de cana (Saccharum officinale), podendo ter, no máximo, 14ºCL.
Fermentado de frutas é a bebida com graduação alcoólica máxima de 14ºGL,
obtida da fermentação do mosto de frutas adicionado de sacarose e água potável.
A sidra é obtida pela fermentação alcoólica do mosto de maçãs adicionado
ou não de, no máximo, 30% de suco de pêra. Deve ter de 4ºGL a 8ºGL. Como se vê,
essa bebida não deixa de ser um vinho de fruta, com concentração alcoólica menor.
Como nos demais vinhos de fruta, deve partir de material fresco c são, e poderá ser
adicionado de sacarose até, no máximo, a quantidade de açúcares contida na fruta.
A sidra pode ser gascificada, mas a denominação sidra-champanha não é permitida.
Outras bebidas regionais tipo vinho e não mencionadas em nossa legislação,
são:
Pulque, bebida das regiões hispano-americanas, principalmente México.
Provém da fermentação natural do suco doce de agave (Agave americana) e chega a
ter cerca de 6% de álcool; é às vezes adicionado de mel e sucos de frutas.
O mescal, também do México, provém da fermentação do suco doce de folhas
de plantas, como cacto (gênero Cephalocereus, entre outros).
O sorgho é bebida da Manchúria obtida do Sorghum saccharatum fermentado.
Existem ainda outros vinhos de palma c, entre esses, no norte da África, o
laghbi, obtido de fermentação espontânea da linfa de tamareira fêmea (Phoenix
dactylifera) por Saccharomyces laghbi, variedades de S. carisbergensis e
Schizosaccharomyces pombe. Contém de 5% a 6% de álcool e cerca de 0,5% de ácidos
orgânicos.
O tibi é uma bebida mexicana muito semelhante ao ginger-beer já mencionado
entre as bebidas tipo cerveja.
14 concralidades sobre bebidas alcoólicas
são que a mistura de duas bebidas alcoólicas, devendo ter entre 0,5ºCL e 54ºGL.
Quando gaseificada pode ter no máximo 15º.
Entre as mistas está a batida (15º a 36º) com 5% de açúcar no mínimo. A
caipirinha é uma batida com suco de limão.
1.6 — Bebidas destiladas
Todas as bebidas destiladas devem ter sempre entre 38ºGL e 54ºGL de álcool,
a não ser afirmação em contrário.
Entre elas sobressai no Brasil a caninha, cachaça, ou aguardente de cana, que
se obtém por destilação do mosto fermentado de cana-de-açúcar, tendo no máximo
6g de açúcar por litro; concentração maior de açúcar implica a adjetivação adoçada
na denominação.
A legislação do estado de São Paulo não cita a cachaça abaixo definida.
A aguardente de melaço, ao contrário da anterior, provém de mosto
fermentado do melaço da fabricação do açúcar de cana, mas tem os mesmos limites
de concentração em álcool e em açúcar.
O coeficiente de congêneres (voláteis, compostos secundários, furfural, etc.)
não pode ser inferior a 2 g/1.
Nossa legislação permite que as bebidas provenham do “destilado alcoólico
simples” definido como uma aguardente de elevado teor alcoólico (54ºGL a 95ºCL),
potável, destinado à elaboração de bebidas e obtido da destilação de mostos
fermentados. Em um litro, os teores máximos são: 50 mg para o furfural, 2 g para o
metanol. Chama ainda de mosto fermentável, a substância de origem vegetal ou
animal que contém elemento açucarado ou amiláceo suscetível de transformar-se
principalmente em álcool etílico pela ação de leveduras.
Com a mesma finalidade pode ser empregado o “Grain Whisky” (destilado
alcoólico de cereais com 54 a 95% de álcool envelhecido em tonéis de carvalho de
capacidade máxima de 700 L, por período mínimo de dois anos).
Conforme a matéria-prima de que provém, existe destilado alcoólico simples
de cana, de melaço, de cereais (milho, trigo, aveia, centeio, arroz, cevada e outros
maltados ou não), de frutas, de tubérculos (beterraba, batata e outros, bem como de
raiz de mandioca) e de vegetal (caules, folhas e outras partes do vegetal).
O rum é obtido, segundo a legislação brasileira, de destilado alcoólico simples
de melaço ou dos de caldo de cana e de melaço; deve ser envelhecido em recipiente
de carvalho ou madeira equivalente, podendo ser adicionado de até 6 g de açúcar
por litro, e de caramelo. O coeficiente de congêneres segue a mesma porcentagem
das aguardentes anteriores. Abaixo é rum leve e acima (até 5 g/1), pesado.
Para ter a designação de extra ou extravelho, o envelhecimento deve se dar
por, pelo menos, dois anos nos recipientes indicados.
Podem existir runs de uso culinário com, no mínimo, 75ºGL de graduação
alcoólica.
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Vários autores
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Nossa legislar
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g'1), pesado.
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> F5"CL de graduação
Bebidas destiladas I5
É considerado uma das mais antigas bebidas destiladas conhecidas.
Vários autores dão grande importância, na formação adequada do aroma dessa
bebida, a determinados gêneros e espécies de leveduras empregadas em sua
fermentação. Mesmo bactérias como o Clostridium saccharobutyricum e outros
clostrídios teriam um papel importante associados às leveduras. Deve-se ressaltar,
de qualquer modo, que nas publicações de lingua inglesa o nome rum abarca todas
as bebidas destiladas obtidas a partir de mosto fermentado proveniente de cana,
estando, pdis, incluídas as nossas aguardentes, caninha e cachaça.
Nossa legislação define genericamente uísque como o destilado alcoólico
simples de cereais, com 38% a 54% de álcool parcial ou totalmente maltados,
envelhecido e adicionado ou não de caramelo. Prevê os seguintes tipos:
a) Uísque malte puro (Malte whisky ou straight malt whisky), que é o produto
elaborado unicamente com cevada maltada envelhecida adicionado ou não de água
potável e com no mínimo, 3,5 g de congêneres por litro de álcool.
b) Uísque cortado (blended whisky), que é obtido pela mistura de um mínimo
de 30% de uísque malte puro com destilado alcoólico simples de cereais e/ou álcool
etílico potável, envelhecidos ou não com coeficiente de congêneres no mínimo de
1g/L de álcool.
É interessante ressaltar que esse tipo de mistura tem por finalidade reduzir o
óleo fúsel e o acetaldeído, tornando o uísque mais aceitável para o consumidor
modemo.
c) Uísque tipo bourbon (Straight bourbon whisky), que é obtido de um mínimo
de 50% de destilado alcoólico simples envelhecido de milho, misturado com álcool
etílico potável e 1,5 g/1 de congêneres envelhecido por 2 anos, no mínimo.
d) Uísque de cereais, quando obtido a partir de cereais reconhecidos
internacionalmente na produção de uísque, sacarificados por diástases de cevada
maltada, podendo ter também outras enzimas, e destilada em alambique ou coluna,
envelhecido no mínimo por 2 anos e com coeficiente de congêneres não inferior a
1g/L de álcool.
A legislação brasileira, portanto, introduz a possibilidade, inexistente nos
países classicamente produtores de uísque (Escócia, Irlanda, Estados Unidos e
Canadá), do emprego de álcool de cana na fabricação desta bebida.
Além dos tipos indicados em nossa legislação, o uísque, que é bebida de origem
escocesa mas que se vulgarizou muito nos Estados Unidos, tem nesse país diversos
outros tipos, vários indicados em sua legislação.
O arac é bebida obtida de destilado alcoólico simples redestilado em presença
de anis (Pimpinella anisum) e aromatizado ou não com suco de palma, extratos ou
essências naturais. O arac é aguardente de origem javanesa, semelhante a outra
preparada na China com a “levedura” chinesa ou chiizu.
A legislação atual brasileira fala mais genericamente em bebida obtida pela
adição ao destilado alcoólico simples, ou ao álcool etílico potável de extrato de
16 Goneralidades sobre bebi
substâncias aromáticas. Deve ter entre 36% e 54% em álcool e, no mínimo, 1,5 g de
congêneres por litro de álcool. Pode ter até 30 g de açúcares por litro (com mais de
6 g/L deve incluir o termo adoçada).
Nos Estados Unidos, dão o nome de Arrack ao destilado do toddy, já visto
entre as bebidas tipo vinho.
Na realidade, arac é nome bastante genérico, incluindo bebidas não destiladas.
Conhaque é a bebida proveniente do destilado alcoólico simples envelhecido
de vinho.
Para muitos autores, conhaque c brandy são sinônimos, podendo ser obtidos
a partir de qualquer vinho de fruta ou, então, conhaque é um tipo especial de
brandy originário de uma região da França.
Armagnac é um brandy, também de origem francesa em que, ao contrário do
conhaque, a destilação é feita de um vinho filtrado, sem ter, pois, levedura residual.
A graspa ou bagaceira é obtida de destilado alcoólico de bagaço de uva
fermentado ou pela destilação do bagaço e borra da produção de vinho. Pode ser
adicionada de, no máximo, 10 g de açúcar por litro. A legislação diz isso, porém é
comum que essas duas denominações, entre nós, definam bebidas diferentes:
enquanto a bagaceira provém de fermentação e destilação do bagaço de uva, a graspa
é o destilado das borras (ou fezes) de uvas fermentadas.
Segundo nossa legislação, o pisco é a bebida obtida da destilação dos mostos
de uvas fermentadas, adicionadas ou não de resíduos de fermentação.
A aguardente de frutas é obtida do destilado alcoólico simples da fruta, e
levando o nome “simples” eo da matéria-prima. Com o envelhecimento, pode ser
colocada na denominação a palavra envelhecida ou brandy. Alguns tipos
mencionados na legislação: slivowicz, mirabella, estsch, a de ameixas; kirchs, a de
cereja; calvados, a de maçã, peach brandy a de pêssego e pear brandy a de pêra.
A tequila obtém-se do destilado alcoólico simples de um cacto típico da
América Central, o agave (Agave tequilana) ou pela destilação do mosto de seu suco
fermentado. Essa bebida, de origem mexicana, provém originariamente da destilação
do pulque já mencionado. Quando a concentração resultante for menor que 51%
em álcool, pode-se adicionar álcool etílico; até 30 g de açúcar por litro; acima de 6
g/L deve ter a denominação adoçada. A concentração de congêneres, em relação ao
etanol, deve estar 2 ge 6,5 g por litro.
Tiquira obtém-se do destilado alcoólico simples de mosto fermentado de
mandioca (Manihot utilissíma), hidrolisada previamente por fungos. Açúcares e
congêneres análogos à tequila.
Sochu é bebida obtida por destilação de mosto fermentado de arroz, tendo
de 15 a 35 graus Gry-Lussac. Pode ser adicionada de açúcares.
Vodca é a bebida obtida pela retificação do destilado alcoólico simples de
cereais ou de tubérculos ou, ainda, do álcool etílico potável. Contém 36 a 54% de
etanol.
Em sua fabrã
ativo e poderá ser =
Pela definição
prima que, na prás
após hidrólise enz
obrigatório de carvz
desprovida da gram
pronunciados. Port
Agenebra é ol
de cereais ou pela ze
alcoólico simples de
de bagas de zimbro
aromáticas; pode ser
no máximo 1,5 g/L.
Chama-se gim
presença de bagas d
O gim doce ox
máximo 6 g de açãe
Numerosas si
fabricação do gim .
(Coriandrum sativuma)
países o zimbro pod
O steinhaeger
cereais ou pela redes
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Aquavitéabe
na presença de sema
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Leva o nome €
simples de cereais o
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Outras bebidas
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na Holanda, Alemam
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Uma bebida
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Europa, como Holan
Pela destilação
Pela destilação
koumis, também des
Da destilação «