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Análise da Teoria das Janelas Partidas e Construtivismo Social no Policiamento Comunitário, Resumos de Filosofia

Este documento discute a teoria das janelas partidas e o construtivismo social no contexto do policiamento comunitário. A pesquisa analisa como essas teorias podem ajudar a garantir um melhor policiamento comunitário, oferecendo bases necessárias para o entendimento do assunto. O documento também discute a importância da dinâmica social global, a tolerância zero e a teoria dos vidros partidos, que serviu como base para a política de tolerância zero. Além disso, o documento discute o papel do sujeito na construção das estruturas cognitivas e a natureza da realidade, segundo a teoria construtivista.

Tipologia: Resumos

2023

Compartilhado em 17/03/2024

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Baixe Análise da Teoria das Janelas Partidas e Construtivismo Social no Policiamento Comunitário e outras Resumos em PDF para Filosofia, somente na Docsity! Inês João Machanisse Policiamento Comunitário ACADEMIA DE CIÊNCIAS POLICIAIS Docentes: Msc. Amilcar Cossa Msc. Tânia Tsucana Michafutene, aos 01 de Março de 2024 1 Índice Introdução....................................................................................................................................3 Tema I..........................................................................................................................................5 1. Teoria das janelas partidas.......................................................................................................5 1.1. As experiências de James Wilson e George Kelling.........................................................6 Tema 2.........................................................................................................................................9 1. Teoria Construtivista................................................................................................................9 2. Correlações do construtivismo..........................................................................................10 Conclusão...................................................................................................................................12 Bibliografia................................................................................................................................13 2 Tema I 1. Teoria das janelas partidas A priori é importante dizer que a teoria das janelas partidas refere-se a experiência realizada num contexto norte-americano. Historicamente a teoria enquadra-se no ano de 1969, nos Estados Unidos da América, concretamente na Universidade de Stanford quando o Professor Philippe Zimbardo realiza uma experiência no âmbito da psicologia social que se descreve nos seguintes termos, o professor em causa abandonou duas viaturas mesma marca, cor e modelo. Segundo Shecaira (2009, p. 166) revela que a primeira viatura ficou num bairro no bairro de Bronx, em Nova York um bairro caracterizado por altos indicies de pobreza, criminalidade, mas a segunda viatura foi deixada num bairro totalmente diferente, ou seja, a outra foi deixada em Palo Alto, zona extremamente abastada na Califórnia. Após se terem abandonado as viaturas num contexto social totalmente diferente, sucede-se que se verificam os seguintes resultados sob controlo de pesquisadores ligados a psicologia em cada um dos bairros. O principal objectivo era estudar o comportamento das pessoas em cada local. A primeira viatura, abandonada no bairro de Bronx, bairro extremamente pobre foi imediatamente vandalizada, primeiramente perdeu as rodas, o motor, os espelhos, inclusive o rádio, isto é, a viatura foi vandalizada na totalidade, tudo que pudesse ser roubado não foi deixado e o que não pode ser levado foi deixado no local a fim de ser destruído. A segunda viatura, abandonada no bairro abastado, permanecia intacta já há uma semana, os pesquisadores, propositadamente partiram o vidro do automóvel. Partido disso, verificou-se uma mudança brusca no comportamento das pessoas. Esta viatura começou a ser vandalizada, tal como a primeira, foram roubados, os pneus, o motor e tudo quanto pudesse ser retirado, e o que não podia foi mais uma vez deixado para ser destruído ali mesmo. Geralmente, ao ver o resultado do que aconteceu com o primeiro carro é comum associar a pobreza como causa da prática de delitos, entretanto, quando se observa o 5 resultado do segundo carro, facilmente se concluiu que não é verdadeiro associar a pobreza como sendo a causa de prática de delito, pois se associa o nível ou classe social a possibilidade de prática de delito. A pergunta que se coloca é porque, após uma semana, um simples vidro partido desencadeou uma sucessão de prática de delito? Podem existir várias considerações sobre este assunto, mas ao facto é que o que é determinante não é o quão abastado são as pessoas, muito menos ao ambiente em que vivem, mas sim a psicologia humana. Não se trata de pobreza ou riqueza. A psicologia humana e as relações sociais são determinantes para compreender todo o processo. A ideia central que se pretende transmitir é que partir de um vidro partido se tem a ideia de um sentimento de desinteresse, deterioração e despreocupação exacerbada, e isso faz romper os códigos de convivência como, por exemplo a lei, as normas, regras. E último caso se vive num autêntico “vale tudo”. Implantado o ambiente anarquista, o que sucede que a única certeza é de que a escalada de violência só aumentar de forma incontrolável. 1.1. As experiências de James Wilson e George Kelling A teoria das janelas quebras foi consolidada posteriormente por estes dois pesquisadores. A ideia central que se propõe é a de que a criminalidade pode ser maior nas zonas onde a desorganização é maior, ou seja, onde há maior nível de sujeira, desordem. É como se deixa um vidro e ninguém resolve imediatamente, ao longo do tempo àquela situação vai se replicar. A publicação do artigo “Broken Windows: The Police and Neighborhood Safety”, escrito por James Wilson e George Kelling, em 1982, na revista norte-americana Atlantic Montly, foi uma inspiração para colocar em prática a política de “Tolerância Zero” na cidade de Nova York. Segundo Wilson e Kelling (1982, p. 2-3) explicam que o nome dado ao artigo significa que a infiltração da desordem e da criminalidade pode acabar com a qualidade de vida de uma sociedade. Mais que isso, no momento em que há um crime que seja tolerado pela sociedade e pelas autoridades, mesmo que esse seja pequeno, pode impulsionar que crimes mais graves sejam cometidos. Assim, não há melhorias sociais se os crimes, por mais medíocres que sejam, não forem estancados de forma autoritária. 1.2. A ideia da tolerância zero O conceito de Tolerância zero é amplamente debatido, pelo que segundo Bobbio (2002, p. 150) é entendido em sentido limitativo, como aceitação, por razões de conveniência, 6 de um erro. Ao passo que respeito é dirigido àquilo que se considera um bem, a tolerância é exercida perante aquilo que se considera um mal, mas que por razões de prudência não se impede, ainda que se possa impedir Com essa teoria, os pesquisadores fazem perceber que sempre que uma comunidade demonstra sinais de desgaste, pode não importar logo no início. Significa que os pequenos erros que ocorrem na sociedade podem gerar grandes transtornos na sociedade se não forem imediatamente solucionados. As atitudes violentas não devem ser permitidas não importam o quão menor sejam, pois, se não forem sancionadas, dali surgirão males piores. Coutinho (2000, p, 24) refere que a base de política é o policiamento comunitário, que vem acrescido de fiscalização ativa e Tolerância Zero; todas as ideias que têm como mentor intelectual a Nova Escola de Chicago (que substituiu a antiga Escola, formada por Guido Calabresi, Ronald Coase, Richard Posner e outros, nas décadas de 60 e 70), a qual se fundamenta nas normas Sociais, muito próximo do pensamento de Emile Durkheim, em especial nas significações sociais capazes de alterar a Sociedade em si. O que os pesquisadores Wilson E Kelling apresentam aplicam-se também as crianças, ou seja, se por alguma razão se permitir algo errado nas crianças, esse padrão pode ser desenvolvido pela mesma no seu crescimento, gerando um problema em maior proporção a toda a sociedade. Por exemplo, se algum espaço público for alvo de um crime e não tiver uma resposta imediata pode gerar um sentimento de abandono, e paulatinamente os espaços públicos serão verdadeiramente abandonados e vão dar espaço ao abandono dos espaços a favor dos malfeitores, ou seja, Hard (2005, p.  33) sustenta melhor dizendo “quando o estado de excepção se torna a regra, o tempo de guerra é interminável, a tradicional distinção entre guerra e política fica cada vez mais obscura” De um ponto de vista prático, a teoria foi implementa em nova York nos anos 80, a razão para escolha deste local foi pelo nível de criminalidade que apresentava. No início, a acção incidiu inicialmente em combater os (grafites) nas paredes, sujeira nas estações, alcoolismo entre o público, evasões ao pagamento de passagem, pequenos roubos e desordens. Esta acção demonstrou imediatamente resultados positivos. Salienta Foucault (2009, p. 279) “. ... a mínima desobediência é castigada e o melhor meio de evitar delitos graves é punir muito severamente as mais leves faltas” 7 de uma descrição mais acurada do mundo como ele é, de um conhecimento, eata consideração pode ser alicerçada por Watzlawick (1998, p. 45) quando considera que a realidade absoluta é uma ilusão, o que existe é uma realidade subjectiva, pois uma criança pode tal como um adulto ver um sinal vermelho mas não saber o seu significado. Construtivismo refere-se a uma família de teorias que partilham os seguintes pressupostos: 1. Conhecimento tem uma natureza pró-activa onde: Os processos tácitos e abstractos constrangem os processos explícitos; A auto-organização como aspecto fundamental; a constante organização e reorganização da acção e da experiência perante o fluxo constante de mudança, por isso (Mahoney, 1998, p. 272 “…o domínio mental ou cognitivo é intrinsecamente motor”. A teoria construtivista não tem sido tranquila em relação a ela mesma pelo ao longo do tempo tal como mostra Bruce Ryan (1999) na raiz do problema verifica-se a epistemologia e a pos-modenidade tem sob o ponto de vista construtivista, debate sobre a natureza da realidade, pois por um lado, neste caso, ma modernidade a realidade é concebida como objectiva e independente do sujeito, a realidade existe de forma independente dos sujeitos, no outro, contexto pós-moderno a realidade é subjectiva, ou seja, a ciência cria sua própria realidade. 2. Correlações do construtivismo A teoria construtivista pode apresentar em si várias ramificações que em parte confundem a solidez da teoria, contudo, as diferenças que se encontram nas várias divisões do construtivismo pode fornecer elementos de combinação. Seguindo a perspectiva de Lourenço (1987, p. 65) no cerne das diferenças que se podem denotar pode pôr exemplo perceber que o construtivismo pode ser realcionado a uma teoria similar designada construcionismo que em geral, este construcionismo procura focar nas instituições sociais nos processos de linguagem que coincidem com a forma como percebemos a realidade, ao passo que o construtivismo procura focar nos conceitos, ideias e imagens que influenciam o nosso conhecimento. Ainda no leque das possíveis diferenças entre o construcionismo e construtivismo, observa – se que este último debruça da relação intra pessoal ao passo que aquele primeiro está com a relação 10 interpessoal. Por um lado, o construtivismo refere – se a forma como conhecemos o mundo e como este influencia a nossa percepção. Por outro lado, o construcionismo foca na relação social e como esta molda as nossas ideias, crenças e é concepções. O que há de mais interessante é que tanto o construcionismo bem como o consteutivismo, opõem – se a ideia moderna da existência de um mundo real que se pode conhecer com certeza objectiva. É por essa razão que de forma sintética Gonçalves (2000, p. 11) refere que:  Os indivíduos não são instrutiveis a partir do exterior  A realidade exterior não é observável, não existem observações independentes do observador  O indivíduo constrói a realidade a partir da articulação entre a forma pessoal e o contexto em que o rodeia.  A realidade constrói – se, não é algo que se descobre.  A narrativa é que conhece, ou seja, o indivíduo tem uma “concepção do mundo não em função daquilo que existe, mas daquilo que acontece” As ideias centrais referidas por Gonçalves determinaram de grosso modo toda o pensamento de Kant, pelo que o mesmo refere quanto ao facto de considerar Kant (2001, p. 13) que a sensibilidade é o modo pelo qual os objectos nos são dados, ou seja, para este se refere a forma como somos atraídos pelos objectos quando estes são captados pela nossa sensibilidade. Ainda no debate em torno do construtivismo, observa – se que contrariamente aos seus predecessores, Kant refere que a realidade em si existe, mas a esta o homem não tem condições de observa – la, isto é “Tem sempre duas faces, uma em que o objecto é considerado em si mesmo (independentemente de todo o modo de o intuir e cuja a natureza é problemática ) e a outra que se considera a forma de intuição desse objecto. Partindo do posicionamento de Kant, Deleuze (1987, p. 21-22) refere que a ideia fundamental que Kant denomina a sua revolução copernicana o que consiste em substituir a ideia de uma harmonia por uma antropologia que não deixa de lado a ideia de como se constroi o conhecimento no espirito humano. 11 Conclusão Foi possível ao longo da pesquisa perceber na teoria das janelas quebras o zelo e o cuidado são elementos importantes capazes de inibir a prática de delitos e conduzir consequentemente a uma sociedade mais tranquila. Outro aspecto de relevo que não pode ser deixado de se notar, consiste no facto das autoridades terem de estar em alerta máximo para que não se desconsidere a menor pratica ilegal pois dali poderiam advir grandes males que em ultimo caso podem perigar a sociedade como um todo pois os danos da corrupção que dai se terá penetra não somente na instituições publicas como também na qualidade dos serviços ai prestados. Existe uma responsabilidade que chama a cada indivíduo na sociedade, a de respeitar as normas de convivência, por um lado, por outro lado, a criação de constrições que demonstrem justiça seriedade por parte daqueles que tem autoridade para velar pela nossa segurança como um todo social. Isso só pode ser feito em parte se evitar por completo a ideia do excepcionismo da lei quando se trata de cumpri-la. Foi possível perceber ao longo do trabalho que o que divide as interpretações construtivistas são os posicionamentos de cada área construtivista, cada corrente construtivista defende uma área que nega fundamentalmente as demais, mas nem com isso o construtivismo se abala como um todo. Um dos grandes méritos que o construtivismo revela esta na possibilidade de abrir um espaço para permitir que o individuo na sua singularidade ou colectividade possa ser o centro das atenções, ou seja, possa ser objecto de debate, envolvendo várias áreas de conhecimento, que acaba sendo um ganho quando se olha o contorno do desenvolvimento actual. Tanto a teoria das janelas partidas quanto a teoria construtivistas tem o seu mérito e relação pelo facto de simultaneamente conseguirem abordar tanto o individuo bem como a sociedade sem em nenhum momento entrar em choque. Para evitar que situacoes de violencia ocorram faz-se sempre necessario um conjunto de accoes que passam essencialmente po grantir uma presenca massiva nos centros de cidades e não so, pelo que a presenca da policia va proporcionar um sentimento de seeguranca e muito 12
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