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CERTIFICAÇÃO LEED - EDIFÍCIO SUSTENTÁVEL, Esquemas de Gestão Ambiental

A certificação LEED, administrada pelo USGBC, é um marco na arquitetura moderna e design urbano, simbolizando um compromisso com a sustentabilidade e o futuro do planeta. No Brasil, a adoção dessa certificação reflete um aumento na consciência ambiental e nas práticas de construção sustentáveis. Os edifícios LEED são exemplos de eficiência, utilizando tecnologias e estratégias para minimizar impactos ambientais e promover o bem-estar. A obtenção da certificação envolve uma avaliação rigorosa em várias áreas-chave, resultando em níveis de certificação que incentivam a melhoria contínua. Ao adotar a certificação LEED, projetos são elevados a novos padrões de responsabilidade ambiental, alinhando-se com uma visão global de sustentabilidade e coexistência harmoniosa com o meio ambiente.

Tipologia: Esquemas

2024

Compartilhado em 05/05/2024

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juliane-kaori-saijo-1 🇧🇷

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Baixe CERTIFICAÇÃO LEED - EDIFÍCIO SUSTENTÁVEL e outras Esquemas em PDF para Gestão Ambiental, somente na Docsity! Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Câmpus Francisco Beltrão CERTIFICAÇÃO LEED - EDIFÍCIO SUSTENTÁVEL FRANCISCO BELTRÃO - PR ABRIL 2024 EDUARDA EDITH DE ALMEIDA IZABELLE CUNHA BRAGA SOARES JULIANE KAORI SAIJO LARISSA DE OLIVEIRA BENARDO MARIA FERNANDA LAUTÉRIO COELHO MARIA LILIA BRITO LIMA CERTIFICAÇÃO LEED - EDIFÍCIO SUSTENTENTÁVEL FRANCISCO BELTRÃO - PR ABRIL 2024 O objetivo desse trabalho é apresentar uma proposta de um edifício sustentável. E, a partir da certificação – LEED, avaliar o projeto identificando o nível de certificação que ele obteria, demonstrando as características que são necessárias para atribuir ao edifício a qualidade de sustentável. Em um mundo cada vez mais consciente da importância da preservação ambiental, a busca por práticas sustentáveis na construção civil torna-se imperativa. Nesse contexto, a Certificação LEED surge como um importante instrumento de avaliação e reconhecimento de edifícios que adotam medidas eficazes de sustentabilidade. Ao final do processo de avaliação, o projeto será capaz de demonstrar seu compromisso com a sustentabilidade e sua capacidade de contribuir para a construção de um ambiente construído mais responsável e resiliente. 3.0 DESENVOLVIMENTO 3.1 Histórico do SGA O sistema de certificação LEED foi desenvolvido pelo USGBC, uma entidade norte- americana com o propósito de promover práticas sustentáveis no mercado da construção civil. Este sistema é fundamentado na implementação de critérios de desempenho e ferramentas de avaliação compreensíveis universalmente. No Brasil, o LEED foi implantado em 2004, e para auxiliar no desenvolvimento da indústria da construção sustentável no país, foi criada a GBCB (Green Building Council Brasil), uma entidade não governamental vinculada ao USGBC, em 2007. Com o passar do tempo, o USGBC expandiu seu alcance, lançando novas versões do LEED e introduzindo iniciativas adicionais, como o Greenbuild, uma conferência e exposição internacional de construção. (USGBC, 2024.; LEITE, 2011). Essa certificação é baseada em parâmetros de desempenho e incorpora normas e recomendações de entidades norte-americanas como a ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating and Air Conditionning Engineers), ASTM (American Society for Testing and Materials), EPA (United States Environmental Protection Agency) e DOE (United States Department of Energy) (SILVA, 2016). No entanto, apesar do crescimento e da aceitação da certificação LEED no Brasil, ainda existem desafios a serem superados. Um dos principais é a adaptação dos critérios de certificação para considerar questões regionais específicas no processo de certificação. Para Ferreira (2019), o maior desafio encontrado na aplicação no Brasil é que o certificado foi desenvolvido para os países norte-americanos e não considera questões regionais específicas como geografia, economia e cultura locais, o que pode comprometer o desempenho das soluções técnicas adotadas (SILVA, P., 2019). Outro desafio significativo é o custo inicial associado à certificação LEED. Embora os benefícios a longo prazo sejam amplamente reconhecidos, muitas construtoras e incorporadoras hesitam em investir em práticas sustentáveis devido aos altos custos iniciais. O custo da certificação LEED varia de acordo com a área e a tipologia do projeto, abrangendo desde pequenas obras até grandes empreendimentos. Além das taxas cobradas pelo USGBC, os projetos podem optar por contratar consultoria especializada, o que adiciona um valor adicional ao processo. Apesar disso, o sistema de certificação LEED é considerado uma ferramenta de desenvolvimento econômico globalmente. No entanto, há uma mudança de perspectiva devido ao reconhecimento dos benefícios a longo prazo e à crescente consciência sustentável (OLIVEIRA, M. et al.,2020). De acordo com o relatório de avaliação global da USGBC, há mais 47.000 projetos em desenvolvimento esperando a certificação, somando mais de 10,7 bilhões de dólares brutos por m2 de espaço. Em 2013, a média de empreendimentos certificados no Brasil foi equivalente a 4,5 projetos por mês. Assim, o sistema de certificação LEED é considerado mundialmente uma ferramenta de desenvolvimento econômico (GBC, 2024; OLIVEIRA, M. et al.,2020). Diante disso, sobre a comparação entre empreendimento certificados e não certificados no Brasil, aponta que a taxa de vacância dos empreendimentos certificados LEED no país é de 7% a 9,5% menor, quando comparado com os empreendimentos não certificados. Além disso, o estudo evidenciou que o valor agregado a um edifício verde, quanto ao preço médio de locação, é de R$ 10,4/m2/mês a R$ 28,9/m2/mês, mais altos que os empreendimentos não certificados no país (GBC, 2024.; OLIVEIRA, M. L.; RUPPENTHAL, 2020). A Figura 1 apresenta a evolução da certificação LEED no Brasil nos períodos correspondentes entre 2007 e 2018. Pode-se observar que em 2018 o país obteve uma média acumulada de 1.345 empreendimentos registrados e 533 empreendimentos certificados. Figura 1 – Registros das certificações LEED no Brasil. Fonte: OLIVEIRA, M. L.; RUPPENTHAL, 2020. A implementação da certificação LEED nos empreendimentos no Brasil tem demonstrado resultados impressionantes. A implementação da certificação LEED nos empreendimentos no Brasil representa uma redução média de 40% no consumo de água, 30% na utilização de energia, 35% nas emissões de CO2, e 65% na geração de resíduos. Além disso, essas construções tendem a ter uma menor taxa de vacância e uma maior valorização no mercado imobiliário, refletindo a crescente demanda por espaços sustentáveis e eficientes (GBC, 2024; OLIVEIRA, M. et al.,2020). No contexto do mercado brasileiro, o sistema de certificação LEED é o mais utilizado, frente aos demais sistemas de certificações existentes no país. Tais resultados expressivos, colocam o Brasil em quarto lugar na lista mundial de certificações sustentáveis LEED,o que representa um posicionamento de destaque mesmo com apenas quatorze anos de existência da certificação no país (USGBC, 2018; SILVA, P., 2019). Os estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná se destacam pelo número de projetos registrados LEED, com as categorias mais usuais sendo LEED Core & Shell, LEED New Construction (NC), LEED Existing Building (EB) e LEED Commercial Interiors (CI). Esses dados indicam uma crescente preocupação com projetos de edificações sustentáveis no país, priorizando o bem-estar social, econômico e ambiental da comunidade (DE SOUZA, E.; BARBOSA, I., 2022; OLIVEIRA, M. et al., 2020). com o registro do projeto e o pagamento da taxa de inscrição correspondente (GBC, 2024; USGBC, 2024; SILVA, F. H. P. et al., 2019). Após esses passos iniciais, a equipe de construção se dedica a atender aos pré- requisitos obrigatórios, que são fundamentais para a integridade do sistema LEED. Esses pré- requisitos abrangem áreas críticas como eficiência hídrica, energia e atmosfera, e qualidade ambiental interna. É importante notar que, embora os pré-requisitos sejam essenciais, eles não contribuem para a pontuação total, eles servem como base para a elegibilidade do projeto (GBC, 2024; USGBC, 2024; SILVA, F. H. P. et al., 2019). Com os pré-requisitos atendidos, a equipe pode então buscar pontos adicionais em diversas categorias, que refletem as características sustentáveis do edifício. As categorias incluem, mas não se limitam, a eficiência energética, uso de materiais sustentáveis, inovação no design e melhoria da qualidade ambiental interna (GBC, 2024; USGBC, 2024; SILVA, F. H. P. et al., 2019). Para alcançar a certificação, o número de pontos necessários varia com base do nível desejado: Certificado, Prata, Ouro ou Platina. Para obter a certificação, o edifício deve alcançar um mínimo de 40 pontos em um total de 110 possíveis. Após a conclusão da construção, a documentação é submetida e avaliada pelo USGBC, que verifica se todos os critérios foram atendidos antes de conceder a certificação no nível apropriado. A certificação é válida por um período específico, geralmente cinco anos, após o qual o edifício deve passar por um processo de recertificação (GBC, 2024; USGBC, 2024; SILVA, F. H. P. et al., 2019). Figura 2- - Etapas de certificação. Fonte: RODRIGUES. L. S., 2020 Em suma, o processo de certificação LEED envolve desde o registro do projeto até a obtenção de pontos através da implementação de práticas sustentáveis, revisão e verificação da documentação pelo USGBC, até a concessão da certificação no nível adequado. É um processo detalhado que exige comprometimento e diligência por parte da equipe de projeto e construção, refletindo o esforço contínuo para promover a sustentabilidade no ambiente construído e a importância de edifícios que não apenas abrigam atividades humanas, mas também contribuem positivamente para o meio ambiente (GBC, 2024; USGBC, 2024; SILVA, F. H. P. et al., 2019). 3.4 Critérios O sistema LEED é baseado em um programa de adesão voluntária e tem como objetivo avaliar o desempenho ambiental de um empreendimento. Ele leva em consideração o ciclo de vida e pode ser aplicado a qualquer tipo de projeto. O selo LEED confirma que os critérios de desempenho relacionados a energia, água, redução de emissões de CO2, qualidade do ambiente interno, uso de recursos naturais e impactos ambientais foram atendidos de forma satisfatória. A certificação ocorre em níveis, quantificando o grau de proteção ambiental alcançado pelo empreendimento. A avaliação é feita por meio da análise de documentos, que indicam a adequação aos itens obrigatórios e classificatórios. Por meio de um sistema de pontos, variável conforme a categoria de certificação, são definidos os níveis de certificação. Além disso, existem requisitos mínimos que devem ser atendidos ainda na fase de projeto, determinando se o projeto é ou não elegível para a certificação (PACHECO, T., 2011.; QUADROS. J. N. et al.; RODRIGUES. L. S., 2020). Figura 3- Níveis de certificação LEED Fonte: GBC, 2024. O certificado LEED é aplicável a diferentes tipos de construção, sendo subdividido em categorias que representam essa diversidade. Devido à natureza variada das categorias e construções, existem pontuações e pré-requisitos distintos. As categorias do certificado LEED, juntamente com suas breves descrições, são apresentadas na figura 4. Figura 4 - Áreas chave e Critérios da Certificação LEED Fonte : RODRIGUES. L. S., 2020 As categorias de avaliação são: ambiente e a comunidade. Em 2015, o projeto Eco Malzoni foi lançado, representando um marco na estratégia de marketing do empreendimento, com o objetivo de destacar sua dedicação à sustentabilidade, mobilidade e gentileza urbana (KAHN. P., 2021). Este programa abrangente incluiu o gerenciamento de resíduos, a criação de uma horta subterrânea, a instalação de uma estação de tratamento de efluentes e a organização de visitas técnicas educativas. O Eco Malzoni não apenas melhorou a gestão ambiental do edifício, mas também serviu como uma ferramenta educacional para estudantes e o público em geral, aumentando a conscientização sobre práticas sustentáveis e a importância da preservação do patrimônio histórico e cultural (KAHN. P., 2021). A gestão de resíduos foi um dos pilares desse programa. Após alguns anos de operação, em que a maior parte dos resíduos gerados era destinada a aterros sanitários, uma central de gerenciamento de resíduos foi implementada. Esta central separava os resíduos, compactava o lixo não reciclável e utilizava uma composteira com tecnologia avançada que acelerava o processo de compostagem. Os resíduos recicláveis eram desviados do aterro, os orgânicos dos restaurantes eram compostados e transformados em adubo, que era utilizado nos jardins e na horta subterrânea do edifício. Essa abordagem não só reduziu o impacto ambiental do edifício, mas também promoveu a reciclagem e o reaproveitamento de recursos (KAHN. P., 2021). A horta subterrânea foi uma inovação particularmente notável. Produzindo temperos e legumes, a horta utilizava o adubo gerado a partir da compostagem dos resíduos orgânicos, demonstrando um ciclo ambiental fechado e sustentável dentro do próprio edifício. A produção da horta era distribuída para a população do condomínio, reforçando a conexão entre sustentabilidade e comunidade (KAHN. P., 2021). Além da gestão de resíduos, o edifício também se destacou na gestão da água e da energia. A água de reuso, tratada na estação de tratamento de efluentes, era utilizada para irrigação, espelhos d’água, bacias sanitárias, mictórios e torres de resfriamento do sistema de ar-condicionado. Isso resultou em uma redução significativa no uso de água potável e em economia de custos. Em termos de energia, uma usina termelétrica foi instalada para fornecer a maior parte da energia consumida pelo empreendimento, e estratégias de eficiência energética foram implementadas nas áreas comuns, resultando em uma redução no consumo de energia e em economia financeira (KAHN. P., 2021). A mobilidade sustentável também foi uma área de foco, com a ampliação das vagas para veículos de baixa emissão e a expansão do bicicletário, incentivando o uso de transportes alternativos e ecológicos. O Instituto Casa Bandeirista, criado em 2019, promoveu atividades culturais e criou espaços de convivência, contribuindo para a gentileza urbana e o bem-estar da comunidade (KAHN. P., 2021). Figura 5- Pontuação da certificação LEED de operação do Pátio Victor Malzoni. Fonte: KAHN. P., 2021 Essas iniciativas culminaram na obtenção da certificação LEED for Existing Buildings: Operations and Maintenance em 2019, na versão 4, pela plataforma Arc., onde o edifício alcançou o nível Platinum com 80 de 100 pontos possíveis. Este feito destacou o Pátio Victor Malzoni como um exemplo de excelência em sustentabilidade e operações de edifícios, demonstrando que é possível aliar práticas ambientais responsáveis com benefícios econômicos e sociais (KAHN. P., 2021). A trajetória do Pátio Victor Malzoni tornou-se um exemplo com a integração de inúmeras práticas sustentáveis pensadas a longo prazo economicamente, social e ambiental, redefinindo o que significa ser um espaço de trabalho moderno e responsável na cidade de São Paulo (KAHN. P., 2021). 3.6 Vantagens A certificação LEED tem se estabelecido como uma força transformadora na construção civil, impulsionando a adoção de práticas sustentáveis que beneficiam o meio ambiente e a sociedade. Esta certificação não apenas reduz o impacto ambiental dos edifícios, mas também traz vantagens econômicas e sociais significativas (LEITE, 2011; RODRIGUES. L. S., 2020). Ambientalmente, a certificação LEED é uma resposta aos crescentes desafios ecológicos globais. Ela incentiva o uso eficiente de recursos, promovendo a redução do consumo de energia e água, o que preserva recursos valiosos e diminui a necessidade de extração de matérias-primas. Além disso, edifícios certificados pelo LEED são projetados com consciência de seu papel na mitigação das mudanças climáticas, utilizando materiais e tecnologias de baixo impacto ambiental. A gestão de resíduos nesses edifícios é otimizada para reduzir, tratar e reutilizar, minimizando o impacto ambiental do descarte (LEITE, 2011; RODRIGUES. L. S., 2020). Economicamente, a certificação LEED pode levar a uma redução substancial nos custos operacionais. A eficiência energética e a economia de água resultam em economias significativas a longo prazo para os ocupantes. Construtoras e incorporadoras que investem em empreendimentos com certificações ambientais valorizam seus portfólios e se tornam referências no mercado, atraindo consumidores conscientes que fazem parte do crescente movimento verde. Esses empreendimentos sustentáveis não só atraem novos clientes, mas também proporcionam economia através das tecnologias e processos implementados durante a construção (LEITE, 2011; RODRIGUES. L. S., 2020). Socialmente, a certificação LEED visa promover um maior conforto e qualidade de vida para os usuários. Edifícios com essa certificação são mais seguros e saudáveis, adotando
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