Baixe Fundamentos Engenharia Petr leo Thomas - 2001 e outras Notas de estudo em PDF para Cultura, somente na Docsity!
Autores
Attilio Alberto Triggia, Mestre em Engenharia
de Petróleo pela Universidade de Tulsa, EUA, é
aposentado da Petrobras onde sempre atuou na
área de elevação de petróleo.
Carlos Alberto Correia, graduado em Geologia
pela Universidade Federal da Bahia, atua na
área de geologia de petróleo.
Clodoveu Verotti Filho, Engenheiro de
Processamento, Mestre em Engenharia Química
pela Universidade Federal da Bahia, atua nas
áreas de processamento de petróleo e
engenharia econômica.
José Augusto Daniel Xavier, Mestre em
Engenharia de Petróleo pela Universidade do
Texas em Austin, EUA, atua na área de
engenharia de reservatórios.
José Carlos Vieira Machado, Químico de
Petróleo e Mestre em Química Ambiental pela
Universidade Federal da Bahia, atua na área de
quimica de petróleo e fluidos de perfuração.
José Eduardo Thomas, Mestre em Geofísica
Aplicada pela Universidade de Houston, EUA,
atua na área de geofísica de petróleo.
José Erasmo de Souza Filho, Químico de
Petróleo, Mestre em Engenharia Sanitária e
Ambiental pela Universidade Federal da
Paraíba, atua na área de processamento
primário de petróleo.
José Luiz de Paula, Mestre em Engenharia de
Petróleo pela Universidade de Campinas, atua
na área de completação de poços de petróleo.
Nereu Carlos Milani De Rossi, Mestre em
Engenharia de Petróleo pela Universidade
Federal de Ouro Preto, com especialização na
área de elevação de petróleo.
Nilton Emanuel Santos Pitombo, graduado em
Engenharia Civil pela Universidade Federal da
Bahia, com especialização em Engenharia de
Petróleo, na Petrobras, com atuação nas áreas
de completação, avaliação de poços e engenha-
ria econômica.
Paulo Cezar Vaz de Melo Gouvêa, graduado em
Engenharia Civil pela Universidade Federal de
Juiz de Fora, com especialização em Engenharia
de Petróleo, na Petrobras, atua na área de per-
furação de poços de petróleo.
Renato de Souza Carvalho, Doutor em
Engenharia de Petróleo pela Universidade de
Tulsa, EUA., atua nas áreas de engenharia de
reservatórios e avaliação das formações.
Roberto Vinicius Barragan, Mestre em
Engenharia de Petróleo pela Universidade de
Campinas, atua na área de perfuração de poços
petróleo. p
A indústria de petróleo no Brasil foi
instalada, com inequívoco sucesso, com a
criação da PETROBRAS que, desde o início
das atividades, tem investido pesadamente na
capacitação técnica dos seus empregados.
Hoje essa competência técnica é reconhecida
internacionalmente.
O ensino da Engenharia de Petróleo
no Brasil teve início com um convênio entre o
antigo Conselho Nacional do Petróleo e a
Universidade Federal da Bahia (UFBA). A
Escola Politécnica da UFBA realizou o
primeiro curso de Engenharia de Petróleo,
cominício, em 1952 e duração de três anos.
Com a criação da PETROBRAS, foi
fundado o Centro de Aperfeiçoamento de
Pesquisas de Petróleo (CENAP), em 1955,
com o objetivo de formar especialistas e
desenvolver pesquisas em exploração e
produção de petróleo. O CENAP teve várias
denominações ao longo de sua história, em
função das diferentes vinculações no
organograma da Companhia, mas sempre
atuando na execução de uma política arrojada
de aperfeiçoamento de recursos humanos.
Hoje o orgão faz parte da Universidade
Corporativa PETROBRAS (Núcleo Bahia).
Os primeiros cursos foram
ministrados por professores estrangeiros que,
gradualmente, foram substituídos por
profissionais brasileiros egressos dos
primeiros cursos. Em 1957 foram iniciados,
também, em convênio com a UFBA, os cursos
de formação em geologia de petróleo, de
geofísicos e de químicos de petróleo.
Posteriormente esses cursos também
passaram a ser ministrados pela
PETROBRAS.
Paralelamente aos cursos de
formação, a partir da década de 60, foram
criados cursos de aperfeiçoamento e de
reciclagem nas áreas de geologia, engenharia
e química de petróleo. Até o final de 2000,
mais de 2.500 profissionais foram formados
pelo Núcleo Bahia e mais de 85.000
participantes já passaram pelos seus cursos
de aperfeiçoamento e reciclagem, em
diversas áreas de conhecimento.
Os autores deste livro fazem parte do
corpo docente da Universidade Corporativa
Petrobras - Núcleo Bahia.
age
a
FUNDAMENTOS
DE ENGENHARIA
| DE PETRÓLEO
FUNDAMENTOS
DE ENGENHARIA
DE PETRÓLEO
Autores:
Atilio Alberto Triggia - Carlos Alberto Correia
Clodoveu Verotti Filho - José Augusto Daniel Xavier
José Carlos Vieira Machado - José Eduardo Thomas (organizador)
José Erasmo de Souza Filho - José Luiz de Paula
Nereu Carlos Milani De Rossi - Nilton Emanuel Santos Pitombo
Paulo Cezar Vaz de Melo Gouvea - Renato de Souza Carvalho
Roberto Vinicius Barragan
e
PETROBRAS
HI
EDITORA INTERCIÊNCIA
Rio de Janeiro - 2001
Copyright O 2001, by José Eduardo Thomas
Diagramação: Vera Barros
Capa: Cléber Luis
Fotos da Capa: Eliana Fernandes (fotos de 1996, na bacia de Campos, RJ)
Direitos Reservados em 2001 por: Editora Interciência Lida.
“Brasil. Catalogação-na-Fonte
Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
F977
Fundamentos de engenharia de petróleo / José Eduardo Thomas,
organizador. — Rio de Janeiro : Interciência : PETROBRAS, 2001.
Inclui referências
ISBN 85-7193-046-5
1. Petróleo. 2. Engenharia de petróleo. I. Thomas, José Eduardo.
II. PETROBRAS.
00-1688. CDD 622.3382
CDU 622.323
E proibida a reprodução total ou parcial, por quaisquer meios,
sem autorização por escrito da editora.
As figuras 3.4 e 3.5 foram reproduzidas de NETILETON, L. L., 1971, as figuras 3.11 e 3.29
foram reproduzidas de SHERIFF, R. F., 1992 e a figuru 3.21 foi reproduzida de FRENCH, W. S., 197:
com autorização da Society of Exploration Geophysici
As figuras 3.22, 3.23a c 3.23b foram reproduzidas de BROWN, A. R., 1999, com autorização da
American Association of Petroleum Geologists c do Sr. Alistair Brown.
As figuras 3.31 até a 3.34 foram reproduzidas de JUSTICE, J. H. er alii, 1989, com autorização do
Sr. James H. Justice.
As figuras 3.284 e 3.28b foram reproduzidas de SHERIFF, R. E. 1992, com autorização do Sr.
Rob A. Hardage.
s
Pra Editora Interciência Ltda.
a Av. Presidente Vargas, 425/18º - Centro - Rio - RJ - 20.077-900
, | Tel:(21) 242-909º 1- Faxi(21) 242-7787
e-mail: editora O interciencia.com.br
Impresso no Brasil - Printed in Br
APRESENTAÇÃO
Desde a sua criação a PETROBRAS vem buscando desenvolver as competências
essenciais ao sucesso da Companhia, complementando a formação dos seus profissio-
nais através de cursos internos ou mediante convênios com Universidades no Brasil e
no exterior.
Ao longo do tempo, muitos profissionais foram se engajando no processo de
capacitação contínua, atuando como professores e produzindo um bom acervo de
material didático que, gradualmente, vem sendo transformado em livros, como no caso
específico do Fundamentos de Engenharia de Petróleo. Para isso, os autores contam
com o apoio do Programa de Editoração de Livros Didáticos, hoje vinculado à Univer-
sidade Corporativa PETROBRAS.
Neste livro estão resumidos os conhecimentos e experiências didáticas de vários
profissionais envolvidos com o Curso de Engenharia de Petróleo, que é ministrado
internamente na PETROBRAS e tem sido o principal instrumento para a formação dos
Engenheiros de Petróleo, no país. Trata-se de publicação pioneira em língua portugue-
sa e que deve suprir uma lacuna existente em nossas bibliotecas técnicas.
Desta forma, espera-se estar contribuindo para o desenvolvimento dos profissi-
onais e estudantes interessados pela Engenharia de Petróleo.
oO
EL] PETROBRAS
BRR O) qa pstasss finos
x Fundamentos de Engenharia de Petróleo
dedica-se ao upstream (exploração e produção) não contemplando o downstream
(transporte e refino).
Grande parte dos equipamentos empregados na indústria do petróleo é de
origem estrangeira. A literatura também é estrangeira e a tradução para o português
muitas vezes perde o significado. Apesar de todo o esforço, muitos termos foram
mantidos no original em inglês, assim como também muitas das unidades de medida.
José Eduardo Thomas
Engº de Minas e Geólogo — UFRGS
Geofisico Sênior — Petrobras
thomas(Opetrobras.com.br
INDICE
ução TX
C 01,0 PETRÓLEO 1
44 Histórico 1
1.1.1 Nomundo 1
112 NoBrasil 3
Constituintes do petróleo 4
12.1 Hidrocarbonetos 6
1.22 Não-hidrocarbonetos 9
Composição do petróleo 10
Classificação do petróleo 11
14.1 Classe parafínica 12
142 Classe parafínico-naftênica 12
143 Classe naftênica 12
144 Classe aromática intermediária 12
145 Classe aromático-naftênica 13
14.6 Classe aromático-asfáltica 13
2APÍTULO 2. NOÇÕES DE GEOLOGIA DE PETRÓLEO 15
2.1 Origem do petróleo 15
| 21.1 Migração do petróleo 16
212 Rocha-reservatório 17
21.3 Rochaselante 18
214 Aprisionamento do petróleo 19
03. PROSPECÇÃO DE PETRÓLEO 23
Métodos geológicos. 23
3.1.1 Geologia de superfície 23
3.12 Aerofotogrametria e fotogeologia 24
3.13 Geologia de subsuperfície 24
x Fundamentos de Engenharia de Petróleo
3.2 Métodos potenciais 26
32.1 Gravimetria 26
322 Magnetometria 28
3.3 Métodos sísmicos 29
33,1 Fontes e receptores sísmicos 30
332 Aquisição de dados sísmicos 31
333 Tipos de ondas sísmicas e velocidades de propagação 33
Sismograma sintético 35
Técnica CDP e obtenção de velocidades 36
Processamento de dados sísmicos 39
Interpretação de dados sísmicos 41
Sísmica tridimensional (3-D) 42
Sísmica aplicada à perfuração e ao desenvolvimento da produção 47
Sísmica 4-D 48
Sísmica de poço 49
CAPÍTULO 4. PERFURAÇÃO 55
4.1 Equipamentos da sonda de perfuração 55
4.1.1 Sistema de sustentação de cargas 55
4.12 Sistema de geração e transmissão de energia 58
4.1.3 Sistema de movimentação de carga S9
414 Sistema de rotação 62
4.1.5 Sistema de circulação 65
416 Sistema de segurança do poço 67
4.17 Sistema de monitoração 69
4.2. Colunas de perfuração 70
42.1 Comandos 70
Tubos pesados 70
Tubos de perfuração 71
Acessórios da coluna de perfuração 72
Ferramentas de manuseio da coluna 73
Dimensionamento da coluna de perfuração 74
4.3. Brocas 76
43.1 Brocas sem partes móveis 76
43.2 Brocas com partes móveis 78
4.4. Fluidos de perfuração 80
44.1 Propriedades dos fluidos de perfuração 81
442 Classificação dos fluidos de perfuração 83
Índice xm
4.5 Operações normais de perfuração 87
45.1 Alargamento e repassamento 87
452 Conexão, manobra circulação 87
453 Revestimento de um poço de petróleo 88
45.4 Cimentação de poços de petróleo 91
455 Perfilagem 99
456 Movimentação da sonda 99
4.6 Otimização da perfuração 99
46.1 Programa de revestimento 100
462 Programa de fluido de perfuração 100
463 Programa de brocas 100
464 Parâmetros mecânicos 101
465 Parâmetros hidráulicos 101
4.7 Operações especiais de perfuração [01
471 Controle de kicks 101
472 Pescaria 104
473 Testemunhagem 105
4.8 Perfuração direcional 106
481 Controle da verticalidade em poços verticais 106
48.2 Perfuração de poços direcionais 106
4.9 Perfuração marítima 109
49,1 Tipos de unidades 110
492 Sistemas de cabeça de poço submarino 113
493 Cabeça de poço em sondas flutuantes 117
494 Movimentos de uma sonda 118
49.5 Equipamentos auxiliares 119
“CAPÍTULOS. AVALIAÇÃO DE FORMAÇÕES 121
5.1 Perfilagem a poço aberto 122
5.1.1 Fundamentos de perfilagem 122
5.1.2 “Tipos de perfis 123
5.2 “Testes de pressão em poços 125
5.2.1 Objetivos dos testes 126
5.2.2 Tipos de testes de pressão 128
5.3 Perfilagem de produção 133
531 Production logging tool (PLT) 133
532 Thermal decay time log (TDT) 135
xIv Fundamentos de Engenharia de Petróleo
CAPÍTULO6, COMPLETAÇÃO 137
6.1 Tipos de completação 137
6.1.1 Quanto ao posicionamento da cabeça do poço 137
6.1.2 Quanto ao revestimento de produção 138
6.1.3. Quanto ao número de zonas explotadas 139
6.2 Etapas de uma completação 140
62.1 Instalação dos equipamentos de superfície 140
622 Condicionamento do poço 141
623 Avaliação da qualidade da cimentação 141
624 Canhoneio 147
6.2.5 | Instalação da coluna de produção 147
626 Colocação do poço em produção 149
6.3, Principais componentes da coluna de produção 149
6.31 Tubos de produção 149
632 Shear-out 150
633 Hydro-trip 151
634 Nipples de assentamento 151
635 Camisa deslizante (sliding sleeve) 152
636 Checkvalve 152
6.3.7 Packer de produção 152
6.38 Unidade selante 155
639 Junta telescópica (TSR) 155
63.10 Mandril de gas-lift 156
63.11 Válvula de segurança de subsuperfície (DHSV) 157
6.4 Equipamentos de superfície 157
64.1 Cabeça de produção 158
642 Arvore de natal convencional (ANC) 158
643 Árvore de natal molhada (ANM) 160
6.5 Intervenções em poços 163
65.1 Avaliação 164
652 Recompletação 164
653 Restauração 164
654 Limpeza 166
6.5.5 Mudança do método de elevação 166
656 Estimulação 166
6.5.7 Abandono 168
CAPÍTULO 7. RESERVATÓRIOS 169
7.1 Propriedades básicas 169
7.1.1 Compressibilidade 169
7.12 Saturação 170
713 Permeabilidade absoluta 170
714 Permeabilidade efetiva 171
71.5 Permeabilidade relativa 173
7.1.6 Mobilidade 174
7.2 Regimesde fluxo 174
“73 Classificação dos reservatórios 176
73.1 Vaporização de uma substância pura 176
732 Mistura de hidrocarbonetos 178
733 Diagramas de fases 179
734 Tipos de reservatórios 180
7.4 Fluidos produzidos 182
741 Produção de óleo 183
Produção de gás 183
Produção de água 183
RGO,RAOeBSW 183
Histórico de produção 184
Fator volume de formação do gás 184
Fator volume de formação do óleo 185
Razão de solubilidade 186
7.5 Mecanismos de produção 187
75.1 Mecanismo de gás em solução 188
75.2 Mecanismo de capa de gás 190
75.3 Mecanismo de influxo de água 191
754 Mecanismo combinado 192
755 Segregação gravitacional 193
Estimativas de reservas 194
76.1 Definições 194
746.2 Fator de recuperação e reservas 195
76.3 Condições de abandono e volume recuperável 196
764 Métodos de cálculo 197
Métodos de recuperação 200
7.7.1 Métodos convencionais de recuperação 201
772 Eficiências de recuperação 203
7.73 Reservas e métodos de recuperação 204
7.74 Métodos especiais de recuperação 205
8.ELEVAÇÃO 209
Elevação natural — poços surgentes 209
8.1.1 Fatores que influem na produção acumulada por surgência 210
812 Fluxo no mcio poroso 211
13
Fundamentos de Engenharia de Petróleo
Nos anos seguintes a perfuração rotativa se desenvolve e progressivamente
substitui a perfuração pelo método de percussão. A melhoria dos projetos e da quali-
dade do aço, os novos projetos de brocas e as novas técnicas de perfuração possibili
tam a perfuração de poços com mais de 10.000 metros de profundidade.
A busca do petróleo levou a importantes descobertas nos Estados Unidos,
Venezuela, Trinidad, Argentina, Bomeu e Oriente Médio. Até 1945 o petróleo pro-
duzido provinha dos Estados Unidos, maior produtor do mundo, seguido da Venezuela,
México, Rússia, Irã e Iraque. Com o fim da Segunda Guerra, um novo quadro geopolítico
e econômico se delineia e à indústria do petróleo não fica à margem do processo.
Ainda nos anos 50, os Estados Unidos continuam detendo metade da produção mun-
dial, mas já começa a afirmação de um novo pólo produtor potencialmente mais
pujante no hemisfério oriental. Essa década marca, também, uma intensa atividade
exploratória. e começam a se intensificar as incursões no mar, com o surgimento de
novas técnicas exploratórias.
Com o passar dos anos foi desenvolvida grande variedade de estruturas marí-
timas, incluindo navios, para portar os equipamentos de perfuração. Atualmente,
algumas destas unidades de perfuração operam em lâminas d'água maiores que 2.000
metros.
A década de 60 registra a abundância do petróleo disponível no mundo. O
excesso de produção, aliado aos baixos preços praticados pelo mercado, estimula o
consumo desenfreado. O deslocamento de polaridade que já se fazia prever na di
da anterior começa a se afirmar. Os anos 60 revelaram grande sucesso na exploração
de petróleo no Oriente Médio e na então União Soviética, o primeiro com expressi-
vas reservas de óleo e o segundo com expressivas reservas de gás.
Os anos 70 forum marcados por brutais elevações nos preços do petróle
tornando econômicas grandes descobertas no Mar do Norte e no México. Outras
grandes descobertas ocorrem em territórios do Terceiro Mundo e dos países comu-
nistas, enquanto que os Estados Unidos percebem que suas grandes reservas de pe-
tróleo já se encontram esgotadas, restando-lhes aprimorar métodos de pesquisa para
localizar as de menor porte e de revelação mais discreta, Acontecem, então, os gran
des avanços tecnológicos no aprimoramento de dispositivos de aquisição,
processamento e interpretação de dados sísmicos, como também nos processos de
recuperação de petróleo das jazidas já conhecidas. Os anos 70 marcam, também.
significativos avanços na geoquímica orgânica, com consegiiente aumento no enten-
dimento das áreas de geração e migração de petróleo.
Nos anos 80 e 90, os avanços tecnológicos reduzem os custos de exploração e
de produção, criando um novo ciclo econômico para a indústria petrolífera. Em
1996, as reservas mundiais provadas eram 60% maiores que em 1980, e os custos
médios de prospecção e produção caíram cerca de 60% neste mesmo período.
Assim, ao longo do tempo, o petróleo foi se impondo como fonte de energia.
Hoje, com o advento da petroquímica, além da grande utilização dos seus deriva
dos, centenas de novos compostos são produzidos, muitos deles diariamente utili-
zados, como plásticos, borrachas sintéticas, tintas, corantes, adesivos, solventes,
detergentes, explosivos, produtos farmacêuticos, cosméticos, etc. Com isso, o pe-
tróleo, além de produzir combustível, passou a ser imprescindível às facilidades e
comodidades da vida moderna.
lo 1. O Petróleo 3
1.2 No Brasil
A história do petróleo no Brasil começa em 1858, quando o Marquês de Olinda
o Decreto nº 2.266 concedendo a José Barros Pimentel o direito de extrair
al betuminoso para fabricação de querosene, em terrenos situados às margens
arau, na então província da Bahia. No ano seguinte, o inglês Samucl Allport,
a construção da Estrada de Ferro Leste Brasileiro, observa o gotejamento de
em Lobato, no subúrbio de Salvador.
Contudo, as primeiras notícias sobre pesquisas diretamente relacionadas ao
leo ocorrem em Alagoas em 1891, em função da existência de sedimentos argi-
betuminosos no litoral. O primeiro poço brasileiro com o objetivo de encontrar
leo, porém, foi perfurado somente em 1897, por Eugênio Ferreira Camargo, no
icípio de Bofete, no estado de São Paulo. Este poço atingiu a profundidade final
188 metros e, segundo relatos da época, produziu 0,5 m” de óleo.
Em 1919 foi criado o Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil, que perfu-
m sucesso, 63 poços nos estados do Pará, Alagoas, Bahia, São Paulo, Paraná,
ta Catarina e Rio Grande do Sul.
sob a jurisdição do recém-criado Departamento Nacional de Pro-
p Mineral (DNPM), inicia-se a perfuração do poço DNPM-163, em Lobato, BA,
a ser o descobridor de petróleo no Brasil, no dia 21 de janeiro de 1939. O
o foi perfurado com uma sonda rotativa e encontrou petróleo a uma profundidade
metros. Apesar de ter sido considerado antieconômico, os resultados do poço
n de importância fundamental para o desenvolvimento das atividades petrolífe-
o país.
Eis o final de 1939 aproximadamente 80 poços tinham sido perfurados. O pri-
O campo comercial, entretanto, foi descoberto somente em 1941, em Candeias, BA.
A partir de 1953, no governo Vargas, foi instituído o monopólio estatal do petró-
a criação da Petrobras, que deu partida decisiva nas pesquisas do petróleo
Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espíri-
n io de Janeiro. Paraná, São Paulo e Santa Catarina. Cada década na Em-
tem sido marcada por fatos de grande relevância na exploração de petróleo no
a década de 50 foram as descobertas dos campos de petróleo de Tabuleiro dos
em Alagoas. e Taquipe, na Bahia. Na década de 60 foram os campos de
ópolis, em Sergipe. e Miranga, na Bahia. Ainda em Sergipe, um marco notável
década foi a primeira descoberta no mar. o campo de Guaricema.
O grande fato dos anos 70, quando os campos de petróleo do Recôncavo Baiano
na maturidade, foi a descoberta da província petrolífera da Bacia de Cam-
“|, através do campo de Garoupa. Nessa mesma década outro fato importante
coberta de petróleo na plataforma continental do Rio Grande do Norte atra-
campo de Ubarana.
A década de 80 foi marcada por três fatos de relevância: a constatação de
ias de petróleo em Mossoró, no Rio Grande do Norte, apontando para o que
A se constituir, em pouco tempo, na segunda maior área produtora de petróleo
4 Fundamentos de Engenharia de Petróleo
do país, as grandes descobertas dos campos gigantes de Marlim e Albacora em águas
profundas da Bacia de Campos. no Rio de Janeiro, e as descobertas do Rio Urucu, no
Amazonas.
Na década de 90 várias outras grandes descobertas já foram contabilizadas,
como os campos gigantes de Roncador e Barracuda na Bacia de Campos, estado do
Rio de Janeiro.
A produção de petróleo no Brasil cresceu de 750 m'/dia na época da criação
da Petrobras para mais de 182.000 m'/dia no final dos anos 90, graças aos contínuos
avanços tecnológicos de perfuração e produção na plataforma continental. A figura
1.1 ilustra os sucessivos recordes mundiais de produção marítima de petróleo.
Figura 1.1 — Evolução do recorde mundial de produção na plataforma continental,
atestando a constante evolução de técnicas e materiais na busca de reservas gigantes
de petróleo em águas profundas.
1.2 Constituintes do petróleo
Do latim petra (pedra) e oleum (óleo), o petróleo no estado líquido é uma
substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, com cheiro característico e
cor variando entre o negro e o castanho-claro.
O petróleo é constituído, basicamente, por uma mistura de compostos quími-
cos orgânicos (hidrocarbonetos). Quando a mistura contém uma maior porcentagem
de moléculas pequenas seu estado físico é gasoso e quando a mistura contém molé-
maiores seu estado físico é líquido, nas condições normais de temperatura e
pressão.
O petróleo contém centenas de compostos químicos, e separá-los em com-
ponentes puros ou misturas de composição conhecida é praticamente impossível. O
lo 1. O Petróleo Ê
stróleo é normalmente separado em frações de acordo com a faixa de ebulição dos
postos. A tabela 1.1 mostra as frações típicas que são obtidas do petróleo.
Tabela 1.1 — Frações típicas do petróleo
Temperatura de Te |
“ebulição (ºC)
Ê |
residual - gás combustível.
liquefeito de Até 40 gás combustível
óleo — GLP engarrafado,
uso doméstico e
4 industrial.
40-175 Quer combustível de
| automóveis, solvente.
175- 235 CARE iluminação,
P | combustível de
aviões a jato.
225 - 305 Eus] diesel, fornos
305 - 400 F Cruel combustível, |
matéria-prima
p/lubrificante:
400 - 510 CNC óleos lubri
| Acimades1O E asfalto, piche,
impermeabilizantes.
Os óleos obtidos de diferentes reservatórios de petróleo possuem característi-
rentes. Alguns são pretos, densos, viscosos, liberando pouco ou nenhum gás,
que outros são castanhos ou bastante claros, com baixa viscosidade e den-
E, liberando quantidade apreciável de gás. Outros reservatórios, ainda. podem
somente gás. Entretanto, todos eles produzem análises elementares seme-
às dadas na tabela 1.2.
Tabela 1.2 — Análise elementar do óleo cru típico (% em peso)
Hidrogênio 1-14%
— Carbono B3-87% |
Enxofre [akE 0,06-8% ig
Nitrogênio 0,11-1,7%
Oxigênio = 0,1-2% E]
Metais
À alta porcentagem de carbono e hidrogênio existente no petróleo mostra que
eus principais constituintes são os hidrocarbonetos. Os outros constituintes apa-
sob a forma de compostos orgânicos que contêm outros elementos, sendo os
Comuns o nitrogênio, o enxofre e o oxigênio. Metais também podem ocorrer
O sais de ácidos orgânicos.
6 Fundamentos de Engenharia de Petróleo
1.2.1 Hidrocarbonetos
Hidrocarbonetos são compostos orgânicos formados por carbono e hidrogê-
nio. De acordo com sua estrutura, são classificados em saturados, insaturados e aro-
máticos. Os hidrocarbonetos saturados, também denominados de alcanos ou parafi-
nas (do latim parafine, “pequena atividade”, por serem comparativamente inertes),
são aqueles cujos átomos de carbono são unidos somente por ligações simples e ao
maior número possível de átomos de hidrogênio, constituindo cadeias lineares,
ramificadas.ou cíclicas, interligadas ou não. Os hidrocarbonetos insaturados, tam-
bém denominados de alefinas, apresentam pelo menos uma dupla ou tripla ligação
carbono-carbono, enquanto que os hidrocarbonetos aromáticos, também chamados
de arenos, apresentam pelo menos um anel de benzeno na sua estrutura.
a) Hidrocarbonetos parafiínicos normais
Os hidrocarbonetos parafínicos normais ou alcanos possuem a fórmula geral
CH, ., Os nomes dos alcanos são formados por um prefixo (que específica o número
de carbonos) e do sufixo ano. O mais simples deles é o metano, constituído por um
átomo de carbono ligado a quatro átomos de hidrogênio. A figura 1.2. ilustra os
primeiros compostos desta família.
ER
|
H-C-H H-C-C-H H-C-C-C-H H-C-C-C-C-H
H HH HHH FARIAS
CH Ch CH, Cho
metano etano propano butano
Figura 1.2 - Exemplo de parafinas normais.
b) Hidrocarbonetos parafinicos ramificados
Os hidrocarbonetos parafinicos podem apresentar ramificações em um ou mais
átomos de carbono e são também denominados de isoparafinas, ou isoalcanos. Têm
a mesma fórmula geral dos alcanos normais.
H H
1 1 |
H=-C-H H-C-H H-C-H
Ho HI HH CRC
l , gg | od
réGe mEcêên o-cee cn
HHH TR RIR HH
Gio CH Ca
isobutano isopentano 3-metil-pentano
Figura 1.3 Exemplo de parafinas ramificadas.
ulo 1. O Petróleo
| Hidrocarbonetos parafínicos cíclicos
Em muitos hidrocarbonetos, os átomos de carbono são dispostos na forma de
;. Podem apresentar radicais parafínicos normais ou ramificados ligados ao anel
o hidrocarboneto cíclico. Na indústria do petróleo são conhecidos como
A nomenclatura utilizada é a mesma dos parafínicos, agora com o prefi-
HH
HH NE
HH y H H
RR ne NAS
I pd Fu
Ho HESSE HH
É CM Co — Co
eiclopropano ciclobutano ciclopentano ciclohexano
Figura 1.4 — Exemplo de hidrocarbonetos cíclicos.
drocurbonetos insaturados
;
Os hidrocarbonetos insaturados, dos quais os mais comuns são os alcenos,
“sentam a formula geral C H, . Assim como para os alcanos, o pretixo especi
mero de carbonos e o sufixo é eno. Dependendo do número de duplas ligações,
ecidos como diolefinas, triolefinas, etc. Quando ocorre uma tripla ligação
0 arbono, os hidrocarbonetos insaturados são denominados de alcinos, e o
éino.
Ra na
H-C=C-H H-C=C-C-H H-C=c-H
|
H
CH, CiHs Ch
eteno propeno etino (acetileno)
Figura 1.5 — Exemplo de hidrocarbonetos insaturados.
Os hidrocarbonetos insaturados constituem um grupo extremamente reativo.
a sejam biologicamente metabolizados em grande quantidade, dificilmente
servados na natureza.
12 Fundamentos de Engenharia de Petróleo
saber a quantidade das diversas frações que podem ser obtidas, assim como sua
composição e propriedades físicas.
Assim, os óleos parafínicos são excelentes para a produção de querosene de
aviação (QAV), diesel, lubrificantes e parafinas. Os óleos naftênicos produzem fra-
ções significativas de gasolina, nafta petroquímica, QAV e lubrificantes, enquanto
que os óleos aromáticos são mais indicados para a produção de gasolina, solventes e
asfalto.
14.1 Classe parafínica (75% ou mais de parafinas)
Nesta classe estão os óleos leves, fluidos ou de alto ponto de fluidez, com
densidade inferior a 0,85, teor de resinas faltenos menor que 10% e viscosidade
baixa, exceto nos casos de elevado tcor de n-parafinas com alto peso molecular (alto
ponto de fluidez). Os aromáticos presentes são de anéis simples ou duplos e o teor de
enxofre é baixo. A maior parte dos petróleos produzidos no Nordeste brasileiro é
classificada como parafínica.
1.4.2 Classe parafínico-naftênica (50 - 70% parafinas, 20% de
naftênicos)
Os óleos desta classe são os que apresentam um teor de resinas e asfaltenos
entre 5 e 15 %, baixo teor de enxofre (menos de 1%), teor de naftênicos entre 25 e
40%. A densidade e viscosidade apresentam valores maiores do que os parafínicos,
mas ainda são moderados. A maioria dos petróleos produzidos na Bacia de Campos,
RJ, é deste tipo.
1.4.3 Classe naftênica (>70% de nafiônicos)
Nesta classe enquadra-se um número muito pequeno de óleos. Apresentam
baixo teor de enxofre e se originam da alteração bioquímica de óleos parafínicos e
parafínico-naftênicos. Alguns óleos da América do Sul, da Rússia e do Mar do Norte
pertencem a esta classe,
1.4.4 Classe aromática intermediária (>50% de hidrocarbonetos a
aromáticos)
Compreende óleos fregiientemente pesados, contendo de 10 a 30% de asfaltenos
e resinas e teor de enxofre acima de 1%. O teor de monoaromáticos é baixo e em
contrapartida o teor de tiofenos e de dibenzotiofenos é elevado. A densidade usual
mente é maior que 0,85.
Alguns óleos do Oriente Médio (Arábia Saudita, Catar, Kuwait, Iraque, Síria
e Turquia), África Ocidental, Venezuela, Califórnia e Mediterrâneo (Sicília, Espanha
e Grécia) são desta classe.
1. O Petróleo
Classe aromático-naftênica (>35% de naftênicos)
Óleos deste grupo sofreram processo inicial de biodegradação, no qual foram
as as parafinas. Eles são derivados dos óleos parafínicos e parafínico-
cos, podendo conter mais de 25% de resinas e asfaltenos, e teor de enxofre
4e 1%. Alguns óleos da África Ocidental são deste tipo.
Classe aromático-asfáltica (>35% de asfaltenos e resinas)
Estes óleos são oriundos de um processo de biodegradação avançada em que
à a reunião de monocicloalcenos e oxidação. Podem também nela se enqua-
poucos óleos verdadeiramente aromáticos não degradados da Venezuela
“a Qcidental. Entretanto, ela compreende principalmente óleos pesados e vis-
s. resultantes da alteração dos óleos aromáticos intermediários. o
— Desta forma, o teor de asfaltenos e resinas é elevado, havendo equilíbrio entre
s. O teor de enxofre varia de | a 9% em casos extremos. Nesta classe encon-
os óleos do Canadá ocidental, Venezuela e sul da França.
2
Noções DE GEOLOGIA
DE PETRÓLEO
rigem do petróleo
D petróleo tem origem a partir da matéria orgânica depositada junto com os
. A matéria orgânica marinha é basicamente originada de microorganismos
formam o fitoplâncton e não pode sofrer processos de oxidação. A neces
K condições não-oxidantes pressupõe um ambiente de deposição composto
itos de baixa permeabilidade, inibidor da ação da água circulante em seu
interação dos fatores — matéria orgânica, sedimento e condições termo-
apropriadas — é fundamental para o início da cadeia de processos que leva
o do petróleo. A matéria orgânica proveniente de vegetais superiores tam-
dar origem ao petróleo, todavia sua preservação torna-se mais difícil em
do meio oxidante onde vivem.
) tipo de hidrocarboneto gerado. óleo ou gás, é determinado pela constitui-
natéria orgânica original e pela intensidade do processo térmico atuante
. À matéria orgânica proveniente do fitoplâncton, quando submetida a con-
érmicas adequadas, pode gerar hidrocarboneto líquido. O processo atuante
itéria orgânica vegetal lenhosa poderá ter como consegiiência a geração de
neto gasoso
itindo um ambiente apropriado, após a incorporação da matéria orgâni-
nto, dá-se aumento de carga sedimentar e de temperatura, começando,
delinear o processo que passa pelos seguintes e: ágios evolutivos:
à ha faixa de temperaturas mais baixas, até 65ºC, predomina a atividade
bacteriana que provoca a reorganização celular e transforma a matéria or-
gânica em querogênio. O produto gerado é o metano bioquímico ou
biogênico, conforme mostra a figura 2.1. Este processo é denominado de
Diagênese;
O incremento de temperatura, até 165%C, é determinante da quebra das
moléculas de querogênio e resulta na geração de hidrocarbonetos líquidos
e gás — Catagênese;
16 Fundamentos de Engenharia de Petróleo
— a continuação do processo, avançando até 210ºC, propicia a quebra das
moléculas de hidrocarbonetos líquidos e sua transformação em gás leve —
Metagênese;
— ultrapassando essa fase, a continuação do incremento de temperatura leva
à degradação do hidrocarboneto gerado, deixando como remanescente gra-
fite, gás carbônico e algum resíduo de gás metano — Metamorfismo.
Campos de
existência
Estágios de
transformação
Diagênese
Catagênese
Temperatura (ºC)
Metagênese
Metamorfismo
Figura 2.1 — Transformação termoquímica da matéria orgânica e a geração do petróleo.
Assim, O processo de geração de petróleo como um todo é resultado da capta-
ção da energia solar, através da fotossíntese, e transformação da matéria orgânica
com a contribuição do fluxo de calor oriundo do interior da Terra.
2.1.1 Migração do petróleo
Para se ter uma acumulação de petróleo é necessário que, após o processo de
geração, ocorra a migração e que esta tenha seu caminho interrompido pela existên-
cia de algum tipo de armadilha geológica.
Do estudo dos fatores controladores da ocorrência do petróleo, a migração é
mais questionado, o menos conclusivo, e o que mais suscita polêmica entre os geólogos
de petróleo. O fato é que o petróleo é gerado em uma rocha dita fonte, ou geradora
e se desloca para outra, onde se acumula, dita reservatório. As formas de migração
têm tido várias explicações, e na Petrobras modelos bem fundamentados têm sido
propostos para explicar as acumulações existentes no país.
A explicação clássica para o processo atribui papel relevante à fase de expul-
são da água das rochas geradoras, que levaria consigo o petróleo durante os proces
sos de compactação. Outra explicação estaria no microfraturamento das rochas ge
radoras. Isto facilitaria o entendimento do fluxo através de um meio de baixíssima
permeabilidade, como as rochas argilosas (folhelhos).
2. Noções de Geologia de Petróleo 17
* À expulsão do petróleo da rocha onde foi gerado dá-se o nome de migração
Ao seu percurso ao longo de uma rocha porosa e permcável até ser inter-
do e contido por uma armadilha geológica dá-se o nome de migração secundá-
jão-contenção do petróleo em sua migração permitiria seu percurso continuado
a de zonas de menor pressão até se perder através de exsudações, oxidação e
jo bacteriana na superfície.
petróleo, após ser gerado e ter migrado, é eventualmente acumulado em
que é chamada de reservatório (figura 2.2). Esta rocha pode ter qualquer
natureza, mas para se constituir em um reservatório deve apresentar espa:
os no seu interior (porosidade), e que estes vazios estejam interconectados,
-lhe a característica de permeabilidade. Desse modo, podem se constituir
atório os arenitos e calcarenitos, e todas as rochas sedimentares essen-
dotadas de porosidade intergranular que sejam permeáveis. Algumas ro.
m vir a se constituir reservatórios quando se apresentam naturalmente
a rocha-reservatório, de uma maneira geral, é composta de grãos ligados
utros por um material, que recebe o nome de cimento. Também existe entre
do volume dos espaços vazios existentes entre eles. O volume de espaços
mbém chamado de volume poroso. Portanto, a porosidade de uma rocha é
0=VM, (2.1)
palio:
5 (2.2)
É a porosidade; V, é o volume total da rocha; So é o volume poroso; e V é o
le sólidos.
orosidade depende da forma, da arrumação e da varia
m do grau de cimentação da roche
ente existe comunicação entre os poros de uma rocha, Porém, devi-
, alguns poros podem ficar totalmente isolados. Chama-se “porosidade
a razão entre o volume de todos os poros, interconectados ou não, e o
da rocha, À razão entre o volume dos poros interconectados e o volume
Dcha dá-se o nome de “porosidade efetiva”. Como os poros isolados não
Síveis para a produção de fluidos, o parâmetro realmente importante para
de reservatórios é a porosidade efetiva, pois representa o volume máxi-
Ss que pode ser extraído da rocha.
idade que se desenvolveu quando da conversão do material sedimentar
à é denominada “primária”. Entretanto, após a sua formação, a rocha é
de tamanho dos
Prospecção DE PETRÓLEO
ida de petróleo em uma nova área é uma tarefa que
n longo e dispendioso estudo e análise de dados geofísicos e geológicos
js sedimentares. Somente após exaustivo prognóstico do comportamento
;as camadas do subsolo, os geólogos e geofísicos decidem propor a perfura-
n poço, que é a etapa que mais investimentos exige em todo o processo de
programa de prospecção visa fundamentalmente a dois objetivos: (1) lo-
tro de uma bacia sedimentar as situações geológicas que tenham condi
acumulação de petróleo; e (ii) verificar qual, dentre estas situações, possui
ce de conter petróleo. Não se pode prever, portanto, onde existe petróleo, e
mais favoráveis para sua ocorrênci:
tificação de uma área favorável à acumulação de petróleo é realizada
métodos geológicos e geofísicos, que, atuando em conjunto, conseguem
ocal mais propício para a perfuração. Todo o programa desenvolvido du-
de prospecção fornece uma quantidade muito grande de informações
, com um investimento relativamente pequeno quando comparado ao custo
jo de um único poço exploratório.
odos geológicos
primeira etapa de um programa exploratório é a realização de um estudo
com o propósito de reconstituir as condições de formação e acumulação de
elos em uma determinada região. Para esse fim, o geólogo elabora ma:
a de superfície com o apoio da aerofotogrametria e fotogeologia, infe-
de subsuperfície a partir dos mapas de superfície e dados de poços,
analisa as informações de caráter paleontológico e geoquímico
ologia de superfície
24 Fundamentos de Engenharia de Petróleo
de acumular hidrocarbonetos. Os mapas geológicos, que indicam as áreas potencial-
mente interessantes, são continuamente construídos e atualizados pelos exploracio-
nistas. Nestes mapas, as áreas compostas por rochas ígneas e metamórficas são prati-
camente eliminadas, como também pequenas bacias com espessura sedimentar muito
reduzida ou sem estruturas favoráveis à acumulação,
Nesta fase existe a possibilidade de reconhecimento e mapeamento de estru-
turas geológicas que eventualmente possam incentivar a locação! de um poço pio-
neiro.? As informações geológicas e geofísicas obtidas a partir de poços exploratórios
são de enorme importância para a prospecção, pois permitem reconhecer as rochas
que não afloram na superfície e aferir e calibrar os processos indiretos de pesquisas
como os métodos sísmicos.
3.1.2 Aerofotogrametria e fotogeologia
A aecrofotogrametria é fundamentalmente utilizada para construção de mapas
base ou topográficos e consiste em fotografar o terreno utilizando-se um avião dev
dumente equipado, voando com altitude, direção e velocidade constante
A fotogeologia consiste na determinação das feições geológicas a partir de
fotos aéreas, onde dobras, falhas e o mergulho das camadas geológie:
As estruturas geológicas podem ser identificadas através da variação da cor do solo,
da configuração de rios é de drenagem presente na região em estudo. Em regiões
áridas, como o exemplo da figura 3.1, a ausência de cobertura vegetal permite a iden
tificação direta das rochas presentes na área de estudo.
Além das fotos aéreas obtidas nos levantamentos aerofotogramétricos, utili
zam-se imagens de radar e imagens de satélite, cujas cores são processadas para
ressaltar características específicas das rochas expostas na superfície. A figura 3.2 é
uma imagem de satélite mostrando claramente lincamentos resultantes de intenso
mecanismo de dobramento de rochas sedimentares.
são visíveis
3.1.3 Geologia de subsuperfície
Consiste no estudo de dados geológicos obtidos em um poço exploratório. A
partir destes dados é possível determinar as características geológicas das rochas de
subsuperfície. As técnicas mais comuns envolvem:
— a descrição das amostras de rochas recolhidas durante a perfuração:
— o estudo das formações perfuradas e sua profundidade em relação a um
referencial fixo (fregiientemente o nível do mar);
— a construção de mapas e seções estruturais através
informações de diferentes poços; e
da correlação entre as
' Posição, em coordenadas geográficas ou referida a um marco geodésico, definida para a perfuração de
um poço.
* Primeiro poço em uma área envolvendo altos custos e riscos, cuja locação deve ser criteriosamente analisada
O índice de sucesso em poços pioneiros da Petrobras no mar é de 47%
3. Prospecção de Petróleo 25
= aidentificação dos fósseis presentes nas amostras de rocha provenientes da
superfície e subsuperfície através do laboratório de paleontologia. Com os
resultados obtidos pode-se correlacionar os mais variados tipos de rochas
dentro de uma bacia ou mesmo entre bacias.
= Interpretação fotogeológica onde são nítidas as feições de diferentes tipas de rochas.
Figura 3.2 — Cadeia de montunhas Zagros no Irá e parte do Golfo Pérsico.
(Fotografado por James A. Lovell Jr., a bordo da cápsula Gemini XIIL.)
26 Fundamentos de Engenharia de Petróleo
O geólogo trabalha predominantemente na aferição direta das rochas e, utili
zando-se de diferentes técnicas, consegue identificar as estruturas mais promissoras
para a acumulação de petróleo em uma área. Esgotados os recursos diretos de inves
tigação, onde uma grande quantidade de informações é acumulada, a prospecção por
métodos indiretos torna-se apropriada em áreas potencialmente promissoras. No caso
particular da Plataforma Continental, o emprego de métodos indiretos, ou geofísicos
tem possibilitado a descoberta de acumulações gigantescas de hidrocarbonetos.
3.2 Métodos potenciais
A geofísica é o estudo da terra usando medidas de suas propriedades físicas
Os geofísicos adquirem, processam e interpretam os dados coletados por instrumen
tos especiais, com o objetivo de obter informações sobre a estrutura c composição
das rochas em subsuperfície. Grande parte do conhecimento adquirido sobre o inte
rior da Terra, além dos limites alcançados por poços, vem de observações geofísicas
Por exemplo, a existência e as propriedades da crosta, manto e núcleo da err:
foram inicialmente determinadas através de observações de ondas sísmicas gerad.
por terremotos, como também através de medidas da atração gravitacional, magne
tismo e das propriedades térmicas das rochas.
A gravimetria e a magnetometria, também chamadas métodos potenciais.
foram muito importantes no início da prospecção de petróleo por métodos indiretos.
permitindo o reconhecimento e mapeamento das grandes estruturas geológicas que
não apareciam na superfície.
3.2.1 Gravimetria
A prospecção gravimétrica evoluiu do estudo do campo gravitacional, un
assunto que tem interessado os geodesistas nos últimos 250 anos, preocupados en
definir a forma da Terra.
Atualmente sabe-se que o campo gravitacional depende de cinco fatores: lat
tude, elevação, topografia, marés e variações de densidade em subsuperfície. Est
ultimo é o único que interessa na exploração gravimétrica para petróleo, pois perm
te fazer estimativas da espessura de sedimentos em uma bacia sedimentar, presenç
de rochas com densidades anômalas como as rochas ígneas e domos de sal, e prevc
a existência de altos e baixos estruturais pela distribuição lateral desigual de dens
dades em subsuperfície.
A unidade de medida da aceleração do campo gravitacional terrestre é o ga!
em homenagem ao físico italiano Galileo Galilei (1564-1642), e vale 1 cm/s?. A
aceleração média na superfície da Terra é de 980 gal (aumenta 0,5% do Equador para
os pólos) e as anomalias produzidas por estruturas geológicas de interesse à prospecção
de petróleo são da ordem de 103 gal. Conseqientemente, os gravímetros são instru-
mentos de medida bastante sensíveis e devem detectar variações de 1053 gal em um
campo de 103 gal, ou seja, devem ter uma precisão da ordem de 1/1,000.000
3, Prospecção de Petróleo 27
mapa gravimétrico obtido após a aplicação das correções de latitude, clev:
ja e marés é denominado mapa Bouguer, em homenagem ao matemáti-
Pierre Bouguer (1698-1758). A interpretação do mapa Bouguer é ambígua,
entes situações geológicas podem produzir perfis gravimétricos semelhan-
tanto, a utilização individual do método gravimétrico não consegue diagnos-
m confiabilidade a real estrutura do interior da Terra, muito embora possa
existência de algum tipo de anomalia. Contudo, quando utilizado conjun-
om outros métodos geofísicos e com o conhecimento geológico prévio da
ite um avanço significativo no entendimento da distribuição espacial das
subsuperfície.
A figura 3.3 apresenta o mapa Bouguer da Bacia do Recôncavo e suas cerca-
| qual as tonalidades mais azuis indicam embasamento mais profundo, ou
maior de sedimentos, enquanto as cores mais vermelhas indicam embasa-
raso. As grandes feições estruturais e o arcabouço do embasamento são
is neste mapa.
3.3 - Mapa Bonguer, da Bacia do Recôncavo, BA. As cores vermelha, verde e azul
indicam embasamento progressivamente mais profundo.
maioria dos grandes campos de petróleo no Recôncavo Baiano foi desco-
Tavés da interpretação de mapas gravimétricos.
3
Fundamentos de Engenharia de Petrói
dentro dos limites de economicidade. Em função do detalhe necessário aos objetivo
do levantamento sísmico, critérios como resolução vertical e horizontal, distorções
atenuação de ruídos, profundidade de interesse. entre outros, são devidament:
equacionados no projeto,
Como exemplo, o tempo de registro determina a profundidade máxima «|
pesquisas. No momento da detonação,
0, o sismógrafo inicia a gravação até à
ico. Em levantamentos terrestres normal
mente 0 tempo de registro é de 4,0 segundos. Considerando que a velocidade médi:
de propagação das ondas sísmicas nas rochas é de 3.000 m/s, para t= 4,0 segundos
profundidade máxima de pesquisa será de 6.000 metros (dois segundos para o per
curso de ida c dois segundos para o percurso de volta). No mar, devido à presença d.
lâmina de água, onde as ondas s;
tempo de registro estabelecido pelo geofis
ísmicas se propagam com velocidade baixa (1.500 m/s)
9 tempo de registro varia de 6 a 12 segundos,
A amostragem horizontal é definida em função do detalhe necessário aos vb.
jetivos do levantamento. Nos levantamentos de reconhecimento regional, a distânci
horizontal entre os pontos amostrados em subsuperfície era da ordem de 100 metros
Atualmente são comuns levantamentos de detalhe com amostragem horizontal me
nores que 1() metros. Consegiientemente, a distância entre canais receptores é de 21)
metros, conforme esquematizado na figura 3.8.
canal
ame
Ponto de tiro canal É2
da
Figura 2.8 - Esquema exemplificando a amostragem horizontal.
Em levantamentos tridimensionais a amostragem lateral é definida em funçã
da distância entre cabos, figura 3.9.
Além do detalhe do levantamento, a amostragem horizontal e lateral são im
portantes no processamento das imagens obtidas, onde algorítmos sofisticados exi
gem amostragem espacial e temporal adequadas. A amostragem temporal é definida
pelo geofísico em função.do conteúdo de frequências dos sinais.
Os sismógratos modernos oferecem várias opções de amostragem temporal, sen
do que as mais utilizadas são 4 e 2 milissegundos. Desta maneira, a imagem sísmica
seção sísmica, será composta por amostras contendo os valores das amplitude:
je lateralmente ou em função da distância entre estações receptoras ou em função
entre cabos, e verticalmente pela razão de amostragem temporal.
3,9 — Levantamento marítimo 3-D. O navio reboca duas baterias de canhões,
jo disparados alternadamente, e vários cabos, cujo afastamento lateral pode chegar
a centenas de metros.
pos de ondas sísmicas e velocidades de propagação
stem basicamente dois tipos de ondas elásticas. As ondas P, ou compressio-
quais o deslocamento do meio sc dá na mesma direção de propagação da
as ondas S, ou de cisalhamento, onde o deslocamento do meio é perpendi-
ão de propagação da energia. Até o momento, somente as ondas P vêm
adas comercialmente nos levantamentos sísmicos, enquanto que os le-
Atos com as ondas S ainda encontram-se em fase experimental, ou com
específi
Velocidade de propagação das ondas sísmicas é função da densidade e das
S elásticas do meio. Consegiientemente, depende da constituição mincra-
Tocha, grau de cimentação, estágios de compactação (pressão, profundida-
sidade, conteúdo e saturação de fluidos, além de outros fatores como tempe-
esença de microfraturas. f
muito comum, na prospecção sísmica, caracterizar uma determinada rocha
a razão entre as velocidades das ondas P e das ondas S. Esta razão pode
5 áreas da engenharia e da geofísica.
figura 3.10 ilustra a distribuição de velocidades comumente encontradas
34
destas velocidades, é possível fazer estimativas dos parâmetros das rochas a partir do
conhecimento das velocidades.
Material
Areias e arenitos
Dolomitosl
[| Gesso anidrita
1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000
Velocidade (m/s)
Figura 3.10 — Distribuição de velocidades comumente encontradas na prospecção de petróleo
pelo método sísmico de reflexão.
Para todos os fins práticos, a propagação das ondas elásticas é regida pelas
mesmas leis da ótica geométrica. Quando uma frente de onda incide sobre uma interface
separando duas rochas com velocidades e densidades diferentes, parte da energia
incidente é refratada para o meio inferior e parte da energia
reflete e retorna à super-
fície. A quantidade de energia que retorna para a superfície depende do contraste de
impedâncias acústicas (produto da densidade pela velocidade) dos dois meios e do
ângulo de incidência. Consegilentemente, através de processamento criterioso do re-
gistro da energia das reflexões captadas na superfície é possível fazer estimativas de
impedâncias acústicas das rochas em subsupertície, como ilustra a figura 3.114. Com
o conhecimento da distribuição de velocidades, das impedâncias acústicas e parâmetros
de calibração é possível, também, fazer estimativas da distribuição de porosidade ao
longo dos reservatórios, conforme ilustra a figura 3.1 1B.
A figura 3.114 é uma imagem cuja escala vertical é o tempo duplo (de ida é
volta) de reflexão e a escala horizontal é distância em metros ou quilômetros. Para à
convei
ão da escala vertical de tempo para metros, é fundamental o conhecimento da
distribuição de velocidades de propagação nas rochas. Supondo que a velocidade
média no tempo duplo de 1,2 s na figura 3.1 LA seja de 3.000 m/s, a profundidade dos
eventos registrados naquele tempo é de 1.800 metros.
Fundamentos de Engenharia de Petróic,
Prospecção de Petróleo
(A) Exemplo de seção de impedância acústica obtida pelo processamento de dados
reflexão. (B) Estimativas de porosidade ao longo da seção e comparação com as
medidas nos poças, marcado pelo símbolo *. (Extraído de Sheriff, 1992).
ograma sintético
mo a sísmica de reflexão responde somente ao contraste de impedância das
sível simular a resposta sísmica de um pacote sedimentar, ou traço sís-
nograma sintético) a partir do conhecimento de velocidades e densidades
que o compõe e da assinatura da fonte. Multiplicando-se as velocidades
es, obtém-se um perfil em profundidade das impedâncias acústicas. A
de energia que é refletida em cada interface é dada pelo coeficiente de
para incidência normal, é calculado pela seguinte relação:
(3.1)
coeficiente de reflexão;
coeficiente de transmissão;
impedância da camada inferior; e
impedância da camada superior.
36
Fundamentos de Engenharia de Petróles
A partir do conhecimento da coluna sedimentar (figura 3.124) obtida na perti
ração de um poço, obtém-se as impedâncias acústicas (figura 3.12B). das quais calcul:,
se a função refletividade (figura 3.12C), utilizando a equação 3.1 em cada uma «
interfaces. Nesta função, cada coeficiente vai refletir para a superfície a mesma assin:,
tura da fonte gerada no ponto de tiro, mantendo as mesmas relações de amplitude
polaridade. A figura 3.12D ilustra o mecanismo de formação do traço sísmico. Observ.
que a resposta sísmica final para uma segiiência sedimentar consiste no somatór o,
das reflexões individuais de cada interface (figura 3.12E). Neste processo perde-se .,
resolução vertical, pois as reflexões de topo e base das camadas tendem a interferir-s.
mutuamente. Esta perda de resolução depende basicamente do conteúdo de fregiiênci:,
da assinatura da fonte, e para levantamentos convencionais a resolução sísmic:,
vertical é da ordem de 10-15 metros.
Traço
Pulso | sismico
Slêmico Reflexões
individuais
6] +j+I/+ + =
Refletividade
Impedâncias
acústicas
(E)
(B)
(e)
strativo de um sismograma (A) Coluna sedimen
as. (C) Função refletividade. (D) Reflexões individuais de c
interface. (E) Traço sísmico sintético final.
A principal importância do sismograma sintético é correlacionar os dados de
poços com os eventos que aparecem nas seções sísmicas.
3.3.5 Técnica CDP e obtenção de velocidades
Nos levantamentos sísmicos executados tanto no mar quanto em terra
reflexões são registradas obedecendo a uma geometria de aquisição que propicia
amostragem múltipla em subsuperfície, como ilustra na figura 3.13. Observe que O
mesmo ponto em subsuperfície é registrado várias vezes com diferentes posições de
tiros e receptores. É a chamada técnica CDP (Common Depth Point), que. em apl
cações rotineiras, registra 48 a 240 vezes os mesmos pontos.
37
E aus FOOD TA EM Sub superficie
Figura 3.13 — Exemplo ilustrativo da técnica CDP.
de permitir a obtenção de velocidades de propagação em subsuperfície,
IDP apresenta outras vantage nportantes: acelera a aquisição com con-
edução do custo por quilômetro; promove cobertura contínua em
mesmo quando existem obstáculos ou impossibilidade de acesso na
“como plataformas de petróleo no mar ou redes de transmissão de energia
auxilia a atenuação de reverberações múltiplas que ocorrem entre a super-
indo do mar nos levantamentos marítimos; e promove multiplicidade de
le reflexões de um mesmo ponto em subsupcrfície, auxiliando a atenuação
incoerentes como agitação das ondas, vento e tráfego, entre outros.
egistros assim obtidos são posteriormente reagrupados nos centros de
ito, de modo que todos aqueles que amostraram os mesmos pontos em
e passam a fazer parte de uma família de registros contendo a mesma
geológica. A diferença principal entre eles reside no fato de que a mes-
ão foi obtida através de diferentes percursos, conforme ilustrado na
Consegientemente, a reflexão de um mesmo ponto em subsuperfície
em tempos progressivamente maiores nos traços de uma mesma família,
da distância entre tiros e receptores. Pela geometria de aquisição ilustra-
juras 3.13 e 3.14, pode-se provar que, quando a velocidade do meio for
ya reflexão de uma interface plana aparecerá no registro como uma hipérbole.
a velocidade não é constante e a reflexão será uma aproximação da
m cuja equação, conforme ilustrado na figura 3.14, os valores de tempo
O conhecidos, pois estão no próprio registro, as distâncias X são também
5, restando somente a incógnita velocidade média de propagação (V), que
através de análises de velocidade executadas no centro de processamento
igura 3.15 apresenta uma análise de velocidade convencional. Análises de
são executadas e interpretadas ao longo das linhas sísmicas e posterior-
ladas, gerando um campo de velocidades em toda a extensão do levan-
to em 2-D quanto em 3-D. A partir deste campo de velocidades médias
ão é possível computar velocidades em pequenos intervalos verticais
S intervalares), ou velocidades instantâneas que posteriormente são re-
S com as características petrofísicas das rochas.
42 Fundamentos de Engenharia de Petri,
evolução estratigráfica, até a detecção direta de hidrocarbonetos através da an.
de anomalias de amplitude.
00 s sema
40km
Figura 3.18 — Exemplo de migração em profundidade. Observe as escalas verticais as
distorções presentes na seção sísmica migruda em tempo. A seção final migrada em profundida-
de representa a imagem real da subsuperfície verticalmente abaixo do local onde foi executado
q levantamento sísmico. (Cortesia da Praka-Seismos Co.)
A interpretação das feições geológicas presentes nas seções sísmicas pode
indicar situações favoráveis à acumulação de hidrocarbonetos. Estas situações são
analisadas em detalhe para a eventual perfuração de um poço pioneiro.
3.3.8 Sísmica tridimensional (3-D)
À sísmica 3-D consiste em executar o levantamento dos dados sísmicos em
tinhas paralelas afastadas entre si de distância igual à distancia entre os canais recep
tores. Desta maneira, todos os pontos em subsuperfície serão amostrados conforme
ilustrado esquematicamente na figura 3.21, que consiste em um modelo contendo
dois domos e um plano de falha sobre uma superfície horizontal.
Os dados assim obtidos são processados, seguindo basicamente o roteiro uti-
lizado nos dados convencionais 2-D. Entretanto, o algoritmo de migração possui
agora a flexibilidade de migrar eventos para a terceira dimensão, permitindo que
eventos laterais presentes nas seções 2-D sejam migrados para suas respectivas posi
ções verdadeiras em 3-D.
álise
aspeeção de Petróleo ag
Seções (cortes)
LA Le
Pr
Mapa isócrono (mesmo tempo)
L4 IG
GSE
RR
— Exemplo esquemático de interpretação estrutural de seções sísmicas.
Exemplo de mapa estrutural sísmico. As curvas de contorno representam
em tempo duplo de reflexão. As linhas em negrito representam falhas
geológicas com os blocos alto e buixo assinalados.
3.21 ilustra o resultado da migração 3-D. Especificamente, observe a
“domo amarelo, que se encontra fora do plano vertical da linha 6. O
anece na migração 2-D, mas é atenuado na migração 3-D.
O processamento, cada ponto da superfície vai conter um traço sísmico
sísmica vertical naquele ponto. O conjunto dos traços sísmicos assim
ituem o cubo de dados 3-D no qual se utilizam códigos de cores para
lalização. Além da maior definição, a interpretação de dados 3-D é muito
e facilitada pelo detalhe das informações. A partir do cubo de dados 3-D
2) é possível gerar seções sísmicas verticais em qualquer direção, inclusive
or poços existentes na área, o que simplifica a correlação destes. Ou então,
5 seções paralelas e montá-las em uma segúência dinâmica de imagens
O ao intérprete navegar por dentro do cubo.
44 Fundamentos de Engenharia de Petróleo
Processamento convencional
Figura 3.21 - Modelo sintético ilustrando a migração 3-D. A seção convencional ao longo da
linha 6 apresenta-se contaminada de difrações que são atenuadas pela migração 2-D. Entret
a reflexão lateral do domo amarelo somente é atenuada com a migração 3-D.
(Extraído de Brown, 1999.)
Como os traços sísmicos foram digitalizados por ocasião do registro de cam-
po, o cubo de dados pode ser entendido como sendo camadas horizontais superpostas.
onde a distância entre as camadas corresponde ao intervalo de amostragem tempora
da digitalização. Consegiientemente, é possível gerar imagens horizontais em qu:
quer profundidade, que são chamadas de subafloramentos horizontais, ou time-slices
Na figura 3.22, a parte superior do cubo é um exemplo de um subafloramento
horizontal, assim como qualquer outra imagem horizontal extraída do cubo de da-
dos a diferentes profundidades.
Da mesma maneira, agrupando imagens consecutivas de subafloramentos
horizontais, o intérprete tem a sensação de estar navegando na vertical dentro do
cubo de dados 3-D.
O mapeamento estrutural com estas imagens revolucionou as
terpretação no final dos anos 70.
Os refletores interpretados e devidamente c:
ções com poços vão constituir superfícies irregulares dentro do cubo de dados. Estas
cnicas de in-
cterizados através de correla-
Prospecção de Petróleo E
s podem ser v sualizadas de diversas formas. Uma delas é através de pers-
(ridimensionais ou através do rebatimento da superfi ície interpretada para a
, juntamente com as curvas de contorno estrutural, conforme ilustrado na
dA Geralmente esta superfície é visualizada pelo valor relativo de amplitu-
letor através de código de cores. São os mapas de amplitude que tanto
sm alcançado na exploração da Plataforma Continental.
db)
ral com curvas de contorno de um determinado horizonte
ligo de cores; e b)
ão da mesma superfície em bloco diagrama 3-D. (Extraído de Brown, 1999.)
46 Fundamentos de Engenharia de Petróle, Prospecção de Petróleo 4
A amplitude de um refletor depende do coeficiente de reflexão, que por su;
vez depende dos contrastes de impedância dos meios envolvidos. Imagine uma rocha
reservatório constituída de arenito poroso contendo água, subjacente a uma rocha
selante com características petrofísicas constantes. Caso esta situação se mantivesse,
o mapa de amplitudes do topo do reservatório mostraria valores constantes também,
Mas, se devido a circunstâncias geológicas quaisquer a água contida no reservatório
for deslocada por hidrocarbonetos, o arenito com óleo e/ou gás assumirá valores me-
nores de impedância, alterando o contraste com a rocha selante, modificando a um
plitude do refletor. Estas alterações podem ser detectadas nos mapas de amplitude. o
que os tornou ferramentas valiosas na prospecção do petróleo, especificamente na
detecção direta da presença de hidrocarbonetos. A figura 3.24 é um bom exemplo
- “
doméstico da utilização de mapa de amplitude. E SPA! ne
Ft te E
a Caindo
, o
o ?
! E
(b)
25 — a) Mapa de amplitudes extraído de um cubo 3-D, com as curvas de contorno
estrutural; e b) anomalias de AVO correspondentes.
mica aplicada à perfuração e ao desenvolvimento
à produção
nvolvimento moderno da tecnologia de poças horizontais para a produ-
carbonetos, encontra na sísmica uma ferramenta poderosa para orienta-
é direcionamento da perfuração, fatores vitais devido ao clevado inves-
ivolvido. A figura 3.26 é um exemplo de seção de velocidade intervalar
epresentada em código de cores com registros verticais de impedância
Figura 3.24 - Mapa de amplitudes de um refletor correspondente ao topo de um reservatório.
As cores quentes (roxo, vermelho, amarelo) indicam à presença de hidrocarbonetos.
A equação 3.1 é válida somente para incidência normal. A análise da variação
do coeficiente de reflexão de uma interface em função do ângulo de incidência tou
afastamento entre ponto de tiro e receptores) é outra ferramenta valiosa na detecção
direta de hidrocarbonetos, pois a presença dos mesmos pode produzir anomalias cas E a
racterísticas de amplitude. O estudo da variação da amplitude com o afastamento | fd
(AVO) tem obtido um sucesso significativo na descoberta de novas acumulações de ==
óleo e gás no Golfo do México e tem apresentado relevante contribuição na caracter ze
rização de reservatórios já em produção. so
A figura 3.25 mostra um mapa de amplitude extraído de um cubo 3-D, enquanto =
que a figura 3.25b é o mapa de anomalias de AVO correspondente, Na figura 3.25a 38 Ea
3.25b O
amplitudes mais fortes estão indicadas em vermelho, enquanto que na figura é
ístid
vermelho indica o aumento de amplitude com o afastamento. Esta é uma das caract
cas que denunciam a presença de hidrocarbonetos. Entretanto, vários fatores podem pros
duzir efeitos semelhantes, razão pela qual a interpretação destas imagens deve ser acomã
panhada por um profundo conhecimento de aquisição e proc mento de dados sísmiz
cos, como também das particularidades geológicas da área.
Seção de impedância acústica com velocidades intervalares em código de cores.
muito baixos de velocidade c de impedância são característicos de ro-
ta porosidade, podendo constituir-se em excelentes reservatórios de
s2 Fundamentos de Engenharia de Petrsja, Elpnpecção de Petróleo 53
para avaliar à ocorrência ou não de jazidas comerciais. A perfilagem
radioativa do poço e os teste de formação se inserem entre estes procedi-
jominados genericamente de Avaliação de Formações.
ido à sua importância, e procurando manter a ordem cronológica das
wolvidas na explotação de um campo de petróleo, a Avaliação e os
ações são apresentados logo após a perfuração, no Capítulo 5.
das camadas para a esquerda, confirmando o dado geológico já conhecido previa.
mente.
À tomografia sísmica tem encontrado aplicação encorajadora no monitoramenio,
dos processos de injeção térmica, onde a frente de calor e a presença de fluidos alter, y
velocidade de propagação das ondas. O contínuo desenvolvimento da ferramenia,
com consegiiente aumento da qualidade dos dados obtidos e com progressiva redn.
ção de custos, apontam para um crescente uso da tomografia sismica.
EE
Crosshole distance (f)
Crosshole distance (ft)
Figura 3.31 - Tomograma obtido no 1º Figura 3.32 - Tomograma obtido no 2º
levantamento (10/87). levantamento (3/88).
20 so 400
Crosshole distance (ft) Crosshole distance ()
Figura 3.33 — Tomograma obtido no 3º Figura 3.34 - Tomograma entre o poço
levantamento (10/88). injetor e o poço produtor.
(Figuras 3.31 a 3.34 extraídas de Justice e outros, 1989.)
Embora os avanços tecnológicos dos métodos geofisicos e geológicos possa)
sugerir as mais promissoras locações, somente a perfuração de um poço é que rever
lará se os prognósticos serão ou não confirmados.
Muitas vezes, durante a própria perfuração do poço se torna difícil a constataçó
da presença de hidrocarbonetos nas camadas geológicas atravessadas. Torna-se nº
cessário identificar os vários tipos de rochas perfuradas, localizar aquelas que pos
sam conter hidrocarbonetos e avaliar o significado comercial da ocorrência. Par?
tanto, uma série de procedimentos acompanha a perfuração e uma série de testes 5%
PERFURAÇÃO
o de um poço de petróleo é realizada através de uma sonda, con-
figura 4.1. Na perfuração rotativa, as rochas são perfuradas pela
peso aplicados a uma broca existente na extremidade de uma colu-
a qual consiste basicamente de comandos (tubos de paredes espes-
perfuração (tubos de paredes finas). Os fragmentos da rocha são
amente através de um fluido de perfuração ou lama. O fluido é
as para O interior da coluna de perfuração através da cabeça de
vel, e retorna à superfície através do espaço anular formado pelas
a coluna. Ao atingir determinada profundidade, a coluna de perfu-
» poço e uma coluna de revestimento de aço, de diâmetro inferior
sida no poço. O anular entre os tubos do revestimento e as paredes
do com a finalidade de isolar as rochas atravessadas, permitindo
perfuração com segurança. Após a operação de cimentação, a
ão É novamente descida no poço, tendo na sua extremidade uma
metro menor do que a do revestimento para o prosseguimento da
posto, percebe-se que um poço é perfurado em diversas fases, ca-
S diferentes diâmetros das brocas.
entos da sonda de perfuração
uipamentos de uma sonda rotativa responsáveis por determinada
ção de um poço são agrupados nos chamados “sistemas” de uma
sistemas são: de sustentação de cargas, de geração e transmis-
movimentação de carga. de rotação, de circulação, de segurança
toração e o sistema de subsuperfície (coluna de perfuração).
a de sustentação de cargas
ha de sustentação de cargas é constituído do mastro ou torre, da
à base ou fundação. A carga correspondente ao peso da coluna de
Tevestimento que está no poço é transferida para o mastro ou torre,
a descarrega para a subestrutura e esta para a fundação ou base. Em
imas pode não existir fundações, como será visto mais adiante.
56 Fundamentos de Engenharia de Po ação fi
Bloco de
coroamento
Cabo de aço ”
Guincho
Figura 4.2 - Mastro.
Mesa rotativa
utura é constituída de vigas de aço especial montadas sobre a funda-
onda, de modo a criar um espaço de trabalho sob a plataforma, onde
equipamentos de segurança do poço.
ções ou bases são estruturas rígidas construídas em concreto, aço ou
poiadas sobre solo resistente, suportam com segurança as deflexões,
slocamentos provocados pela sonda.
Bomba de lama
Figura 4.1 - Esquema de uma sonda rotativa.
a) Torre ou mastro a E E z
f iro (figura 4.3) é uma estrutura metálica constituída de diversas vigas
do solo por pilaretes. O estaleiro fica posicionado na frente da sonda
todas as tubulações (comandos, tubos de perfuração, revestimen-
paralelamente a uma passarela para facilitar o seu manuseio e
Uma vez desgastada, a broca é retirada até a superfície e substituída por oull
nova, numa operação chamada de manobra. Por economia, à manobra é feita
rando-se seções de dois ou três tubos (cada tubo mede cerca de 9 metros). exigindo
para tanto, uma torre ou mastro em alguns casos com mais de 45 metros de altui
A torre ou mastro é uma estrutura de aço especial, de forma piramidal, É
modo a prover um espaçamento vertical livre acima da plataforma de trabalho pê
permitir a execução das manobras.
Uma torre é constituída de um grande número de peças, que são montaf
uma a uma, Já o mastro (figura 4.2) é uma estrutura treliçada ou tubular que.
ser baixada pelo guincho da sonda, é subdivida em três ou quatro seções, os AM
são transportadas para a locação do novo poço, onde são montadas na posição ha
zontal e elevadas para a vertical. Não obstante o seu alto custo inicial e sua mei
estabilidade, o mastro tem sido preferido pela facilidade e economia de temp?
montagem em perfurações terrestres.
Figura 4.3 - Estaleiro.
62 3 Fundamentos de Engenharia de pç,
na de rotação convencional é constituído de equipamentos que pro-
Bloco de rmitem a livre rotação da coluna de perfuração. São eles: mesa rotativa,
coroamento
tativa (figura 4.10) é o equipamento que transmite rotação à coluna
permite o livre deslizamento do kelly no seu interior. Em certas
rotativa deve suportar o peso da coluna de perfuração.
Catarina
Guincho
Âncora
Bobina de cabo
de aço novo
/
Figura 4.9 - Sistema bloco-catarina.
d) Cabo de perfuração
É J Figura 4.10 - Mesa rotativa.
É um cabo de aço trançado em torno de um núcleo ou alma, sendo que cad
trança é formada por diversos fios de pequeno diâmetro de aço especial.
O cabo proveniente do carretel é passado e fixado numa âncora situada próxi
mo à torre, onde se encontra um sensor para medir a tensão no cabo, a qual &
relacionada com o peso total sustentado pelo guincho. Daí, ele é passado no sistemi
bloco-catarina e enrolado e fixado no tambor do guincho (figura 4.9).
o clemento que transmite a rotação proveniente da mesa rotativa à
ração.
pode ter dois tipos de seção. Em sondas de terra a mais comum é à
n sondas marítimas a seção hexagonal, pela sua maior resistência à
flexão (figura 4.11).
e) Elevador
O elevador é um equipamento com a forma de anel bipartido em que as dua
partes são ligadas por dobradiça resistente, contendo um trinco especial para O
fechamento. É utilizado para movimentar elementos tubulares — tubos de perfur:
e comandos.
4.1.4 Sistema de rotação
Nas sondas convencionais, a coluna de perfuração é girada pela mesa rotatf
localizada na plataforma da sonda. A rotação é transmitida a um tubo de p?
externa poligonal, o kelly, que fica enroscado no topo da coluna de perfuração.
Nas sondas equipadas com rop drive a rotação é transmitida diretamente!
topo da coluna de perfuração por um motor acoplado à catarina. O conjunto dest tjeção
em trilhos fixados à torre, onde o torque devido à rotação da coluna é absorvido.
Existe ainda a possibilidade de se perfurar com um motor de fundo, colocal
logo acima da broca. O torque necessário é gerado pela passagem do fluido de perfl
ração no seu interior. Este motor pode ser de deslocamento positivo ou uma turdiff
Figura 4.11 — Kelly, de seção quadrada e de seção hexagonal.
de injeção ou swivel (figura 4.12) é o equipamento que separa os
os daqueles estaci os na sonda de perfuração. Sendo assim, a
É não gira e sua parte inferior deve permitir rotação.
Fundamentos de Engenharia de p, 65
o um motor hidráulico tipo turbina ou de deslocamento positivo é
da broca (figura 4.14). O giro só se dá na parte inferior do motor de
cio à broca. Assim, este tipo de equipamento é largamente empregado
de poços direcionais, poços nos quais o objetivo a ser atingido não se
ariamente sob a mesma vertical que passa pela sonda de perfuração.
de perfuração não gira, o torque imposto a ela é nulo e o seu desgaste
Figura 4.12 = Swivel.
O fluido de perfuração é injetado no interior da coluna através da cabeça de inj
Existem dois sistemas alternativos de aplicação de rotação na bro:
e motor de fundo.
ion Figura 4.14 — Motor de fundo tipo turbina.
A perfuração com um motor conectado no topo da coluna (top drive) climi
o uso da mesa rotativa e do kelly (figura 4.13). O sistema top drive permite perfur
o poço de três em três tubos, ao invés de um a um, quando a mesa rotativa é utiliza
da. Este sistema permite também que a retirada ou descida da coluna seja feita tanto
com rotação como com circulação de fluido de perfuração pelo seu interior. Isto é
extremamente importante em poços de alta inclinação ou horizontais.
de circulação
equipamentos que permitem a circulação e o tratamento do fluido de
até a broca, retornando pelo espaço anular até a superfície, trazen-
s alhos cortados pela broca. Na superfície, o fluido permanece den-
S, após receber o tratamento adequado.
Catarina
Trilho o de perfuração é succionado dos tanques pelas bombas de lama (figu-
o na coluna de perfuração até passar para o anular entre o poço e a
D%
Swivel
Motor
Pipa ds pride Vigura 4.15 — Bombas de lama tipo triplex.
66 Fundamentos de Engenharia de 1,
ein s7
Durante a perfuração, as vazões e pressões de bombeio variam com a p,
didade e a geometria do poço. As bombas são associadas em paralelo na fase
da perfuração, quando são requeridas grandes vazões. Com O prosseguimento q
perfuração, quando são exigidas altas pressões mas baixas vazões, usa- apengi
uma bomba e substituem-se pistões e camisas por outros de menor diâmetro ce fa
ma a atender às solicitações do poço.
desareiador, o fluido passa pelo dessiltador, um conjunto de 8 a 12
4º à 5”, cuja função é descartar partículas de dimensões equivalen-
equipamento seguinte, o mud cleanner, nada mais é que um dessiltador
gira que permite recuperar partículas. Parte deste material é descartado
ao fluido, reduzindo os gastos com aditivos. Algumas sondas utili-
centrífuga, que retira partículas ainda menores que não tenham sido
hidrociclones.
fipamento sempre presente na sonda é o desgascificador, que elimina
de perfuração. Durante a perfuração de uma formação com gás, ou
ência de um influxo de gás contido na formação para dentro do
de gás se incorporam ao fluido de perfuração e a sua recirculação
fu
b) Fase de retorno
Esta fase tem início com a saída do fluido de perfuração nos jatos da broca e
termina ao chegar na peneira vibratória, percorrendo o espaço anular entre : coluna
de perfuração e a parede do poço ou o revestimento.
c) Fase de tratamento
de segurança do poço
perfuração e, quando necessário, na adi
suas propriedades
de segurança é constituído dos Fquipamentos de Segurança de
(ESCP) e de equipamentos complementares que possibilitam o fe-
ontrole do poço.
portante deles é o Blowour Preventer (BOP), que é um conjunto de
ermite fechar o poço.
yentores são acionados sempre que houver ocorrência de um kick, Tlu-
do fluido contido numa formação para dentro do poço. Se este fluxo
o eficientemente poderá se transformar num blowout, ou seja, poço
nte sem controle, e criar sérias consegiiências, tais como dano aos
sonda, acidentes pessoais, perda parcial ou total do reservatório,
ao meio ambiente, etc.
Icipais elementos do sistema de segurança são:
Para as bombas Centrifuga de alta
velocidade
de poço é constituída de diversos equipamentos que permitem a anco-
das colunas de revestimento na supe; io eles: cabeça de reves-
| de perfuração, adaptadores. carretel espaçador e seus acessórios.
de revestimento (figura 4.17) é o primeiro equipamento a ser adap-
evestimento de superfície, com as finalidades de sustentar os rev
i atrayés de seus suspensores, de propiciar ved:
estimento intermediário ou de produção com a própria cabeça per-
a este anular e de servir de base para a instalação dos demais
a de poço e preventores.
isor de revestimento é o elemento que permite a ancoragem do reves-
"Hidrociclones são equipamentos que aceleram o processo natural de decantação de partícula o do anular deste revestimento com o corpo da cabeça na qual foi
cones ocos, sao entrada para o fluido de paRaR o ur pen lins no fundo, para descarga ação é feita automaticamente quando o peso do revestimento for
ólidos, e uma á já É saída do fluido recuperado. Ê a
sólidos, e uma abertura maior na parte superior, para saída pe: so de jm ciêmento fe Bolrscha.
Figura 4.16 Sistema de tratamento de lama.
O primeiro equipamento é a peneira vibratória, que tem a função de sep:
os sólidos mais grosseiros do fluido de perfuração, tais como cascalhos e £
ores que arcia. Em seguida, o fluido passa por um conjunto de doi
hidrociclones? de 8” a 20” conhecidos como desarciadores, que são responsáveis Pê
retirar à areia do fluido.
72 Fundamentos de Engenharia de Petróleo
4.2.4 Acessórios da coluna de perfuração
a) Substitutos
Os substitutos (Subs) são pequenos tubos que desempenham
de acordo com suas características (figura 4.22).
Figura 4.22 - Substitutos.
Os principais substitutos são:
— Sub de içamento, que é utilizado para movimentação de comandos. Pos-
sui a seção superior com diâmetro extemno igual a dos tubos de perfuração
para permitir a adaptação do elevador.
Sub de broca, que serve para conectar a broca, cujo elemento de união é
pino, ao primeiro comando, cuja conexão inferior também é pino.
— Sub de cruzamento. que tem a função de permitir a conexão de tubos com
tipos diferentes de roscas e diâmetros.
b) Estabilizadores
Estabilizadores são ferramentas que dão maior rigidez à coluna, e por terem
diâmetro igual ao da broca, auxiliam a manter o diâmetro (calibre) do poço (figura
4.23). Nos poços direcionais têm como função o deslocamento dos pontos de apoio
dos comandos nas paredes do poço, de modo a permitir maior controle da trajetória
do poço.
c) Escareadores
Os escareadores são ferramentas com as mesmas funções dos estabilizadores.
mas utilizados em rochas duras e abrasivas, por isto utilizam roletes nas lâminas.
4 Perfuração 73
|
Figura 4.23 — Estabilizadores.
Os alargadores são ferramentas que permitem aumentar o diâmetro de um
superfície ou a partir de uma certa profundidade
cedores de vibração
Os amortecedores de vibração são ferramentas que absorvem as vibrações
da coluna de perfuração induzidas pela broca, principalmente quando per-
rochas duras. Seu uso é comum quando se utilizam brocas com insertos de
de tungstênio.
Ferramentas de manuseio da coluna
“As ferramentas de manuseio são utilizadas para conectar e desconectar os
lementos da coluna. As principai:
ves flutuantes
“São equipamentos mantidos suspensos na plataforma através de um sistema
por cabo, polia e contrapeso. A chave flutuante tem a função de fornecer o
necessário ao aperto e desaperto das uniões cônicas da coluna (figura 4.24).
+ |
Figura 4.24 — Chave flutuante.
74
Fundamentos de Engenharia de Petróleo
b) Cunhas
São equipamentos que mantêm a coluna de perfuração totalmente suspens: 1,
mesa rotativa (figura 4.25). São utilizadas durante as conexões dos tubos de perfur:.
ção e comandos. Possuem mordentes intercambiáveis que se adaptam e prendem ;,
parede dos tubos.
Figura 4.25 — À esquerda, cunha para tubos de perfuração, e à direita, cunha para comandos,
e) Colar de segurança
É um equipamento de segurança colocado próximo ao topo da coluna de co-
mandos quando suspensa pela sua cunha na mesa rotativa (figura 4.26). O colar de
segurança evita a queda da coluna no poço em caso de deslizamento pelas cunhas.
a,
es
'
Figura 426 — Colar de segurança.
4.2.6 Dimensionamento da coluna de perfuração
Para dimensionar uma coluna de perfuração, devem ser conhecidos o peso da
lama, a profundidade total prevista para a coluna, fatores de segurança à tração,
colapso e pressão interna e o peso máximo previsto sobre broca.
Com estas informações o(s) tipo(s) de tubo(s) de perfuração pode(m) ser
especificado(s), assim como também o tipo e quantidade de comandos,
a) Seleção dos comandos
Os comandos são os primeiros elementos da coluna a serem dimensionados-
O tipo e o comprimento da seção de comandos vai afetar a seleção do tipo de tubos de
Sa
pd Perfuração
ção a serem usados na coluna. A seleção dos comandos é geralmente baseada
s critéri
— critério de flambagem na extremidade inferior da coluna quando peso é
aplicado sobre a broca (linha neutra de flambagem), e
número de comandos, de modo que os tubos de perfuração não estejam
comprimidos (linha neutra de tração). O engenheiro de petróleo deve
avaliar cuidadosamente todos os parâmetros de projeto, já que cada crité-
rio leva a resultados bem diferentes.
D critério mais utilizado é o da determinação da linha neutra de flambagem.
(1950) provou que a flambagem não ocorre se o peso sobre a broca é menor
“flutuado” (peso — empuxo) dos comandos. Este critério leva sempre a
ero de comandos menor que o obtido pelo critério da tração, isto é, a linha
e flambagem está abaixo da linha neutra de tração. Assim, há situações em
juna de perfuração está comprimida mas não está flambada. A flambagem
de perfuração deve ser evitada para impedir o aparecimento de tensões
parede dos tubos durante a rotação da coluna e a falha por fadiga.
anto, se o peso máximo sobre a broca é dado por PSB,,;,. O número de
n é dado por
PSB,
Ev
“(Ea ws (oo,
= fator de segurança (varia de 0,80 a 0,90)
= peso por pé (no ar) do comando
= comprimento médio de cada comando
— Piama
= fator de flutuação = | ES
ção do(s) tubo(s) de perfuração
coluna de tubos está sujeita a esforços de tração, compressão e torção du-
Is operações de perfuração. Poderá, eventualmente, estar sujeita a grandes
js radiais, resultantes da diferença entre as pressões externa e interna ao tubo
O E pressão interna). Umaanálise de esforços em trechos curvos da coluna é
do para estudar danos devido à fadiga. Em geral, a resistência ao colapso
tubos requeridos na porção inferior da coluna, enquanto que a tração defi-
itência dos tubos na extremidade superior da coluna. Os valores das re:
5 ão colapso, tração e pressão interna estão tabelados no API RP7G para cada
é tubo de perfuração.
76 Vundamentos de Engenharia de Pen, mn
4.3 Brocas
As brocas são equipamentos que têm à função de promover a ruptura e desao,.
gação das rochas ou formações, O estudo das brocas, considerando seu desempenho «
idade, é um dos fatores importantes na perfuração de poços de petróleo.
ificadas de duas maneiras: brocas sem partes mg
economii
As brocas podem ser cla
veis e brocas com partes móveis.
4.3.1 Brocas sem partes móveis
A inexistência de partes móveis e rolamentos diminui a possibilidade de
lhas destas brocas.
Os principais tipos são: integral de lâminas-de aço, diamantes naturais e dia-
mantes artificiais (PDC/TSP).
As brocas de lâminas de aço, conhecidas como brocas rabo de peixe (Fish Tuii),
foram as primeiras brocas a serem usadas (figura 4.27), Sua característica é de per-
furar por cisalhamento. Este tipo de broca possui jatos (orifícios para dar passa;
ao fluido do interior da coluna para o poço), os quais permitem uma boa limpeza das
lâminas. O maior problema deste tipo de broca é que a vida útil de sua estrutura
cortante É muito curta, mesmo aplicando material mais duro nas lâminas. Este tipo de
broca praticamente desapareceu da perfuração de poços de petróleo com o apare-
Figura 4.28 — Broca de diamantes naturais.
nte o processo de perfuração apenas os diamantes fazem contato com a
do um pequeno espaço por onde circula o fluido de perfuração, limpando
y do poço e restriando os diamantes.
o final da década de 1970 foram lançadas novas brocas utilizando diaman-
éticos. São as chamadas brocas PDC (Polyerystalline Diamond Compact),
a de corte é formada por pastilhas ou compactos, montadas sobre bases
, instalada no corpo da broca (figura 4.29). O scu mecanismo de perfura-
isalhamento, por promover um efeito de cunha. A pastilha é composta
camada fina de partículas de diamantes aglutinados com cobalto. fixada a
composta de carbureto de tungstênio.
em
cimento das brocas de cones.
Figura 4,27 = Broca tipo integral de lâmina de aço.
As brocas de diamantes naturais perfuram pelo efeito de esmerilhamento. Nº
início da atividade de perfuração de poços de petróleo eram utilizadas em formações
duras, nas quais as brocas Fish Tail não conseguiam perfurar. Atualmente são usa-
das principalmente em testemunhagem (operação na qual se perfura apenas uma
coroa da formação, preservando a parte interna para estudos), ou em formações <%-
tremamente duras e abrasivas.
As brocas com estrutura cortante de diamantes naturais constam de um
número de diamantes industrializados fixados numa matriz metálica especial (figura
4.28). O tamanho e a quantidade dos diamantes na broca determinam a sua
aplicabilidade.
Figura 4.29 — Broca de diamante artificial PDC.
As brocas para rochas mais moles possuem poucos cortadores de maior tama-
iquanto que para as rochas mais duras possuem cortadores menores e em
juantidade. Como nas brocas de diamantes naturais, o tamanho e a quantida-
ladores definem para que tipo de formação a broca foi projetada.
ande:
82 Fundamentos de Engenharia de Pe;
Úleg,
c) Forças géis
Alguns fluídos de perfuração são tixotrópicos, isto é, adquirem um estado
semi-rígido quando estão em repouso e voltam a adquirir um estado de fluidez quan.
do estão novamente em movimento, A força gel é um parâmetro também de natureza
reológica que indica o grau de gelificação devido à interação elétrica entre partic ulas!
dispersas. A força gel inicial mede a resistência inicial para colocar o fluido em
fluxo. A força gel final mede a resistência do fluido para reiniciar o fluxo quando
este fica um certo tempo em repouso. A diferença entre elas indica o grau de tixotropia
do fluído.
d) Parâmetros de filtração
A capacidade do fluido de perfuração em formar uma camada de partículas
sólidas úmidas, denominada de reboco, sobre as rochas permeáveis expostas pela
broca é de fundamental importância para o sucesso da perfuração e da completa
do poço. Para formar o reboco, deve haver o influxo da fase líquida do fluido do poça
para a formação. Este processo é conhecido como filtração. É essencial que o fluido
tenha uma fração razoável de partículas com dimensões ligeiramente menores que
as dimensões dos poros das rochas expostas
dimensões adequadas, a obstrução dos poros é rápida e somente a fase líquida do.
fluido, o filtrado, invade a rocha.
O filtrado e a espessura do reboco são dois parâmetros medidos rotinciramen=
te para definir o comportamento do fluido quanto à filtração.
Quando existem partículas sólidas com
e) Teor de sólidos
O teor de sólidos, cujo valor deve ser mantido no mínimo possível, é uma
propriedade que deve ser controlada com rigor porque o seu aumento implica aus
mento de várias outras propriedades, tais como densidade, viscosidade e for:
além de aumentar a probabilidade de ocorrência de problemas como desgaste dos
equipamentos de circulação, fratura das formações devido à elevação das pressões de
bombeio ou hidrostática, prisão da coluna e redução da taxa de penetração.
O tratamento do fluido para reduzir o teor de sólidos pode ser preventivo ot
corretivo. O tratamento preventivo consiste em inibir o fluido, física ou quimicas
mente, evitando-se a dispersão dos sólidos perfurados. No método corretivo pode-se
fazer uso de equipamentos extratores de sólidos, tais como tanques de decantação
peneiras, hidrociclones e centrifugadores, ou diluir o fluido.
as géisy
f) Concentração hidrogeniônica — pH
O pH dos fluidos de perfuração é medido através de papéis indicadores ou de,
potenciômetros, e é geralmente mantido no intervalo alcalino baixo, isto é, de 7 à 10:
O objetivo principal é reduzir a taxa de corrosão dos equipamentos e evitar a disper
são das formações argilosas.
4 Perfuração 83
linidades
(O pl determina apenas uma alcalinidade ou acidez relativa à concentração de
egando métodos comparativos. A determinação das alcalinidades por méto-
os de titulação volumétrica de neutralização considera as espécies carbo-
=) é bicarbonatos HCO; dissolvidos no fluido, além dos íons hidroxilas
dissolvidos e não dissolvidos. Nos testes de rotina são registrados os seguintes
alcalinidades: alcalinidade parcial do filtrado, alcalinidade da lama e
total do filtrado.
le cloretos ou salinidade
D teste de salinidade de um fluido é também uma análise volumétrica de pre-
jo feita por titulação dos íons cloretos. Esta salinidade é expressa em mg/l de
mg/l de NaCl equivalente ou ppm de NaCl equivalente.
determinações de campo, os resultados de salinidade são usados, princi-
para identificar o teor salino da água de preparo do fluido, controlar a
e de fluidos inibidos com sal, identificar influxos de água salgada e identi-
ração de uma rocha ou domo salino.
e bentonita ou de sólidos ativos
D teste do azul de metileno ou MBT é uma análise volumétrica por adsorção
como indicador da quantidade de sólidos ativos ou bentoníticos no fluido
o, Ele mede a capacidade de troca de cátion (CTC) das argilas e sólidos
sentes.
lassificação dos fluidos de perfuração
À classificação de um fluido de perfuração é feita em função de sua composi-
bora ocorram divergências, o principal critério se baseia no constituinte
“da fase contínua ou dispersante. Neste critério, os fluidos são clas; idos
à base de água, fluidos à base de óleo e fluidos à base de ar ou de g:
À natureza das fases dispersante e dispersa, bem como os componentes bási-
'suas quantidades definem não apenas o tipo de fluido, mas também as suas
ticas e propriedades.
s à base de água
DS aditivos químicos empregados no preparo do fluido. A proporção entre os
ntes básicos e as interações entre eles provoca sensíveis modificaçã
ades físicas e químicas do fluido. Consequentemente, a composição é o prin-
tor à considerar no controle das suas propriedades.
água é a fase contínua c o principal componente de qualquer fluido à base
odendo ser doce, dura ou salgada. A água doce. por definição, apresenta
6 inferior a 1.000 ppm de NaCI equivalente. Do ponto de vista industrial
ão em fluidos de perfuração, à água doce não necessita de pré-tratamento
84 : Fundamentos de Engenharia de Perry, 4 Perfuração Bs
Fluídos de perfuração
Ease de água
químico porque praticamente não afeta o desempenho dos aditivos empregados
preparo do fluido. A água dura tem como característica principal a presença de dis
de cálcio c de magnésio dissolvidos, em concentração suficiente para alterar o de.
sempenho dos aditivos químicos. A água salgada é aquela com salinidade superior,
1.000 ppm de NaCl equivalente e pode ser natural, como a água do mar, ou pode
salgada com a adição de sais como NaCl, KCl ou CaC]
A principal função da água é prover o meio de dispersão para os Materiais
coloidais. Estes, principalmente argilas e polímeros, controlam a viscosidade, ite
de escoamento, forças géis e filtrado em valores adequados para conferir ao fluido,
uma hoa taxa de remoção dos sólidos perfurados e capacidade de estabilização das
paredes do poço. Os fatores a serem considerados na seleção da água de preparo são:
disponibilidade, custo de transporte e de tratamento, tipos de formações geológicas q
serem perfuradas, produtos químicos que comporão o fluido e equipamentos e técni-
cas a serem usados na avaliação das formações.
Os sólidos dispersos no meio aquoso podem ser ativos ou inertes. Os sólidos
ativos são materiais argilosos, cuja função principal é viscosificar o fluido. A argila
mais usada é a bentonita: e em menor escala, a atapulgita.
Os sólidos inertes podem se originar da adição de materiais industrializados
ou de detritos finos das rochas perfuradas. O adensante baritina é o sólido inerte
mais comum dentre os produtos comercializados. Outros adensantes usados
caleita e a hematita. Os sólidos inertes oriundos das rochas perfurada
silte e calcário fino.
Os produtos químicos adicionados ao fluido podem ser:
r
Eletrófros Salgado
[Ca, Ke NH, Nel | saturado
ianasultonatos
ira 4.34 — Esquema da classificação dos fluidos de perfuração à base de água.
Os fluidos inibidos são programados para perfurar rochas de elevado grau de
na presença de água doce. Uma rocha é dita ativa quando interage quimi-
com a água. tornando-se plástica, expansível, dispersível ou até mesmo
|. Nos fluidos inibidos são adicionados produtos químicos, tais como eletrólitos
plímeros. que têm a propriedade de retardar ou diminuir estes efeitos. Estes
js são conhecidos por inibidores. Os inibidores físicos são adsorvidos sobre a
dos materiais das rochas e impedem o contato direto com a água. Outros
“como a cal, os cloretos de potássio, de sódio e de cálcio, conferem uma
jo química porque reduzem a atividade química da água e podem reagir com a
lo-lhe a composição. Um exemplo típico de inibição é usado quando
a uma rocha salina. A rocha salina tem elevado grau de solubilidade em
entretanto quando se emprega um fluido salgado saturado com NaCI
heio dispersante, a solubilidade fica reduzida.
Os fluidos à base de água com baixo teor de sólidos e os emulsionados com
O programados para situações especiais. Os primeiros são usados para au-
a taxa de penetração da broca, reduzindo o custo total da perfuração, e os
têm o objetivo principal de reduzir a densidade do sistema para evitar que
perdas de circulação em zonas de baixa pressão de poros ou baixa pressão
ão à
são areia,
— alealinizantes e controladores de pH, como soda cáustica, potassa cáustica.
e cal hidratada;
— dispersantes, como o lignossulfonato, tanino, lignito e fosfatos;
— redutores de filtrado, como o amido;
— foculant
3, como a soda cáustica, cal e cloreto de sódio;
— polímeros de uso geral para viscosificar, desflocular ou reduzir filtrado;
— surfactantes para emulsificar e reduzir a tensão superficial;
= removedores de cálcio e magnésio, como carbonato e bicarbonato de sócio;
= inibidores de formações ativas, como cloreto de potássio, sódio e cálcio
ó s à base de óleo
bactericidas, como paraformaldeído, compostos organoclorados, soda cúus-
tica e cal. fluidos de perfuração são à base de óleo quando a fase contínua ou dispersante
por uma fase óleo, geralmente composta de hidrocarbonetos líquidos.
5 gotículas de água ou de solução aquosa constituem a fase descontínua desses
guns sólidos coloidais, de natureza inorgânica e/ou orgânica, podem com-
dispersa. Os fluidos podem ser emulsões água/óleo propriamente dita (teor
= 10%) ou emulsão inversa (teor de água de 10% a 45%).
evido ao alto custo inicial e grau de poluição, os fluidos à base de óleo são
ados com menor fregiiência do que os fluidos à base de água.
5 principais características dos fluidos à base óleo são:
grau de inibição elevado em relação às rochas ativas:
baixíssima taxa de corrosão;
Produtos químicos mais específicos, como anticorrosivos, traçadores químis
cos, untiespumantes, entre outros, também podem estar presentes.
A figura 4.34 mostra um esquema de classificação para os fluidos de perív
ção à base de água.
Os fluidos não-inibidos são empregados na perfuração das camadas rochosas
superficiais, compostas na maioria das vezes de sedimentos inconsolidados. Esta
etapa termina com a descida do revestimento de superfície. Como essas rochas su=
perficiais são praticamente inertes ao contato com água doce, pouco tratamento qui-
mico é dispensado ao fluido durante esta fase.
86 Fundamentos de Engenharia de Peryju, 4 Perfuração 87
— propriedades controláveis acima de 350ºF, até 500º]
— grau de lubricidade elevado; por um filme delgado de uma fase líquida, estabilizada através de um tensoativo
— amplo intervalo de variação de densidade: de 0,89 a 2,4: fi
baixíssima solubilidade de sais inorgânicos. do quando se necessita de uma eficiência elevada de carreamento dos sóli-
| vez que ela apresenta alta viscosidade.
indo se deseja perfurar com um gradiente de pressão intermediário aos
pelos fluidos convencionais e as espumas, pode-se optar pela perfuração
s aerados. Esta técnica consiste em injetar ar, nitrogênio ou gás natural no
Devido a características, os fluidos à base de óleo têm conferido
lentes resultados na perfuração dos seguintes poços:
— poços HPHT (alta pressão e alta temperatura):
— formações de folhelhos argilosos e plásticos;
— formações salinas de halita. silvita, carnalita, etc.:
— formações de arenitos produtores danificáveis por fluidos à base de água; e circulação severas.
— poços direcionais ou delgados ou de longo afastamento;
— formações com baixa pressão de poros ou de fratura.
Algumas desvantagens dos fluidos à base de óleo em relação aos fluidos à
base de água s
dificuldade na detecção de gás no poço devido a sua solubilidade na fase:
contínua;
ações normais de perfuração
rante a perfuração de um poço, que se caracteriza pela aplicação de peso e
a broca enquanto circula o fluido de perfuração, uma série de operações
ham papel importante no processo.
— menores taxas de penetraç:
— maiores graus de poluição:
— menor número de perfis que podem ser executados;
— dificuldade no combate à perda de circulação;
— maior custo inicial.
largamento e repassamento
alargamento consiste em se reperfurar o poço com uma broca de diâmetro
ue a utilizada para sua perfuração. É possível, para se economizar tempo.
ações de perfuração e alargamento sejam feitas simultaneamente com um
3r posicionado acima da broca.
Juando o poço por algum motivo se estreita, é necessário repassar o poço no
alibrado. O repassamento se caracteriza por baixo peso e baixa rot:
a evitar seu desgaste prematuro.
Nos últimos anos, muitos progressos têm sido alcançados em relação à pes-
quisa de novos sistemas à base de óleo, como óleos minerais e sintéticos, menos
poluentes do que o óleo diesel.
c) Fluidos à base de ar
Perfuração a ar ou gás é um termo genérico aplicado quando o ar ou o
como todo ou parte, é usado como fluido circulante na perfuração rotativa
Algumas situações recomendam a utilização destes fluidos de baixa densidas
de, tais como em zonas com perdas de circulação severas e formações produtoras
com pressão muito baixa ou com grande susceptibilidade a danos. Também em ford
mações muito duras como o basalto ou o diabásio e em regiões com escassez de ásua
ou regiões glaciais com camadas espessas de gelo.
A perfuração com ar puro utiliza apenas ar comprimido ou nitrogênio cor
fluido, tendo aplicação limitada a formações que não produzam elevadas quantidas
des de água, nem contenham hidrocarbonetos. Esta técnica pode ser aplicada em
formações duras, estáveis ou fissuradas, onde o objetivo é aumentar a taxa de pend
Conexão, manobra e circulação
uando o topo do ke!ty (ou o motor, no caso de top drive) atinge a mesa rotativa,
írio acrescentar um novo tubo de perfuração à coluna. Esta operação é chama-
«ão e, no caso de perfuração normal, se realiza do seguinte modo:
) tubo a ser acrescentado é colocado em local apropriado junto à mesa rotativa
5a). Eleva-se o kelly até o primeiro tubo de perfuração aparecer e coloca-
na coluna para que o seu-peso fique sustentado pela mesa rotativa.
se o kelly da coluna e o conecta ao tubo de perfuração a ser adicionado
35h). Eleva-se o conjunto kelly-tubo de perfuração e o conecta novamente à
fração! (figura 4.35c). Retira-se a cunha e desce-se a coluna até o kelly encaixar na
A perfuração com névoa, uma mistura de água dispersa no ar, é empreg da, a e volta-se a perfurar (figura 4.35d). No caso de perfuração com top
quando são encontradas formações que produzem água em quantidade suficien! ção é semelhante.
para comprometer a perfuração com ar puro. Em geral, a perfuração com névoa &
“manobra completa consiste na retirada e descida de toda a coluna de perfu-
executada em conjunto com a perfuração com ar. a
substituição da broca, por exemplo.
e água, que é deslocada atravé
a) Tipos de cimentação
fi CrmenTAÇÃO PPRIMÁRIA
É a cimentação principal, realizada logo após a descida de cada coluna de
revestimento no poço. A qualidade da cimentação primária geralmente é aviliada
sticos corridos por dentro do revestimento, após à pega do ci.
mento, assunto que será abordado no item 6.2.3.
atra
s de perfis
À! CimentAÇÃO SECUNDÁRIA
Destina-se a corrigir a cimentação primária, quando há necessidade, Sc. por
, O topo do cimento não alcançar a altura prevista no espaço anular,
pode-se efetuar uma recimentação, fazendo-se circular pasta de cimento por trás do
revestimento, através dos canhoneios (perfurações realizados no revestimento). Quan-
do não é possível a circulação da pasta, realiza-se a compressão de cimento ou sque
visando corrigir defeitos localizados na cimentação primária ou sanar vazamentos)
na coluna de revestimento. Nas operações de completação e de workover (Capítulo!
6), as compressões de cimento são amplamente utilizadas para a vedação dos!
canhoneios abertos em frente a zonas que se deseja isolar.
O cimento é ainda bastante utilizado para à execução de tampões para o aban=
dono do poço (quando se decide abandonar um poço, normalmente ele
alguma ra
Fundamentos de Engenharia de »,
da própria tubulação de rev
recimento da pasta, o cimento deve ficar fortemente aderido à superfície exter;
revestimento e à parede do poço, nos intervalos previamente definidos.
mento. Após o endy
Ta dg
tamponado
Perfuração 93
| Aluminato tricálcico (C;A) — reage rapidamente com a água e crista-
iza em poucos minutos. É o constituinte do cimento que apresenta o
“maior calor de hidrtação (quantidade de calor desenvolvida durante as
“reações de pega e endurecimento da pasta) Controla a pega ini
enos de 3% de C;A
Ferro-aluminato tetracálcico (C AF) — é o componente que dá colora-
* ção cinzenta ao cimento, devido à presença de ferro. Libera baixo calor de
jidratação e reage menos rapidamente que o C;A. Controla a resistência
“à corrosão química do cimento.
Silicato tricálcico (C;S) — é o principal componente do cimento e o que
responde pela sua resistência mecânica inicial (1 a 28 dias). Sua hidratação
começa em poucas horas e desprende quantidade de calor inferior ao C4A,
s de alta resistência inicial geralmente têm maior percentual deste
ico (C58) — reage lentamente com a água e libera baixo
. Apresenta baixa resistência mecânica inicial, mas
“contribui para o aumento da resistência do cimento a longo prazo.
ra a indústria do petróleo, o API classificou imentos Portland em clas-
s pelas letras de A a J, em função da composição química, que deve
às condições de uso, como a profundidade e temperatura dos poços.
Classe A: para uso em poços de até 6.000 pés (1.830m), quando não
o requeridas propriedades especiais. Corresponde ao cimento Portland
com cimento) ou para o isolamento de zonas inferiores. Durante a perfuração, 08, comum:
tampões de cimento também são eventualmente utilizados para combater perdas de
circulação ou para servir de base para desvio do poço.
b) O cimento
Os cimentos são essencialmente produzidos a partir de uma mistura de calcário)
e argila. O cimento Portland, fundamental para a construção civi
gem de um produto denominado clínguer, obtido pelo cozimento até fusão incipiente
da mistura de calcário e argila convenientemente dosada e homogeneizada, à qual!
adicionada pequena quantidade de gesso (sulfato de cálcio). Os componentes quimi
cos principais do cimento Portland são:
Cal (CaO) a
Sílica (SiO; ) o
Alumina (ALO;) a
Óxido de Ferro ( Fe,05) —
Desses quatro componentes principais, designados na química do cimento
pelas letras C. S, A e F. respectivamente, derivam os compostos fundamentais mah
complexos que determinam as propriedades do cimento:
de 60% a 67%
de 17% a 25%
de 3% a 8%
de 0,5% a 6%
resulta da mods
Classe B: para poços de até 6.000 pés, quando é requerida moderada a
alta resistência aos sulfatos;
Classe C; também para poços de até 6.000 pés, quando é requerida
alta resistência inicial. Apresenta alta resistência aos sulfatos:
Classe D: para uso em poços de 6.000 até 10.000 pés (3.050 m). sob
“condições de temperaturas moderadamente elevadas e altas pressões. Apre-
nta alta resistência aos sulfatos;
Classe E: para profundidades entre 6.000 e 14.000 pés (4.270 m), sob
Condições de pressão e temperatura elevadas. Apresenta alta resistência
aos sulfatos;
Classe F: para profundidades entre 10.000 e 16.000 pés (4.880 m),
i extremamente altas de pressão e temperatura. Apresenta
alta resistência aos sulfatos;
Classes G e H: para utilização sem aditivos até profundidades de 8.000
S ou retardadores de pega, podem ser usados praticamente em todas as
condições previstas para os cimentos das classes A até E. Por isso, as
94 Fundamemos de Engenharia de Perrojey Perfuração 95
classes G e H são as classes mais utilizadas atualmente na indústria do;
petróleo, inclusive no Brasil.
Classe J: para uso como produzido, em profundidades de 12.000 até 16.09
pés (3.660 m até 4.880 m), sob condições de pressão e temperatura exire. ios de cimentação
mamente elevadas.
| desidratação prematura. Os polímeros derivados da celulose e polímeros s
o os redutores de filtração mais utilizados.
versos acessórios são conectados ou afixados à coluna de revestimento, vi-
tantir o melhor resultado da cimentação. Os principais acessórios são:
c) Ensaios com pastas de cimento
As pastas de cimento para uso em poços de petróleo devem ser previamente
testadas conforme procedimentos padronizados pela indústria do petróleo.
Os testes simulam o comportamento da pasta em função das condições pre-
vistas para a sua utilização, tais como a pressão, a temperatura, o tempo previsto de
operação e o regime de fluxo durante o deslocamento. Os principais testes realizados
em um laboratório de cimentação são finura, água livre, resistência a compressão,
perda de água, reologia, densidade e consistometria.
O teste de consistometria ou de tempo de espessamento é o mais importante,
por indicar o tempo em que a pasta tem fluidez para ser bombeada, nas condições de
pressão e temperatura do poço.
| no poço, podendo dispor de um mecanismo de vedação para evitar que a
or ser mais pesada que o fluido de perfuração, retorne ao interior do revesti-
ós seu deslocamento. A figura 4.38 mostra os tipos de sapata. A mais co-
sapata flutuante (figura 4.38b), com válvula que impede fluxo para o inte-
coluna. Durante a descida do revestimento este é preenchido com fluido de
io, de modo a evitar diferencial de pressão excessivo, que possa colapsar a
d) Principais aditivos para a cimentação
Aceleradores de pega — visam diminuir o tempo de espessamento e aumentar
a resistência compressiva inicial da pasta. O mais comum é o cloreto de cálcio (CaCl,),
em proporção de 0,5% a 2%. O sal comum (NaCl) também é acelerador a baixas
concentrações (até 6%).
Retardadores de pega — servem para retardar o início da pega da pasta, mans
tendo sua fluidez quando a temperatura e a pressão são muito altas para o uso do.
cimento sem aditivos. São fabricados à base de lignossulfonatos e seus derivados,
los orgânicos, derivados de celulose e derivados de glicose.
Estendedores — utilizados para aumentar o rendimento da pasta ou reduzir à
sua densidade. A adição de argilas (bentonita, atapulgita, etc.) faz aumentar o rendis
mento pela absorção de água, mantendo a pasta mais homogênea e diminuindo &
separação da água. O silicato de sódio também reduz a separação da água, sendo mal
utilizado do que as argilas, normalmente pré-misturado ao cimento. A adição de
gados de baixa densidade (pozolana, perlita, gilsonita) reduz à densidade da pastar
Em casos especiais pode-se usar nitrogênio ou microesferas cerâmicas para criar pas;
tas excepcionalmente leves.
Sicionado 2 a 3 tubos acima da sapata, o colar serve para reter os tampões de
D, além de poder receber mecanismos de vedação (flutuante ou diferenci-
lalmente é usado colar flutuante (figura 4.39b). Caso não tenha mecanismo
O, É denominado colar retentor (figura 4.392).
Redutores de o (ou dispersantes) - atuam nas cargas clétricas superficiais
das partículas da pasta de cimento, alterando suas propriedades reológicas. Por 1º
duzirem a viscosidade aparente das pastas, possibilitam o bombeio com maior vazã
e menor perda de carga.
Controladores de filtrado — atuam reduzindo a permeabilidade do reboco €
cimento, formado em frente às zonas permeáveis, e/ou aumentando a viscosidade
filtrado. As pastas de cimento devem apresentar baixa perda de filtrado, de modo
tampões são feitos de borracha e auxiliam na cimentação. Normalmente
dois tampões, o de fundo e o de topo, com o objetivo de evitar a conta-
a pasta de cimento. O tampão de fundo tem uma membrana de borracha
96 Fundamentos de Engenharia de Perg Perfuração 9
Peró
de baixa resistência em sua parte central e ao ser lançado na coluna, à frente da pasg O ECP também pode ser instalado logo abaixo do colar de estágio, garan-
de cimento, é por esta deslocado até encontrar o colar (retentor ou flutuante), qq, ido im que o cimento do 2º estágio não desça pelo anular, se houver zonas de
a membrana se rompe e permite a passagem da pasta. A função do tampão de f,, ido ocalizadas abaixo.
é limpar o interior do revestimento. O tampão de topo é rígido, sendo lançado ar fambém visando a garantir a boa qualidade da cimentação, são utilizados os
pasta para 'separá-la do fluido de perfuração que a desloca. Ao completar o bombeig, “de lavagem, que são bombeados à frente da pasta de cimento, de modo a
do fluido de deslocamento, o tampão de topo é retido pelo colar, verificando se um c inação da pasta pelo fluido de perfuração e vice-versa. Os colchões
aumento de pressão que indica o final da operação. também têm a função de auxiliar na remoção do reboco de lama das pare-
oço, possibilitando assim a melhor aderência do cimento.
a operacional de uma cimentação primária típica
operação de cimentação primária típica tem a seguinte sequência (figu-
“montagem das linhas de cimentação;
“circulação para condicionamento do poço. Simultaneamente é feita a pre-
paração do colchão de lavagem;
bombeio do colchão de lavagem;
+ teste de pressão das linhas de cimentação, usualmente feito com as linhas
cheias de colchão de lavagem. As linhas são testadas até uma pressão su-
“perior à máxima pressão prevista durante a operação;
* lançamento do tampão de fundo (opcional);
mistura da 1º pasta, mais leve, devendo cobrir o intervalo programado:
mistura da 2º pasta, de maior densidade e de maior resistência à compressão
normalmente cobre 100 m a 150 m da extremidade inferior da coluna. É mais
Cara, mas garante uma cimentação mais eficiente da extremidade inferior;
Posicionado em algum ponto intermediário da coluna, o colar de estágio pers lançamento do tampão de topo;
mite que a cimentação seja feita em mais de uma etapa ou “estágio”, quando o trecho) = deslocamento com fluido de perfuração:
a cimentar é muito extenso ou quando existam zonas críticas muito acima da sapatãs;
Figura 4.39 — Colar guia (a) e colar flutuante (b).
fi CoLar pe Estácio
* pressurização do revestimento para teste de vedação do tampão de topo.
À CentraLizaDoRES
São peças compostas por um jogo de lâminas curvas de aço, as quais s
externamente à coluna de revestimento, visando a centralizá-la e causar um afastameno
to mínimo da parede do poço, para garantir a distribuição do cimento no anular
Caminhão de
cimentação
É ArRANHADOR
1 Unidade de
O arranhador tem a função de remover mecanicamente o reboco que se fo! cimentação
na parede do poço. Tal remoção é feita através dos movimentos verticais ou de rok
ção da coluna, empregando-se para cada caso o tipo de arranhador apropriado.
+ -Col:
À Ourunano Exteaxo DE RevEsTIMENTO OU ECP (ExreexaL Casting PackER) frio
dd
Figura 4.40 - Esquema da cimentação.
É um tipo de obturador inflável, permanente, que pode ser instalado na colul
de revestimento para promover a vedação do espaço anular em pontos críticos É
para o isolamento de intervalos de interesse, a exemplo de reservatórios naturalmei
103
102 Fundamentos de Engenharia de P, o 4 Perfuração
fluido contido em seus poros poderá ter um valor compreendido entre o da
0,1 kgf/em2/m) e o da água salgada (0,107 kgf/em?/m). Quando o gradie
Pra Rad ao Ora st li o di que pe é na gradiente du O decréscimo de pressão hidrostática criado por perda de fluido de circulação
De modo geral, as formações são de pressão normal devido à acumulação de
água doce ou salgada nos seus poros. No entanto, diversos fatores associados con,
por exemplo, compactação, movimentos tectônicos, rapidez da taxa de deposição,
intercomunicação de zonas de pressões diferentes, movimento ascendente das 9.
chas, ete., podem criar formações de pressão anormal.
Em engenharia de petróleo é muito importante o conhecimento das pressões
das formações. pois permite perfurar o poço com taxa de penetração mais alta é
determinar a profundidade de assentamento das sapatas dos revestimentos com «
ENE diss cena » sa slgumas operações durante a perfuração têm levado poços a entrarem em
evido à constante preocupação de se detectar a existência de uma formação lo, a realização de teste de formação. Ocorrendo um kick, o
oo res S A OR q OR RE GM permitem a cul RE. EA a DO :
detecção e avaliação, tais como métodos geofísicos, parâmetros de perfu RR a
parâmetros do fluido de perfuração, análise dos cascalhos, perfilagem etc.
Ua doce
ÃO INADEQUADA
início da pega do cimento pode ocorrer a criação de uma estrutura auto-
| com a redução da pressão hidrostática da pasta de cimento.
jo,
ye ser fechado, utilizando:
ção,
os de kick
Há vários indícios que identificam uma potencial situação de kick. Quando
ente reconhecidos e interpretados. eles permitem que sejam tomadas provi-
5 apropriadas para se evitar o ganho de grande volume de fluido. Os princi-
lícios de kick são:
aumento de volume nos tanques de lama
b) Causas de kick
Uma das principais funções do fluido de perfuração é exercer pressão:
hidrostática sobre as formações a serem perfuradas pela broca. Quando esta pressão
for menor que a pressão dos fluidos confinados nos poros das formações e a forma-
ção for permeável, ocorrerá influxo destes fluidos para o poço. Se este influxo for:
controlável diz-se que o poço está em kick; se incontrolável, diz-se em blowout
Dentre as causas comuns da ocorrência do kick são citados:
aumento de vazão de retorno;
poço em fluxo com as bombas desligadas;
— Peso de lama insuficiente. diminuição da pressão de bombeio e aumento da velocidade da bomba:
— Abastecimento incorreto do poço durante a manobra. - poço aceitando menos lama que o volume de aço retirado;
poço devolvendo mais lama que o volume de aço descido no seu interior;
aumento da taxa de penetração, provocado por um desbalanceamento en
tre as pressões de poro da formação e hidrostática da lama, causando um
esforço no sentido formação-poço que auxilia a ação da broca:
Esta é uma das causas predominantes de kick. Ao se retirar a coluna de perfus
ração do poço, o volume de aço retirado deve ser substituído por um volume equivas
lente de lama, mantendo a mesma pressão hidrostática no fundo do poço.
corte da lama por gás, óleo ou água.
'=se que a lama sofre corte pelo fluido contido nos poros de uma formação
O mesmo for liberado da formação ou dos cascalhos cortados pela broca,
O a incorporar-se à lama.
À Pisrontio
Quando se retira a coluna de perfuração do poço são criadas pressões neg
vas, chamadas de pistoneio, que reduzem a pressão hidrostática efetiva abaixo da,
broca.
trole do poço em kick
À Lama CortaDa POR Gás E... !
s principais informações do kick são as pressões lidas nos manômetros quando
É fechado, e o volume ganho nos tanques.
istando o poço fechado, o engenheiro prepara um plano para restabelecer o
do poço, que consiste na circulação do fluido invasor para fora do poço e,
Necessário, na elevação do peso da lama para conter a pressão da formação e
O kick.
O gás contido nos poros de uma formação normalmente se libera dos cascas
lhos cortados pela broca e se incorpora ao fluido de perfuração. Este gás. g
deslocado até a superfície juntamente com o fluido de perfuração, sofre grande e
pansão e diminui a densidade da mistura. Se o fluido não for convenientemente
tratado na superfície, um kick pode ser provocado.
104 Fundamentos de Engenharia de Persija 4 Perfuração 105
camento) e a carga é explodida. Com o impacto, a conexão se desenrosca e
é retirada do poço. Desce-se, então, uma coluna de pescaria contendo na
idade inferior uma ferramenta agarradora é percursores para permitir impac-
” para baixo ou para cima.
4.7.2 Pescaria
O termo “peixe” é utilizado na indústria de petróleo para designar qualquer
objeto estranho que tenha caído, partido ou ficado preso no poço, impedindo o pros.e-
guimento das operações normais de perfuração. Então, o termo “pescaria” é aplica.
do a todas as operações relativas à recuperação ou liberação do “peixe”,
Prisão ou ruptura da coluna de perfuração, ruptura da broca ou queda de seus
cones, queda de acessórios de perfuração ou de outro equipamento no poço são casos
típicos que requerem operações de pescaria.
À pescaria é uma operação sempre indesejável em um poço de petróleo. Traz
consequências desastrosas à perfuração, tanto no atraso do poço quanto em suas
condições mecânicas. Por isso, um ditado comum nos campos de petróleo é: “A
melhor técnica de pescaria é evitá-la”
de ferramentas descidas a cabo
jumas vezes. ao se operar com ferramentas descidas a cabo, pode ocorrer a
ste c, consequentemente, levar a uma operação de pescaria. Nestes casos,
arpão para pescar o cabo. O arpão é descido no poço com uma coluna de
furação. O cabo partido se enrosca às garras do arpão, enquanto sc gira
perfuração.
Testemunhagem
à) Pescaria de pequenos objetos y
lestemunhagem é o processo de obtenção de uma amostra real de rocha de
ie, chamado testemunho, com alterações mínimas nas propriedades na-
rocha. Com a análise deste testemunho obtém-se informações referentes à
engenharia de reservatórios, completação e perfuração, tais como litologia,
porosidade, permeabilidade, saturação de óleo e água, etc.
Pequenos objetos como mordentes de chave flutuante, cones e rolamentos de:
brocas, pequenas ferramentas, parafusos, porcas, etc. podem cair no poço. As princi-
pais ferramentas usadas para a sua recuperação são:
À Maestro
Sia a rrilete convencional
Consta de um imã permanente que aprisiona os fragmentos ferrosos. Pode ser ancora barmilei
descido a cabo ou conectado na extremidade da coluna. À operação de testemunhagem com barrilete convencional consiste na desci-
broca vazada, conhecida como coroa, e dois barriletes, um externo, que
na coluna, e outro interno, onde irá se alojar o testemunho. Durante a opera-
ida que a coroa avança, o cilindro de rocha não perfurado é encamisado
te interno e posteriormente trazido à superfície.
te processo, é possível obter testemunhos de 9, 18 ou 27 metros, conforme
ição da coluna.
À Suncesta
É semelhante a um substituto, com compartimento para retenção de pequenos
fragmentos metálicos, removidos do fundo do poço por circulação do fluido de per»
furação, que sedimentam devido à redução da velocidade de ascensão. É posicionada
logo acima da broca.
hagem a cabo
À Cesta ne CircuLação REVERSA
la testemunhagem com barrilete convencional, ao final de cada corte de um
jo é necessário trazer a coluna à superfície através de uma manobra, o que
1 O tempo e o custo da operação. Assim, foi desenvolvida a testemunhagem a
8 barrilete interno pode ser removido até à superfície sem a necessidade
far toda à coluna.
Esta cesta é dotada de uma válvula acionada por uma esfera lançada da super
fície que desvia o fluxo do interior da coluna para o seu exterior. A cesta descida!
alguns centímetros acima do fundo do poço e o fluxo impulsiona o “peixe” para O
interior da cesta.
b) Pescaria de elementos tubulares agem lateral
As principais causas de pescaria de elementos tubulares são desenroscamento
da coluna, quebra da coluna, queda da coluna no poço e prisão da coluna. )
No caso de prisão da coluna, o primeiro passo é determinar o ponto de prisão
para recuperar a porção livre da mesma. Após a determinação deste ponto. UM
carga explosiva é descida c posicionada em frente à conexão logo acima do ponto de
prisão. Em seguida, a coluna é submetida a uma torção à esquerda (sentido
ias vezes ocorrem mudanças inesperadas na coluna estratigráfica e pode
ssidade de se testemunhar alguma formação já perfurada, Nestes casos,
O método de testemunhagem lateral.
método utiliza uma ferramenta percussiva e o seu princípio fundamental é
mples: cilindros ocos, presos por cabos de aço a um canhão, são arreme:
tra à parede da formação para retirar amostras da rocha.
104 Fundamentos de Engenharia de Por led Perfuração Ê 105
mento) e a carga é explodida. Com o impacto, a conexão se desenrosca e
| é retirada do poço. Desce-se, então, uma coluna de pescaria contendo na
inferior uma ferramenta agarradora e percursores para permitir impae-
e” para baixo ou para cima.
4.7.2 Pescaria
O termo “peixe” é utilizado na indústria de petróleo para designar qualquer
objeto estranho que tenha caído, partido ou ficado preso no poço, impedindo o prosse.
guimento das operações normais de perfuração. Então, o termo “pescaria” é aplica.
do a todas as operações relativas à recuperação ou liberação do “peixe”,
Prisão ou ruptura da coluna de perfuração, ruptura da broca ou queda de seus
cones, queda de acessórios de perfuração ou de outro equipamento no poço são casos
típicos que requerem operações de pescaria
A pescaria é uma operação sempre indesejável em um poço de petróleo. Traz
consegiências desastrosas à perfuração, tanto no atraso do poço quanto em suas
condições mecânicas. Por isso, um ditado comum nos campos de petróleo é: “A
melhor técnica de pescaria é evitá-la.”
aria de ferramentas descidas a cabo
umas vezes, ao se operar com ferramentas descidas a cabo, pode ocorrer a
e, consegiientemente, levar a uma operação de pescaria. Nestes casos,
“arpão para pescar o cabo. O arpão é descido no poço com uma coluna de
rfuração. O cabo partido se enrosca às garras do arpão, enquanto se gira
a) Pescaria de pequenos objetos
Pequenos objetos como mordentes de chave flutuante, cones e rolamentos de
brocas, pequenas ferramentas, parafusos, porcas, etc. podem cair no poço. As princi-
pais ferramentas usadas para a sua recuperação
je, chamado testemunho, com alterações mínimas nas propriedades na-
ocha. Com a análise deste testemunho obtém-se informações referentes à
1, engenharia de reservatórios, completação e perfuração, tais como litologia,
osidade, permeabilidade, saturação de óleo e água, etc.
À Macnero
id ss E n Col vn vencion
Consta de um imã permanente que aprisiona os fragmentos ferrosos. Pode ser Ra armilcis convenciçha!
descido a cabo ou conectado na extremidade da coluna. | operação de testemunhagem com barrilete convencional consiste na desci-
a broca vazada, conhecida como coroa, e dois barriletes, um externo, que
na coluna, e outro interno, onde irá se alojar o testemunho. Durante a opcra-
dida que a coroa avança, o cilindro de rocha não perfurado é encamisado
te interno e posteriormente trazido à superfíci:
ste processo, é possível obter testemunhos de 9, 18 ou 27 metros, conforme
sição da coluna.
À Suncesta
melhante a um substituto, com compartimento para retenção de pequenos,
. fragmentos metálicos, removidos do fundo do poço por circulação do fluido de pers
furação, que sedimentam devido à redução da velocidade de ascensão. É posicionada,
logo acima da broca.
agem a cabo
esta DE CircuLAÇÃO REVERSA
testemunhagem com barrilete convencional, ao final de cada corte de um
O é necessário trazer a coluna à superfície através de uma manobra, o que
à 0 tempo e o custo da operação. Assim, foi desenvolvida a testemunhagem a
e o barrilete interno pode ser removido até à superfície sem a necessidade
toda a coluna.
da supera
descida!
* para O
Esta cesta é dotada de uma válvula acionada por uma esfera lançada
fície que desvia o fluxo do interior da coluna para o seu exterior. A cesta
alguns centímetros acima do fundo do poço e o fluxo impulsiona o “peix
interior da cesta.
b) Pescaria de elementos mbulares hagem lateral
As principais causas de pescaria de elementos tubulares são desenroscamento) lgumas vezes ocorrem mudanças inesperadas na coluna estratigráfica e pode
da coluna, quebra da coluna, queda da coluna no poço e prisão da coluna. R ssidade de se testemunhar alguma formação já perfurada, Nestes casos,
No caso de prisão da coluna, o primeiro passo é determinar o ponto de prisão o método de testemunhagem lateral
para recuperar a porção livre da mesma. Após a determinação deste ponto. umA método utiliza uma ferramenta percussiva e o seu princípio fundamental é
carga explosiva é descida e posicionada em frente à conexão logo acima do ponto d imples: cilindros ocos, presos por cabos de aço a um canhão, são arremess
prisão. Em seguida, a coluna é submetida a uma torção à esquerda (sentido ds ira à parede da formação para retirar amostras da rocha.
5
Ho
Fundamentos de Engenharia de 4 Perfuração E
Petróteg
4.9.1 Tipos de unidades envolvidos no projeto, construção e instalação da plataforma, sua aplicação se
, : se ao desenvolvimento de campos já conhecidos, onde vários poços são perfu-
Existem basicamente dois tipos de Unidades de Perfuração Marítima: as «q, endo um vertical e os outros direcionais.
º BOP na superfície, tais como as platafrmas fixas, as auto-elevávei, as suber s plataformas fixas são projetadas para receberem todos os equipamentos de
veis e as tension legs e as com BOP no fundo do mar, conhecidas como un tadeg ção, estocagem de materiais, alojamento de pessoal, bem como todas as ins-
flutuantes, tais como as semi-submcrsíveis e os navios-sonda.
R . A necessárias para a produção dos poços.
O emprego de cada um destes tipos fica condicionado à lâmina d'águ
at (digo
tância que vai do fundo do mar até a superfície da água), condições de mar. televo dy , eai
fundo do mar, finalidade do poço, disponibilidade de apoio logístico e, principal. RR eo
mente, à relação custo/benefício.
a) Plataformas fixas ou hidraulicamente movimentam-se para baixo até atingirem o fundo do
: aba se a elevação da plataforma acima do nível da água, a uma
As plataformas fixas (figura 4.46) foram as primeiras unidades utiliza las, E É
em si i i ámi fi ação das ondas
Têm sido preferidas nos campos localizados em lâmin: egura e fora da açi
são responsáveis por grande
d'água de até 300 metros
arte do petróleo produzido no mar.
Figura 4.47 — Plataforma auto-elevável.
São plataformas móveis, sendo transportadas por rebocadores ou com propul-
ia, destinadas à perfuração de poços exploratórios na plataforma continen-
lâminas d'água que variam de 5 a 130 metros.
Devido à estabilidade desta unidade, as vperações de perfuração são seme-
às realizadas em terra. Os revestimentos são assentados no fundo do mar e
5 até a superfície, abaixo da subestrutura. Aí é conectado o equipamento de
iça & controle de poço (ESCP), que é similar ao utilizado em terra.
Estatisticamente, este é o tipo de unidade de perfuração marítima que tem
maior número de acidentes. As operações de elevação e abaixamento são
E sofrem bastante influência das condições de tempo e mar. Nos deslocamen-
sentam dificuldades quanto ao reboque e, para grandes moviment
Teliradas seções das pernas para melhorar sua estabilidade.
Figura 4.46 — Plataforma fixa do Campo de Guroupa, na Bacia de Campos.
Geralmente as plataformas fixa:
o estruturas moduladas de aço que são ins?
taladas no local de operação com esta
cravadas no fundo do mar. Devido aos altos
nz
Fundamentos de Engenharia de Pers;
c) Plataformas submersíveis
As plataformas submersíveis constam de uma estrutura montada sobre
flutuador, utilizadas basicamente cm águas calmas, rios e baías com pequena |
dágua. São deslocadas até a locação com auxílio de rebocadores. Ao checar
locação, são lastreadas até seu casco inferior se apoiar no fundo, em geral
pouco acidentado. A sua utilização é limitada devido à sua pequena capacidac
lâmina d'água.
um
in;
de
d) Plataformas flutuantes
As plataformas flutuantes podem ser semi-submersíveis (figura 4.48) ow
navios-sonda (figura 4.49). As primeiras são compostas, basicamente, de uma estry-
tura com um ou mais convescs, apoiada por colunas em flutuadores submersos, Os
navios-sonda foram inicialmente adaptados, mas hoje são projetados especialmente
para a perfuração.
Figura 4.49 — Navio-sonda. (Foto de autoria
de Enrique Fernandez, 1987).
Figura 4.48 — Plataforma semi-submersível,
Uma unidade flutuante sofre movimentações devido à ação das ondas, correm,
tes e ventos, com possibilidade de danificar os equipamentos a serem descidos
poço. Assim, é necessário que ela fique posicionada na superfície do mar, den o
um círculo com raio de tolerância ditado pelos equipamentos de subsuperfície. OP
ração a ser executada e lâmina d'água. Dois tipos de sistemas são responsáveis D
posicionamento da unidade flutuante: sistema de ancoragem e sistema 08
posicionamento dinâmico. )
O sistema de ancoragem é constituído por oito a 12 âncoras e cabos
correntes atuando como molas que produzem esforços capazes de restaurar a pos!
do flutuante, modificada pela ação das ondas, ventos e correntezas.
o 4 Perfuração E)
No sistema de posicionamento dinâmico não existe ligação física da UPM
fundo do mar, exceto a dos equipamentos de perfuração. Sensores de posi
n a deriva e propulsores no casco acionados por computador restauram a
o da plataforma.
Devido ao alto grau de liberdade dos movimentos da UPM durante as opera-
perfuração, os revestimentos ficam apoiados no fundo do mar por intermédio
as especiais de cabeça de poço subrnarino. Sobre estes se conectam os equi-
5 de segurança e controle de poço, sendo que o retorno do fluido de perfura-
erfície é feito através de uma coluna, chamada Riser, que se estende até a
orma.
As plataformas flutuantes podem ter ou não propulsão própria. De qualquer
1, possuem grande mobilidade, sendo preferidas para a perfuração de poços
iraforma Tension Leg
'São plataformas usadas para desenvolvimento de campos. Sua estrutura é
similar à plataforma semi-submersível, sendo que suas pernas principais
adas no fundo do mar por meios de cabos tubulares (figura 4.50).
grau de flutuação da plataforma possibilita que as pernas mantenham-se
adas, reduzindo severamente o movimento da plataforma. Assim, as opera-
le perfuração e de completação são iguais às das plataformas
Figura 4.50 — Tension Leg.
Sistemas de cabeça de poço submarino
À perfuração de poços de petróleo no mar apresenta dois aspectos diferentes:
do com o BOP na superfície como nas sondas fixas e nas PAs e a com BOP
D do mar como nas semi-submersíveis e nos navios (figura 4.51).
114 Fundamentos de Engenharia de Petróleo, 4 Perfuração 115
Os sistemas de cabeça de poço submarino para unidades de perfuração flutu-
podem ser de dois tipos: sistema com cabos guias (Guideline System) e sistema
guias (Guidelineless System).
sistema com cabos guias é mais utilizado para a perfuração de poços em
às d'água até cerca de 400 m.
primeiro equipamento a ser descido ao fundo do mar é a BGT (base guia
a), cuja função é ancorar quatro cabos de aço para prover um guia primário
para O início da perfuração do poço (figura 4.52).
Figura 4.51 — Tipos de sondas marítimas.
Em qualquer um dos sistemas as colunas de revestimento são sempre ancora-
das no fundo do mar evitando sobrecarga na sonda, resultando em maior estabilidas
de da plataforma e facilidades para o abandono do poço.
a) Sistema de cabeça de poço para plataformas fixas e auto-eleváveis
Em poços perfurados com plataforma fixa ou auto-elevável, o sistema de sus.
pensão de fundo do mar permite ancorar os revestimentos após a sua cimentação,
abandonar o poço e retornar a ele (tie-back) quando necessário.
Mesmo com os revestimentos ancorados no fundo do mar, há necessidade de |
um cabeçal de superfície, que tem a função de vedação secundária e de sustentação
do peso dos tubos de revestimentos que se encontram acima do fundo do mar.
Se o poço não for completado para produção logo após a perfuração, ele será
abandonado, temporariamente, e tamponado. Após este tamponamento e a desmontar
gem da cabeçal de superfície do poço, os revestimentos acima do fundo do mar são
desconectados e retirados.
Figura 4.52 — Perfuração da 1º fase.
Após o assentamento da BGT, é descida a coluna de perfuração, constituída de
26” e alargador de 36”, para a perfuração da 1º fase do poço. A fase é perfu-
à água do mar e retorno dos cascalhos diretamente para o fundo do mar.
pós a perfuração do poço de 36”, é descido o condutor de 30” juntamente
P (base guia permanente) (figura 4.53).
Conjunto BGP, alojador e condutor de 30” é montado na superfície e desci-
neamente nu poço de 36”. Em seguida é cimentado o condutor de 30” em
ua extensão. Logo após tem início a perfuração da fase seguinte, com broca
útilizando também água do mar e com retorno dos cascalhos para o fundo do
b) Sistema de cabeça de poço para plataformas flutuantes
Numa plataforma flutuante todo o sistema de cabeça de poço fica local
no fundo do mar. Desta forma, as cargas provenientes da ancoragem dos revestims
tos intermediários e de produção são absorvidas pelo condutor e revestimento”
superfície que, por sua vez, pode descarregar parte desta carga sobre bases especia
que trabalham como fundação submarina para o poço.
O mesmo ocorre com as cargas provenientes dos equipamentos de segu!
e controle do poço durante a perfuração, e com os equipamentos de controle
produção, após a completação do poço.
pós a perfuração do poço de 26”, é descido e cimentando o revestimento de
de 20”, que recebe na extremidade superior um alojador de alta pressão.
te alojador tem como funções promover a integração do revestimento de
É com os demais componentes, permitir a conexão dos equipamentos de
a é controle do poço, servir de sede para os suspensores dos revestimentos
ios e de produção e conectar os equipamentos de produção na fase de
9 do poço. O alojador de alta pressão é usualmente especificado com diâme-
no nominal de 18 3/4” e pressão de trabalho de 10.000 psi. Em geral, é
AVALIAÇÃO DE FORMAÇÕES
minam-se “Avaliação de Formações” as atividades e estudos que visam
termos qualitativos c quantitativos o potencial de uma jazida petrolífera,
sua capacidade produtiva e a valoração das suas reservas de óleo e gás. A
jo das formações baseia-se principalmente na perfilagem a poço aberto, no
ição a poço aberto, nos testes de pressão a poço revestido e na perfilagem
: ação de uma formação todas as informações
s à perfilagem do intervalo de interesse, sejam clas obtidas na ctapa do
lógico e geofísico da área ou na etapa de perfuração do poço. À integração
os dados disponíveis permite a avaliação efetiva do reservatório.
esso se inicia com a perfuração do poço pioneiro, cuja locação é defini-
o geológico e geofísico, basicamente a partir de dados sísmicos. Durante
ão do poço, vários indícios podem indicar a possibilidade da presença de
os numa determinada formação. Esses indícios são observados nas
as de calha das rochas perfuradas, em testemunhos e em kicks, assim como
locidade de perfuração, pelo detetor de gás, etc.
A chamada perfilagem final, executada ao término da perfuração do poço,
“obter informações importantes a respeito das formações atravessadas pelo
itologia (tipo de rocha), espessura, porosidade, prováveis fluidos existentes
os e suas saturações. A maior limitação da perfilagem é a pequena extensão
raio de investigação lateral, de modo que apenas a vizinhança do poço é ana-
a perfilagem.
om base na análise dos perfis, decide-se quais intervalos do poço são de
Se econômico potencial para se executar os testes de formação. Se não houver
los de interesse o poço é abandonado. Os testes de formação têm sido ampla-
Utilizados na indústria petrolífera para se estimar a capacidade produtiva do
Apesar dos indícios obtidos durante a perfuração e a perfilagem indicarem
nça de hidrocarbonetos na formação, isto não significa que possam ser pro-
E economicamente. Somente o teste de formação (isto é, somente a coloca-
à poço em fluxo) poderá confirmar, com segurança, a presença de hidro-
s na formação e fornecer dados a respeito das condições de fluxo nas
ções do poço.
Fundamentos de Engenharia de Per
5.1 Perfilagem a poço aberto
O perfil de um poço é a imagem visual, em relação à profundidade, de um,
mais características ou propriedades das rochas perfuradas (resistividade elétrica po-
tencial cletroquímico natural, tempo de trânsito de ondas mecânicas, radioatividade
natural ou induzida, etc.). Tais perfis, obtidos através do deslocamento contínuo de um
sensor de perfilagem (sonda) dentro do poço. são denominados genericamente de pers
fis elétricos, independentemente do processo físico de medição utilizado.
a ou
5.1.1 Fundamentos de perfilagem
Para todos os efeitos, uma rocha sedimentar pode ser dividida em duas partesy
= A “matriz”, englobando toda a parte s
origem terrígena ou carbonática.
Os “poros”, ou tudo aquilo que é vazio na rocha e que pode ser preenchido
por fluidos, tanto de origem primária, adquirida durante a deposição, quan-
to secundária ou subsegiiente, como fraturas c dissoluções de parte da ma-
triz, conforme comentado no item 2.1.2.
lida da rocha, independente de sua:
A resistividade é a propriedade da rocha permitir ou não a passagem de uma
corrente elétrica. Considerando uma caixa cheia de água com resistividade igual a
Rys à porosidade será igual a 100%, uma vez que não existe rocha. Ao se colocar
grãos de sílica (isolante) dentro da caixa, verifica-se que a resistividade da mesma,
(R9) aumenta proporcionalmente ao número de grãos. enquanto que a porosidade,
diminui proporcionalmente. Então, a resistividade de uma rocha, R,, varia na razão
direta da resistividade da água e inversa da porosidade. A resistividade de uma rocha
completamente saturada por água é dada por:
aR y
om
onde a é o coeficiente de tortuosidade ou litológico, m é o coeficiente de cimentação
ep éa porosidade.
Ro = (5.1)
No caso em que a rocha contenha gás, óleo e/ou água em seus poros.
resistividade da rocha aumentará consideravelmente devido à capacidade isolante
da fração hidrocarboneto. A resistividade da rocha contendo hidrocarbonetos, Rg
função de R,, pois diminuindo a salinidade da água contida na rocha, por exemph
diminui-se R, também. Da mesma maneira, R, é inversamente proporcional à sº
ração de água S,.
A expressão final para R,
hamada Lei de Archie (1942) e é dada por:
ua aRy
ars
onde n geralmente é denominado de coeficiente ou expoente de saturação.
5, Avaliação de Formações
valores mais comuns paraa em são: 0,62 <a<081e2<m<2,15 para
genas ou a =| em =2 para rochas carbonáticas. O valor usual de n é 2,
pedidas de laboratório devem ser feitas para maior acuracidade.
to, para a determinação da saturação de água em um reservatório conten-
incógnitas precisam ser encontradas. A incógnita R,, pode ser
avés do perfil que mede o potencial espontâneo das rochas, embora seja pre-
erar a água do reservatório e analisá-la em laboratório. A R, pode ser obti-
is de leituras diretas nos perfis elétricos convencionais ou indutivos, e a
je pode ser obtida por perfil sônico, perfil de densidade ou perfil neutrônico.
parâmetros a, m e n podem ser obtidos em laboratório, da experiência da
s próprios perfis.
s de perfis
encial Espontâneo - SP; Este perfil mede a diferença de potencial entre
trodos, um na superfície e outro dentro do poço. Permite detectar as camadas
osas, calcular a argilosidade das rochas e auxiliar na correlação de informa-
poços vizinhos.
rios Gama — GR: Detecta a radioatividade total da formação geológica, Uti-
a identificação da litologia, a identificação de minerais radioativos e para
lo do volume de argilas ou argilosidade.
Neutrônico — NPHI: Os perfis mais antigos medem a quantidade de raios gama
ra após excitação artificial através de bombardeio dirigido de nêutrons rápi-
is modernos medem a quantidade de nêutrons epitermais e/ou termais da
s 0 bombardeio. São utilizados para estimativas de porosidade, litologia
e hidrocarbonetos leves ou gás.
dução — ILD: Fornece leitura aproximada de R,, através da medição de cam
cos e magnéticos induzidos nas rochas.
ico — DT: Mede a diferença nos tempos de trânsito de uma onda mecânica
s rochas. É utilizado para estimativas de porosidade, correlação poço a
timativas do grau de compactação das rochas ou estimativa das constantes
detecção de fraturas e apoio à sísmica para a elaboração do sismograma
sidade — RHOB: Detecta os raios gama defletidos pelos elétrons orbitais
hentos componentes das rochas, após terem sido emitidos por uma fonte
Situada dentro do poço. Além da densidade das camadas, permite o cálculo
e a identificação das zonas de gás. É utilizado também como apoio à
à O cálculo do sismograma sintético.
tem muitos outros tipos de perfis, com aplicações as mais diversas
bbjetivo de melhor avaliar as forma:
la comercial de hidrocarbonetos.
todos
geológicas quanto à ocorrência de
124; Fundamentos de Engenharia de Perrójo 5. Avaliação de Formações 125
A figura 5.1 mostra exemplos de alguns perfis obtidos em um Poço exploratório,
No perfil GR é possível distinguir dois corpos arenosos (baixa argilosidade); 11 a
2.850 metros de profundidade e outro a 2.965 metros. O corpo superior pode ser inc
pretado como arenito argiloso no topo tornando-se mais limpo para a base, enquanto
que o corpo inferior é um arenito bastante limpo. O perfil neutrônico NPH! mostra
que a porosidade do corpo superior é baixa, diminuindo para a base, enquanto que q
porosidade do corpo inferior é baixa. Estimativas quantitativas podem ser obiidas à
partir dos perfis, e neste caso obteve-se porosidade da ordem de 10%. A resistivie
de ambos os corpos é relativamente alta, possivelmente induzida pela baixa porosicl;
GR NPHI ILD RHOB DT
argilosidade | porosidade | resistividade | densidade | velocidade
2800
2900
5.2 - Exemplo de perfis mostrando um reservatório comercial de petróleo.
3000 de pressão em poços
ERAS PRO RECO End sem tr poço explorotário. um poço em um reservatório novo, selado nos seus limites externos.
O reservatório está em equilíbrio, isto é, em qualquer ponto a sua pres-
€ igual à chamada pressão estática original. Quando o poço é coloca-
ão (durante um teste, por exemplo), o equilíbrio das pressões é quebra-
é menor no poço e vai crescendo à medida que se afasta dele em direção
do reservatório. Quando o volume de fluido produzido é pequeno, em
ao tamanho do reservatório, observam-se quedas de pressão (em relação
Original) apenas em uma região próxima ao poço. Neste caso, as pressões
do reservatório mais afastadas do poço permanecem iguais à pressão
im o avanço da produção, a região afetada (onde sc observam quedas de
aumentando e, eventualmente, se propaga para todo o reservatório. Quanto
é retirado maiores são as quedas de pressão observadas. O período de
que o poço está produzindo é chamado de período de fluxo.
ine agora que, após um certo tempo em fluxo, o poço seja fechado. Em-
de produção seja nula, continuará ocorrendo movimento de fluidos no
Tanto a densidade RHOB quanto a velocidade DT apresentam-se relativas
mente altas, atestando a baixa porosidade destes arenitos, o que indica que estas foi
mações seriam reservatórios de baixa produtividade caso fossem portadores
hidrocarbonetos.
A figura 5 ção em que houve a confirmação de ul
jazida comercial de petróleo. Tanto o perfil RHOB quanto o DT mostram a prese)
de arenitos porosos a partir de 2.870 metros de profundidade. O corpo superior (:
relo) é bastante argiloso e o corpo inferior (azul) é limpo. como pode ser constatãl
no perfil GR. O corpo superior apresenta resistividade alta, que pode ser indicatf
de hidrocarbonetos, enquanto que o corpo inferior apresenta resistividade muito
xa, atestando a presença de água salgada. Com o respaldo de indícios da presença!
hidrocarbonetos durante a perfuração, foi realizado um teste da formação sup?
que comprovou a existência de uma jazida comercial de petróleo.
.2 apresenta uma sil
130 Fundamentos de Engenharia « 5. Avaliação de Formações 131
PF 1
1
N
“pq
Válvula de circulação Primeiro crescimento
reversa ja da coluna Primeiro fluxo de pressão
(b) (e)
Registrador acima
da válvula
Válvula de fundo —+—
o.
Registrado interno
AféniDe Segundo crescimento Reifádáida Coina
us de pressão
nar ] Tubos perfurados O) 6
Rd
o Figura 5.4 - Carta típica de um registrador de pressão externo.
- Zona de
“interesse
a instalação dos equipamentos de superfícies — que permitirão o contro-
ção e o descarte dos fluidos porventura produzidos — o obturador é assenta-
ido o intervalo a ser testado da pressão do fluido de amortecimento. Imediata-
ra em ação um mecanismo de retardo na válvula de fundo, a qual se abre
minutos. Neste instante, o fluido de completação existente abaixo do
se expande para dentro da coluna, liberando a formação da pressão
a. Tem início, então, o primeiro período de fluxo. No diagrama de pres-
cai de PHI até PFI (pressão de fluxo inicial) quase instantaneamente,
é comunicada com a pressão atmosférica através da coluna vazia.”
Registrador externo
Figura 5.3 - Esquema de uma coluna típica de teste de formação.
Na figura 5.4 podem ser acompanhadas as diversas fases do teste e respe ã
vos diagramas de pressão (pressão versus tempo) obtidos pelo registrador oxtei dida que os fluidos vão sendo produzidos, os registradores acusam o
Nos diagramas da figura 5.4 o deslocamento horizontal (da esquerda para a direi a pressão devido ao crescimento de coluna de fluido dentro da tubulação
representa a passagem do tempo, enquanto que a distância vertical, medida em re ). Durante os períodos de fluxo, o sopro!9 deve ser observado, e se hou-
ção à linha base traçada na superfície (linha de pressão atmosférica), é propor ição de líquido ou gás na superfície, deve-se medi-la. j
à pressão atuante no registrador, o primeiro fluxo, a válvula de fundo é novamente fechada e o registrador
Antes da descida da coluna de teste, o poço está cheio de fluido de amo! istrar o primeiro crescimento de pressão, como mostra à figura 5.4c. O
O registra i ão é i E são á-
mento — fluido de perfuração ou de completação com peso suficiente para cont Eistrado do crescimento de pressão é denominado PEI (pressão está
Tuidos das f A le o período de fechamento, o registrador acima da válvula deverá
uidos Is desça ci
a pressão constante e igual à última pressão de fluxo (PFF).
perfurados e sai aii orifícios de uma válvula de desvio by pass) localiz:
do obturador A válvula testadora está fechada, e, portanto, a tubulação
Os mais comuns instalados na superfície são: cabeça de teste, linhas de surgência, choke manifold,
é mantida vazia. de aferição e queimadores.
Na o 54a ferramenta atingiu a profundidade Ee assentamento do dl ] utiliza-se um colchão acima da válvula (de água, óleo diesel, nitrogênio, etc.), cuja pressão
o o pela diferença da pressão entre a formação e o interior da coluna, quando da abertura da
do. O colchão evita colapso da coluna e do revestimento, danos às borrachas de obturador, dano
e fluido de amortecimento, desde a superfície (onde é zero) até a posição de (2 Produção de areia, etc.
onde é máxima (PHI é a pressão hidrostática inicial).
= deslocamento de ar para fora da coluna devido ao crescimento de coluna de fluido dentro da
É um indicativo da abertura da válvula e fornece informação qualitativa da vazão.
Avaliação de Formaç 133
132 Fundamentos de Engenharia de
Prosseguindo a operação, a válvula de fundo é aberta para o segundo Períoy
de fluxo e, posteriormente, novamente fechada para o segundo crescimento de
são, conforme ilustram as figuras 5.4d e 5,4.
Ao ser desassentado o obturador, a pressão hidrostática final (PHF) é re;
trada e, à medida que a coluna vai sendo retirada do poço, pressões hidrostár
decrescentes são registradas até se chegar à superfície (figura 5.41).
Durante a retirada da coluna é feita a circulação reversa, A válvula de circula ue pressão
gão reversa é aberta e o fluido de amortecimento é bombeado pelo espaço anu
recupcrando-se os eventuais fluidos produzidos durante o teste, Além dos motivos
de segurança, a válvula de circulação reversa permite a identificação e med
fluidos nos testes em poços não-surgentes.
d volume da câmara de estocagem do teste de produção envolve todo o poço
pres to na superfície) e, portanto, é muito maior que o de um teste de formação
o no fundo). Logo, em um teste de produção, os tempos de estática devem
sis itivamente maiores quando comparados aos do teste de formação.
ica
iste na descida de registradores de pressão a cabo por dentro da coluna,
pressões de fluxo e/ou estática. Diferentemente dos TPs, no registro de
jo se faz medição de vazão na superfície.
n se enquadram nesta categoria as operações de registro de gradiente
dinâmico. Gradiente de pressão se refere ao registro das pressões em
profundidades no poço. Se o poço está em fluxo estabilizado, diz-se que o
E é dinâmico: se fechado, diz-se que é estático.
ição d
c) Teste de formação a poço aberto (TF)
O teste de formação a poço aberto é realizado durante a fase de perfuração
antes de se revestir o intervalo. O fato de o intervalo estar aberto faz com que o tes
seja curto, devido à possibilidade de prisão da coluna (decantação de sólidos
fluido de perfuração ou desmoronamento da formação), ao risco de entupimento
coluna e ao isolamento precário do intervalo. Além da estimativa da capacidade
fluxo, os TEs têm a grande vantagem de possibilitar a identificação dos fluidos d
formações de interesse antes da descida do revestimento de produção.
ilagem de produção
lagem de produção é feita através de perfis corridos após a descida do
nto de produção e completação inicial do poço, visando determinar a
le de uma completação ou as condições de produtividade (ou injetividade)
d) Teste de formação a poço revestido (TER)
O teste de formação a poço revestido se caracteriza pelo bom isolamento:
intervalo de interesse e pelas melhores condições mecânicas do poço. O isolamei
entre os diversos intervalos portadores de água ou hidrocarbonetos é conseg
pela cimentação do revestimento.
As melhores condições mecânicas propiciam tempos de teste suficientes
que todos os objetivos possam ser alcançados, além dos testes serem mais segurose!
menos sujeitos a falhas mecânicas.
duction logging tool (PLT)
| ferramenta PLT pode fornecer os seguintes perfis: continuous flowmeter,
ômetro, densidade. hidrolog e temperatura.
uous flowmeter
e) Teste de produção (TP) objetivo principal deste perfil é definir a contribuição de cada intervalo
» poço na vazão total de produção (ou de injeção).
continuous flowmeter consiste basicamente de uma hélice centralizada na
a, cuja velocidade de rotação é registrada continuamente contra a profun
ação da hélice é função da velocidade de fluxo do fluido dentro do poço,
e do sentido de movimentação do cabo (descendo ou subindo) e da
dos fluidos. ;
| velocidade relativa entre a ferramenta e o fluido produzido fosse igual a
Os testes de produção caracterizam-se pela não-utilização de válvula de
do: A abertura (período de fluxo) e o fechamento do poço (período de estática)
feitos na superfície, na “árvore de natal” (Capítulo 6) ou no choke manifold. Os rei
tradores são descidos por dentro da coluna através de um cabo. Normalmente,
necessidade de indução de surgência para se iniciar o fluxo (Capítulo 8)
Em um teste de formação ou de produção, a vazão na válvula é mantida
após o fechamento do poço para estática. Entretanto, a formação continua ali
tando a câmara de estocagem — volume da câmara abaixo da válvula, conectado”
intervalo produtor — devido à compressibilidade do fluido no poço. Esta vaz!
alimentação, denominada after flow ou vazão de estocagem, diminui rapidamenl
medida que o fluido da câmara de estocagem é
ópria velocidade do fluido. Como seria bastante trabalhoso (ou até não
tal) ficar alterando a velocidade do cabo em cada trecho de interesse para se
ir à rotação da hélice igual a zero, é muito mais simples se efetuar três mano-
lescida e subida, com velocidades diferentes do cabo entre cada manobra, e
Num gráfico onde na abscissa está a velocidade do cabo (V .upo) & na orde-
é comprimido. Este período, deno
nado período de estocagem, depende do volume da câmara de estocagem, da 00
pressibilidade do fluido no poço e da produtividade da formação.
134 Fundamentos de Engenharia de p,, Avaliação de Formações 135
nada a rotação da hélice (RPS). Traçando-se uma reta pelos pontos obtidos pode:
extrapolar e encontrar a velocidade do cabo que resultaria em rotação zero par,
trecho de interesse.
a fluxos trifásicos, o uso simultâneo do flowmeter e de medidores de den-
| fluido não é capaz de informar a contribuição e percentagem de cada
A partir das velocidades de fluxo nos trechos de interesse (entre os canhone: ido em cada intervalo.
abertos) determina-se, por diferença, a contribuição percentual de cada incervato il hidrolog mede a constante dielétrica do Nluido que passa por dentro
vazão total de produção do poço. Este procedimento também pode ser adotado e; a ferramenta, indicando a percentagem de água presente na mistura. Esta
poços injetores de água para se determinar qual a parcela recebida em cada intervalo, seia-se no fato de que dentre os três tipos de fluidos (gás, óleo e água)
O perfil flowmeter corrido isoladamente, sem outras informações, soment ua apresenta alta constante dielétrica. Assim, o perfil é calibrado para
pode informar a contribuição de cada intervalo, se o fluxo for com um único fluid icos, fornecendo imediatamente os valores da percentagem de água. —
Caso esteja presente a produção de dois fluidos, mais um perfil é necessário para infor BRR O pestl do discado, este par aca aliza do conti medir
mar, além da contribuição de cada intervalo, qual a percentagem de cada fluido, RR O do cone norma mento o quibe, aca ianêndo
b) Gradio ômetri
b) Gradiomanômeiro temperatura
Este perfil registra continuamente a densidade da mistura de fluido dentro di
poço em função da profundidade, através da medição de pressão em dois ponto
distintos, afastados de dois pés. Sua resolução é de cerca de 0,01 g/cm?.
A diferença de pressão registrada é função da soma da coluna hidrostát
com as perdas por atrito e a diferença do efeito cinético entre os dois pontos
medição de pressão. Em velocidades normais de fluxo, o efeito do atrito não
grande e o efeito cinético é normalmente desprezível, de modo que a diferença d
pressão é reflexo da própria densidade do fluido. Cuidados especiais devem ser k
mados com poços direcionais, já que o ângulo de inclinação do poço em cada ponto
vai estar afetando a diferença de pressões.
Caso o poço esteja produzindo somente dois fluidos (óleo e água. óleo e
ou gás e água), é possível determinar a contribuição e percentagem de cada fl
em cada intervalo aberto para produção, correndo-se simultaneamente o pa
flowmeter e o perfil gradiomanômetro.
tilizado para registrar a temperatura do fluido do poço. O estudo de ano-
mperatura pode fornecer diversas indicações. tais como: intervalos pro-
u recebendo fluidos, localização de vazamentos, topo do cimento, altura de
é condições do poço antes e durante a perfilagem determinam a utilidade
S de temperatura. As medidas são feitas durante uma injeção ou produção
is ou em intervalos regulares após o poço ter sido fechado e o fluido de
O poço estar retornando ao equilíbrio geotérmico com as formações
al decay time log (TDT)
TDT é utilizado para traçar um perfil qualitativo das saturações dos fluidos
is no reservatório. Em outras palavras, determina os contatos gás-óleo e
rfil é um registro contínuo do tempo de decaimento do nível termal da
S nêutrons emitidos contra a formação pela fonte do aparelho versus a
Jade. Ao atingir um determinado nível, os nêutrons que são capturados
Ss gama, os quais são captados e contados pelos detectores da ferramenta.
Di óleo e a água têm uma resposta diferente a este estímulo, consegue-se
diferentes saturações da rocha.
c) Perfil de densidade
O perfil de densidade (fluid density meter) apresenta a densidade do fluk
que passa por dentro da própria ferramenta (amostra de 4” por 4” de diâme
através de um sistema radioativo semelhante ao dos perfis que medem a den
da formação a poço aberto. A resolução do perfil, em condições normais,
que 0,02 g/cm? e o perfil não precisa ser corrigido pelo desvio do poço.
Deve-se ressaltar que em fluxos multifásicos o fluido mais leve normalm
te escoa pelo centro do conduto, enquanto o mais pesado escoa mais próximo)
paredes do poço. A ferramenta, sendo centralizada, costuma medir uma den
menor que a real. Por outro lado, em poços direcionais com desvio muito acem
» da
do, os centralizadores podem não conseguir impedir certa descentraliza
ramenta e consegientemente a medição da densidade fica mais afetada pelo fl
mais pesado.
140 Fundamentos de Engenharia de Peiyoja, lo 6. Completação 141
Condicionamento do poço
As principais desvantagens das completações múltiplas sãs
= maior possibilidade de problemas operacionais, devido à maior compjeyi. ma vez instalados os equipamentos de superfície, procede-se à fase de con-
a ai) poainçoe E Aga É ea nto do revestimento de produção e à substituição do fluido que se encontra
— maior dificuldade na aplicação dos métodos artificiais de elevação do pes do poço por um fluido de completação.
E o condicionamento, é descida uma coluna com broca e raspador (figura
modo a deixar o interior do revestimento de produção (e liner, quando pre-
itado e em condição de receber os equipamentos necessários. A broca é
da para cortar os tampões de cimento e tampões mecânicos porventura exis-
o interior do poço, bem como restos da cimentação. O raspador é uma ferra-
com lâminas retráteis, que desce raspando a parte interna do revestimento de
o, retirando o que foi deixado pela broca. Após o condicionamento do reves-
“de produção, sua estanqueidade é testada sob pressão e feitas as devidas
se houver vazamentos.
(a) (b)
É
It
Ê
|
Dril pipe
Figura 6.2 — Tipos de completação: (a) simples, (b) seletiva e (e) dupla. Condicionador de topo liner
6.2 Etapas de uma completação
A completação de um poço envolve um conjunto de operações subsegiientes à
perfuração, Uma completação típica de um poço marítimo, com árvore de natal cons
vencional e equipamentos de gas lift, obedece às seguintes fases, em segiiência cros
Gra E
Alana, fa 6,3 - Condicionamento do liner e substituição do Nluido de perfuração por fluido
de completação.
6.2.1 Instalação dos equipamentos de superfície
fluido de completação geralmente é uma solução salina, cuja composição
Compatível com o reservatório e com os fluidos nele contidos, para evitar
à formação, ou seja, originar obstruções que possam restringir a vazão
Além disso, o fluido de completação deve ter uma densidade capaz de
pressão hidrostática, no fundo do poço, ligeiramente superior à pres-
do reservatório, para impedir que haja fluxo de fluidos da formação para
im mantê-lo amortecido.
Basicamente são instalados a cabeça de produção e o BOP para permitir O
acesso ao interior do poço, com toda a segurança necessária, para execução das
demais fases.
No mar, em águas rasas, pode-se trazer a cabeça do poço até a superíidl
prolongando-se os revestimentos que se encontram ancorados nos equipamentos
talados no fundo do mar (tie-back). Após esta operação de reconexão dos reves
mentos, a completação pas ser similar à completação dos poços terrestres. À sik
ação final da cabeça do poço é idêntica à situação apresentada no Capítulo 4 (figuR
4170418)
ivaliação da qualidade da cimentação
imentação tem a função primordial de promover vedação hidráulica entre
SOS intervalos permeáveis, ou até mesmo dentro de um mesmo intervalo,
O a migração de fluidos por trás do revestimento, bem como propiciar su-
nico ao revestimento.
2 Com pequenas diferenças, estas fases são us mesmas para à completação de um poço terrestre.
142 — Fundamentos de Engenharia de Po, 6 Completação 143
Ctrólg
A existência de uma efetiva vedação hidráulica é de fundamental import
técnica e econômica, garantindo um perfeito controle da origem (ou destino
fluidos produzidos (ou injetados). O prosseguimento das operações no poço s,
observação deste requisito pode gerar diversos problemas: produção de fluidos
durante um período de 1 ms (200 a 1.200 us): os picos positivos da onda
cem em escuro, e os negativos, em claro; a cor cinza corresponde à amplitude
a 6.6).
âncig)
) dog
ema
sejáveis devido à proximidade dos contatos óleo/água ou gás/ólco, testes de E ai
ção das formações incorretos, prejuízo no controle dos reservatórios e Operações de Fluido de o
estimulação malsucedidas, com possibilidade até mesmo de perda do poço. Remplefação missor
Caso seja comprovada a falta de vedação hidráulica (figura 6.4), procede-se ã R1(3 pés)
correção da cimentação primária através de canhoneio do revestimento e comprese R2 (5 pés)
são do cimento nos intervalos com cimentação deficiente.
Cimentação primária CBL/VDL/GRICCL
Gás
Figura 6.5 — Ferramenta acústica para perfilugem CBL/VDL.
“A boa aderência cimento-revestimento é detectada pela presença de valores
“nas leituras do perfil CBL, enquanto a boa aderência cimento-formação é
pela ausência de sinal de revestimento e presença de sinal de formação no
VDL. Na figura 6.6 a porção mais rasa que 2.695 m e mais profunda que
m encontra-se bem cimentada, tanto no revestimento quanto na formação.
O revestimento livre produz altos valores no perfil CBL e um característico
de faixas paralelas, retas, claras e escuras no perfil VDL, como mostrado no
entre 2.695 m e 2.702 m do perfil apresentado na figura 6.6.
perfil de raios gama (GR) tem a função de correlacionar a profundidade do
il CBL/VDL com o GR dos perfis de poço aberto, cujas profundidades são
das como referência durante toda a vida do poço. Esta correlação é possí-
s a curva de raios gama (GR) não sofre alteração significativa devido à presen-
evestimento de aço e do cimento.
O perfil de localização das luvas do revestimento (CCL — casing colar locator),
6.6, tem como função localizar, em profundidade, as luvas do revestimento.
fis GR/CCL, em conjunto com os perfis de poço aberto, são utilizados para o
é de profundidade nos trabalhos com o poço revestido, especialmente nas ope-
de canhoncio e assentamento de tampões mecânicos e packers permanentes.
curvas de tempo de trânsito (TT) permitem verificar a qualidade das curvas
CBL/VDL, pois trazem diversas informações relevantes, tais como se a leitu-
corresponde ao sinal que caminha pelo revestimento, se a ferramenta sônica
h centralizada no revestimento ou não, se existem fluidos diferentes no interior
nto, se existe alteração nas dimensões do revestimento, sem um corres-
le registro no projeto do poço ou no programa de completação, etc.
Figura 6.4 — Esquema de poço com falha na cimentução.
Para se avaliar a qualidade da cimentação, são utilizados perfis au
medem a aderência do cimento ao revestimento e do cimento à formação.
sticos, que
a) Perfil sônico (CBL/VDL)
O sistema usado para perfilagem acústica é composto basicamente por um |
emissor e dois receptores, além de um circuito eletrônico para o processamento do,
sinal (figura 6.5). O emissor é acionado por energia elétrica, emitindo pulsos sonos
ros de curta duração que se propagam através do revestimento, cimento e formação
antes de atingir dois receptores: um a três pés, e outro a cinco pés do emissor. Aí
reconvertidos em impulsos elétricos e enviados para a superfície, através de cabos
condutores.
O perfil CBL (controle de aderência da cimentação) registra a amplitude, Sl
mv, da primeira chegada de energia ao receptor que está a três pés (figuras 6.5 c 6.0)
A atenuação produzida pela aderência do cimento ao revestimento depends
da resistência à compressão do cimento, do diâmetro e espessura do revestimento,
da percentagem da circunferência cimentada. O perfil VDL (densidade variávi
registra a onda detectada pelo receptor que está a cinco pés e apresenta-a, qu
144 Fundamentos de Engenharia de Pp, 6. Completação 8 145
soMin — Amplitude — Max A ausência de cimento corresponde a uma amplitude grande e uma longa
90 CT Trrr E nencial do sinal
| compôs (om VDL Variable Density (VDL)|
ro RR) (US) 1200
itude
| cer(céru
E sl 10
e ES inaldo F7
revestimento |
Sal
1!
1
T
2700 t À
y
L
da] U
nal de
LA formação HER
Figura 6.6 - Perfil CBL/VDL/GRICCL.
Figura 6.7 — Ferramenta e perfil ultra-sônico típico.
b) Perfil ultra-sônico (CEL ou PEL)
O uso de pulsos ultra-sônicos na avaliação de cimentação foi investigado nos
anos 70, e os primeiros resultados de campo foram apresentados em 1981.
A figura 6,7 apresenta um desenho esquemático de uma ferramenta utilizada
para a obtenção do perfil CEL (Cement Evaluation Log). Diferentemente do CBL,
que registra um valor médio dos 360º de poço à sua volta, o perfil CEL proporciona
boa resolução circular, uma vez que oito transdutores são dispostos de forma helicois
dal em diferentes azimutes, de tal forma que cada um avalie 45º da circunterência. Na
figura são também mostrados o mapa da cimentação por trás do revestimento, onde
as zonas escuras indicam boa cimentação, enquanto as zonas em branco indicam má
cimentação, e duas curvas auxiliares representativas da resistência compressiva máxio
ma (CSMX) e mínima (CSMN) do cimento atrás do revestimento.
A figura 6.8 mostra de forma esquemática o caminho percorrido pelo puls
acústico de alta fregiência ao incidir no revestimento. Uma parcela da energia é rel
tida e o restante entra em ressonância nas paredes do revestimento, gerando reflexõe
múltiplas. Considerando interfaces planas e normais ao raio incidente, as parcelas rel S
rentes à energia refletida (R) e transmitida (T) podem ser obtidas através da equa
3.1. Neste caso, o meio 1 é o material presente no anular, e o meio 2 é o revestimento
Como os valores da impedância no fluido e no revestimento são conhecido
ou facilmente determinados, a única incógnita é a impedância acústica do mais
presente no anular.
A presença de cimento em volta do revestimento é detectada através de UM
amplitude pequena da onda acústica e um rápido decaimento exponencial da res
AB
Parede do
revestimento
o
Figura 6.8 — Propagação do pulso ultra-sônico.
perfil CEL não é tão eficiente quanto o CBL/VDL para investigar a aderên-
nto-formação. O uso combinado de ambos os perfis, porém, permite a com-
ação da qualidade da cimentação.
Principal limitação desta ferramenta é a não-cobertura de todo o revesti-
à necessidade de um intervalo. com revestimento livre para possibilitar a
O das leituras feitas pela ferramenta.
enta de perfilagem ultra-sônica USIT
is ferramentas USIT (UltraSonic Imager Tool) são as mais recentemente de-
S pelas companhias de perfilagem. Apresentam um único transdutor, que
Tps, cobrindo todo o perímetro do revestimento, e emite 18 pulsos ultra-
150 Fundamentos de Engenharia de
au eae TDS
Poços de gás ou poços
com gases corrosivos
róleg Completação 151
para baixo. Para abrir ao fluxo novamente, basta pressurizar a coluna. Uma
ida a sede inferior, a shear-out passa a funcionar como uma boca de sino,
| — (CO, H8) p a sua extremidade inferior biselada para facilitar a reentrada de ferramentas
ê de produção.
q PH-6
Poços ppa de alta
pressão com gases
A corrosivos (CO,, H,S) Corpo
Pra de óleo
Figura 6.14 — Tubos de produção mais usuais.
— Sede superior
Parafuso de cisalhamento
Sede intermediária
Parafuso de cisalhamento
Tabela 6.1 — Principais características dos tubos de produção mais comuns
E 2 EU SP EU 41/27" EI Sede inferior tamponada
Grau do aço N-80 N-80 N-80 Parafuso de cisalhamento
Peso (Ib/pé) 6.8 93: 12,75
Diâmetro interno (pol) | 2441 2.992 RR 2,95% Figura 6.15 — Esquema de shear-out tripla.
Diâmetro externo (pol) 3,668 4,500 5,563
Resistência ao colapso (psi) | 11160 10530 150 |
à Hydro-trip
Resistência à tração (psi) 144960 202220 288040 Também serve para o tamponamento temporário da coluna, podendo ser ins-
| Torque (btpéy 2800 3200 4000 “m qualquer ponto desta. A sede não cai para o fundo do poço, pois tem uma
ia apropriada para isto, e apresenta a desvantagem de não permitir a passa-
na coluna após o rompimento da sede (figura 6.16). O dimensionamento
ifusos de cisalhamento e a operação são semelhantes à da shear-out.
Pressão interna (psi) 10570 10160 8430
6.3.2 Shear-out
É um equipamento instalado na extremidade inferior da coluna de produção)
que permite o tamponamento temporário desta. Também conhecido por sub d
pressurização (figura 6.15). Possui três sedes. duas superio)
o lançamento de esferas de diâmetros diferentes, e a inferior tamponada. A 5º
tamponada é utilizada para o assentamento de packers, cujo mecai
mento demanda pressão (packer hidráulico e hidrostático), e o número de parafusos
de cisalhamento é dimensionado de acordo com a pressão necessária para o assenk
mento do packer. Ao se pressurizar a coluna, a força atuante na sede faz com que O
parafusos cisalhem, caindo a sede no fundo do poço e liberando a passagem P
coluna.
Caso haja necessidade de tamponar novamente a shear-out, esferas compal
veis com cada uma das sedes são lançadas no poço, promovendo jação da columê
ipples de assentamento
que são vedadas cor
em para alojar tampões mecânicos, válvulas de retenção ou registradores
Normalmente são instalados na cauda da coluna de produção, abaixo de
Outras ferramentas (figura 6.13), mas podem também ser instalados, tantos
necessários, em vários pontos da coluna. Há dois tipos principais de nípples
ento: não-seletivo (R) e seletivo (F) (figura 6.17). O nipple não-seletivo
um batente na parte inferior, com diâmetro interno menor que o diâmetro
área polida. Normalmente, é utilizado quando a coluna requer um único
como o último (mais profundo) de uma série de nippies do mesmo tamanho.
seletivo não possui batente, isto é, a própria área selante serve de batente
152 Fundamentos de Engenharia
localizador. Podem ser instalados vários nipples seletivos de mesmo tamanho nu
mesma coluna e, nesse caso, o assentamento é feito pela ferramenta de descida
pelo tipo de trava do equipamento a ser instalado.
Sede superior
Reentrância para expansão
da sede
Parafuso anti-rotação
Sede
Parafuso de cisalhamento
Esfera
Sede inferior
Reentrância para expansão
de sede
Área polida
Parafuso anti-rotação
Nipple F Nipple R
Parafuso de cisalhamento
tampões mecânicos.
Figura 6.16 — Hydro-trip dupla.
6.3.5 Camisa deslizante (sliding sleeve)
Possui uma cam
através operações com cabo
à seção da coluna de produção e destina-se a promover a comuni:
igura 6.18). A área de fluxo normalmente é equivale;
ão anular-coh
ou coluna-anular. As camisas deslizantes podem ser utilizadas em completações selel
olar zona(s) empacotada(s) por doi
vas, pos:
packers
tando colocar em produção ou
6.3.6 Check valve
É uma válvula que serve para impedir o fluxo no sentido descendente. É com
posta de uma sede, com uma válvula de retenção que se abre quando pressurizada
baixo para cima e veda quando pressurizada de cima para baixo.
6.3.7 Packer de produção
O obturador, ou packer, tem a função hásica de promover a vedação do es]
go anular entre o revestimento e a coluna de produção, numa determinada profum
dade, com os seguintes objetivos
a trava)
do plug (groove)
Batente (no-go)
Figura 6.17 = Nipples para assentamento de
terna que pode ser aberta ou fechada, quando necessário,
Completação 153
Posição fechada
|
Perfil F para assentamento
eventual de p/ug ou pack-off
Top sub
— Camisa interna
Janela de comunicação Gaxetas de vedação
anular x coluna
Reentrância (groove)
superior Collet
Área polida
Botton sub
Figura 6.18 — Camisa deslizante (sliding sleeve).
proteger o revestimento (acima dele) contra pressões da formação e fluidos
eorrosivos:
= possibilitar a injeção controlada de gás, pelo anular, nos casos de elevação
artificial por gas-lift;
“permitir a produção seletiva de várias zonas por uma única coluna de pro-
dução (com mais de um packer).
)s packers são constituídos por borrachas de vedação, cunhas, pinos de cisalha-
assentamento e pinos (ou anel) de cisalhamento para desassentamento. Os
podem ser dos tipos recuperável ou permanente. :
packer recuperável pode ser assentado e recuperado muitas vezes. É desci
Fópria coluna de produção. O assentamento pode ser mecânico, hidrostático
ico, dependendo do modelo de packer utilizado. Os modelos de assenta-
ânico são assentados por rotação da coluna, seguida de aplicação de peso
dependendo do mecanismo de assentamento (compressão ou tração). Os
ostáticos (figura 6.19) são assentados por pressurização da coluna e o
lamento é realizado tracionando-se a coluna.
packer permanente, após o assentamento, não pode mais ser recuperado.
ser cortado, deslocando-se a carcaça para o fundo do poço. Geralmente é
| cabo, conectado a uma ferramenta de assentamento. Após ser posicionado na
de desejada, aciona-se eletricamente a ferramenta de assentamento e ocorre
O de um explosivo que cria um movimento da camisa superior para baixo,
nindo todo o conjunto até a camisa retentora. Este movimento expande o
c e as cunhas contra o revestimento (figura 6.20).
Anéis de travamento
Camisa protetora ——
Fundamentos de Engenharia de Po,
Mandril
Parafuso de cisalhamento
para desassentamento
Colfet
Elemento de vedação
Snap iatch
tado jo cisalhamento
stemalhel
arafuso de gisalhamento
Cone superior
Cunha
Cone inferior
Parafuso de cisalhamento
Pistão atuador
Mandril do pistão
Camisa retentora
Figura 6.19 — Esquema do packer de produção recuperável,
Camisa de assentamento
Mandril com rosca esquerda
Parafuso de cisalhamento
Anel de travamento
Cunha superior
Cone superior
Parafuso de cisalhamento
Área polida para vedação de unidade seladora
Elemento de vedação
Cone inferior
Parafuso de cisalhamento
Cunha inferior
Camisa retentora
Figura 6.20 — Exemplo de packer permanente.
Pistão anti-desassentamento (0 packer não
desassenta com pressão na coluna)
6. Completaç 155
eiróleg
| Unidade selante
É o equipamento descido na extremidade da coluna que pode ser apoiado ou
o no packer permanente, promovendo a vedação na área polida do packer.
se em três tipos princ! (figura 6.21).
Batente
Garra fixa
Dentes inclinados
s horizontais
ti-rotação
Figura 6.21 — Unidades selantes.
É uma unidade selante que é travada na rosca do packer permanente através
que é conectada com a liberação de peso sobre a ferramenta e desconectada
o à direita. Os dentes da garra têm perfil horizontal na parte superior, o
te à impossibilidade de liberação por tração.
uma unidade selante que é travada na rosca do packer permanente através
a, que é conectada com a liberação de peso sobre a ferramenta e desconectada
+ pois não tem um dispositivo anti-rotacional que permita seu giro para
tipo de unidade selante não trava, pois não possui rosca. Para retirá-la
ionar a coluna.
ta telescópica (TSR)
D TSR (tubing seal receptacle). ou junta telescópica (figura 6.22), é usado
er a expansão ou contração da coluna de produção, causada pelas varia-
emperatura sofridas quando da produção (ou injeção) de fluidos. Permite
a retirada da coluna sem haver necessidade de retirar o packer e a cauda.
Completação 161
160 Fundamendos de Engenhária de per
Egtria leg
A existência de acionamento hidráulico em uma das válvulas mestras, «
mático na válvula lateral, é decorrente da necessidade de se di ispor de duas
independentes para acionamento das válvulas e fechamento do poço.
A válvula de pistoneio é uma válvula que fica localizada no topo das ANG
ima do ponto de divergência do fluxo. Sua função é, quando aberta, Permita
descida de ferramentas dentro da coluna de produção. ã
produção e controle da ANM eram de dimensões bastante elevadas e pouco
is. Este tipo de ANM pode ser considerado obsoleta, tanto que todas as
Jocalizadas em lâminas d'água inferiores a 300 metros sofreram transforma-
a torná-las diver assisted. Aquelas que se encontram instaladas em maiores
des continuam sem modificações.
meus
tes
6.4.3 Árvore de natal molhada (ANM)
A árvore de natal molhada (ANM) é um equipamento instalado no fundo dg
mar, constituído basicamente por um conjunto de válvulas tipo gaveta, um conjunta
de linhas de fluxo e um sistema de controle interligado a um painel localizado na
plataforma de produção.
As ANMs podem ser classificadas. quanto ao modo de instalação e de cones
xão das linhas de produção e controle, em:
— diver operated (DO) - operadas por mergulhador;
— diver assisted (DA) - assistida por mergulhador;
= diverless (DL) — operada sem mergulhador;
— diverless lay-away (DLL) - operada sem mergulhador;
— diverless guidelineless (GLL) — operada sem mergulhador e sem cabos guia,
a) ANM-DO Figura 6.27 = ANM tipo DO.
As ANMs do tipo DO, de baixo custo de aquisição, foram introduzidas para
viabilizar a produção de campos ou poços marginais em águas de até 200 metros,
de profundidade. Nesse tipo de árvore os mergulhadores podem operar válvulas mas
nuais e realizar conexões das linhas de fluxo e controle (figura 6.27)
b) ANM-DA
a uma base adaptadora de produção (BAP), descida antes da própria
ossuem também interface para operações com ROY (Remote Operated Vehicle).
'A descida de ANM, ou da BAP, é feita em conjunto com as linhas de fluxo e
fe lançadas pelo barco de lançamento de linhas, de onde vem a classificação
ay. Quando as linhas são descidas em conjunto com a ANM, é possível testar
interfaces antes do lançamento, verificando e corrigindo qualquer tipo de
tento, o mesmo não ocorrendo quando as linhas são lançadas com a base
São ANMS instaladas em poços localizados em profundidade de até 300 metros,
onde o único trabalho previsto para mergulhadores é a conexão das linhas de fluxo
controle. Não existem válvulas de acionamento manual. Um inconveniente caracter
rístico deste tipo de ANM e também das árvores do tipo DO é a necessidade de usar
mergulhadores para descone linhas de produção e controle da ANM palé
retirar a árvore toda vez que for necessário intervir no poço (figura 6.28)
c) ANM-DL
São ANMS destinadas a poços de até 400 metros de lâmina d'água. Todas 48
conexões e/ou acoplamentos são feitos através de ferramentas ou conectores hidráus
licos, inclusive linhas de fluxo e controle.
Podem ser consideradas as precursoras das atuais ANMs DLL e GLL, po
Ste tipo de ANM, com lançamento de linhas do tipo lay-away, possui o in-
tar a coordenação de programação do barco de lançamento
ão, prejudicando o cronograma de lançamento de linhas do
ções de completação geralmente apresentam atrasos decorrentes
Ormalidades enfrentadas.
conceitos utilizados nestas últimas foram evoluções decorrentes das muitas difi PÁ grande vantagem deste sistema se refe:
dades enfrentadas na instalação das ANMs DL. Como as primeiras ANMs DL foi , dora de produção, onde o mandril das linhas de fluxo vai se o Caso seja
instaladas em lâminas d'água inferiores a 300 metros, onde é possível utilizar mens ria a retirada da ANM, durante uma intervenção.
lho saturado, várias dificuldades foram solucionadas com auxílio de mergulho. o quê
não mais seria possível em profundidades maiores. Os sistemas de conexão das
162 Fundamentos de Engenharia de 6. Compleiação 163
e) ANM-GLL
São utilizadas para poços em lâmina d'água superiores a 500 metros, pc;
Um fato novo tem se verificado nas completações mais recentes. Anterior-
, as bases adaptadoras de produção eram compradas sempre em conjunto com
dos por unidades de posicionamento dinâmico (sem cabos guia) ou por unidade , possibilitando que os testes de estanqueidade das conexões das linhas de
padrão de ancoragem especial (até 1.000 metros de lâmina d'água). e e fluxo à ANM fossem realizados na fábrica e na sonda, antes de sua insta-
Estas ANMSs (figura 6.29) utilizam também uma base adaptadora de prodys tualmente, em função dos cronogramas de completação existentes e visando
ção (BAP), com funções idênticas àquelas das ANMs DLL. Como o sistema de c abe, O estoque de ANMSs, as bases estão sendo compradas e entregues descasa-
de poço submarino não utiliza cabos-guia, todas as orientações nos acoplamentos são.
feitas através de grandes funis, utilizando sistemas com rasgos é chavetas.
Tfurad
S comp
Capa de corrosão
Capa da ANM
Alojador
Hnsa audpiaddra deipiocução SET Figura 6.30 — Conceito da conexão vertical (CV).
EM Capa de corrosão Mandril das linhas de fluxo
bi Ea DR coréia esta nova sistemática, os poços estão sendo completados até a instalação
EM Alojador 1sor de coluna na base adaptadora de produção, e abandonados temporaria-
lojador se deve ao fato de que o tempo de fabricação de uma ANM (em torno de
EMBUT és) É muito maior que o tempo de fabricação das bases (três meses), e desta
do as ANMs forem entregues e a unidade estacionária puder receber à
O dos poços, a finalização das completações se dará de forma bastante r
Cipando a produção.
Figura 6.29 — ANM tipo GLL.
rvenções em os
1.700 metros, com ANM GLL, um novo recorde mundial. Este tipo de árvore era ço poç:
mais avançado modelo existente naquela época.
Um novo conceito de lançamento de linhas de produção e controle vem send
empregado com este tipo de ANM, ou seja, o antigo conceito lay-away, em que Sh
linhas de fluxo são lançadas conjuntamente com a ANM, está sendo substituído pel
conexão vertical (CV), com uso de trenó (figura 6.30). Neste tipo de conexão!
mandril das linhas de fluxo é lançado com o trenó, ao lado da cabeça do P
independentemente da descida da base adaptadora de produção ou da ANM
procedimento melhora a produtividade de lançamento de si Ha pavio, já que
“mai si rdenação simultânea com a descida da ou “a E o a
aa E E (CV) foi estendido, originando o conceito Testrições que ocasionam a redução da produtividade;
conexão vertical direta (CVD), que ao invés de fazer uso do trenó para abandonar Produção excessiva de gás
mandril das linhas de fluxo ao lado do poço, posiciona-o diretamente em seu berg Produção excessiva de água;
localizado na BAP. produção de areia.
longo da vida produtiva dos poços, geralmente são necessárias outras in-
posteriores à completação, designadas genericamente de workover, com
O de manter a produção ou eventualmente melhorar a produtividade. Sem
de sonda, é possível realizar uma série de operações com cabo, tais como:
fechamento de sliding sleeves, substituição de válvulas de gas-lifi, regis-
ssão, etc. Quando há necessidade de intervenções com sonda, geralmente
'enções visam a corrigir:
falhas mecânicas na coluna de produção ou revestimento;
164 Fundamentos de Engenharia de +, ilo 6. Completação 165
ctróleg
As intervenções de workover costumam ser classificadas como: avalia a,
recompletação, restauração, limpeza, estimulação e mudança do método de eley,
e abandono.
6.5.1 Avaliação
Avaliação é uma intervenção que tem como objetivo diagnosticar as causas da
baixa produtividade (ou baixa injetividade), ou mesmo avaliar outras zonas que não
se encontram em produção, conforme descrito no Capítulo 5.
[fenda (o
6.5.2 Recompletação água
Etc ila seed Re o jaa To EE)
Visa substituir a(s) zona(s) que estava(m) em produção ou colocar novas)
zona(s) em produção. Quando cessa o interesse em se produzir (ou injetar) em deter- , E 7 7 ]
minada zona, esta é abandonada e o poço é recompletado para produzir (ou injetar), À Figura 6.31 — Exemplo de formação de cone de água « fingering.
em outro intervalo. A recompletação também é realizada quando se descja converter
um poço produtor em injetor (de água, gás, vapor, etc.), ou vice-versa Tanto o cone de água quanto o fingering são fenômenos altamente agravados
“O abandono da antiga zona de interesse geralmente é feito através de um pdução com elevada vazão. Quando a elevada razão água-óleo não é devida a
tampão mecânico ou através de uma compressão de cimento nos canhoneados. Na. dois fenômeno: pode-se suspeitar ou de dano no revestimento ou de fraturas
sequência, recondiciona-se o poço para o canhoneio da nova zona produtora. E ronadas.
Um dano no revestimento pode ser solucionado por uma compressão de cimen-
Jor um isolamento com obturadores e/ou tampões. Já uma fratura mal dirigida é
ema de difícil solução.
6.5.3 Restauração
A restauração é um conjunto de atividades que visam restabelecer as cond
ções normais de fluxo do reservatório para o poço (eliminação de dano de formaçi i , E E
eliminar e/ou corrigir falhas mecânicas no revestimento ou na cimentação, reduzir vada produção de gás
produção excessiva de gás (alta razão gás/óleo — RGO) ou de água (alta razão á;
a razão gás/óleo muito elevada pode ter como causa o próprio gás dissol-
óleo —- RAO).
leo, o gás de uma capa de gás ou aquele proveniente de uma outra zona ou
o adjacente. Esse último caso é produto de uma falha no revestimento, de
mulação mal concretizada ou de falha na cimentação.
A produção de óleo com alta RAO acarreta um custo adicional na produ À produção excessiva de gás pode ser contornada temporariamente recanho-
na separação e no descarte desta água. Se a zona produtora é espessa, pode-se tamponé E O poço apenas na parte inferior da zona de interesse.
os canhoneados com cimento ou tampão mecânico, e recanhonear apenas nã p im cone de gás é mais facilmente controlado pela redução da vazão do que o
superior, resolvendo o problema temporariamente. gua. Isto se deve à maior diferença de densidade entre o óleo e o gás do que
Uma elevada RÃO pode ser consegiiência de: o e a água. O fechamento do poço temporariamente é uma técnica reco-
Para a retração do cone de gás ou água.
a) Elevada produção de água
— elevação do contato óleo/água devido ao mecanismo de reservatório (nl
xo de água) ou à injeção de água; |
— falhas na cimentação primária ou furos no revestimento; e
— fraturamento ou acidificação atingindo a zona de água.
O aparecimento de água é normal, após certo tempo de produção, em ectando-se um aumento da razão água/óleo e se suspeitando de um Vá
reservatório com influxo de água ou sob injeção desta. Quando há variaç mMento no revestimento, a água produzida deve ser analisada e Eompááda
perreabilidade horizontal ao longo do intervalo produtor este problema se E lia da formação, confirmando, ou não, a hipótese de furo no revestimento
mais complexo, devido ao avanço diferencial da água, conhecido como fin8º É mecânicas pode-se citar: defeitos na cimentação, vazamento no re-
(Figura 6.31). E y f to, vazamento em colar de estágio, etc.
O cone de água é um movimento essencialmente vertical da água no “S localização do vazamento pode ser feita com: perfis de fluxo, perfis de
: o a ue E :
ção. Não ultrapassa barreiras pouco permeáveis e ocorre normalmente em ped! ou testes seletivos de pressão usando obturador e tampão mecânico re-
distâncias.
Is mecânicas