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Fim da Filosofia da História- à luz de Hegel e Marx, Notas de estudo de Filosofia

uma confrontação entre a visao de Hegel e Marx

Tipologia: Notas de estudo

2017

Compartilhado em 27/04/2017

simba-raul-2
simba-raul-2 🇧🇷

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Baixe Fim da Filosofia da História- à luz de Hegel e Marx e outras Notas de estudo em PDF para Filosofia, somente na Docsity! Seminário Filosófico Interdiocesano “Santo Agostinho”-Matola Curso de Filosofia Departamento das Ciências Humanas Tema: A natureza e o limite da Filosofia da História Discente: Simbarache Raúl Francisco Nº 69 Cadeira: Filosofia da História Docente: Mestre Evaristo Levino Matola, Março de 2017 Índice Introdução ..................................................................................................................................... 3 1. Contextualização ....................................................................................................................... 4 2. Filosofia da História .................................................................................................................. 5 2.1.1. Hegel e a fenomenologia ............................................................................................. 5 2.1.2A razão governa o mundo ............................................................................................. 7 2.1.3.A liberdade do espírito ................................................................................................. 7 2.2. Karl Marx ................................................................................................................................ 8 2.2.1. O labor como meio de emancipar o homem ............................................................... 9 2.2.2. O fim das desigualdades – o comunismo .................................................................. 10 3. A visão do grupo sobre o fim da história ................................................................................ 10 Conclusão .................................................................................................................................... 12 Bibliografia .................................................................................................................................. 13 5 historiador da filosofia. Mas, acima disso, ele foi o filósofo que decididamente mudou a História”2. 2. Filosofia da História Hegel criou um sistema filosófico muito complexo e de difícil compreensão, mas, para facilitar esta compreensão é viável começar por explicar alguns conceitos-chave do seu sistema. Assim sendo, para entender o edifício da história universal e o processo de sua construção, primeiro, devemos conhecer o material usado para sua fabricação. Neste caso, o material, são os homens. Para entender o significado de história, devemos, primeiro conhecer (o que é) o homem, que realiza esta história. Certamente o homem é tijolo. Se queremos comparar a história universal com a construção de um edifício, temos que constatar que os homens não são somente tijolos, são também pedreiros que constroem e arquitectos que planificam. Outrossim, o homem não é passivo, ele também passa a ser activo, isto articula-se da seguinte maneira: o homem não só está na história, ele faz a própria história. Karl Marx é um dos continuadores da filosofia da história. Ele mudou o horizonte filosófico da história ao introduzir a praxis na filosofia, passando a entender a história como uma transformação que ocorre na sociedade através do trabalho. 2.1.1. Hegel e a fenomenologia A essência da Fenomenologia responde a pergunta: o que é conhecimento absoluto e como é possível adquiri-lo? E apresenta as condições para a aquisição do conhecimento absoluto através da dialéctica. Quando o homem adquire a consciência universal certamente a história conhecerá o seu fim. O homem é auto-consciência. Ele está consciente de si mesmo, de sua realidade humana e dignidade e é nisto que reside a sua diferença com o burro. O homem revela-se a si mesmo e aos outros através dos seus desejos como um “eu” diferente e opostos ao não-Eu. O “eu” humano, é um “eu” de desejos: o homem é desejos. Ora, os desejos são realizados pelo acto: somente a acção 2 HEGEL, 2004: p. 11. 6 alimenta os desejos. Os desejos são realizados pela negação, destruição, ou pela transformação do objecto desejado. Os desejos responsáveis pela auto-consciência são desejos pelo reconhecimento e por causa disso arrisca sua vida. Sem nenhuma predestinação, nessa luta de auto-afirmação, um dos lados deve render-se, recusar arriscar sua vida por causa de seus desejos pelo mero reconhecimento. Deve abandonar seus desejos para satisfazer desejos dos outros: deve reconhecer sem ser reconhecido; deve reconhecer o outro como MESTRE e reconhecer-se a si mesmo e ser reconhecido como ESCRAVO-do-MESTRE. Mas, para o reconhecimento propriamente dito, falta o momento em que o senhor opera sobre o outro o que o outro opera sobre si mesmo; e o escravo faz sobre si o que também faz sobre o Outro. Portanto, o que se efectuou foi um reconhecimento unilateral e desigual. (HEGEL, 1992: p.131.) Por ora, pode-se afirmar que o homem nasceu e a história começou com o primeiro combate que culminou com o aparecimento de “Uma, a consciência independente para a qual o ser-para-si é a essência; outra, a consciência dependente para a qual a essência é a vida, ou o ser para um Outro. Uma é o senhor, outra é o escravo” 3 . O homem, na sua origem é mestre ou escravo e o homem só pode existir onde há mestre e escravo. Para que haja seres humanos, pelo menos, dois devem existir. A história universal, a história de interacção entre homens e sua natureza é a história de interacção entre senhores de guerra e escravos laboriosos. A dialéctica histórica é entre mestre e escravo. Mas, se a oposição da tese (mestre) e antítese (escravo) tem sentido no contexto de sua reconciliação dentro da síntese (igualdade), a interacção entre os dois deve culminar na superação dialéctica dos dois, criando uma sociedade com o melhor dos dois para os dois. Praticamente todos serão iguais e a história termina onde a oposição/diferença entre o mestre e o escravo desaparece. 3 HEGEL, 1992:p.130. 7 2.1.2. A razão governa o mundo A História, para Hegel, é o desenvolvimento do Espírito no Tempo, e a Natureza é o desenvolvimento da Ideia no Espaço. Por isso, todo o sistema dele é formado por uma tríade: Ideia - a “ideia em-si” é o que se desenvolve, a realidade dinâmica do depois ou antes do mundo; Natureza - a “Ideia-fora-de-si”, ou seja, o Espaço, é a Natureza e o Espírito - a “Ideia que se torna consciente de si” (o Homem). O desenvolvimento desta consciência é a História. Assim, a História e a Ideia coincidem. “A Ideia é a natureza da vontade de Deus e como esta Ideia só se torna verdadeiramente ela mesma na/e através da História, a História, como a caracterizou muito bem um escritor moderno, é 'a autobiografia de Deus'” 4 , Assim sendo, a história é divina porque Deus é a própria História, Ele pode ser conhecido na criação. Para Hegel (2004), a história está tanto no Espaço como no Tempo, ela ocorre tanto na Natureza como na Mente. Como a história é o resultado da dinâmica da Ideia divina, esta Ideia é criadora de tudo o que está na História. As leis da lógica, como as da mente divina, são a Razão. Como elas são ao mesmo tempo as do mundo, “tudo que é real é racional e tudo que é racional é real”5. Se a história é o auto- desenvolvimento do Espírito, a realização da Ideia divina, de um plano cósmico, então o homem histórico deve ser um em quem se concentram as potencialidades de seu tempo, a situação histórica. Mas ele é apenas uma fase no grande processo mundial, ligado aos estados individuais. “Ao final do processo histórico, quando o Espírito já se realizou completamente, há um estado global de Razão universal, de toda a humanidade”6. 2.1.3. A liberdade do espírito Se, se admite a hipótese de que o espírito é a materialização de Deus na terra, ipsofacto, pode se dizer que a o espírito tende à liberdade porque Deus é livre e por 4 HEGEL, 2004: p.22. 5 HEGEL, 2004: p.18. 6 HEGEL, 2004: p.15. 10 2.2.2. O fim das desigualdades – o comunismo Para Marx, a história da liberdade não está concluída, por isso, para ele a história não terminou com Hegel mas sim irá terminar com ele com o triunfo do comunismo sobre a sociedade. A história se desenrola num tempo linear, e, a história tem início, meio e fim e nunca, repetição. Porém, esta visão linear já estava patente nos escolásticos principalmente em agostinho. Na sociedade pós moderna, a trajectória humana é a luta entre classes que culminará com a harmonização das contradições fundamentais. “O último estágio da história é uma volta ao trabalho unificado e propriedade colectiva, mas contém também um espaço para o reino da liberdade. Há, então, uma relação necessária entre o „começo‟ e o „fim‟ da história”13 . O fim da alienação ocorrerá com a superação do trabalho e das propriedades privadas onde trabalho já deixará de ser uma alienação, mas sim, um instrumento para a emancipação. Segundo MARX e ENGELS apud DANTES, “o progresso, significa o desenvolvimento das forças produtivas em contradição com as relações de produção, ou sistema de propriedade, o que levaria à transformação social”. Surge uma linha de evolução progressiva dos modos de produção: asiático, esclavagista, feudal, capitalista e comunista. A história marxista é teleológica ao estabelecer um sentido e caminho para alcançar um fim, que é a unificação da espécie humana. Esse fim seria o comunismo. Que se resume na seguinte expressão: “Supressão da propriedade privada” 14 . 3. A visão do grupo sobre o fim da história À luz destes dois filósofos em destaque, o grupo não concorda parcialmente com as teses de Hegel e Marx sobre o fim da História. Primeiro: a democracia de Hegel ainda não se fez sentir em todo o mundo até então. Temos alguns países que são monárquicos. 13 DANTAS, p. 181. 14 MARX e HENGEL, 1980: p. 29. 11 Segundo: o comunismo marxista ainda não cumpriu com as suas promessas. Visto que nesta era pós-moderna há uma separação abismal entre o operário e o burgo. O grupo acredita que a razão, por algum momento ficou estagnada. Concordamos que por algum momento a razão foi instrumentalizada, ou mesmo, foi estratégica. Tomemos por exemplo a preocupação de Adorno & Horkheimer (1947: p. 3), “O que nos propuséramos era, de facto, nada menos do que descobrir por que a humanidade, em vez de entrar em um estado verdadeiramente humano, está se afundando em uma nova espécie de barbárie”. para dizer que a História tem altos e baixo, mas mesmo assim, podemos declarar o fim da história. Concordamos que a história tem um sentido. Para nós, se não bastasse, cristãos que somos, acreditamos que o sentido não é terreno. O sentido do mundo é transcendental que culminará com o paraíso que é antecedido pelo julgamento final. 12 Conclusão Durante o desenvolvimento do trabalho, nos cingimos apenas na filosofia da história especulativa, sendo esta, uma possibilidade para determinar o fim ou infinitude da história. Para tal, a nossa reflexão se apoiou em dois principais filósofos Hegel e Marx. Para Hegel, a história é racional como toda a realidade. A história é o progresso do espírito para a sua realização plena através da humanidade. Sem escrúpulo, os indivíduos desempenham um papel importante, mas este só tem valor histórico na medida em que o particular (o homem) deve ser compreendido no universal (o Absoluto) e vice-versa. Ao passo que para Marx, sendo ele admirador de Hegel, concorda parcialmente com o meu mestre. Ele concorda com a visão linear do universo e o progresso histórico. Marx propõe o materialismo como a superação das desigualdades sociais e afirma que não há história além do mundo físico, isto é, toda a história humana é terrena. É o comunismo o fim da propriedade privada onde o trabalho já não é tido como o sinal de humilhação, mas sim, uma forma de emancipar o próprio homem. Ora, o que temos em comum, nestes dois filósofos, é a intenção emancipador o homem para pôr temo as desigualdades sociais, mas se divergem no método: Hegel propõe a democracia, ao passo que, Marx propõe o trabalho. Para Hegel, a história conheceu o seu fim na Europa com o triunfo da democracia, e, Marx não concorda com essa tese e diz que a história não terminou com Hegel, irá terminar com ele com a vitória do comunismo. Diante destas teses, nós, como grupo concordamos menos com as suas teses sobre o fim da história, pois, por um lado, a democracia hegeliana ainda não se fez sentir a todo mundo até agora; verifica-se que até então ainda persistem alguns países monárquicos. Por outro lado, uma outra realidade de tamanha importância é que, o comunismo marxista ainda não cumpriu com suas promessas, pois, na nossa era nota-se uma separação tremenda entre o operário e o burgo. A história vai além-democracia e alem- comunismo, por isso, não pode se declarar fim da história na base destes dois elementos. A despeito destas observações, as suas teorias não deixam de ser gratificantes na arena filosófica e no mundo todo. A história como tal acarreta consigo muito sentido que é o paraíso.
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