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Prevalência e Impacto da Incontinência Urinária em Praticantes de Musculação e Pilates, Resumos de Saúde da Mulher

Um estudo sobre a prevalência e impacto da incontinência urinária (iu) em mulheres praticantes de musculação e pilates. O trabalho coletou dados sociodemográficos e utilizou o questionário iciq-sf para avaliar o impacto da iu na qualidade de vida das participantes. Os resultados mostraram que as praticantes de musculação apresentaram um índice maior de iu do que as praticantes de pilates, sendo que a maioria das mulheres relatou impacto grave ou moderado. O documento também discute a importância de prevenção e tratamento da iu.

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 14/04/2022

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Baixe Prevalência e Impacto da Incontinência Urinária em Praticantes de Musculação e Pilates e outras Resumos em PDF para Saúde da Mulher, somente na Docsity! 311 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.13, N. 48 p. 311-322, Dezembro/2019 - ISSN 1981-1179 Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id Prevalência de Incontinência Urinária em Mulheres Praticantes de Pilates e de Musculação Líllian Freire de Amorim1, Daiane Santos Dias Saraiva2, Rosana Porto Cirqueira3 Resumo: A incontinência urinária é um problema que acomete um grande número de pessoas ao redor do mundo. Neste trabalho, pretendeu-se identificar a prevalência de incontinência Urinária em mulheres praticantes de Pilates e de Musculação. É um estudo de caráter exploratório, descritivo e transversal, que foi realizado em uma academia na cidade de Planalto – Ba com mulheres praticantes de pilates e de musculação. Os dados foram colhidos após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Faculdade Independente do Nordeste – FAINOR. Aplicaram- se questionários com o objetivo de obter dados socioeconômicos e demográficos da população estudada, além de coletar informações referentes à existência de possíveis incontinências urinárias, seja por esforço ou urgência, em mulheres jovens ativas, através do questionário validado para o português ICIQ-SF. Após a coleta dos dados foi feito tratamento estatístico com o objetivo de obter uma análise descritiva com cálculo de porcentagem e das frequências simples, que seguem apresentados em gráficos e tabelas. Foram encontrados um índice de IU maior nas praticantes de musculação, porém, as praticantes de pilates apresentaram IU de maior impacto. Conclui-se que são necessários mais estudos com amostragens maiores objetivando investigar as relações da IU com este tipo de atividade física. Além disso, mesmo com um número amostral pequeno, este trabalho indica que se tenha mais atenção e cuidado, seja pelos praticantes ou pelos profissionais orientadores de musculação, logo que, a amostra, mesmo com 10 anos a menos em média, quando comparada com a amostra de pilates, se mostrou mais suscetível a IU. Palavras-Chave: Epidemiologia. Incontinência Urinária. Técnicas de exercício e movimento. Treinamento de resistência. Prevalence of Urinary Incontinence in Women practitioners of Pilates and Bodybuilder Abstract: Urinary incontinence is a problem that affects a large number of people around the world. This study aimed to identify the prevalence of urinary incontinence in women practicing Pilates and Bodybuilding. This is an exploratory, descriptive and cross-sectional study, which was conducted in a gym in the city of Planalto - Ba with pilates and bodybuilding women. Data were collected after approval by the Research Ethics Committee (CEP) of the Independent Faculty of the Northeast - FAINOR. Questionnaires were applied to obtain socioeconomic and demographic data of the studied population, besides collecting information regarding the existence of possible urinary incontinence, either due to effort or urgency, in active young women, through the questionnaire validated for Portuguese ICIQ-SF. After data collection, statistical treatment was performed to obtain a descriptive analysis with calculation of percentage and simple frequencies, which are presented in graphs and tables. A higher UI index was found in bodybuilders, however, pilates practitioners had higher impact UI. It is concluded that further studies with larger samples are needed to investigate the relationship of UI with this type of physical activity. Moreover, even with small sample size, this work indicates that more attention and care should be taken by practitioners or bodybuilding guiding professionals, since the sample, even 10 years younger on average, compared to Pilates sample was more susceptible to UI. Keywords: Epidemiology. Urinary incontinence. Exercise and movement techniques. Resistance training. 1 Graduanda em fisioterapia pela Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR). li_freire@hotmail.com; 2 Graduanda em fisioterapia pela Faculdade Independente do Nordeste (FAINOR). daydd21@hotmail.com; 3 Fisioterapeuta. Docente da FTC e FAINOR. Mestre em Saúde Coletiva – UFBA, Brasil. porto_rosana@yahoo.com.br. Artigo DOI: 10.14295/idonline.v13i48.2178 312 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.13, N. 48 p. 311-322, Dezembro/2019 - ISSN 1981-1179 Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id Introdução A incontinência urinária (IU) é caracterizada pela queixa da perda involuntária de urina, um problema que acomete milhões de pessoas tendo como alvo principal as mulheres jovens ou idosas, , afetando de forma significativa a qualidade de vida, comgrande constrangimento social, disfunção sexual, além de baixo desempenho profissional (JUSTINA, 2013). De acordo com a International Continence Society (ICS), a incontinência urinária vem sendo erroneamente interpretada como um processo natural do envelhecimento humano, com isso, é negligenciada por muitos profissionais da saúde. Pode ser classificada em três tipos: incontinência urinária de esforço (IUE), incontinência urinária de urgência (IUU) e incontinência urinária mista (IUM); sendo essas, multifatoriais, envolvendo questões como multiparidade vaginal, cirurgias pélvicas prévias, disfunção dos músculos do assoalho pélvico (MAP), obesidade, tabagismo, exercício físico rigoroso e de alto impacto, dentre outros. (CARVALHO et al; 2014). Hoje em dia, há muitas opções para o tratamento dessa condição, dentre elas pode-se citar a intervenção cirúrgica e o tratamento medicamentoso, além do tratamento conservador, como a fisioterapia, sendo este, o de primeira escolha e que vem se mostrando muito eficaz (OLIVEIRA et al; 2017). Além disso, outros métodos, como o pilates, podem ser uma alternativa para o tratamento das disfunções do assoalho pélvico, uma vez que trabalha a conscientização corporal, o que desperta a consciência do assoalho pélvico, além de trabalhar na estabilização de tronco. O pilates trabalha com a respiração a fim de promover estabilização pélvica, mobilidade e alinhamento corporal (SCHRADER et al; 2017). Diferentemente da musculação, que embora traga benefícios para a saúde das pessoas, se praticada de forma excessiva e desorientada, pode se tornar um fator de risco para a IU (SILVA et al; 2018). Neste trabalho, buscou-se quantificar o índice de Incontinência Urinária em dois grupos de mulheres, um de praticantes de musculação e outro de praticantes do pilates visando identificar em que modalidade há maior prevalência de IU, objetivando compreender o assunto e contribuir para melhor prevenção, identificação e tratamento da IU. 315 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.13, N. 48 p. 311-322, Dezembro/2019 - ISSN 1981-1179 Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id Fonte: Dados da pesquisa . No que diz respeito a incidência da IU das praticantes de musculação, dezesseis mulheres (53,3%) apresentam algum tipo de IU. A média do resultado do ICIQ-SF desse grupo é de 6,8±2,9, o que categoriza o impacto do grupo como moderado. Quanto a incidência da IU nas praticantes de pilates, os dados encontram-se no gráfico 1, a seguir: Gráfico 1. Incidência de Incontinência Urinária em praticantes de musculação e em praticantes de Pilates. Planalto – BA, 2019. Fonte: Dados da pesquisa. 0 20 40 60 Praticantes de Musculação Praticantes de Pilates Índice de IU Sim Não Tabela 2. Características sociodemográficas da amostra de praticantes de Pilates. Planalto – BA, 2019. Características % em resposta n % Sexo 100 Feminino 30 100,0 Faixa etária, anos 100 20 - 30 1 3,3 30 - 40 12 40,0 ≥ 40 17 56,7 Estado Civil 100 Solteira 8 26,7 Casada 20 66,6 Divorciada 2 6,7 Escolaridade 100 Ensino Fundamental 2 6,7 Ensino Médio 15 50,0 Ensino Superior 13 43,3 ________________________________________________________________________ 316 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.13, N. 48 p. 311-322, Dezembro/2019 - ISSN 1981-1179 Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id Doze mulheres (40%) alega ter alguma IU. A média de resposta desse grupo atingiu 9,5±3,9 pontos no ICIQ-SF, o que sugere um impacto grave. No que diz respeito ao impacto causado pela IU para as praticantes de musculação, duas informantes (12,5%) apresentam impacto leve, seis informantes (37,5%) apresentam impacto moderado, cinco (31,2%) apresentam impacto grave, e três (18,8%) apresentam impacto muito grave. Já no impacto causado pela IU nas praticantes de Pilates, uma informante (8,3%) apresentou impacto leve, duas informantes (16,7%) relataram impacto moderado, três mulheres (25%) disseram sofrer impacto grave e seis entrevistadas (50%) obteve pontuação que representa impacto muito grave, conforme gráfico 2: Gráfico 2. Impacto da Incontinência Urinária em praticantes de musculação e praticantes de Pilates. Planalto – BA, 2019. Fonte: Dados da pesquisa. Quanto ao tipo de IU, doze (75%) praticantes de musculação apresentaram incontinência urinária de esforço, três (18,8%) incontinência urinária de urgência, e, uma (6,2%) incontinência urinária mista. 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Praticantes de Musculação Praticantes de Pilates Impacto da IU de acordo ICIQ-SF em praticantes de Musculação e de Pilates Leve Moderado Grave Muito Grave 317 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.13, N. 48 p. 311-322, Dezembro/2019 - ISSN 1981-1179 Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id Dentre as praticantes de pilates, onze (91,7%) relataram ter IU de esforço ao passo que apenas uma informante (8,3%) disse ter IU de urgência. Abaixo, segue o gráfico 3 com os dados: Gráfico 3. Tipo de Incontinência Urinária em praticantes de musculação e de Pilates. Planalto – BA, 2019. Fonte: Dados da pesquisa. Discussão Neste trabalho foi possível perceber que dentre as praticantes de musculação, mesmo com idade média menor, o índice de IU foi maior do que as praticantes de pilates. Isso vai de encontro, de certa maneira, com alguns teóricos como Latorre e Sperandio (2008). Segundo os autores, o assoalho pélvico, quando enfraquecido, perde capacidade de contração e tonicidade devido a alguns motivos, tais como: parto, aumento da idade, obesidade, deficiência de estrogênio, aumento de pressão intra-abdominal, constipação crônica, entre outros. Nessas situações, as consequências incluem incontinência urinária, redução do prazer sexual e prolapsos (LATORRE; SPERANDIO, 2008). 0 20 40 60 80 100 Praticantes de Musculação Praticantes de Pilates Tipo de IU em praticantes de Musculação e de Pilates, de acordo ICIQ-SF IU de Esforço IU de Urgência IU Mista 320 Id on Line Rev. Mult. Psic. V.13, N. 48 p. 311-322, Dezembro/2019 - ISSN 1981-1179 Edição eletrônica em http://idonline.emnuvens.com.br/id pode ser um elemento de prevenção quanto ao aparecimento de qualquer tipo de IU, enquanto a musculação, talvez por conta de exagero de carga ou de falta de orientação profissional durante a prática, apresentou índices maiores quanto à incidência da IU. Entretanto, ressalta-se que as praticantes do pilates apresentaram pontuação maior do que as praticantes de musculação no ICIQ-SF, ainda que com prevalência menor, o que sugere novos estudos com amostra maior e com associação entre fatores de risco. Mesmo com um número amostral pequeno, este trabalho indica que se tenha mais atenção e cuidado, seja pelos praticantes ou pelos profissionais orientadores de musculação, logo que, a amostra, mesmo com 10 anos a menos em média, quando comparada com a amostra de pilates, se mostrou mais suscetível a IU. Referências ALVES, A. T. et al. 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Validação para o português do "International Consultation on Incontinence Questionnaire - Short Form" (ICIQ-SF). Revista de Saúde Pública. V. 38, n3. 2004. ● Como citar este artigo (Formato ABNT): AMORIM, Líllian Freire de; SARAIVA, Daiane Santos Dias; CIRQUEIRA, Rosana Porto. Prevalência de Incontinência Urinária em Mulheres Praticantes de Pilates e de Musculação. Id on Line Rev.Mult. Psic., Dezembro/2019, vol.13, n.48, p. 311-322. ISSN: 1981-1179. Recebido: 11/11/2019 Aceito: 14/11/2019
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