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Guias e Dicas
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Frei Luís Sousa (Resumo Super Completo), Resumos de Português (Gramática - Literatura)

Resumo sobre a obra no geral e de capítulo a capítulo.

Tipologia: Resumos

2020
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Compartilhado em 26/10/2020

cpcazevedo
cpcazevedo 🇵🇹

4.6

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Baixe Frei Luís Sousa (Resumo Super Completo) e outras Resumos em PDF para Português (Gramática - Literatura), somente na Docsity! Frei Luís de Sousa de Almeida Garrett ➢ Ato I — Palácio de Manuel de Sousa Coutinho, em Almada. Câmara antiga, ornada com todo o luxo e caprichosa elegância portuguesa dos princípios do séc. XII. É um espaço sem grades, amplamente aberto para o exterior, onde as personagens ainda gozam a liberdade de se movimentarem guiadas pela sua vontade própria. Através das grandes janelas rasgadas domina-se uma paisagem vasta. – É fim de tarde. ➢ Ato II — Palácio que fora de D. João de Portugal, em Almada, agora pertencente a Dª. Madalena. Salão antigo de gosto melancólico e pesado, com grandes retratos de família, muitos de corpo inteiro; estão em lugar de destaque o de el-rei D. Sebastião, o de Camões e o de D. João de Portugal. Portas do lado direito para o exterior, do esquerdo para o interior, cobertas de reposteiros com as armas dos Condes de Vimioso. Deixa de haver janelas e as portas, são já mais destinadas a cercar as personagens que a deixá-las escapar. ➢ Ato III — Parte baixa do palácio de D. João de Portugal Comunicando pela porta à esquerda do espectador, com a capela da Senhora da Piedade na Igreja de S. Paulo dos Domínicos de Almada: é um casarão sem algum ornato. Arrumadas às paredes, em diversos pontos, escadas, tocheiras, cruzes e outros objetos próprios para uso religioso. É alta noite. ➢ Qual é o tratamento dado ao espaço em Frei Luís de Sousa? Progressão em termos negativos. Há um afunilamento quer a nível de luz, decoração ou amplitude. Ou seja, vai evoluindo no sentido da ação: vão surgindo acontecimentos que afetam a vida normal familiar e que culmina com a morte de Maria. A ação caminha no sentido da destruição, a par do tratamento que vai sendo dado ao espaço. ➢ Espaço social (costumes e mentalidades que definem uma época) • Características do palácio de D. Manuela, família da aristocracia; • Madalena lendo → Sendo mulher, usufrui de educação; • A existência de Telmo, Doroteia, Miranda; • Maria lendo “Menina e Moça” de Bernardim Ribeiro; • D. João servia ao lado de D. Sebastião; • Peste → população com más condições; a Almada não chega a peste devido à falta de comunicação; • Os casamentos não eram feitos por amor → Dª. Madalena casa com D. João por obrigação; • Dª. Madalena fica com tudo o que era de D. João → os casamentos eram feitos com base na partilha; • Maria é uma filha ilegítima por ser filha de um segundo casamento; • Más comunicações: um cativo na terra santa não consegue fazer saber-se que está vivo e a família também não o encontra; • O marido funciona, muitas vezes, com pai da esposa, pois esta é muito mais nova que ele. • Informações temporais dadas através das falas das personagens; • Período vasto de tempo (21 anos) mas a ação representada tem apenas uma semana; • Batalha de Alcácer Quibir (1578) + 7 anos + 14 anos ↓ Primeira sexta-feira (27 de julho de 1599) → + 8 dias → Segunda sexta-feira (4 de agosto de 1599) – HOJE (2º ato) ↓ 5 de agosto (consequências do hoje) - madrugada • Em cena temos apenas duas partes de dois dias; • Tempo histórico (o desenrolar da ação está dependente da batalha) Tempo da ação • Ao afunilamento do espaço corresponde uma concentração do tempo dum dia especial da semana: 6ª feira; • As principais cenas passam-se durante a noite. O tempo vai caminhando para uma concentração no momento do clímax, como uma preparação para aquele momento. O espaço é cada vez mais escuro e tem relação direta com o desfecho da ação que será no altar. Caminha-se de um espaço amplo para um espaço reduzido. Caminha-se de objetos confortáveis para objetos que são alusões cada vez mais nítidas à catástrofe. Do profano ao religioso/ da vida à morte. Personagem Socialmente Psicologicamente Dª. Madalena de Vilhena (personagem principal) Nobre. É casada com D. João no 1º casamento e com Sousa Coutinho no 2º casamento. • Sentimental, pecadora, supersticiosa, crente, apaixonada, supersticiosa, pessimista, romântica, atormentada pelo passado, com pressentimentos, vive em pânico constante, • Ligada à lenda dos amores infelizes de Inês de Castro; D. Manuel de Sousa Coutinho (personagem principal) Nobre, cavaleiro de Malta. Casado com Dª. Madalena. • Racional, sensível, corajosos, decidido, patriota, honrado, desapegado de bens materiais e da própria vida; • Encarna o amor à Pátria e à liberdade e o mito do escritor romântico. D. João de Portugal (personagem principal) Nobre, cavaleiro. Casado com Dª. Madalena. • Patriota, austero, mas cavalheiresco, íntegro; • Reduzido ao anonimato; • Ligado à lenda de D. Sebastião, símbolo da Pátria humilhada e cativa. D. Maria de Noronha (personagem principal) Nobre. Filha de D. Manuel e D.ª Madalena, com 13 anos. • Bela, frágil (doente tuberculosa), perspicaz, inteligente, meiga, bondosa, com dom de intuição e da profecia; • Ligada ao culto de Camões e de D. Sebastião. Telmo Pais (personagem secundária) Escudeiro e aio de Maria • Confidente de Dª. Madalena, mas crítico do seu comportamento; • Protetor de Maria. Frei Jorge Coutinho (personagem secundária) Irmão de Manuel de Sousa • Amigo da família, • Confidente nas horas de angústia; • É quem presencia as fraquezas de Sousa Coutinho. Frei Luís de Sousa é um drama (considerado também pelo autor uma tragédia antiga). A obra encontra-se escrita em prosa e dividida em três atos (a mudança de ato é marcada pela mudança de espaço/cenário), subdivido em cenas (a mudança de cenas é marcada pela entrada ou saída de alguma personagem). Quanto à estrutura interna, a obra encontra-se dividida em Exposição (Ato I, Cenas I a IV), Conflito (Ato I, Cenas V a XII; Ato II, Cenas I a IX; e Ato III, Cenas I a VIII) e Desenlace (Ato III, Cenas IX a XII). • Existência de personagens com o papel de confidentes e coro; • A tragédia como objetivo de provocar a piedade e terror nos espectadores; • Dª. Madalena apaixona-se por D. Manuel quando era casada com D. João de Portugal; • D. Manuel incendeia o palácio; • Conflito interior de Dª. Madalena, que se intensifica ao longo da ação; • Chegada do Romeiro e reconhecimento da sua identidade; • Morte de Maria e entrada de Dª. Madalena e D. Manuel no convento. • Narcisismo do eu: personagens construídas a partir de uma projeção (Almeida Garret transportou o seu problema de amor para Dª. Madalena e o problema da filha ilegítima para Maria); • Elementos — Coincidências temporais; referências `sa sexta-feira; simbologia dos números três e sete (mistério e fatalidade); • Nacionalismo/patriotismo: nas atitudes de Manuel de Sousa; • Preferência por personagens imperfeitas: Dª. Madalena que se apaixonou ainda casada; • Religiosidade; • Mitos/superstição; • Infração e pecado; • Individualismo; • Liberdade. A linguagem em Frei Luís de Sousa é no geral cuidada, encontramos léxico erudito, repleto de recursos estilísticos, interjeições e atos ilocutórios expressivos. A presença de muitas reticências representa algo mau, algo de que a personagem tem medo, com que esta está inquietada. As frases curtas conferem um tom incisivo nas partes em que são usadas. As repetições, muito frequentes, representam ansiedade, inquietação ou afeto, dependendo de quem as profere. Existem ainda o uso de interrogação retórica, enumeração e da ironia. Amor de Perdição de Camilo Castelo-Branco 1) Espaço A história passa-se em Portugal. Tudo começa na cidade de Viseu (revelando o provincianismo português da época arraigado a tradição ao convencionalismo e as exigências sociais em detrimento da liberdade e do individualismo do indivíduo). A obra também percorre Coimbra (onde Simão passa um período a estudar), e no Porto (marcada profundamente pelo desfecho trágico das personagens). 2) Tempo O amor entre Simão e Tereza desenvolve-se num período de sete anos. O tempo cronológico é, portanto, minuciosamente demonstrado. Os acontecimentos desenvolvem- se de forma bastante linear privilegiando a ação ao invés da descrição. O tempo psicológico é da mesma forma profundamente explorado através da angústia, do sofrimento e do clima denso e repleto de inquietações experimentado pelas personagens. A história desenrola-se no século XIX. 3) Resumo das Cenas ➢ Introdução Um sobrinho de Simão Botelho vai ao livro de registros de prisões, num cartório local. Surpreendendo-se ao descobrir que o tio tinha sido preso e, para piorar, por amor. ➢ Capítulo 1 – Domingos Botelho casa em Lisboa com D. Rita Preciosa; – Vão morar em Vila Real, onde D. Rita queria estar, pois a população local a idolatrava; – Domingos Botelho, enciumado sem razão, consegue transferência para Lamego, onde D. Rita detesta estar: – O casal e os seus cinco filhos vão morar em Viseu; – Os filhos estudam em Coimbra; – Com 15 anos, Simão, um dos filhos, volta a Viseu, continua com os comportamentos arruaceiros que tinha em Coimbra; – Simão volta a Coimbra, por ter discutido com o pai e lá espera do perdão. ➢ Capítulo 2 – De volta a Viseu, depois de preso por pregar os ideais da revolução francesa, Simão apaixona-se por Teresa de Albuquerque, a sua vizinha rica e bonita. – Tadeu de Albuquerque, pai de Teresa, odiava os Botelho devido às disputas judiciais por terras; – Teresa, a caminho do Porto, sabe da prisão e pede à criada que a acompanhava a deixasse fugir para dar o último adeus a Simão, mas a criada proíbe-a; – Teresa conta à criada toda a sua história, que a aconselha a pedir a piedade de Tadeu para com Simão; – Teresa deseja a morte e, ao saber da condenação, consegue enviar-lhe uma carta, a dizer que morreria com ele; – Tadeu, ao saber da depressão da filha, resolve tirá-la do convento, até porque Simão seria transferido para uma prisão no Porto; – Teresa recebe a última carta de Simão a pedir-lhe que não se mate, pois o seu pai, que era juiz de fora, conseguiria anular ou reduzir a sentença ➢ Capítulo 14 – Tadeu vai buscar Teresa que, apesar de estar muito melhor, não aguentaria a longa viagem do Porto a Viseu; – Tadeu diz querer levar Teresa mesmo assim, mas ela recusa-se, alegando que ali morreria e que já sabe que Simão estava no Porto; – Irritado, Tadeu exige a expulsão de Teresa e o despedimento da criada, porém não consegue nada; – Para evitar o suicídio, Tadeu pede às autoridades locais o perdão judicial de Simão, mas novamente, nada consegue ➢ Capítulo 15 – João da cruz vai visitá-lo, contando que Mariana tinha se acalmado e recuperado o juízo; – O ferreiro conta que Mariana veio com ele, para cuidar de Simão, que avisou que ela corria perigo; – João elogia a coragem da filha e reconhece a profunda paixão da filha para com Simão; – Simão, abraçando João, diz que adoraria ser marido de Mariana, se não fosse o amor maior por Teresa. O ferreiro fica emocionado. ➢ Capítulo 16 – Um dos irmãos vai visitar Simão, que o recebe friamente; – Um corregedor, amigo de Simão, informa-o que a pena foi reduzida para dez anos de exílio na Índia, já que era impossível absolvê-lo, porque tinha confessado a culpa. ➢ Capítulo 17 – João decide ir ao Porto para ver Mariana, porém um homem mata-o com um tiro de bacamarte no peito; – Simão é informado sobre a morte de João. Mariana, ao descobrir, enlouquece, porém Simão pede que continue ao seu lado ➢ Capítulo 18 – Mariana entrega a herança do seu pai a Simão, dizendo que o acompanharia no exílio; – Simão diz que ele não a merecia, pois não poderia ser seu marido e pediu para que ela ficasse, mas ela insiste; – Simão aceita a decisão de Mariana ➢ Capítulo 19 – Teresa escreve para Simão, pedindo que aceite ficar os dez anos na cadeia, pois assim um dia poderiam se casar; – Simão responde que era melhor que ambos morressem; Teresa despede-se. ➢ Capítulo 20 – Simão e Mariana embarcam para a Índia. Um desembargador amigo dos Botelho entrega a Simão algum dinheiro em ouro enviado pela mãe, D. Rita, mas pede que distribua para todos os outros exilados; – Simão, ao olhar para o convento de Monchique, percebe o vulto de Teresa, que o acena com um lenço; – Teresa, através de uma mendiga que seguia o navio com um bote, entrega um maço de cartas de despedida; – O comandante de navio conta a Simão que Teresa acabou de se matar; – Simão e Mariana, num beliche, vão dormir ➢ Conclusão – De madrugada, Simão, pela última vez lê a última carta de Teresa. De repente, sente uma febre violenta, diagnosticada como uma febre maligna, mortal; – Após nove dias de dor, Simão morre e Mariana o beija pela primeira e última vez. O corpo é lançado ao mar; – Mariana também morre, abraçada ao jovem que tanto amou em silêncio 4)Título e Subtítulo Sugestão Biográfica (Simão e Narrador) Título “Amor de Perdição” ↳ Obra de ficção, em que abundam peripécias narrativas, culminando em desfecho trágico. Subtítulo “Memórias de uma família” ↳ Sugestão de relato histórico e familiar verídico. Com base num documento oficial (livro de registros de entradas na cadeia da Relação do Porto referente a Simão Botelho, tio de Camilo Castelo Branco, que havia sido degredado para a Índia e de que se mantinha na família um maço de cartas de amor trocadas com Teresa Albuquerque). 5) Estrutura da Narrativa A estrutura de Amor de Perdição é resumida pelo narrador na Introdução da obra da seguinte forma: “amou, perdeu-se e morreu amando”. 6) Relações Entre As Personagens Introdução “amou” • Referência a dados biográficos de Camilo. • Apresentação global do infortúnio de Simão Botelho – o degredo. Desenvolvimento “perdeu-se” • Amor de Simão e Teresa – correspondido, mas proibido. • Amor de Mariana por Simão – não correspondido. • Assassínio de Baltazar Coutinho. • Condenação de Simão ao degredo. • Ida de Teresa para o Convento. • Morte de Teresa. Conclusão “morreu amando” • Morte de Simão. • Suicídio de Mariana. Famílias de Simão e de Teresa Ódio, rivalidade Denúncia de uma sociedade marcada pelo ódio, pela violência. Simão ↕ Teresa Amor-paixão sincero, puro, excessivo, oposto às convenções sociais e à ordem instituída. Denúncia de uma sociedade repressiva que atua através de instituições: • instituição familiar (autoritarismo paterno, casamentos de conveniência, situação de inferioridade da mulher); • igreja (conventos); • prisão (justiça). Simão e Teresa ↕ Respetivos pais Conflito intergeracional Denúncia do conflito intergeracional e reivindicação dos valores dos jovens: • jovens (filhos) – idealismo, excesso e radicalismo de posições; • adultos (pais).
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