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Guias e Dicas
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EXPOSICAO-DO-SURREALISMO.pdf, Notas de aula de Psicanálise

Psicanalise e 0 Surrealismo. Metodos e Tecnicas ... como urn tode, OU seja, artistas, obras e hist6ri8. ... obras surrealistas no Sacre du Printemps':.

Tipologia: Notas de aula

2023

Compartilhado em 17/01/2023

Leila_89
Leila_89 🇵🇹

4.4

(70)

216 documentos

Pré-visualização parcial do texto

Baixe EXPOSICAO-DO-SURREALISMO.pdf e outras Notas de aula em PDF para Psicanálise, somente na Docsity! Patricia Ferreira dos Santos Exposi9ao do Surrealismo Curitiba UTP 2006 Patricia Ferreira dos Santos Exposigao do Surrealismo Tee - Trabalho de Conclusao de Curso apresentado ao Curso de Design, habiJitac;ao em Design Grafico, como requisito parcial para obtenc;ao do grau de Designer Grafico da UTP - Universidade Tuiuti do Parana, Orientada pelos Professores Joaquin Fernandez Presas e Marcelo Catto Gallina. Curitiba UTP 2006 Termo de Aprovac;:ao e Parecer da Banca iii SUMARIO Lista de Figuras. . ..... xi Lista de Tabelas e Graficos . Resumo xviii Abstract . ..xvii . .... xixi; Introdw;:ao . . 01 ..... 01Fotografia do produto REVISAo BIBLIOGRAFICA . 02 02 ... 02 03 . 03 Defini~ao de Arte . Arte Moderna Linha do Tempo . o Surrealismo . Principais Antecedentes e Influencias _ _.......... 04 Hieronymus Bosch.. . ......................•............. 04 Literatura - Alfred Jarry. Jacques Vache. Guillaume Appolinaire . . ... 04 Simbolismo . A Primeira Guerra Mundial. . Freud . Dadaismo . .05 ..05 . 05 ... 05 06o PERioDO DE FORMA<;:Ao ...........•..•..•.....•........ A FUNDA<;:Ao DO MOVIMENTO ... MANIFESTO SURREALlSTA ... . 07 . 08 o Aspecto Psicanalitico .... 10 o Inconsciente .. o Sonho .... Psicanalise e 0 Surrealismo Metodos e Tecnicas Surrealistas. . ..... 10 10 11 12 .12 .12 ..13 o Sonho o Automatismo o Humor ........................•..•..•..•.•..•..•..•..•..•..•........ vi Os Objetos Surrealistas ...............•..•..•..•..•.. " .•..•..•..• .... 13 ..13 ..... 14 .... 15 ... 15 ..17 17 17 .... 18 o Maravilhoso ..... A Loucura Premeditada Os Jogos Surrealistas .........•. o ano de 1928 . o Segundo Manifesto Surrealista ...................•.....•.....•........ Salvador Dali ....................................................•..•..•.......•..• A Paran6ia-Critica ............•..•..•..•..•..•..•..•..•..• A Politica e a Arte Surrealista ..........•......... , ..... A Estetica Surrealista A Poesia .... A Pintura ..........•..•..•..•..•.... 20 . ... 21 .21 A Escultura Cinema e Fotografia .. Teatro . De Novo a Guerra . o Fim do Surrealismo .. Design Grafico . ............... 21 21 ..22 .22 ..23 ... 23 Exposil(iio em Museus de Arte . o Espa~o da Galeria ... o Olho e 0 Espectador ...........•..•..•..• . 24 .. 24 . ... 26 Contexto como Conteudo. . .........•..•.......•..... 27 A Galeria como Inervem;ao. . .. 28 .29 . ...........•........... 29 o Papel. Oefinic;ao ..... A Historia do Papel Tipos de Papel Formatas de Papel . A Cor . Oefinic;ao .......•..•..•..•..•..•..•..•..•..•..•..•..•..•..•........... .. 29 ...... 30 . .... 31 .31 ... 31 ..31 . ..... 32 .... 32 .. 34 Estimulos . Percepc;iio da cor ... Classificac;ao das cores Cores e Tons ...................•.................................•..•..•.•..• vii Cartaz de Divulgao;;ao 74 A Exposio;;ao . Planta-Baixa . .. .... 74 .. .. 75 o Espao;;o da Exposio;;ao 76 DIScussAo 78 CONCLusAo E RECOMENDAc;:OES 79 REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 80 Lisla de Figuras Figura 1: Linha do Tempo .. FONTE: ... ismos Entender a Arte (2004, pag. 157) Figura 2: Entrada FONTE: Arquivo Pessoal da Aulora Figura 3: Placa identifica,iio das fases do artista FONTE: Arquivo Pessoal da Aulara Figura 4: Exposi,ao ..... FONTE: Arquivo Pessoal da Aulora Figura 5: Proje,ao no chao do nome da exposi,80 . 39 ................................... 40 FONTE: Arquivo Pessoal da Aulara Figura 6: Simulac;c3o de urn comodo de uma casa. FONTE: Arquivo Pessoal da Aulora Figura 7: Vista panoramica .................................................•........ FONTE: Arquivo Pessoal da Aulara Figura B: Antes da entrada da exposi,ao FONTE: Arquivo Pessoal da Aulara Figura 9: Entrada da exposi,ao .......•..•..•..•...................•..•.......•..•.... FONTE: Arquivo Pessoal da Aulara Figura 10: Exposi,iio ................• ....•..•..•..•....•........•..•..•.......•..•..•... .. 41 FONTE: Arquivo Pessoal da Aulora Figura 11: Exposi,iio . FONTE: Arquivo Pessoal da Aulara Figura 12: Exposi,ao . .........................•..•..•..•..........•..•..... 41 .........................•.....• ......•.....•.......... . 41 FONTE: Arquivo Pessoal da Aulora Figura 13: Exposi,80 . FONTE: Arquivo Pessoal da Aulora Figura 14: Entrada FONTE: Arquivo Pessoal da Aulara Figura 15: Exposi,ao .. FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 16: Vista panoramica ........................................•.......•..•..•...... 44 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 17: Entrada. FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 1B: Simula,ao de altar de igreja ..............................•.....•....•.. 12 39 .39 .. 40 40 41 .... 41 ...44 44 ...44 44 ..... 44 xi FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 19: Exposi~ao .44 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 20: Vista Panonimica ......•...........•..•..•..•..•..•..........•..•..•.......... 44 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 21: Vista Panon3mica . FONTE: Arquivo Pessoal da Autora .. 44 Figura 22: Vista Panoramica . ..........•..•.................... 44 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 23: Entrada. FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 24: Exposi~ao . FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 25: Exposi~ao FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 26: Entrada. FONTE: Arquivo Pessoal da Autora . ... 44 . ..•..•..•..•..•..•..•..•..•..........•..•..•............ 44 .. 44 .......................•..................................... 45 Figura 27: Exposi~ao ... ..45 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 28: Exposi~ao .. FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 29: Exposi~ao .... FONTE: Arquivo Pessoal da Autora .... 45 . ... 45 Figura 30: Exposi~ao .45 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 31: Exposi~ao . FONTE: Arquivo Pessoal da Autora .... 45 Figura 32: Entrada ............................................................. 46 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 33: Exposi~ao ... FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 34: Exposi~ao FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 35: Exposi~ao FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 36: Exposi~ao . .46 ....................................................... 46 .46 . 46 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora xii Figura 74: Alberto Giaeometli FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 75: Fotografia Brass', . FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 76: Fotografia Man Ray ..... 58 . 58 .58 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 77: Imagem Filme "Um CaoAndaluz .......•.....•..•.....•..........•..•........ 59 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 78: La Revolution Surrealiste FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 79: Minotaure . FONTE: Arquivo Pessoal da Autora .. 62 ..................................•..... 62 Figura 80: Objeto Marinho . 63 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 81: Pequeno·almo90 de p';Jo ... FONTE: Arquivo Pessoal da Autora ................................................. 63 Figura 82: A Boneea 63 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 83: Telefone Lagosta .... FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 84: Gera9ao de Alternativas da marea 1 . FONTE: Arquivo Pessoal da Autora .63 .. ... 67 Figura 85: Salvador Dali ... FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 86: Gera9ao de Alternativas da marea 2 .. ....•..•..•......... 68 68 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 87: Gerac;::ao de Alternativas da marca ..... FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 88: Gera9ao de Alternativas da marea 4 .........•..•..•..•.......•..•..•....... 68 .. .. 68 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 89: Gera9ao de Alternativas da marea 5 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 90: Alternativa eseolhida da marea . FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 91: Gera9ao de Alternativa do eartaz de divulga9ao 1 68 .. ........•............ 69 .... 70 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 92: Gera9ao de Alternativa do eartaz de divulga9ao 2 .................... 70 xv FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 93: Gera9ao de Alternativa do cartaz de divulga9ao 3 .....•.......... , ...... 70 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 94: Gera9ao de Alternativa do cartaz de divulga9ao 4 . FONTE: Arquivo Pessoal da Autora ...... 70 Figura 95: Gera9ao de Alternativa do cartaz de divulga9ao 5 . FONTE: Arquivo Pessoal da Autora ..... 71 Figura 96: Gera9ao de Alternativa estrutura para exposi980 1 . .... 72 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 97: Gera.yao de Alternativa estrutura para exposi<;ao 2 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 98: Gera.yao de Alternativa estrutura para exposiyao 3 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 99: Gera9ao de Alternativa estrutura para exposi9ao 4 .. FONTE: Arquivo Pessoal da Autora ................... 72 73 ...73 Figura 100: Marca escolhida . FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 101: Alternativa escolhida cartaz de divulga9ao. .. 74 .. 74 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 102: Alternativa escolhida 1 .......................................•............. FONTE: Arquivo Pessoal da Autora . 75 Figura 103: Alternativa escolhida 2. FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 104: Alternativa escolhida 3 ... .. 75 .. 75 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 105: Planta-baixa exposi9ao ................................•..•.......•......... 76 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 106: Layout da exposi9ao ............•..•..•..•..•..........•.......•............ 77 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Figura 107: Alternativa escolhida 2 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora ............••.............•.••.•............... 67 xvi Tabelas e Graficos Grafico 1: Idade . ...................•..................................... 64 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Grcifico 2: Nivel de escolaridade , ................•..•. _•.......•..•..•....... .64 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Grafico 3: Interesse pela arte .. ... 64 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Gn3.fico 4: Periodos mais contemplados ... . 64 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Grafico 5: Levantamento sobre 0 conhecimento em relaC;Elo a Arte Moderna . . 64 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Gratico 6: Levantamento de quais movimentos ha mais conhecimento........ 64 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Gratico 7: Levantamento da popula9ao que conhece 0 Surrealismo FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Grafico 8: Levantamento sobre 0 que e conhecido sobre 0 Surrelismo .... 65 65 FONTE: Arquivo Pessoal da Autora Gratico 9: Levantamento da porcentagem que visita as museus. ......•..•....... .. 65 FONTE: Arquiyo Pessoal da Autora Grafico 10: Levantamento da frequencia de visita nos museus . FONTE: ArquiYo Pessoal da Autora Grafico 11: Levantamento da opinic;ao sabre as exposi90es FONTE: Arquivo Pessoat da Autora . 65 .... 65 Grafico 12: Preferencia de locais de exposi90es ........•..........•..•..•.......•..... 65 FONTE: Arquivo Pessoat da Autora Grafico 13: Locais da amostragem . FONTE: Arquivo Pessoal da Autora ...................•.......•..•..........•.......... . 65 xvii INTRODU<;Ao o tema central do projeto e 0 Surrealismo. 0 Surrealismo e um movimento artfstico, influenciado pelo Dadaismo, que durou 45 anos, de 1924 a 1969, fundado por Andre Breton. Teve como alicerces: 0 sonho e a inconsciente, eo ideal da RevolU1;ao Surrealista. Suas obras estao calcadas no maravilhoso, no fantastico e na laucura. Buscavam a IIbertac;ao do homem interior, unindo as contraditorios: realidade interior e realidade exterior. o projeto tern como objetivo principal promover a cultura da arte. Consiste em urna exposiJ;80 didatica, que ensinara as pessoas sabre a importancia do Surrealismo na hist6ria da arte. Propiciara a elas unir a historia do movimenta com os artistas e as obras, aumentando seu conhecimento sabre a Arte Mederna. REVISAo BIBLIOGRAFICA Definil;;ao de Arte A palavra arte vern do latim ars, significa tE3cnica au habilidade. Em sua definiyao, original e abrangente, eo produto ou processo em que 0 conhecimento e usado para realizar determinadas habilidades. Segundo Wladyslaw Tatarkiewicz: A arte e uma alividade humana, consciente, dirigida a reprodw;:ao de coisas au conslrugao de fonnas au a expressao de experiencias, se 0 produto dessa reproduc;ao, construty8o ou expressao e capaz de suscilar prazer au emoyao au choque. (1971) Em urn sentido mais maderna, ela pode ser urn prod uta final da manipulayao humana sobre uma materia-prima qualquer. Ou seja, a arte e urn fen6meno cultural, sinonimo de beleza, adquirindo urn carater subjetivo. Oesta forma, qualquer ceisa pode ser arte desde que alguem a considere assim, nao estando limitada a produ9ao realizada par um artista. Pode ser definida tambem, como um campo do conhecimento humano relacionado a criac;ao e critica de obras que evocam a vivencia e interpretar;ao sensorial, emocional e intelectual da vida em todos os seus aspectos. A arte registra ideias e ideais de culturas e etnias, permitindo a compreensao da hist6ria do homem no mundo. Arte Moderna o surgimento da Arte Moderna tende a localizar-se na Fran9a do seculo XIX, e um acontecimento exclusivamente europeu. Engloba todos os "ismos" da primeira metade do seculo XX - Fauvismo, Primitivismo, Expressionismo, Cubismo, Futurismo, Dadaismo, Surrealismo, Suprematismo, Construtivismo, Neoplasticismo, Espacialismo, Expressionismo Abstrato e Realismo Social. A partir da Arte Moderna nao existe mais uma escola, mas 0 artista e cada uma de suas obras, com uma linguagem especifica, ainda tratando-se do mesmo autor. Cada obra torna-se unica. A Arte Moderna rompe com as temas classicos e romanticos, assim como as temas hist6ricos, mitol6gicos e religiosos. E tambem busca superar a representar;ao ilusianista do espar;o tridimensional sabre urn suporte plano. Todos partilham de urn sentimento em que 0 mundo maderna era diferente de tudo, que a arte tinha ficado para tras e devia renovar-se explorando sua propria modernidade. Nem tudo 0 que foi feito no periodo da Arte Moderna e maderno. Podemos encontrar artistas modernos antes do seculo XIX, como Baudelaire e Blake, pais a moderno nae se define no tempo presente, mas par uma nova atitude e consciencia da madernidade. Embora alguns "ismos" sejam contradit6rios entre si, todos buscam em favor da arte experimental, procurar respostas a quest6es sabre a natureza da arte e da experiencia humana. Trata-se de uma ruptura com uma tradir;80 esgotada, uma busca obsessiva pelo novo e a rejeiIYao per tude 0 que remetesse ao pass ado e a tradiyao. Esta e a razao da grande avalanche de movimentos, aonde muitos surgiram simultaneamente. Os modernistas negam tudo 0 que e fix~, rompem com os valores consagrados e rejeitam 0 consciente da tradiyao. Muito destes movimentos come~ram a questionar 0 que e a arte, para que serve e o que suporta. A arte tornou-se uma incessante busca pela verdade qualquer que ela fosse. A I Guerra Mundial indicou 0 comeyo de varios de movimentos anti-arte, como 0 Dada e 0 Surrealismo. 0 Surrealismo surge dentro deste periodo conturbado, dentro de uma crise de valores, como uma manifestayao da angustia humana e como uma revolta contra a massificagao imposta pelo Capitalismo e a condiyao desumana do homem explorado Linha do Tempo SECULOXIX ROlllilntismo Olicnto.1ll~mo Mp.dievallSIllO Ple·Rafdp.lismo Realismo Imprcs~ionismo Nco·lmplcsSioni\lno Pas lmprcssioni~mo Seces!.!oni$Il1O Simboh~mo ESletl<i~mn ~""'~'.aw.;-"n"o. MODERNJ5MQ PrimitivismQ E)lp[e!.\io"I~IliO III Cubismo _Flilurismo D(1d(1ismo Supr('maliSll1o COll)tru(li\'l~mo _ NCOIlIJsticiSrllO _ Surreali\l11o E\[ldCi,11ismo :==="'~E~'P~,o~,sioni1mo"b\lr<1(!oRC(lli\!TIosocial P05·~,10DERNI5MO _ CooccpwalislOo _ Nc:o·Con((·ptll,'li~lI1o _ Nco·fy.ptc\sionismo _ Minimalis1l1o _ Sel)saciol1<tlismo Figura 1: Unha do Tempo. o Surrealismo o Surrealismo esteve sustentado no inconsciente, no sonho, no maravilhoso, na destruiyao, no erotismo e na loucura. Tentar compreender este movimento de ideias, enquanto movimento artistico, sem inseri-Io em qual contexto ocorreu, abstraindo 0 que 0 precedeu, a situayao social e pOlitica, e praticamente impossive!. Surgiu em recuperagao dos instintos primitivos do homem, buscavam inventar uma nova arte nao comprometida com 0 tradlcionalismo, a bom gosto e a harmonia. Voltou-se contra a sociedade responsavel pela guerra, contra a arte e a filosofia; contra a estagnagao dos espiritos no pas-guerra direcionando para 0 absurdo e 0 primitivo. Os dadaistas negavam quaisquer manifestagoes artisticas, e tambem negavam as suas produgoes 0 estatuto de arte, era puro instinto, a expressao do absoluto niilismo. 0 resultado deste anarquismo e uma arte que prima pelo mau-gosto, pel a reutiliza~ao de objetos do cotidiano, os ready-mades. 0 Dada, este conjunto de idelas, assume tal proporgao que derruba as fronteiras, internacionalizando-se. o fim do Dada inicia, quando Andre Breton, fundador do Surrealismo, ate entao lntegrante do Dada, descontente com 0 movimento, declara que 0 Dadaismo nao poderia contentar-se apenas em criar, era necessario agir. Para Breton, os dadaistas deveriam agir de uma maneira menos anarquica, mais eficiente; nao deveriam atacar apenas a arte tradicional, mas tambem seus lideres e denuncla-Ios como traidores da causa do espirito e do homem. Breton e seus amigos afastam-se do Dadaismo, constatando a morte do Dada. A partir deste momenta, surge um novo momento na historia da arte que nao tern mais nada a ver com 0 Dada. Porem, e inegavel a contribuir;ao do Dadaismo no Surrealismo. 0 Surrealismo herdou a negar;c3o em seus primordios a SOIUyc30literaria, poetica e pictorica. Tal foi a estrago do Dada que a arte nao se reergueria antes de varios anos. o Periodo de Forma9ao Breton, Aragon, Eluard, Peret romperam com 0 Dadaismo em 1922, ap6s 0 fracasso do "Congresso para os Estabelecimentos e as Diretrizes do Espirito Moderno" A ruptura ocorreu por causa das diferenyas entre Tristan Tzara e Andre Breton, enquanto este pretendia continuar com 0 estado anarquico, aquele percebia todas as mudanyas que ocorriam na Europa. A nova estabiliz8r;c30 politica e econ6mica da Europa, as descobertas cientificas, filos6ficas e psicol6gicas de Freud, Einstein, Heisenberg, de Broglie, pediam uma nova 6lica, lornando inuteis os grit05 e esteril as agitagoes do Dadaismo. Percebendo isto, Breton rompe definitivamente com 0 Dadit Inicia-se uma nova fase. Uma serie de experimentos sao realizados, que ficaram conhecidos como a "saison des sommeils", ~a temporada dos sonhos". A temporada de intensa investigar;ao do inconsciente. A primeira obra surrealista foi Les Champs magnetiques (1921 ), escrito por Andre Breton e Soupault, e apresentado como uma experiencia, no sentido cientifico do termo, mas nao como um texto de literatura. E considerada a primeira manifestar;ao da escrita automatica. Para Breton, a escrita automatica representa "a necessidade de permitir que a criatividade se ali mente aos niveis rna is profundos do inconsciente, dos sonhos e alucinar;oes e que ao mesmo tempo exclua 0 maximo possivel a pensamento racional" (KLINGSOHR-LEROY, pag. 8). Eo, em 1919, que Breton tern 0 primeiro insight da escrita automatica, um metodo percorrido durante anos por ele e seus amigos: Foi em 1919, que minha alencao se fixou nas frases mais au menas parciais que, em plena solidao, a chegada do sana, se tornam percepliveis ao espirila sem que se passa descobrir-Ihes (a nao ser com uma analise baslante minuciosa) uma delermintu;:ao previa. Certa noite, em especial, antes de adormecer, percebi nilidamenle articulada, a ponto de ser impassivel mudar-Ihe uma palavra sequer, mas [solada, no enlanto, de qualquer ruldo vocal, uma frase baslante bizarra, (... J frase que me pareceu insistente, frase, ousaria dize-Io. que me martelava a vidra~a. (... ] Na verdade esla frase me espantava; infelizmente nao a guardei ale hoje, era alguma coisa como: "Hil um homem cortado em dois pel a janela", mas ela nao podia sofrer 0 equivoeo, acompanhada que estava da fraca representar;ao visual de urn homem andando e cortado ao meio por uma janela perpendicular ao eixo do corpo. Fora de qualquer duvida, tratava-se de simples reerguimento no espa1Yo de urn homem que se mantinha debru~do a janela. Mas como tal janela havia seguido 0 deslocamento do homem, eu pefcebia que eslava dianle de uma imagem de lipo lao faro que live desejo de incorpora-Ia a meu material de construc;ao poetica. Tao logo lhe coneed! esse crMito ela deu lugar a uma sequencia quase intermitente de frases que nao me surpreendem menos e me deram a impressao de exlrema graluidade [ ...J Tolalmente ocupado que estava nessa epoca com Freud e familiarizado com seus metodos de exame que live oportunidade de pratiear por algumas vezes em doente durante a guerra. resolvi obter de mim mesmo 0 que se procura obter deles, ou seja, urn monologo de nuxo lao r<lpido quanto possivel, sobre 0 qual 0 espililo crilico do sujeito nao fa1Yaqualquer julzo, que nao se embarace em seguida com qualquer reliceneia, e que seja tao exalamente quanto possivel 0 pensamenlo falado. {... ] Foi com essas disposic;oes que eu e PhiUipe Soupault. a quem comunicara essas primeiras conclus6es, nos deeidimos a escrever, com fouv<lvet desprezo petas eonsequencias literarias [ ... J (NADEAU, 1985, pag. 47 e 48). Seguindo Breton e Soupault, todos se entregaram inteiramente as mesmas experiemcias. E a epoca dos primeiros textos automaticos. Nesta epoca, Max Ernst, com suas colagens expostas em Paris, mostrou 0 que os poetas poderiam fazer para mudar a poesia: uma colagem verbal de coisas aparentemente incompativeis conduzidas a urn universe fantastico. Estes anos que antecederarn ao lan9<3rnento do Manifesto Surrealista, forarn rnuito irnportantes para a estruturaC;80 do grupo, adquirindo uma coerencia, grac;as a descoberta da colagern e da escrita automatica. Aderem ao grupo: Roger Vitrac, Georges Limbour, Rene Crevel e Jacques Baron. Houve alguns que se aproximaram como Antonin Artaud (poeta e etnologo), Andre Masson (pintar) e Michel Leiris (poeta e etnologo). o intense contato de Breton com Freud e a descoberta da psicanalise, atraves de visitas e a traea de correspondencias em Viena, deixaram-no maravilhado. Breton aplicou seus conhecimentos do inconsciente em asilos durante a guerra. Suas pesquisas do estado de sono e 0 desperto resullam em uma revolta contra a razao, a logica, 0 bom-gosto, a moral e todas as ideologias. Esta tentativa de extrair 0 mundo interior do homem faz com que Breton busque uma poesia mais forte e verdadeira, que esta escondida sob a realidade, buscando uma surrealidade, a ser revel ada. A Funda~ao do Movimento o Surrealismo e urn movimento que surgiu em 1924 com 0 primeiro uManifesto do Surrealismo", em Paris, na Francya. Foi fundado por Andre Breton, que extraiu 0 termo, apos Guillaume Apollinaire, descrever 0 Bale Parade, de Jean Cocteau, como a verdade artistica resultante da uniao de todos os elementos do espetaculo formava uma verdade alem da realidade, uma "super-realidade". Mas fo; em sua pey8, As mamas de Tiresias, que utilizou a palavra surrealismo pela primeira vez, utilizando 0 subtitulo de "Urn drama surrealista". Breton, no Manifesto Surrealista, recorreu a fraseologia dos dicionarios e enciclopedias, para poder definir Surrealismo e definiu- a desta forma: SURREALISMO, s.m. Automatismo psiquico puro pelo qual se exprime, quer verbalmente, quer por escrito, quer de outra maneira, 0 funcionamento real do pensamento. Ditado do pensamento, na ausencia de qualquer contrale exercido pela raz~o, fora do ambito de qualquer preocupacao estelica ou moral. ENCIClOPEDIA. Filosofia. 0 Surrealismo repousa sabre a crencya na realidade superior de certas formas de associacyOes negligenciadas ate entao, na onipotencia do sonho, no jogo desinteressado do pensamento. Tende a arruinar definitivamenle lodos os oulros mecanismos psiquicos e a substitui-Ios na solucyao dos principais problemas da vida [ ... J (BRETON, 1924). o ana de 1924 registra a funda~ao oficial do movimento surrealista. Diversos jovens aderiram ao movimento, entusiasmados com as ideias de Breton. Muito embora, que quase em toda parte, era procurado urn caminho novo e eficaz. E 0 ana que surge 0 primeiro numero da revista Surrealisme e 0 Manifesto do Surrealismo. 0 grupo institui a seu espa<;o, a Bureau de Pesquisas Surrealistas, e logo depois 0 jornal La Revolution surrealiste. 0 "Departamento para a Pesquisa Surrealista" pretendia reunir todo a material possivel para expressar as atividades do inconsciente. o Surrealismo e considerado, por seus fundadores, como um meio de conhecimento de areas ate entao desconhecidas: 0 inconsciente, a sonho, 0 maravilhoso, a destrui~ao, 0 erotismo e a loucura. 0 objetivo deles e unir a realidade interior e a realidade exterior do homem, em uma concep<;ao harmoniosa entre sujeito e objeto, e esta enfase e dada em oposiC;ao ao anarquismo tao destruidor do Dada. Manifesto Surrealista A primeira manifesta~8o surrealista aconteceu com a divulga~ao do panfieto "Urn cadaver", sabre a morte de Anatole France, premia Nobel de literatura. Anatole France foi 0 alvo perfeito, pais as surrealistas nao estavam interessados no estilo limpido, nem no famoso ceticismo do escritor consagrado, afirmavam que acabava de morrer "um pouco de servilidade humana" (REBOU<;AS, 1986). E como esperavam obtiveram uma grande repercuss80, tendo como resultado a perda de emprego de Breton e Aragon. Era formado pelos surrealistas: Phillipe Soupault, Roger Vitrac, Paul Eluard, Max Morise, Joseph Delteil e Louis Aragon. A definiC;8o do Surrealismo, preposta par Breton, tinha como inten~ao libertar 0 homem da 16gica e da razao. 0 automatismo pure era uma forma de acesso a uma atitude poetica radical mente nova. Para os surrealistas 0 romance tinha se rendido ao dominic da 16gica e era por demais racional, para que as demonstra~6es de sua liberdade nao assustassem os homens tristemente racionais. Por isto, 0 homem negligenciava 0 sonho, a uniao de dois estados contraditorios, alcan~ando uma realidade absoluta, a supra-realidade. Desta forma, criticavam ferozmente a realidade e a razao, pOis se opunham a loucura e a imagina~ao, ao sonho. Criticavam tambem, a cultura burguesa e a cultura ocidental. Enalteciam 0 sonho, o sonho e justamente 0 fen6meno da vida psiquica normal em que os processos inconscientes da mente sao revelados de forma bastante clara e acessivel ao estudo. Na conceP9ao freudiana e um produto da atividade do Inconsciente e que tern sempre sentido inlencianal, a saber: a realiza9ao au a lenlaliva de realiza9ao - mais au menos dissimulada, de uma tendencia reprimida. Assim, as sonhos revelam a verdadeira natureza do homem, embora nao tada a sua natureza, e constituem um meio de tornar 0 interior ocu1to da mente acesslvel a nosso conhecimento (FREUD, Sigmund, 1989· 1990). Atraves do sonho e possivel conhecer os sentimentos, os desejos, mais escondidos do homem, pois como nao esta no "estado de vigilia", nao passa por nenhum tipo de repressao. 0 sonho e a liberta980 do id, a liberta9ao dos desejos inconscientes, em detrimento ao superego, a censura. Psicanalise e 0 Surrealismo Breton procurava construir uma nova doutrina de vida, e a psicanalise continha meios de tornar isto possivel, na integra.;:ao do irracional com 0 racional. o automatismo esta ligado a doutrina de Freud, "significa deixar as ideias desencadearem-se livremente, sem preocupa98o de formar sentido" (MOURAO, pag. 20). Esta tecnica e chamada de "associa98o livre", par meio dela a homem capta imagens do ineonsciente. Para Breton 0 automatismo deve apreender urna realidade mais profunda que a vida cotidiana e pode ser pressentida nos sonhos. A arte surrealista pretendia atingir uma realidade mais autentica. Breton aereditava firmemente na fusao destes dois estados contradit6rios - 0 sonho e a realidade, numa realidade absoluta, a supra-rea Iidade. Para ele, a supra-realidade encontra-se no pensamento, nao no pensamento logico, mas em outro que estaria alem do raciocinio. Por causa desta busea da uniao de contradit6rios, Breton procura 0 interior do homem que a sociedade burguesa tenta sufocar, mas que era possivel a uniao destes atraves de uma organiza.;:ao social. Oai vem a liga.;:ao do artista com 0 socialismo de Marx. A cria<;ao do "Centro de Pesquisas Surrealistas", que tinha como objetivo recolher informa<;ao sobre as atividades do inconsciente, era uma tentativa cientifica experimental de exploracao do inconsciente, onde a supra- realidade reside. o inconsciente e a fuga dos desejos, a fuga do homem interior. 0 homem interior reprime seus instintos fundamentais, em fungao da educa.;:ao recalcada, a censura e tao forte, que as instintos nao se manifestam. 0 metodo psicanalitico consiste em libertar a inconsciente, a tim de descobrir 0 equilibria psiquico. As tecnicas de tratamento sao: a analise dos "atos falhos", a interpreta.;:ao dos sonhos, a livre associa.;:ao de ideias. Os son has erarn imagens da vida subterranea dos instintos e a arte era as narrativas oniricas, sinais que exprimem 0 inconsciente e refletem 0 misterio da alma. 0 fato de cada artista ter sua forma de expressar, identifica a tradu<;ao da sua personalidade, revelava seu "eu profundo". No sonho, as fatos sao imaginarios, mas aeontecern segundo as desejos intimas. Portanto 0 Surrealismo pode ser considerado urn metoda para atingir a conhecimento do verdadeiro destino do hornem, desenvolvendo a personalidade atraves dos desejos individuais. 12 MIHodos e Tecnicas Surrealistas o Sonho o Surrealisma procura no sonho a penetrayao em si mesmo e um acesso ao supremo conhecimento. Usanda 0 processo psicanalitico pretende descer no mais intima do ser, no inconsciente e contemplar esse mundo fantasmag6rico, onde seres e coisas possuem um aspecto inesperado. A libertac;ao do mundo pratico, faz com que seja encontrado urn universo de imagens e lembranc;as recalcadas, que e levado a urn mundo que vai alem da logica e do raciocinio. Este mundo e simbolo dos desejos inconscientes e de tendencias inconfessiweis. Se 0 homem 0 encontrasse chegaria a uma consciemcia integral de si mesmo, mas deixando este mundo de lado entraria na obscuridade, mutilando 0 seu ser. 0 sonho e um meio de conhecimento tanto como 0 pensamento, sonhar e uma atividade reveladara do espirito (neste ponto a filosofia Surrealista se aproxima da Hindu). 0 Surrealismo atribuiu uma importzmcia tao grande ao sonho que pode ser considerada maior que a do estado de vigilia, sob 0 duplo aspecto da vida psicologica e de vida metafisica. o Automatismo o automatismo, herdado dos mediuns, tornou-se uma grande ferramenta do Surrealismo. A escrita automatica era urn meio de libertar 0 individuo de inibic;6es que perturbam 0 exercicio de seus dons latentes, lanc;ando-o ao impulso das faculdades psiquicas. 0 espirito, durante 0 processo da escrita automatica, deveria estar totalmente passiv~, fazendo calar a consci~ncia. Porem, ele nao deveria tentar compreender as palavras que se sucediam umas as outras. A poesia, dentre os meios de expressao, era a mais apta a trazer estas caracteristicas do que a propria pintura. 0 "Peixe Soluvel" e considerado obra-prima de escrita automatica e da literatura surrealista, escrito em 1924, par Andre Breton: o parque, aquela h~ra, estendia as suas maos lauras por cima da fonte magica. Um palacio sem significado rolava a superficie da terra. Perto de Deus, 0 caderno daquele palacio estava aberto sobre um desenho de sombras, de plumas, de iris. 0 Beijo da jovem ViUva era 0 nome da estalagem acariciada pela velocidade do autom6vel pelas suspens6es de ervas horizontais. Por isso nunca os ramos datados do ano anterior boliam a aproximacao das persianas, quando a luz precipita as mulheres para a varanda. A jovem Irlandesa, perturbada pelas jeremiadas do vento Leste, escutava no seu seio rirem as aves marinhas. Filhas do sepulcro azul, dias de festa, formas soadas das ave-marias dos meus olhos e da minha cabeca ao acordar, costumes das provincias namiformes, v6s me trazeis 0 sol das mercenarias brancas, das serraCOes mecanicas e do vinho. (... ] (BRETON, 1962, pag. 73 e 74) o "Peixe Soluvel" exprime 0 homem soluvel em seu pensamento, na magia, pelo espirito levado par imagens. A escrita automatica nao procura ser um fazer literario, era espontanea, nao-dirigida; revelava a linguagem interior do homem, a materia primeira da linguagem. Ela libertava os escritores da preocupaC;ao estetica, os poemas tornam-se uma atividade de espirito, nao mais um fazer meramente literario. E uma tecnica descoberta por Breton, para a libertaC;ao do discurso imerso no inconsciente, lanc;ando a base para uma nova estetica. a discurso automatico rompe com as formas tradicionais de poesia, apontava uma nova literatura, incorporando ao poema os dominios do sonho, do magico e do maravilhoso. 0 direito de 13 desenvolver a escrita autornatica deveria ser concedida a todos, 0 Surrealisrno estava ao alcance de todos os inconscientes, bastava ter lapis e papel. A escrita automatica sala do rnais profundo, era relacionada com a formac;ao, visoes de mundo e aspiraryoes de seu praticante. o Humor o humor e a atitude surrealista que reage com 0 comico e com 0 ridiculo, diante do mundo. Na busca de um caminho novo era preciso dernolir 0 existente e a melhor arma para sacudir a hipocrisia era 0 riso. Segundo Freud, 0 desprezo das conveniencias gera a revolta contra a ordem estabelecida; e 0 humor e a mudan,a do espirito de insubmissiio que revela a vontade do Ego de libertar-se da realidade. "0 humor e expressiio de uma revolta, e uma atitude moral" (MOURAO, pag. 30). 0 humor e uma critica da mistura do real e do fantastico, permite urn aspecto alucinat6rio, liberta 0 espirito para novos impulsos. Manifestou-se atraves da poesia, da pintura e do cinema. Para Antonin Artaud, 0 humor, e a libertaryao das forryas instintivas do ser humano. 0 humor gera uma nova estetica, deixa de lado a relayao "a si" para se tornar "em si". 0 humor introduz 0 universo da imaginac;ao, que engloba 0 mundo do sonho e da realidade. o Maravilhoso o que era misterioso e grotesco perdeu 0 carater de enigma, para os surrealistas tudo era comparavel a tudo; tudo encontra uma razao, uma semelhanrya, um eco. Novalis, poeta magico do Surrealismo, via 0 maravilhoso em todo 0 lugar, no cotidiano e 0 sobrenatural era comum a ele. Neste mundo fantastico impera a supra- realidade, os acontecimentos extraordinarios sao norma is neste universo; 0 espirito critico e abolido e as inibic;oes desaparecem. Ducasse e Rimbaud se lanc;aram ao maravilhoso, abrindo um novo caminho para a poesia. Aragon, em "0 Campones de Paris", expressa completamente 0 maravilhoso, 0 extraordinario. Os surrealistas se afastam do mundo real e mergulham no mundo onde ha aparic;oes e fantasmas, e onde a razao humana perde 0 seu controle. 0 maravilhoso confunde 0 comum com o cotidiano, de maneira natural, surge todas as vezes que a imaginac;c3o se manifesta livremente. 0 segredo do Surrealismo consistia de que algo se oculta por detras das coisas. A Loucura Premeditada Segundo Freud, os doentes mentais conhecem mais a realidade interior e podem revelar certas coisas que sao impenetraveis para uma pessoa normal, vivem da imaginac;c3o. 0 mundo em que vivem oferece a mesma estabilidade que 0 nosso, mas nao conseguem se adaptar a existencia cotidiana. A paranoia e uma doenrya metal, bastante perseguida pel os Surrealistas, oferece uma sintese do real e do imaginario. 0 paciente, alem de refugiar-se em seu mundo interior, cristaliza todos os fen6menos no mundo exterior, em torno de sua ideia delirante. Em Immcul/e Conception, Breton e Eluard, reconstituem certos delirios de interpretaC;Elo, sem comprometer sua faculdade mental, atraves de urn condicionarnento mental, simulararn a loucura, voltando depois ao estado normal. 0 objetivo dos Surrealistas era de libertar, de urn modo experimental, 0 funcionamento puramente automatico do espirito, 0 jogo desinteressado do pensamento. 14 aderiram ao grupo, ja desfalcado: Magritte, Victor Brauner, Giacometti. As novas ades6es contribuiram para equilibrar 0 grupo, devido as expuls6es ou afastamentos voluntarios. Andre Breton queria empregar a destrui9ao das ideias de patria, familia, religiao etc. Insistiu na postura revolucionaria; na ac;ao direta contra 0 regime, que fazia muitos discursos inuteis a respeito do homem e seu destino. Convocava muito mais que literatos e pintores, mas combatentes, sold ados da RevoluC;ao, que nao apreciavam o cotidiano. 0 Surrealismo rejeitava com desprezo 0 comunismo, regime baseado na explora9ao da maioria, que esquece as possibilidades do homem; declarava e reconhecia a questao social. Eram revolucioniuios com a missao de derrubar este regime. Acrescenta Breton que 0 materialismo dialetico, filosofia reconhecida pelos revolucionarios, e mais ampla do que pensam os politicos. Com sua pretensao de ser urn revolucionario, Breton definiu a posic;ao politica do surrealista e filiou-se ao Partido Comunista. Apos todas as negac;Oes, destruic;6es e cuidados chegou-se ao Surrealismo propriamente dito. 0 alicerce do Surrealismo residiu sempre na manifestaC;ao do inconsciente, processo este que deveria tomar-se natural, no qual 0 grupo conseguiria apreender a verdade. Breton acreditava que muitos tinham se acomodado, negligenciavam 0 usa da escrita automatica, como mere ate de escrever literariamente. Ele investiu contra Desnos, que se voltou ao jornalismo, "para 0 grande desastre da poesia", mas reconcilia-se com Tristan Tzara. 0 manifesto abriu espaC;o para certas pesquisas esotericas. 0 Surrealismo era 0 continuador dos alquimistas do seculo XIV, estava a procura da "pedra filosofal", como forma de libertar a imaginac;ao humana. Depois de todos os ataques explicitos feitos por Breton neste manifesto, um grupo organiza um panfieto, intitulado ~Um cadaver", onde aparece a foto do proprio Breton com os olhos entrecerrados e aureolado com uma coroa de espinhos e gotas de sangue. Assinados par Vitrac, Limbour, Baron, Queneau, Prevet e Desnos. Continuam no grupo: Peret, Eluard, Aragon, Crevel e Tanguy, amigos de Breton. A revista La Revolution Surrealiste acaba e surge a revista independente Le Surrealisme Au Service De La Revolution. o Segundo Manifesto e uma solicita9ao a retomada de principios e a tarefa a que se entregou. Para Breton 0 Surrealismo inclula a Revoluc;ao Social. Ao final deste periodo surge Salvador Dan, cuja personalidade e atividade fez com que 0 movimento inteiro desse urn novo passo. Entram para 0 movimento: Salvador Dali, Luis Bunel, Rene Char e Georges Sadoul. Salvador Oali exerceu grande influencia sabre 0 Surrealismo, e Breton nao negava isto, dizia que 0 conteudo poetico e visionario das produc;oes de Dali tinha uma forc;a explosiva fora do comum. Esse periodo e marcado pelo fiorescimento dos "objetos surrealistas" criados por Dali, Mir6, Giacometti, Man Ray. 17 Salvador Dali A Paranoia-Critica No momento mais exaltado da danc;:a, 0 cenerio de fundo sera subitamente interceptado por urna duzia de motocidetas, com a motor em marcha, balanyando-se na extremidade de cordas apropriadas, ao mesma tempo que algumas ffiaquinas de costura e aspiradores, caindo do areo de abobada, virao esfrangalhar-se no palco e 0 cortinado se fechara lentamente. (DALI, bale portugues) Salvador DaH, levado par Mir6, recoioca em seus trilhos anteriores: 0 espirito onipotente capaz de moldar, gra9as a seu deli rio, 0 mundo duramente material dos fates. Dali traz ao Surrealismo sangue novo, com seu metoda de analise "paran6ica- critica", A paranoia consiste em urn sujeito dominado par ela, nurn deliria de interpreta9aO do mundo e de seu eu, sob 0 qual da uma importiincia exagerada. A diferenc;;:aentre esta doenga e Qutros delirios e a obtengao de urn estada de onipotencia que conduz 0 doente a megalomania ou ao deli rio de perseguic;:ao. 0 paranoico passui uma saude normal, nao possui nenhum disturbio organico, mas vive em urn rnundo estranho. Ele nao se submete ao mundo como a maloria das pessoas, ele domina ao contrario, molda-o por seu desejo. A paran6ia-critica, segundo Dali, era urn metodo espontaneo de conhecimento irracional, "baseado na objetiva<;ao critica e sistematica das associac;:oes e interpretac;:oes de fen6menos delirantes" (NADEAU, 1985). Para Dali, 0 sonho e 0 automatismo sao estados passiv~s; eram refugios, enquanto a paranoia e a atividade sistematizada que visa uma entrada escandalosa no mundo de todos os desejos do homem. Esta atividade produz e organiza 0 acaso, ao mesmo tempo, que celebra as tobias de Dan. Os Objetos Surrealistas o abjeto da paranoia e mostrar como as imagens tendem a ser objetivas e uni-Ias ao real. Este processo fez com que Dali adotasse a metoda paranoico-critico, que poderia aplicar-se a pintura, a poesia, a moda, ao cinema, a escultura etc. 0 metodo substitui 0 papel passivo e receptor do surrealista, par urn metodo ativo, capaz de materializar este mundo delirante da irracionalidade concreta. Dali propoe "que sejam reproduzidos grandes autornoveis de gesso, envoltos em roupas femininas e sejam enterrados em sepulturas que serao marcadas com urn simples rel6gio de palha" (MOURAO, pag. 33). Estes veiculos sao objetos surrealistas: desorientavam o publico mais do que poemas e quadros; davam uma atmosfera de misterio e sonho aos visitantes da Exposi9iio Surrealista de 1938, em Paris. o objeto surrealista parece mais adequado para responder as obscuras exigencias surrealistas do que a obra de arte, que exigia urn minimo de elaborac;:ao. Eram a conseqoencia da uniao de elementos pre-existentes que refon;avam a fidelidade as ordens do inconsciente. 0 acaso objetivo se define pel a convergencia entre a ~necessidade natural" e a "necessidade humana". Em 1924 Breton propos a fabricaC;:8o de objetos vistos nos sonhos, para que os mesmos pudessem ter acesso a existencia concreta, Sendo de origem onirica, seriam verdadeiros desejos solidificados, a atividade do sonho, sua passagem para a realidade. Os objetos surrealistas deveriam transmitir uma visao do que e encoberto pel a realidade: 0 magico, 0 erotico e 0 poetico. 18 As principais categorias de objetos surrealistas sao: Objeto encontrado: especialmente achado no Mercado das Pulgas, ond~ havia muilas coisas velhas, fora de moda, sem usa pratico evidente. Objeto natural: raizes, conchas au pedras, achadas au deliberadamente procuradas em passeios feitos em grupo. Objeto encontrado interpretado: por exemplo, 0 uElefante surrealista de Oall-, que partiu de um elefantinho de coral, ao qual juntou patas de passaros, antenas de lagosta e um concha de naulilo. Ready-mades: objetos manufaturados promovidos a dignidade de obra de arte grat;as a escolha do autor; {... 1 Objelo fantasma: nao precisa ser realizado, basta a descriyao; par exemplo, a UGirafa~ de Bui'iuel - cada mancha deve abrir-se para urn espetaculo, como cenas de urn filme. Objeto sonhado: objelo simples retrabalhado; por exemplo, a xicara, pires e col her recobertos de peles, de Meret Oppenheim. Objetos de funcionamento simb6llco: par exemplo, as costumes fantasticos e ritualisticos de Jean Benoit para a execw;.ao do testamento do Marques de Sade, ou a "Anticintura de castidade", de Leila Ferraz (... J (REBOUC;AS,1986, pag. 86 e 87). Dali colaborou nos roteiros de "Um cao Andaluz" e "Idade de Ouro", impregnada do fantastico e de uma perturbadora supra-realidade, na cren9a da onipotemcia do desejo, que inventa uma nova realidade, com 0 inconsciente como elemento mais ativo do que a passividade do sonho e do automatismo. Outra inven9ao atribuida a Dali foi a "anamorfose psiquica", ou reconstitui9ao instantanea de um desejo, atraves de sua segmentac;ao num cicio de lembranc;as, de carater masoquista. Trata-se de um metodo de cultivo de fantasmas, em que Dali, passa para seus quadros suas fobias e obsess6es, pinta seu inconsciente. Em 1939, ap6s enviar um trabalho a Hitler e devido suas declarayoes imperialistas e hitleristas, Dali e expulso do Surrealismo, mas ele nao abandona seus temas surrealistas, declarava que era 0 (mica surrealista. Dali retoma a concep9ao do artista privilegiado, que havia sid a abandonada desde 0 Dada, criou teorias, tecnicas e paradoxos. A Politica e a Arte SurreaHsta Em 1925, Breton leu 0 livro de Trotski sobre Lenin. Eo 0 ana em que Breton, Peret, Aragon, Eluard e Pierre Unik entraram para 0 Partido Comunista. Todos passaram por urn periodo de auto-critica; voltaram para 0 questionamento da atividade revolucionfuia, a liberdade de espirito deve passar pel a libertac;ao social do homem. Os surrealistas entendiam que a condic;ao humana estava alem da eondic;ao social. Nada poderra justificar a mise ria de uma populac;ao sujeita ao interesse de uma classe social. Era preciso transformar 0 mundo e mudar a vida, duas palavras de ordem para os surrealistas. Para Breton e seus amigos, foi muito difieil aceitar esta mudanc;a, da luta pela libertayao do estado de espirito para a tarefa de lutar pela transformayao social do mundo. Durante 0 peri ado que antecedeu sua aceita9c3.0 no partido, houveram inumeras comissoes que colocavam sempre as mesmas perguntas. Afinal, para ser marxista nao era preciso pertencer ao Surrealismo. Finalmente, todos foram aceitos como membros do partido, mas Breton estava desgastado. No partido receberam tarefas que ineluiam levantamentos sabre a situac;ao social, baseados em estatisticas de produyao. Logo perceberam a incompatibilidade entre a forma9ao do poeta e a militancia diaria. Os surrealistas retiram-se do partido comunista. Contudo, 19 espirito abandonado a sl proprio. Os Surrealistas conseguiram dar uma nova forma a beleza, a bela agora poderia ser monstruoso, revelador de paraisos proporcionados pelo vicio - e um passeio a zona proibida. A poesia como meio de expressao, atividade do espirito, nao devena ser manipulada pala politica, pel a moral, nem pela propaganda. Devia ser livre, seguir sua inspirac;ao como um dorn vindo da fonte supra-real. A Pintura A pintura e a expressao da segunda vida do homem. Assim como a poesia, liberta 0 homem da preocupa9iio de produzir formas tomadas do mundo exterior; sua finalidade nao e agradar, mas desenvolver 0 conhecimento interior. 0 pintor deveria projetar 0 que estava dentro dele e a pintura surrealista estava ao alcance de todos os que procuravam verdadeiras revelac;oes. 0 papel ativo do pintor e reduzido ao minima, anulando toda concep9ao de talento. 0 Surrealismo seguiu duas dire90es: sugerir 0 misterio do inconsciente e revolucionar 0 real. Os pintores surrealistas diferenclam-se segundo 0 temperamento: uns exprimem sonhos e visoes; outros se apegam a realidade vivida. Ha pintores como Joan Mira que se abandona totalmente ao automatismo, sendo 0 mais surrealista dos disci pulos de Breton. Ja Yves Tanguy pinta 0 mundo do misterio, do desconhecido, onde sao nulas as leis da gravidade, onde a bola de pena pesa tanto quanta a boda de chumbo, onde tudo pode voar, ande tudo pode fugir. A pintura surrealista mostra um retorno bem marcante ao automatismo. A Escultura o objeto na escultura cumpriu sua revoluC;ao, ao partlcipar dos mesmos processos transformadores que a pintura. 0 objeto tirado do mundo exterior aparece inteiro para cumprir sua funC;Bo determinante. Despoja-se do aned6tico e do acidental, para tentar se oferecer tal qual e, como que renascendo de suas cinzas, faz apelo aos poderes aumentados do automatismo, com Arp; as alegrias do equilibrio com Calder; aos jog os necessarios da dialetica do pleno e do vazio, com Moore; e, em retorno constante aos princfpios da magia poetica moderna, com Giacometti. Cinema e Fotografia E 0 cinema que of ere cera 0 maximo de possibilidades aos surrealistas. Primeiro, porque se desenrola no tempo e vai se reproduzindo no curso do pensamento; segundo, porque e formado de fotografias objetivas, que, grac;:as a colagem e ao maravilhoso pode integrar-se ao real, restituindo-Ihe sua profundidade. Bunuel e Dali fizeram alguns filmes como: "A vaca na cama", "0 bispo e a girafa lanc;ados pel a janela", "A carroc;:a atravessando 0 salao do Governador", "0 Ministro do Interior colado no teto, ap6s seu suicidio" Em uUm cao andaluz", temos imagens contrapostas deste mundo do desejo e do amor, as de uma vida mesquinha e monotona. As fotografias, fieis reproduc;:6es de objetos comuns, lanc;:am 0 espirito na subjetividade. Os artistas que representaram a fotografia foram: Max Ernst, Brass·1 e Dora Maar. Max Ernst, com suas colagens, estabelece entre seres e coisas, rela90es alem das pre-estabelecidas. 22 Teatro o teatro recebe a influelncia surrealista e a exerce sobre os espectadores. Tendia de colocar em evidemcia a realidade, a tim de ressaltar 0 ridiculo. Alfred Jarry, abriu caminho a anarquia, ao individualismo, tentou exprimir livremente todas as suas fantasias. Os cenarios produzidos par Max Ernst, compostos de fotogravuras, no estilo de colagens, contribuiu para aumentar a confusao ja provocada pelo humor. Sucedem-se ai, as mais inesperadas cenas, onde as personagens fazem 0 que Ihes dita a fantasia. Jean Cocteau provou grande ousadia com pe<;as que suscitavam escimdalo, vaias e oV8c;:oes. 0 teatro deveria conduzir 0 espectador ao mundo dos sonhos e dos instintos que e sanguinario e humano. De Novo a Guerra No come<;o do ana de 1938, realiza-se a "Exposi<;ao Internacional do Surrealismo" que reune na "Galeria des Beaux-Arls" obras de setenta artistas de catorze paises; quadros, esculturas, objetos, livros, desenhos, gravuras, fotografias, manequins que eram apreciados durante dois meses, por uma multidao curiosa, inquieta e transtornada, que vieram tomar conhecimento do sucesso surrealista. 0 Surrealismo aparecia mais do que nunca como uma provoca<;ao. No plano artistico os surrealistas alcan<;avam a vitoria. Ja no plano politico, 0 Surrealismo tenta agrupar os intelectuais revolucioniuios. Breton parte para 0 Mexico, num programa cultural, e la encontra 0 pintor mexicano Diego Rivera e Leao Trotski, exilado. Em seu encontro com Leao Trotski, encontra um aliado. Leao Trotski pensava que a arte para conservar um carater revolucionario, deveria manter-se independente de todas as formas de governo. Estas condi<;6es sao suficientes para que a arte se transforme numa arma que sera util na emancipa<;ao proletaria. Trotski pensava, tambem, que a unica palavra de ordem valida era a luta pel a verdade artistica no sentido da fidelidade inquebrantavel do artista a seu eu interior. Este contato profundo com Trotski, faz com que Breton se aprofunde ainda mais nas divergencias entre surrealistas e comunistas. Breton contatou numerosos artistas para fundar uma "Federa<;ao da Arte Revolucionaria Independente", que deveria ter como bandeira a luta contra 0 nacionalismo, pois nem trabalhadores nem artistas precisam de patria. De volta a Paris, faz 0 relatorio de sua viagem em Minotaure, atacou 0 nacionalismo na arte e dedicou-se a cria<;ao de uma "Federa<;ao da Arte Revolucionaria Independente". Forma um Com;te Nacional que representa as diferentes tendencias da arte revolucionaria na Fran<;a. E colocado em circula9ao um boletim mensal, 0 Cle, que traz a marca dos acontecimentos, que andavam depressa. Cle assumiu a defesa dos artistas estrangeiros que residiam na Fran<;a e que se tornaram indesejaveis. Contudo 0 momento nao era para a arte, sobretudo independente. Alem disso discuss6es internas do grupo surrealista foram levadas para a "Federa<;ao da Arte Revolucionaria Independente". A "Federa<;ao da Arte Revolucionaria Independente" entra em decadencia antes mesmo de ter come<;ado sua tarefa por causa das discussoes internas e tambem pelo crescente nacionalismo alemao, as vesperas da Segunda Guerra. Durante a Segunda Guerra, muitos surrealistas foram convocados. Com a ocupa<;ao da Fran<;a pel os alemaes, eles foram desmobilizados e tiveram problemas serios. Peret esteve preso varias vezes e outros entraram para grupos clandestinos de Resistencia. Meses depois Breton, Peret, Hans Bellmer, Victor Brauner, Dominguez, Ernst e Masson refugiaram-se em Marselha, no Comite de Socorro Americano aos 23 Intelectuais. Masson, Ernst e Breton foram para os Estados Unidos, enquanto Peret foi para 0 Mexico. Em Nova lorque, Breton organiza a Exposic;aoSurrealista de Nova lorque, em prol dos prisioneiros franceses. Em 1946, e editado uma serie de textos, em combate aberto a todas as ideologias e os sistemas, Breton lamentou a morte de Freud, achando incerto 0 futuro da psicanalise, que ao inves de ser um instrumento libertador, se tornaria opressora. Com Breton e Masson 0 movimento expatriou, conseguindo uma expansao mais rapida e maior do que na Europa. o Fim do Surrealismo Em 1948 foi langado 0 jornal surrealista: Neon, ap6s uma reuniilo, no "Cafe de la Place Blanche", onde estavam: Breton, Peret, Herold, a pintora tcheca Toyen, Hans Arp, Bellmer, Ernst, Matta, Lam, Mira, Man Ray. Nesta ocasiao foram expulsos: Matta e Brauner. Na poesia, os surrealistas, assistiram a conferencia de Rene Alleau sabre textos ciassicos da tradic;aoesoterica. 0 Surrealismo cruza com 0 esoterismo procurando nele uma das fontes da poesia. Na pintura, passam a se interessar pel a art brut, a arte gaulesa e a arte magica. a Surrealismo torna-se 0 mais digno representante da arte magica, porque contem 0 "condimento bizarre", desafia 0 senso critico, 0 imaginario, exige a integracao do homem ao cosmos. Novos jogos foram inventados: ~Um no outro" e "Mapa das analogi as". Os jogos conservam 0 espirito da infancia; mantem 0 envolvimento do grupo, abrindo 0 espac;o para 0 ludico, 0 acaso e a poesia. 0 movimento comec;aa atravessar uma fase de grande dificuldade, devido a problemas pessoais de seus participantes. Em 1955 morreu Tanguy. Em 1959 morreu Benjamin peret. as artistas plasticos: Dominguez e Paalen e a poeta Jean-Pierre Duprey cometeram suicidio. Dos fundadores 0 unico que continuou foi Breton. Grupos surrealistas espalharam-se em muitos paises. Em Portugal, 0 Surrealismo iniciou-se em 1947, com Mario Cesariny, Pedro O~m, Mario Henrique Leiria, Cruzeira Seixas, que organizaram manifestac;oes e exposic;oescoletivas. Na America Latina surgiram nucleos no Peru, Mexico, Argentina, Colombia. No Brasil, Sergio Lima animou urn grupo entre 1962 e 1964. Em 28 de setembro de 1966 morreu Breton. As reunioes no cafe nao foram suspensas. A presenc;ada mulher de Breton, Elisa, incentivava 0 grupo a continuar. Entretanto Breton e seu poder carismatico eram insubstituiveis, nao havia espac;o nem vontade de admitir urn sucessor. Em 1969, Jean Schuster assinou 0 documento dissolvendo 0 grupo. Em varios paises 0 movimento continuou, mas os anos de gl6ria ja tinham se acabado. Design Gr<ifico Existem diversas definic;oesdo que e Design Grafico, muitas vezes sao interpretac;oesindividuais, logo abaixo apresenta-se algumas definic;6es: Segundo Alexandre Wollner (1964), "0 design grafico e 0 conjunto de medidas que se toma tendo em vista a func;c3o,a utilidade e 0 aspecto de um prod uta ou objeto antes mesmo de entrar na linha de produg"o" (WOLLNER, 1964). A definigilo da ICOGRADA - International Council of Graphic Desi9n Association - diz 0 seguinte: "Design Grafico e uma atividade tecnica e criativa relacionada nao apenas com 0 produto de imagens, mas com a analise, organizar;ao e metodos de apresentac;ao de soluc;oesvisuais para problemas de comunicaC;ao". 24 retangular. As exposiyoes que sucedem confirmam formalmente a autonomia da parede como a abandono do retangulo, modificando para sempre a conceito de espa,o de galeria. o Olho e 0 Espectador A medida que a modernismo avanyou a conteudo da tela vazia aumentou. Tanto a abstrayao quanta a realidade, estao envolvidas na dimensao sagrada do seculo XX, espayo. 0 mito moderno e de que a arte e "inutil", apesar de ela possuir uma referencia cultural, definindo a conceito de espayo e tempo atuais. 0 espago moderno redefine a condigao do observador; mexe com sua auto-imagem. A concepgao modernista de espago e de que a publico a ve como ameaga, com uma cultura desenvolvida que anulou seus valores em nome de uma abstragao chamada liberdade. Atualmente a espago e apenas a lugar onde as coisas acontecem; as coisas fazem a espago existir. 0 espago tornou-se 0 local onde a quadro e pendurado, juntando-se a superficie pictorica como uma unidade de discurso. o espectador nao tem face, e aquele que se inclina e pondera, podendo ser indagativo, perplexo au prudente. Esta sempre disponivel e esta sempre hesitante diante de cada nova obra que exija sua presen,a. 0 espect"dor nao fica apenas de pe au senta-se diante de uma ordem, mas tambem faz a que a modernismo Ihe impinge como seus ultimos ultrajes. A arte a conjuga, esta sempre procurando um significado mesmo que nem sempre seja capaz disso. Desta forma temos a olho e a espectador, entretanto ambos nao caminham juntos. Enquanto 0 olho e mais inteligente que 0 espectador, pois este poder ser treinado enquanto aquele nao. 0 olho pode ser dirigido, tem como fungao principal a observagao, que e supersensivel, mas tern dificuldade com a conteudo. A arte com que ele se relaciona e aquela que preserva a superficie pictorica. 0 olho conserva a recinto continuo da galeria, com parede varridas par superficies planas de tela. Todo a resto atende ao espectador, a qual tem uma ansia de satisfazer muito maior. 0 espectador enfrenta a invasao do espago real realizada pel a superficie pictorica, inaugurada pela colagem. Enquanto 0 olho trata 0 espectador com desprezo, 0 espectador acredita que a olho nao tem cantata com a realidade. E no ultimo modernismo que as dais se reunem, a olho conquista a superficie pictorica e a espectador traz 0 espa,o real, onde tudo pode acontecer. Afinal, 0 olho apreende 0 objeto de uma so vez e depois a corpo leva ao redor do objeto. Isso estimula a troca entre a expectativa confirmada e a sensagao corporal subliminar ate entao. 0 olho recebe as informagoes residuais, a espectador e as outros sentidos sao impregnados com algumas das percepgoes precisas do olho. 0 olho comanda 0 movimento do corpo para Ihe dar informagoes - a corpo torna-se um coletor de dad os. Ha um trafego entre a sensagao conceituada e a conceito efetivado. A galeria vazia nao esta vazia, suas paredes sao sensibilizadas pela superficie pictorica. E como que se nao pudesse mais vivenciar coisa alguma sem primeiro distanciar-se del a emocionalmente. 0 distanciamento hoje e um principia necessaria a vivencia, uma caracteristica contemporanea. A arte modern a sempre esteve a frente de seu tempo, pOis 0 visitante e a olho validam a experiemcia. Eles sempre acompanham na visita a uma galeria, e a solidao torna-se obrigatoria. A presenga diante de uma obra de arte significa a ausencia em favor do olho e do espectador, 27 que contam 0 que se deveria ter visto. Essa aprecia9ao da arte e fundamental para a identidade moderna transitoria, que esta sempre sen do recondicionada pel os sentidos instaveis do visitante. 0 visitante objetiva e consome a arte, para nutrir 0 seu eu inexistente au para manter faminto par estetica chamado "homem formalista". A postura que 0 modernismo trouxe desfilou par uma enorme angustia sensorial. Segundo Brian O'Doherty: ~O Modernisma enfatiza 0 fade de que a Uidentidade" no seculo XX concentra-se na percep';;8o, lema para 0 qual a filosofia. a fisialogia e a psicologia vollaram grande aten.yao. Sem duvida, assim como os sistemas eram uma obsessao do seculo XIX, a percepcao e do seculo XX· (2002, pag.66). o olho representa, entaD, duas fon;:as opostas: a fragmentac,;:8o do eu e a ilusao de mante-lo uno. 0 espectador possibilita tal experiencia na medida em que nos e consentido te-Ia. Quando uma obra de arte e contemplada conscientemente, qualquer certeza sobre 0 que esta la e destruida pel as incertezas da perCeP9aO. Nos movimentos que sucedem a arte moderna percebe-se a duplo movimento. On de possibilita a vivencia, mas a custa de distanciar-se dela emocionalmente, ou seja, existe a oportunidade de suprimir a olho e a espectador assim como institucionaliza- los. Contexto como Conteudo Cad a movimento do modernismo trouxe alguma mudan9a ou revoluc;;ao na espa90 da galeria. Tem-se como expoente Marcel Duchamp, que em sua primeira exposi9aO em 1938, inventou 0 teto, tornou consciente 0 visitante daquilo que ele nao ve, au seja, 0 teto e um ponto pacifico. Ate 1938, ate 0 momenta em que Duchamp inventou 0 teto, ele parecia estar a salvo dos artistas. Hoje em detrimento do passado, com a Renascimento e a Barraco, ha pouca coisa no teto para ser olhada. Com a ilumina9ao elt3trica, a teto modernista foi simplesmente ignorado. A "Exposi9ao Internacional do Surrealismo", na Galerie de Beaux-Arts, em 1938, apresentou molduras ortodoxas e um teto, ao inves de morto, que era 0 chao. 0 teto apresentado por Marcel Duchamp, nesta exposi9ao era composto por "1.200 Sacos de Carvao" Ate entao 0 teto nem era um lugar, pois ninguem olha para a teto. Duchamp virau a exposi9aO de ponta-caber;a, 0 teto e a chao e a chao era 0 teto; ao expor 0 eteito do contexto na arte, ele percebeu uma area da arte que ainda nao tinha sid a inventada. Essa invenr;ao do contexto inicia uma serie de interven90es que desenvolvem a ideia de recinto da galeria como uma pe9a unica. As intervenr;oes sao uma forma de inven~o, abrem as 01has do visitante. A interven9ao para ter eteito, depende do contexto de ideias que ela tenta modificar e no qual se insere. Dois anos depois dos "Sacos de Carvao", em 1942, Duchamp realizou a "Milha de Fio" para a mostra "Primeiros Documentos do Surrealismo". A interferencia feita por Duchamp foi ar urn ar de envelhecimento precoce e transformada nurn s6tao grotesco de filme de terror, afastando 0 espectador da arte, atraves de 1.610 metros de fio continuo. 0 fio explora todo 0 espa90, dividindo 0 espa90 internamente sem a minima preocupa9ao formal; acompanha 0 alinhamento da sal a e das reentrfmcias, replicando desordenadamente 0 teto e as paredes. Esta disposir;ao atormenta 0 espectador, pois cada trecho de espayo e assinalado. 0 fio tornou literal 0 espar;o ilustrado por muitos dos quadros expostos. 0 desaparecimento da moldura 28 transferiu a ilusao da pintura para 0 recinto da galeria. Urna das principais diretrizes do modernismo e a hostilidade com a publico e as artistas podem ser classificados conforme seu engenho, estilo e profundidade. A rela,ao artista-publico pode ser interpretada como teste da ordern social por meio de propostas radicais e como a assimilayao completa dessas propostas pel a estrutura de apoio. 0 espectador e atraido a um recinto onde 0 ate de aproximatyao volta-se contra si mesmo. Atualmente 0 recinto da galeria e transformado numa especie de elitismo social, 0 espar;:o e "exclusivo" e ucaro". 0 que ele contem e quase incompreensivel e a arte dificil, conseqiientemente, atrai urn publico exclusivo, com seus objetos rarcs dificeis de entender, caracteriza uma exclusao social, financeira e intelectual. A arte dos an as 70 questiona a estrutura do recinto da galeria, com projetos e intervenyoes, com uma didatica modesta e a sistematizayc3.o de alternativas. Nos anos 70, a arte e tratada de maneira intima e pessoal, de urn modo suave, que aborda 0 que esta prontamente ao alcance dos sentidos e da mente. A arte passa a experimentar uma serie de investigayoes: fisicas, fisiol6gicas, psicolagicas e mentais. Com 0 pas-modernismo, a recinto da galeria nao e mais "neutro". A parede torna-se uma membrana atraves da qual os valores esteticos e as comercias trocam- se. A neutralidade da parede branca e uma ilusao, pois ela apresenta varias ideias e suposiy5es comuns. 0 conteudo da parede e cada vez mais rico. 0 cuba branco e vista como um afastamento do artista de uma sociedade a qual a gale ria tambem da acesso. Porem e 0 unico no qual se divulga a arte e a maior parte da arte precisa dele. o modernismo tambem trouxe 0 artista 0 qual, acha que a estrutura social pode ser modificada pel a arte. litssitzky loi provavelmente a primeiro designer de exposi,oes, enquanto criava a exposityao moderna, tambem reconstruiu a recinto da galeria - na tentativa seria de mexer com a contexto na qual a arte moderna e 0 espectador se uniam. A Galeria como Intervenyao Dos anos 20 aos 70, a galeria tem uma histaria tao diversa quanta a arte que ela expoe. Assim que a moldura sumiu, todos as empecilhos foram removidos, exceto a arte. Gradativamente, a galeria impregnou-se de consciencia. 0 espatyo tornou-se arte potencial. A arte passou a ser a que era colocado la dentro, retirado e reposto regularmente. Com a retirada de todo 0 conteudo a galeria tornou-se urn espayO nulo, rnutavel ao infinito. 0 conteudo da galeria pode ser foryado a se manifestar par meio de interventyoes que a utilizem inteiramente. 0 conteudo aponta para duas direyoes: para a arte que esta la dentro, para a qual ele e contextual; e para um contexto mais amplo que a contem. Yves Klein interveio na Galerie Col/ete AI/endy, em 1957, deixando vazia uma das salas para atestar "a presen,a da sensibilidade pict6rica". Essa "presen,a da sensibilidade pictarica" - 0 conteudo da galeria vazia - foi umas das mais decisivas ideias da arte do pas-guerra. Essa foi a primeira de vilrias intervenyoes que usam a galeria como contra ponto dialetico. A galeria e um espa,o que depende de ambigiiidades, troca 0 desconforto pela conscielncia plena pelas vantagens da continuidade e da ordern. Os museus e galerias encontram-se na situayao de intervir numa produtyao que abra a consciencia, contribuindo assim, para a hipnotismo das 29 Papel Kraft natural Eo utilizado exclusivamente para sacos e embalagens. Eo produzido com 100% de pasta quimica nao·branqueada, de fibra lon9a, e vendido na cor parda, altamente resistente. Papel Kraft branco Eo utilizado para sacos e embalagem. Eo produzido com pasta quimica de fibra longa branqueada, e vendi do em bobinas com gramatura de 30 g/m'. Papel Monoltlcido E utilizado em cartazes, confecyao de r6tulos, sacos e embalagens. E produzido com pasta qui mica branqueada, carga mineral e cola. Apenas urn de seus lados e prensado no cilindro monolucido, urn unice cilindro aquecido de grandes dimens6es, dotado de uma superficie especular, a que Ihe confere urn aspecto mais lustroso. 0 outro lado do papel permanece aspero. Eo vendido nos formato 66 x 96 cm e 76 x 112 cm e nas gramaturas de 30 a 120 g/m'. Formatos de Papel wFormato e 0 termo com 0 qual sao indicadas as dimensoes de uma fotha de papel" (BAER, 2002). Essas dimensoes sao expressas em centimetros ou polegadas, mostrando primeiramente a largura e depois a altura da folha. Antigamente existiam diversos formatos de papel, mas hoje todos os paises estao adotando os formatos DIN (Oeutsche Industrie - Nonnen I normas da industria alema) criado para racionalizar e unificar essa diversidade. 0 formato base e 0 AD, uma folha retangular de papel com uma area de 1m2. A partir do AD foram desenvolvidos uma serie de formatos que vao desde 0 AD ate 0 A12. No Brasil, adotaram-se os formatos: AA (que se Ie 2A) com 76 x 112 cm; BB (que se Ie 2B) com 66 x 96 cm; AM com 87 x 114cm. A Cor Definit;;ao Segundo Israel Pedrosa, "A palavra cor designa tanto a percep9ao do fenomeno (sensa9ao) como as radia90es luminosas diretas au as refletidas par determinados corpos (matiz ou colora9ilo) que 0 provocam" (2002, pag.17). A cor e a sensac;ao provocada pela a-rao da luz sabre a orgao da visao, ela nao tem existencia material. o seu aparecimento deve-se a dois elementos: a luz que age como estimulo; e a olho que age como aparelho receptor. Estimulos Os estimulos que causam as sensa90es cromaticas dividem-se em dois grupos: 0 das cores-Iuz e a das cores-pig menta. Cor-Iuz A cor-Iuz, ou luz colorida, e a radia9ao luminosa visivel que tern como sintese aditiva a luz branca. A luz solar, aonde a cor-Iuz se expressa claramente, reune de forma equilihrada todos as matizes existentes na natureza. As faixas coloridas que compoem 0 espectro solar, quando vistas isoladamente, denominam-se luzes cromaticas. 32 Car-pigmento A cor-pigmento e a substancia material que, conforme sua natureza, absarve, refrata e reflete os raios luminosos componentes da luz que se difunde sobre ela, au seja, e a qualidade da luz que determina a sua denominal):ao. Newton explicou cientificamente a coloral):ao dos corpos, denominando-a de "cores permanentes dos corpos naturais". Atraves de suas experiemcias chegou-se a conclusao que "os corpos aparecem com diferentes cores que Ihes sao proprias, sob a luz branca, porque refletem algumas de suas faixas coloridas mais forte mente do que outras" (PEDROSA, 2002). Cores-pigmento sao relacionadas, freqUentemente, as substancias corantes que fazem parte do grupo das cores quimicas. Percep(,;30 da Cor A perCepI):80 da cor e um fen6meno mais complexo que 0 da senS8l):ao. Enquanto a sensayao conta apenas com os elementos lisico (Iuz) e fisiol6gico (0 olho), a percepl):ao conta, alem dos aspectos citados, com os dados psicolagicos que alteram consideravelmente a qualidade da que se V€!. 0 cerebra codifiea a cor e incorpora ao objeto, independente da luz incidida sobre ela eontinuara como a mesma cor, como uma de suas caracteristieas fisicas, transformando em valor subjetivo as "cores permanentes dos corpos naturals". A percep~o apresenta tres caracteristicas principais que corresponctem aos parametres basieos da cor: matiz, valor e crema. Classifica(,;3o das cores A cor apresenta uma infinidade de variedades relacionadas mais a percepl):80 do que a SenSal):80. Os estudiosos do assunto fizeram urn levantamento de classificar;ao e nomenclatura das cores, segundo suas caracteristicas e formas de manifestal):ao, atraves dos dados perceptivos. Segundo Israel Pedrosa, sobre a classificayao de cores, tem-se: Cor Geratriz au Primiuia A cor geratriz, comumente chamada de cor primaria, e a cada uma das tres cores indecomponiveis que misturadas, preduzem todas as cores do espectre. Na cor-Iuz, as cores primarias sao: vermelho, verde e azul-violetado. A mistura desta cores preduz a fen6meno da sintese aditiva, au seja, produz 0 branco. Nas cores-pigmento ou cores de refletancia, au tambem cores-tinta, as cores indecomponiveis sao a vermelho, 0 amarelo e 0 azul. Na cor-pigmento transparente, as primarias sao a magenta, a amarelo e a ciano. Cor Complementar As cores complementares sao as cores cuja mistura produz a branco. Segundo Helmholtz, excluindo a verde puro, todas as outras cores simples sao complementares. Na fisica, as cores complementares significam par de cores, cornplementando uma a outra. Cor Secundaria e Terciaria A cor secundaria e a cor formada em equilibria aptico por duas cores primarias. A cor terciaria e a intermediaria entre uma cor secundaria e qualquer das duas primarias que Ihe dao origem. 33 Cores Quentes e Frias As cores quentes sao 0 vermelho e 0 amarelo, e as demais cores em que eles predominem. As cores frias sao 0 azul, e 0 verde, bem como as outras cores predominadas por eles. Uma cor tanto podera parecer fria como quente, dependendo da relac;:aoestabelecida entre ela e as demais cores de determinada gama cromatica. Cor Natural A cor natural e a colora9i'lo existente na natureza. Na impressao gnjfica, para a reprodu9aO aproximada de sua infinita variedade, alem das cores primarias, sao necessarios 0 branco e 0 preto. Cor Aparente au Acidental A cor aparente ou acidental e a cor variavel apresentada por um objeto segundo a propriedade da luz que 0 envolve ou a influencia de outras cores primarias. Cor Induzida A cor induzida e a colorac;:aoacidental de que se tinge uma cor sob a influencia de uma cor indutora. A indut;a0 pode ser classificada segundo as manifestac;:oesdos contrastes simultaneos de cores, das mutac;:oescromaticas e do fenOmeno da cor inexistente. Cor Retiniana A cor retiniana e a cor caracterizada pela maior participac;:aoda retina em sua produc;:ao,transmite informac;:oesao cerebro que retem, alteram, sintetizam ou totalizam 0 efeito dos estimulos recebidos. Sao cores retinianas as imagens posteriores, as misturas opticas, os efeitos de deslumbramento e as sensac;:oes coloridas produzidas por pressao a base do globo ocular. Cor Irisada A cor irisada e a que apresenta fulgurac;:6esanalogas as cores espectrais, comuns nas asas das borboletas e nas refra90es de um modo geral. Cor Dominante A cor dominante e a cor que ocupa a maior area da escala em determinada relac;:ao cromatica. Cor Local A cor local e 0 conjunto de dados e circunstancias acess6rios que, numa obra de arte, caracteriza a lugar e a tempo. Cor Crua e Falsa A cor crua e a cor pura, que nao apresenta gradac;:6es.A cor falsa e a cor que destoa do conjunto. Cor Cambiante A cor cambiante e a cor que varia segundo 0 angulo em que se coloca 0 observador em rela9i'lo ao objeto colondo. 34 amor e a sabedoria. E considerada a cor simbolo da alquimia, indicando transfusao espiritual, a dominio hipnotico e magico. Laranja o laranja e resultado da mistura do vermelho com a amarela, em equilibria optico. E uma cor quente por excelencia, sinletizando as propriedades das cores que Ihe dao origem. Esta cor tern grande poder de dispersao. As areas coloridas pelo laranja parecem sempre maiores do que sao na realidade. 0 laranja e simbolo da infidelidade e da luxuria, da mutayao, da inconstancia, da instabilidade e da hipocrisia. Purpura o purpura e cor terciaria e sua dignidade gerou em todos as tempos a maior admiray80 e respeito. Esta cor esta ligada a ideia da primeira magistratura. 0 purpura simboliza devoyao, fe, temperanya, castidade, dignidade, abundancia, riqueza, autoridade e poder. Na industria grafica e denominado de magenta. Branco o branco e 0 resultado de todos as matizes do espectro solar, esta cor e a sintese aditiva das luzes coloridas. Esta cor e indicativa das mutayoes e transiyoes do ser, representa a marte e nascimento au ressurreiyao. 0 branco conduz a ausemcia, ao vacuo noturno, ao desaparecimento da consciencia e das cores diurnas. E 0 branco da vida, da alba, onde a cupula celeste reaparece. Esta ligado ao sentido de pureza e principlos vitais vinculados a farinha e ao leite. 0 branco e a cor da pureza, da paz, da inocencia, da verdade, da esperanya e da felicidade. Preto o preto nao e cor, e a privayao au ausencia da luz. Esta cor, pSicologicamente, encarna a profundeza da angustia infinita, em que a luto aparece como simbalo de perda irreparavel. 0 preto evoca a caos, a nada, a ceu noturno, as trevas terrestres, a mal, a angustia, a tristeza, a inconsciente e a marte, 0 preto e a simbolo da maior da frustra,80 e da impossibilidade. 37 Qtojetivos Especificos o projeto consiste na divulgac;ao do Surrealismo atraves de exposiy80. Par meio dela deseja-se apresentar 0 Surrealismo e seus artistas para todas as pessoas que se interessam pela arte. Desta forma, levar a cultura da arte tanto as pessoas interessadas e que compreendem a sua importancia, como as pessoas que desconhecem a arte madema e par sua vez 0 movimento. As estruturas darao origem a urn catalogo, 0 qual cantera uma descriy80 dos preceitos do movimento e dos artistas com sua descrigao. Similares - Exposi~oes Museu Oscar Niemeyer o Museu Oscar Niemeyer localiza-se em Curitiba, no estado do Parana Fe; inaugurado em 22 de novembro de 2002. 0 edificio antes de tornar-se museu, era a sede de secretarias do estado, chamado de Edificio Presidente Humberto Castelo Branco, passou par adaptac;6es e ganhou um anexo, chamado popularmente de "Olho". 0 projeto de construyao e assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. 0 museu e dedicado a exposir;:aode Artes Visuais, Arquitetura e Design. Foram analisadas as seguintes exposic;6es: Cicero Dias, aita decadas de pintura A mostra trouxe para Curiijba cerca de 200 obras selecionadas nas oito decadas de produ9ao de Cicero Dias. A exposi9ao foi disposta em seqOencia temporal, agrupando par period as as obras e mostrava todas as fases do artista. Figura 2 - Entrada. 39 David Carneiro A mostra apresentou as fragmentos da hist6ria do Parana. 0 acervo foi reunido par David Carneiro que dedicou parte de sua vida a colety80 de petyas relevantes a Historia do Parana. A Exposi980 foi dividida em cinco temas: chegada ao Parana, por mar, pela Baia de Paranagua; os caminhos do Itupava, da Graciosa, e a estrada de ferro; a Curitiba do final do seculo XIX e inicio do seculo XX; 0 caminho do Viamao, 0 tropeirismo e a erva-mate; a sala militar, com as armas usadas na Guerra do Paraguai, na Revolu9ao Federalista e Guerra do Contestado, uniformes militares, medalhas, insignias militares e bandeiras. uma.casa. Expedi,ao Cora,ao do Parana A mostra apresentou fotos de Orlando Azevedo, produzidas ao 10ngo de oito meses da "Expedi,ao Cora9ao do Parana", que buscou a releitura e a redescoberta do patrimonio humano e natural do estado. A exposi980 foi composta par 200 fotografias, que buscam a interpretagao do que e 0 Parana. As fotografias foram expostas de forma inusitada, indo alem "de quadros pendurados na parede", buscando a intera9ao da obra com 0 espectador. 40 Figura 17 - Entrada. Figura 18 - Simula9ao de um altar de igreja. Museu da Casa Brasileira o Museu da Casa Brasileira e urn espayo que engloba 0 trabalho de classificayao, cataloga9ao, exposi9ao, conserva9ao e restaura9ao de m6veis e objetos de valor historico e artistico. 0 museu localiza-se na cidade de Sao Paulo, em Sao Paulo. o M6vel da Gasa Brasileira A exposi9ao "0 Movel da Gasa Brasileira", mostra os processos de transformayao pelos quais 0 mobiliario brasileiro passou nos ultimos cinco seculos. A mostra conta com 45 peyas dos seculos XVII, XVIII, XIX, XX. 43 Renata e Fabio Prado - A casa e a cidade A mostra apresenta mais de 50 imagens em preto e branco de Renata Crespi e Fabio da Silva Prado. Ambos habitaram a mansao ande hoje funciona 0 museu. As fotos apresentam as transforma90es da capital paulista que levaram ao surgimento de grandes monumentos e avenidas. Figura 24 - Exposi~o 44 Cidades Reveladas A mostra traz 30 trabalhos do fot6grafo Cristiano Mascaro, extraidos do livro Cidades Reveiadas. A mostra apresenta seis anos de registro de localidades brasileiras, desde Sao Paulo, Rio de Janeiro e Guro Preto, ate municipios pouco destacados como leo, no Ceara, e Oeiras, no Piaui. A exposiyao realizada a partir 30 amplia,Oes de grande formato das imagens presentes no livro. Elas foram distribuidas pelas tres salas principais do Museu da Casa Brasileira. Cole,ao Crespi Prado A mostra compreende pe,as de Fabio Prado e Renata Crespi, que adquiriram ao \ongo de 49 anos de vida: entre pratarias, mobiliario, tapeyaria, Qurivesaria, quadros e esculturas. Figura 30 - Exposicao Museu da Lingua Brasileira o Museu da Lingua Brasileira e urn museu com espayos interativDS, a mostra envolve 0 espectador. 0 museu fica localizado na cidade de Sao Paulo, em Sao Paulo. 45 galerias de exposic;:ao, reserva tecnica (onde fica acondicionado 0 acervo do museu), auditorio e atelie. E considerado um dos primeiros museus de'arte moderna do continente Clube Gravura: 20 anos A mostra apresenta 93 obras, resgata e comemora a trajet6ria do colecionismo do "Clube de Colecionadores de Gravura". E uma exposic;:ao institucional, permitindo para 0 publico rever as obras realizadas nos ultimos 20 anos. Pinacoteca do Estado o p,,;dio ocupado pel a Pinacoteca do Estado foi projetado por Ramos de Azevedo em 1897, para abrigar 0 Liceu de Artes e Olicios, hoje abriga importantes exposic;:6es. As exposic;:6es do museu compreendem desde a arte brasileira do seculo XIX ate a contemporanea, seu acervo tern cerca de 6 mil pec;:as. A Pinacoteca localiza-se na cidade de Sao Paulo, em Sao Paulo. Jose Bechara - Ok, ok, let's talk JOSE BECHARA OK,OK, let's lalk. 48 Oscar Pereira da Silva - A Pintura como missao ."~r pt •.•ir~dasilv.l <- Figura 47 - Entrada Calder no Brasil Figura 49 - Entrada A Figuracao Humana em Representacao Ah9ur.'hum.Jn ..•tmftpIMrnt.,~",o 49 Figura 50 - Entrada Acervos Permanentes da Pinacoteca do Estado Figura 51 - Entrada \('111\01'1.11\1\'.1' '1 D\ PI'\( 1Ir! (\ no 151 \DO Figura 52 - Entrada Instituto Tomie Othake o Instituto Tomie Othake e voltado para a divulga9iio das artes visuais atraves de exposi~oes,cursos, debates, publicayoes e a investiga~aode questoes teoricas sobre a arte contemporanea. 0 Instituto Tomie Othake localiza-se na cidade de Sao Paulo, em Sao Paulo. FJuxus- Uma lon9a historia com muitos nos A mostra reune cerca de 300 objetos, 140 fotos, livros, cartazes, partituras e revistas. A exposi~ao conta a trajetoria do Fluxus, de 1962 a 1994, e traz a oportunidade dos brasileiros compreenderem 0 desenvolvimento do movimento na Alemanha. Figura 54 - Entrada Figura 55 - Entrada 50 Museu Oscar Niemeyer o museu traz urn conceito de exposiryoes que privilegia a obra. Apresenta um ambiente moderno, totalmente branco, paredes e teto, de forma que nao interfere na obra; e amplo, possibilitando ao visitante a aproxirnayao e urn bom afastarnento das obras. Esta amplitude possibilita, tambem, a exposiyao de obras de grande altura, como por exemplo, uma exposiyao de tapetes da Franya. Todo este ambiente propicio. que respira 0 moderno, atrai diversas exposiryoes e visitantes. Memorial de Curitiba o Memorial, apesar de possuir uma arquitetura moderna, nao valoriza suas exposiryoes. Na mostra "Rota dos Tropeiros", de grande importancia na historia paranaense, apresenta problemas desde as informaryOes das obras. que sao pedayos de folhas de sulfite impressos e col ados na parede, ate as obras expostas. As obras expostas se perdem no espayo, e ficam urna ao lado da outra, com pouco respiro, nao permitindo uma melhor observayao. 0 unico ponto positiv~ do memorial e que tern urn altar de uma igreja reproduzido. Museu da Casa Brasileira o museu traz diversos estilos de expor, mas todas fogem do branco das paredes. inserindo cores, de forma que tambem nao interferem nas obras. Museu da Lingua Brasileira o museu traz um conceito diferente de expor. E uma exposiryao audio-visual, que foge do cuba bran co - teto, chao e paredes bran cas -, com urn ambiente escuro, rnarcado pela cor preta. Trata-se de uma exposiC;80 ativa, ou seja, de interayao com a espectador, que 0 envolve, pede a sua presenc;a. 0 espectador deixa de ser ..passivo - de apenas apreciar - e se torna ativo, passando a integrar a exposiyao. Museu de Arte Moderna o museu deixa a desejar tanto em sua arquitetura quanto nos espayos. Os espayos sao normais, com pouca iluminac;8.o e destaque nas obras. Pinacoteca do Estado A Pinacoteca abrange diversas exposiyoes desde 0 seculo XIX ate xx. E notavel a evoluyaa do ambiente da exposic;8.o. empregado nos espayos. Nos ambientes anteriores a arte moderna observa-se diversos quadros expostos em uma mesma parede, lado a lada, desde 0 teta ate a chao. Ja nos ambientes posteriores entramos no "cuba branco", com ambientes limpas que destacam a obra, com boa ilurninary80 e disposiy8o dos quadras. Institulo Tomie Olhake o Instituto apresenta urn ambiente bern amplo, com salas bern afastadas umas das autras que dificultam a unifarrnidade da expasic;8.o. As salas afastadas fazem com que pareya que sao varias exposiy6es ou fases diferentes, comprometendo a uniforrnidade. E urn ambiente que nao tern boa iluminayao tornando-se arnarelado. As obras sao bern expostas, de forma que a amplitude da sal a propicia urn maior afastamento e apreciayao. S3 Definil(30 dos Artistas Ap6s a analise dos similares, para dar continuidade ao projeto evidenciou-se a necessidade de fazer urn levantamento dos artistas que participaram oficialmente do Surrealismo. Pois, como 0 movimento tern uma langa hist6ria, diversos artistas fizeram parte do Surrealismo e alguns 0 seguiram de longe, sem participar oficialmente. Artistas Surrealistas Foi realizado urn levantamento de todos as artistas que participaram e contribuiram no movimento. Abaixo consta a lista dos artistas: Jean ou Hans Arp (1886 -1966) Alberto Giacomelli (1901 -1966) Salvador Dali (1904 - 1989) Andre Breton (1896 - 1966) Max Ernst (1891 -1976) Rene Magrille (1898 - 1967) Andre Masson (1896 -1987) Joan Mira (1893 -1983) Yves Tanguy (1900 -1955) Eileen Agar (1899 -1991) Luis Aragon (1897 - 1892) Hans Bellmer (1902 -1975) Luis Bunuel (1900-1983) Ithell Colquhoun (1906 -1988) Rene Crevel (1900-1935) Paul Eluard (1895 -1952) Leonor Fini (1908 - 1996) Leonora Carrington (1917) Georges Hugnet (1906 - 1974) Valentine Hugo (1887 -1968) Conroy Maddox (1904-1989) Roberto Malia (1911-2002) Henry Moore (1898-1986) Meret Oppenheim (1913 - 1985) Benjamin Peret (1899 -1959) Man Ray (1890-1976) Phillipe Soupault (1897-1.990) Roland Penrose (1900 -1984) Jindrich Styrsky (1899 - 1942) Dorothea Tanning (1910) Toyen Paul Valery (1871 -1945) Remedios Varo (1908 -1963) Antonin Artaud (1896 -1948) Robert Desnos (1900 -1945) Jacques Prevet (1900 -1977) Paul Delvaux (1897 -1994) Jules Halasz Brass; (1899 -1984) 54 Max Jacob (1876 -1944) Dora Maar (1907 -1997) Wilfred Lam (1903 -1966) Marcel Duhamel Pierre Naville Georges Sadoul (1904 -1967) Victor Brauner (1903 -1966) Oscar Dominguez (1906 -1957) Wolfgang Paalen (1905 - 1959) Manuel Alvarez Bravo (1902 - 2002) Claude Cahun (1894 - 1954) Joseph Cornell (1903 -1972) George Groz (1893 - 1959) Pierre Roy (1880 -1950) Sele~iio de Artistas A defini~ao do conteudo da exposic;:ao consolidou-se atraves de criterios. Estes criterios foram desenvolvidos como forma de filtrar as artistas que nao fizeram parte oficialmente do movimento, como e 0 casa de Pablo Picasso e Paul Klee que possuem obras com caracteristicas surrealistas, mas que nao surrealistas. Consequentemente, deixando apenas as artistas de maior interesse para a exposic;:ao. Criterios para sele~o dos artistas: • Compreensao e contextualiz8(}aO do movimento como urn todo; • Abranger todos as meiDs de expressao: pintura, escultura, fotografia, cinema, poesia, artes graficas; • Expor artistas de maior expressao bern como os de menor expressao. Oesta forma, para cada urn artista de maior expressao ten~urn de menor expressao; Artistas e Obras selecionadas Seguindo as criterios descritos acima, abaixo se apresenta 0 conteudo da exposiC;<lo com os artistas e as obras principais selecionadas: Pintura A pintura surrealista se divide em duas manifestac;6es: 0 Surrealismo Abstrato e as Pinturas Oniricas au Pinturas dos Sonhos. 0 Surrealisma Abstrato consiste nas formas biom6rficas e moles. Ja a Pintura Onirica consiste em pinturas reais como se fossem fotografias pintadas. Seguindo esta divisao: ss Fotografia Brass, (1899 - 1984) Mino/taure, nO 5, 1934 Cinema Luis Bunuel (1900 -1983) Urn cao andaluz, 1929 Literatura Paul Eluard (1895 - 1952) lIBERDADE Nos meus cadernos de escola Man Ray Figura 76: Fotografia Man Ray Le Violin d'ingres Jeux interdits, 1935 58 Sobre a carteira nas arvores Sobre a neve sobre a areia Grifo teu nome Em toda pagina lid a Em toda pagina em branco Sem papel na pedra ou cinza Grifo teu nome Sobre as gravuras douradas Sobre as armas dos guerreiros Sobre a coroa dos reis Grifo teu nome Na floresta e no deserto Sobre os ninhos sobre as gestas Nos ecos da minha infancia Grifo teu nome Nas maravilhas das noites No pao branco das jornadas Nas esta90es de noivado Grifo teu nome Nos fiapos de azul-celeste No tanque solar bolor No lago lua vibrante Grifo teu nome Nos campos nos horizontes Nas asas dos passarinhos Sabre os mainhos de sombras Grifo teu nome Em cad a sopro de aurora Sabre 0 mar sobre os navios Na insensatez das montanhas Grifa teu name Nas nuvens soltas revaltas Na tarmenta transpirada Na chuva insistente e boba Grifa teu nome Sobre as formas cintilantes Nas campimulas de cores Por sabre a verdade fisica Grifo teu nome 59 Sabre as veredas despertas Nos caminhos desdobradas Sobre as pra~as transbordantes Grifo teu nome Na liimpada que se acende Na liimpada que se apaga Nas casas cheias de genie Grifo teu nome No fruto cortado em dois o do espelho e 0 do meu quarto Na concha sem mim depois Grifo teu nome No meu cao lerna e guloso Mas sempre de orelha em pe E patas destrambelhadas Grifo leu nome No trampolim da minha porta Nos objetos familia res Nas linguas do lume bento Grifo leu nome Em toda carne acordada Na frente dos meus amigos Em cada mao que me afaga Grifa leu nome Na vidra9a das surpresas Sobre os labios expectantes Muito acima do silencio Grifo teu nome Nos refugios descobertos Nos maus far6is desmontados Nas paredes do meu tt~dio Grifo teu nome Sabre a ausencia do desejo Sobre a solidilo desnuda Nos descaminhos da morte Grifo teu nome No retorno da saude No risco que se correu Na esperan~a sem lembran~a Grifo teu nome 60 Figura 83: Telefone lagosta. A S~neca,1932/1945 Telefone Lagosta OU Telefone Afrodisiaco, 1936 Pesquisa Caracterizat;.ao da Pesquisa A pesquisa foi realizada atraves de questionarios. Procurou-se obter informac;:6es a respeito do conhecimento das pessoas sobre a arte, a arte Moderna, 0 Surrealismo, os muse us e as exposic;6es. Como forma de explorar e investigar onde 0 problema reside. a modele do questionario esta em anexo. Amostragem A amostragem foi realizada na cidade de Curltiba, no Parana, no mes de setembro de 2006. Foram obtidos os seguintes resultados: ''''''' ESCOLARO.\te 'aIs I)EI':"'O 6% 2% ~UllOA"'ElnAl ~~o12~u% QSiS.'O mUO"''''EIIT~l QElIG~'OMEDIO COI.1FlETO '''0 rct5A2O @12% ClEI'SlIOl.EDIO .'COtdflETO C20A 30 IIEI'S.'OSUPERIOfI 030A 40 CO'.'FlETO 040A 50 OElIS"OSUF£~1OfI 4'% 27% RICOhlPl.ETO c50A60 0600UMAIS Grafico 1 - Idade Grafico 2 - N.veJ EscoJarrdade 63 INTffiESSA·SE PELA ARlE? 2%C) ,,% Grafico 3 - Interesse pela Arte CXMECEA ARTE MOCERNA F ~ F~ O~IS Ff;RiooosVOCEGOSTA M!!'IS Grafico 4 - PerJodosrna!s conternplados IIF.I1Io'S"O II_RUS""osaoO IIAJTI,J~"'IIO 1I0R"'!TMSUO oc •.•,,,,"o 1I1>1.1>I.!~ lleoon~utr ••OMO Grafico 5 -levantamento sobre 0 conhecimento Grafico 6 -levantamento de quais movimentos em relacao a Arte Moderna. h8 mais conhecimento. VOCE CQI\Io£CEO SLRREALISM::> GrcHico7 - levantamento da poputac;aoque conhece 0 Surreatismo. F~ 00 SURFEA LISM:J VOCE COMiECf cP" OARTlSTAS ,,% Q o A HSTOR1A 00 ,""VM'NTO '" OAFENASAS OBRAS Graflco 8 - Levantamento sobre 0 Quee conhecido sobre 0 Surrealismo. 64 VISITA IIUSEU .~ 83% fOs"l ~ SEVlSrTA COMau::~ Graflco 9 -levantamento da porcentagem que Graflco 10 - levantamento da freqOencla de visita os museus visita nos museus. SOBRl:AS EXPOS¢ES VOC=PREFEREEXFOS~O o NTERESSANTE ot,J)I'J)TONA OPClCESER kELHOR FffiCfNTAGEM FOR LOCAL Grafico 11 - Levantamento da oplmao sobre as Grafico 12 - Preferencia de locais de exposiyao. exposiyoes. 15'~\\\v49 % 3~ olFF'R D~lCEo...mJBA I o M.JSEUOSCARM'e.£YER Graflco 13 -locals da amoslragem. Publico-Alva o publico-alvo abrange pessoas de idade de 15 a 60 anos, que possuam urn minima de conhecimento sabre a arte e canseqOentemente, a arte maderna. 65 Apos a definic;ao do conceito da marca, 0 primeiro passo dado foi encontrar uma forma de trabalhar a palavra "Surrealismo" da marca, com as relogios moles de Dali e as formas biomorficas de Arp. Optou-se pel a amolecimento da letra final "0", assim temas: Surrealism()Surrealisma A Utopia do Sonho A Utopia do Sonho Figura 86: Geral):30 de Allernaliva da marca 2. Figura 87: Geral):30 de Alternativa da marca 3. Surrealismo A Utopia do Sonho Figura 88: Geral):30 de Allernaliva da marca 4, Devido a falta de harmonia no amolecimento da letra "0", passou-se para 0 desenvolvimenta de alternativas com a letra "s", com a objetivo de adequar-se ao conceito proposto: ,urrealismo fA Utopia do Sonho Figura 89: Geral):30 de Alternaliva da marca 5. Porem estas alternativas geradas apresentaram problemas, e nao foi possivel adequar 0 conceito de amolecimento e formas biom6rficas. Com estas alternativas eliminadas, partiu-se para a desenvolvimento de outras que se adequassem melhor ao conceito. logo observa-se abaixD a alternativa: QurrealismoVA Utopia do Sonho Figura 90: Allernaliva escolhida da marca. Esta alternativa, foi a alternativa escolhida, ou seja, a que abrange todD 0 conceito dado, e tambem pDr apresentar uma aparencia surrealista. Assim foi trabalhada a Jetra "8", amolecendo para remeter aos relogias moles de Salvador Dali e as formas biomorficas de Arp. A cor selecionada, 0 violeta e a cor da metafisica, da alquimia, 68 Cartaz de Divulgac;:ao o cartaz de divulga<;ao, consiste em um cartaz para a divulga<;ao da exposi<;ao no local ende ela estiver. Na altemativa 1, procurou-se unir todos as meios de expressao que Surrealismo abrangeu: pintura, fotografia, artes graficas, cinema, objetos surrealistas e escultura. Entretanlo, devido a confusao de muitos elementos, esta altemativa foi eliminada. Seguindo 0 conceito de utopia e sonho, a alternativa escolhida foi a "alternativa 4". Alinal, e constituida por elementos que amolecem, apresenta uma atmosfera de sonho, tornando passivel visualizar a atmosfera surrealista e da exposi98.0. i de divulga<;:ao2. ,urrealismo fA Utopia do Sonho Exposic;:ao o conteuda de cada expositor compreendera: • Obra principal; Reforyando a ideia do sonho encontra- se uma fotografia de Lewis Carrol, Xie Dormindo. Ao fundo encontra-se uma fotomontagem de Dora Maar, intitulada Silence, aqui demonstra como e urn sonho, imagens desconexas. Apresenta tambem a pintura abstrata representada pelo olho, presentes nas obras de Juan Mira. 70 Devido a complexidade envolvida em uma estrutura de chao, e tambem par ser muito estatica, estas alternativas faram descartadas, e passou-se para 0 desenvolvimento de alternativas de estruturas de teto. 73 RESULTADOS A Marca A marca, devido a alguns ruidos, passou par alguns ajustes. Para a conc1usao da marca, estes ajustes fcram feitos na letra "5" e em urn leve engrossamento do "urrealismo", para que criasse uma harmonia na marca. Figura 100 - Marca escolhida Cartaz de divulga~ao o cartaz de divulgayao passou par alguns ajustes. Algumas informayoes fcram retiradas e alteradas, para dar urn maior destaque a menina dormindo e ao nome da exposic;ao. A Exposi~ao As estruturas de teto terao uma placa no meio com 520 x 694 mrn, e a obra ficara no tamanho de no maximo urn A2 (42 x 59.4). A alternativa escolhida e uma tradu,ao do Surrealismo, traz a alma do movimento para a exposivao. Segue 0 conceito da marca dos rel6gios amolecidos e as formas biom6rficas, com a estrutura amolecida 74 e escarrendo. 0 centro e girat6rio, pais busca a interayao com a visitante. A obra principal fica na frente e atras esta a resto das informa<;:6es. 0 material utilizado para a confec<;:ao das estruturas sera a MOF, com 18 mm de espessura. As estruturas sao de tres formas diferentes para dar movimento a exposi9ao, tirando-a do estado estatico. A cor violeta e utilizada em volta da obra, sem interferi-Ia, indo de encontro com a conceito determinado para a exposi9ao e para a marca. e80mm 680mm 520mm :IIO....,~, Figura 103: Alternativa Escolllida 2.Figura 102: Alternaliva Escolhida 1. e80mm 520mm Figura 104: Allernativa Escolhida 3. Planta-baixa Na planta-baixa podemos observar como acontecera a exposi<;:ao. Como a principal objetivo e ensinar aos visitantes a Surrealismo como urn todo, e importante que as pessoas primeiramente compreendam a objetivo e a que e a exposi9ao, para que nao ocarram enganos, par nao S8 tratar de uma exposi<;:ao das obras em si, mas de uma reprodu<;:ao delas. Em seguida, a visitante percorrera par uma breve explana<;:ao sabre a arte moderna e as antecedentes do Surrealismo, possibilitando uma maiar compreensao do movimento. Passara par toda a hist6ria do Surrealismo desde sua fundayao ate sua dissoluyao em 1969. Depois pode,,; admirar e conhecer 75 DlscussAo Com a conclusao do Trabalho de Conclusao de Curso - Tee fcram observados aspectos positiv~s como: uma boa fundamentat;:ao teorica contribui para uma maior facilidade em gerar a produto, a importancia do Design em caminhar junto com a arte e comparando 0 projeto com as exposi'toes atuais tanto de exposi<;:6es "fixas" quanto itinerantes, esta loge dos pad roes. Das exposi96es fixas, pois ela vai de encontro com as visitantes, fugindo do branco da galeria de arte. Das exposic;6es itinerantes, pois da maior enfase a obra, deixando-a isolada, sem perder sua caracteristica, a de ser didatica. Em relayeo a exposic;:ao itinerante, esta S8 difere devido a sua busca de interac;ao com 0 usuario atraves da estrutura girat6ria. 0 projeto inteiro traduz a alma do Surrealismo trazendo a atmosfera do sonho ate os visitantes. 78 CONCLusAo E RECOMENDA<;Ao A arte esta presente na vida do homem desde 0 inicio da hurnanidade. Atraves dela podemos compreender a historia do homem no mundo. A maneira com que vivemos hoje, a ruptura com 0 passado, com a tradi<;:ao; de olhar para frente, para 0 madema, vern muito das influencias exercidas pelo Surrealismo na sociedade atua!. Nao ha como ignorar este movimento com seus 45 anos de hist6ria. E passivel observar que ap6s este movimento a forma de conceber a arte nao foi mais a mesma. A exposi<;:80 alem de ensinar sabre 0 movimento, procurou conscientizar as pessoas da presen<;:a do Surrealismo em suas vidas. Atraves do projeto, 0 Surrealismo, desconhecido par alguns e par Qutros desacreditado, vern para mostrar sua fon;:a e importancia tanto no campo artistico como no campo de "ideal de vida au revolul;ao". Para uma possivel continuidade deste projeto, recomenda-se 0 aprofundamento na hist6ria do movimento, seus antecedentes e suas influencias, pois somente desta maneira sera possivel compreender 0 movimento em profundidade tal qual ele e. 79 REFERENCIA BIBLIOGRAFICA WIKIPEDIA, a enciclopedia livre. Arte. Disponivel em: hUp:llptwikipedia.orglwikilArte. Acesso em: 3 ago. 2006. TATARKIEWICZ, Wladyslaw. What is Art? The Problem of Definition Today. British Journal of Aesthetics, 11 (2): 147·150. 1971 FAURE, Elie. A Arte Moderna. Titulo original: Histoire de L'Art - L'Art Maderne; Traducao: Alvaro Cabral. 1° ed. sao Paulo: Martins Fontes. 1991. COELHO, Teixeira. Mederna P6s-Moderno. Sao Paulo: Editora Iluminuras LTDA. GAUER, Kenia Pozenato & Mauriem. Introdu<;ao a hist6ria da arte. 2° ed. 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