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lado operante, Notas de estudo de Psicologia

Texto sobre o lado operante da terapia comprtamental, conceitos e explicitaçoes da pratica terapeutica comportamental

Tipologia: Notas de estudo

2011

Compartilhado em 25/08/2011

alessandra-araujo-2
alessandra-araujo-2 🇧🇷

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Baixe lado operante e outras Notas de estudo em PDF para Psicologia, somente na Docsity! O LADO OPERANTE DA TERAPIA COMPORTAMENTAL1 2 B. F. SKINNER Em 1913 John B. Watson publicou seu famoso manifesto: o objeto de estudo da psicologia é o comportamento. É fácil esquecer o quão radical essa frase deve ter soado na ocasião. A psicologia sempre tinha sido a ciência da vida mental, vida essa que devia ser estudada através da introspecção, um processo de auto-exame emprestado dos filósofos, que a vinham usando por mais de dois mil anos. Dizia-se que as pessoas comportavam-se desta ou daquela maneira por causa do que sentiam ou pensavam. Consequentemente, sentimentos e pensamentos eram as coisas a serem estudadas. Se às vezes os animais se comportavam aproximadamente da mesma forma que as pessoas, era porque provavelmente tinham sentimentos e algum tipo de vida mental, muito embora não estivessem cientes disso. Em setenta e cinco anos houve uma grande mudança. A introspecção retornou aos filósofos. Já não há “observadores treinados” na tradição wundtiana, e os psicólogos cognitivistas já não observam os processos mentais de que falam. Os processos são hipóteses a serem confirmadas, tanto por inferências feitas a partir do comportamento que dizem explicar, quanto por um diferente tipo de observação, a do sistema nervoso. Enquanto isso apareceram duas promissoras ciências do comportamento. A etologia é uma delas. O comportamento dos animais num ambiente natural já não é explicado pela suposição de que os animais teriam sentimentos ou pensamentos, mas sim pelas contribuições que o comportamento pode ter tido para o futuro de seus genes. Na outra ciência, a análise experimental do comportamento, os animais são observados no laboratório, onde podem ser controladas muitas das condições das quais seu comportamento é função. A maior parte do comportamento é atribuída ao reforçamento operante, um tipo diferente de conseqüência seletiva atuando sobre a vida do indivíduo. Quanto mais variáveis das quais o comportamento é função são identificadas, e seu papel analisado, menos coisas restam para serem explicadas de maneiras mentalistas. Existem ganhos proporcionais na aplicação da análise. Sempre foi difícil realizar muitas coisas com os sentimentos e os estados da mente por causa de sua inacessibilidade. As variáveis ambientais estão, freqüentemente, ao alcance da mão. O contato entre a análise básica e sua aplicação é importante. Embora, com freqüência surjam novos fatos no curso da aplicação de uma ciência, a ciência em si mesma usualmente se move mais rapidamente para um novo território. Segue-se uma revisão que eu realizei sobre práticas conhecidas na terapia comportamental decorrente do ponto de vista da análise do comportamento; nessa revisão eu discuto algumas questões teóricas correntes. Faço isso não para corrigir ou instruir os praticantes, mas para reenfatizar alguns pontos. A análise experimental do comportamento está se desenvolvendo rapidamente e a cada passo os princípios da terapia comportamental ganham autoridade. Comportamentos perturbados são causados por contingências de reforçamento perturbadoras, não por sentimentos ou estados da mente perturbadores, e nós podemos corrigir a perturbação corrigindo as contingências. Terapia comportamental respondente 1 Skinner, B. F. (1991) Questões recentes na análise comportamental. Campinas, SP: Papirus. Cap. 7 pp. 101-116. 2 Tradução revisada por Hélio José Guilhardi e Patrícia Piazzon Queiroz para uso exclusivo dos profissionais e estagiários do Instituto de Análise de Comportamento - Campinas. 1 A psicoterapia em geral se preocupa com sentimentos, ansiedade, medo, raiva e semelhantes. Um passo inicial em direção à terapia comportamental consistiu na noção de que o que é sentido não é um “sentimento”, mas um estado do corpo. A questão foi levantada antes do advento do behaviorismo por William James e Carl Lange. Lange atentou para estados possivelmente relevantes, mas James colocou o argumento na sua forma mais conhecida: nós não choramos porque estamos tristes, estamos tristes porque choramos. Era necessário mais um passo. Nós não choramos porque estamos tristes ou sentimos tristeza porque choramos, nós choramos e sentimos tristeza porque aconteceu alguma coisa. Talvez tenha morrido um amigo. Precisamos saber algo sobre o evento precedente para podermos explicar tanto o choro como o estado sentido. A posição behaviorista é: volte aos eventos ambientais antecedentes para explicar o que alguém faz e, ao mesmo tempo, o que essa pessoa sente enquanto faz alguma coisa. Para cada estado sentido e designado pelo nome de um sentimento, presumivelmente existe um evento ambiental anterior do qual esse estado é produto. A terapia comportamental se interessa mais pelo evento antecedente do que pelo sentimento. Certamente o que é sentido como emoção é, em grande parte, respostas de glândulas e músculo liso. Numa certa época, foram feitos esforços no sentido de definir uma dada emoção como um padrão particular de respostas dessa natureza. As variáveis das quais o comportamento é função são uma alternativa mais promissora. Algumas delas são genéticas: o comportamento emocional se desenvolveu por causa de sua contribuição para a sobrevivência das espécies. Variáveis desse tipo estão amplamente fora do alcance do manejo do comportamento de um indivíduo, embora comportamento emocional instintivo possa com freqüência ser reconhecido como adaptativo. Pode-se fazer muito mais quando as respostas emocionais resultam de condicionamento respondente (pavloviano). Neste caso, o comportamento perturbado pode, com freqüência, ser extinto, ou outro comportamento pode ser condicionado para substituí-lo. Tanto a adaptação, quanto a extinção têm poucos efeitos colaterais indesejáveis quando os estímulos são apresentados com intensidades gradualmente crescentes. Por esse motivo, o processo é chamado dessensibilização. Terapia comportamental operante Os terapeutas preocupam-se tanto com o que as pessoas fazem quanto com o que elas sentem. Os terapeutas comportamentais atribuem o que é feito a dois tipos de conseqüências seletivas: comportamento inato à seleção natural e comportamento aprendido ao reforçamento operante. Um exemplo específico é usualmente um produto conjunto de ambas. Existe, por exemplo, um lado operante na emoção. O medo não é só uma resposta das glândulas e dos músculos lisos, mas também uma probabilidade reduzida de movimento em direção ao objeto temido e uma alta probabilidade de afastamento dele. O lado operante da raiva é uma probabilidade maior de causar dano a alguém e uma menor probabilidade de ser agradável. Enquanto o estado corporal resultante de condicionamento respondente é usualmente chamado de sentimento, o estado resultante do condicionamento operante, observado através da introspecção, geralmente é chamado de estado da mente. Entretanto, importantes questões são obscurecidas quando o comportamento é atribuído a um estado da mente. Por exemplo, um operante é fortalecido quando uma resposta tem conseqüências reforçadoras, mas respostas subsequentes ocorrem por causa do que aconteceu e não do que vai acontecer. Quando dizemos que fazemos alguma coisa “com a intenção de produzir um dado efeito”, estamos atribuindo nosso comportamento a alguma coisa localizada no futuro, mas tanto comportamento, quanto o estado observado introspectivamente devem-se ao que aconteceu no passado. Expectativa confunde os fatos da mesma maneira. Dando um exemplo operante, quando uma conseqüência reforçadora seguiu-se a algo que fizemos, dizemos que esperamos que ela aconteça novamente, depois que fizermos essa coisa outra vez. O que é introspectivamente observado é o 2 1. Sentir-se melhor é provavelmente uma conseqüência muito atrasada para atuar como reforçador. Superstições dessa espécie necessitam mediação verbal. Relembrar os dois eventos coloca-os juntos de uma maneira eficaz. Os esquemas variáveis nos esportes e jogos de azar produzem maneirismos e “estilos” que são exemplos melhores do efeito básico. Outros exemplos podem ser dados (a lista parece infindável), mas estes talvez sejam suficientes para mostrar a maior precisão e potencial da análise operante. Isso não significa, porém, que os terapeutas comportamentais nunca devam perguntar a seus clientes o que eles estão sentindo ou pensando. A partir das respostas dos clientes é possível inferir alguma coisa sobre suas histórias genética e pessoal. De fato, fazer tais perguntas é, freqüentemente, a única forma que os terapeutas dispõem para aprender sobre uma dada história pessoal. Faltam-lhes as condições necessárias para investigações diretas, e investigar sem permissão é anti-ético. No entanto, perguntar sobre sentimentos e pensamentos é apenas uma conveniência - a verdadeira conveniência, de fato, que explica porque as pessoas têm perguntado sobre eles por tantos séculos - e devemos nos voltar para variáveis mais acessíveis se quisermos promover uma análise científica ou, então, usá-la para fazer alguma coisa em relação a problemas pessoais. O ponto básico para a terapia comportamental é essencialmente este: o que é sentido como sentimentos ou introspectivamente observado como estados da mente são estados do corpo, e estes são os produtos de certas contingências de reforçamento. As contingências podem ser muito mais facilmente identificadas e analisadas do que sentimentos e estados da mente e, ao voltar-se para elas como as coisas a serem mudadas, a terapia comportamental alcança uma vantagem especial. Entretanto, uma importante questão permanece para ser respondida. Como as contingências devem ser mudadas? Mudando as contingências As condições das quais o comportamento é função estão, às vezes, sob controle, por exemplo, nos lares, nas escolas, nos locais de trabalho, hospitais e prisões. Os terapeutas podem alterar essas condições para atender a seus objetivos quando fazem parte de uma família, ou quando ensinam, empregam trabalhadores ou administram hospitais ou prisões. Profissionalmente, eles aconselham os que fazem essas coisas. Ajudam pais a lidar com seus filhos ou cônjuges a lidar com o parceiro; aconselham professores; recomendam novas práticas em hospitais e prisões. Eles podem fazê-lo porque algumas das condições sob as quais as pessoas vivem podem ser controladas. A palavra controle suscita uma questão familiar. Que direito tem um terapeuta de manipular as condições das quais o comportamento de alguém é função? A questão é mais freqüente em relação ao uso de conseqüências punitivas utilizadas pelos governos ou de reforçadores positivos utilizados pelo comércio e pela indústria. Se a questão não é endereçada com tantas freqüência aos psicoterapeutas, é porque estes não demonstram nenhum poder ameaçador ou porque, como Carl Rogers, insistem que não estão exercendo absolutamente nenhum controle. A questão é mais dirigida aos terapeutas comportamentais porque eles são mais freqüentemente efetivos. Por exemplo, questiona-se a economia de vales em hospitais ou prisões, precisamente porque funciona. Comida, mesmo a institucional, é um reforçador e em geral pode ser utilizada contingente ao comportamento. Ela pode ser manipulada para vantagem dos que são reforçados, mas talvez seja mais comum fazê-lo para resolver problemas administrativos. A questão ética seria cui bono, ou seja, a quem esse sistema beneficia? O controle é ético se exercido para o bem do controlado. Esse princípio de controle poderia desempenhar um papel maior nas exigências correntemente feitas à ação legislativa para que proíba o uso de medidas aversivas pelos terapeutas. É fácil argumentar a favor do banimento do uso de aversivos, porque eles são coisas desagradáveis. Por definição são coisas que preferimos evitar e, quando usamos como punição, interferem com coisas que desejamos fazer. Mas quem, eventualmente, se beneficia? O motor do dentista é aversivo, mas nós o aceitamos para evitar a dor de dente. Aceitamos as práticas punitivas dos 5 governos e religiões, em troca de alguma condição de ordem, segurança e paz de espírito. Quando se utilizam estímulos aversivos para fazer cessar o comportamento bizarro de um autista pelo tempo necessário para colocá-lo sob o controle de práticas não-aversivas, eles parecem se justificar. Mas, os estímulos aversivos só podem ser justificados se não há outra coisa a fazer. A aceitação excessivamente rápida de práticas aversivas bloqueia o progresso rumo a direções mais promissoras. É bem recente a imposição de sanções pesadas a pais que maltratam filhos e a cônjuges que espancam o parceiro; além disso, é muito recente a contestação do uso da punição corporal nas escolas. Ainda não estamos preparados para substituir a força policial ou para fechar o Pentágono. Todavia, a análise comportamental aplicada tem contribuído com medidas alternativas e podemos esperar que os problemas dos autistas em breve possam ser resolvidos de maneiras melhores. A clínica Lares, escolas, locais de trabalho, hospitais e prisões são ambientes nos quais as pessoas passam longos períodos de tempo. A terapia face a face na clínica é diferente. Apenas uma pequena parte da vida do cliente se passa na presença do terapeuta. Apenas alguns poucos reforçadores podem ser usados, e na maioria das vezes para reforçar o comportamento social, principalmente verbal. Ocorre uma grande quantidade de modelagem mútua de comportamento em confrontos face a face. Entretanto, aquilo que o cliente faz na clínica não é a preocupação básica. O que lá acontece é uma preparação para um mundo que não está sob o controle do terapeuta. Em vez de arranjar contingências correntes de reforçamento, como acontece no lar, na escola, no local de trabalho ou no hospital, os terapeutas dão conselhos. O comportamento-modelo a ser copiado é uma espécie de conselho, mas o conselho verbal tem um escopo mais amplo. Ele pode assumir a forma de uma ordem (“Faça isto”, “Pare de fazer aquilo”) ou pode descrever contingências de reforçamento (“Fazer isto provavelmente acarreta um efeito reforçador”, “Se você fizer aquilo as conseqüências podem ser punitivas”). Tradicionalmente, o conselho tem sido considerado como comunicação. Diz-se que algo chamado conhecimento do mundo é passado do falante para o ouvinte. Porém, existe uma distinção útil entre conhecer por vivência e conhecer por descrição. Conhecer porque alguma coisa que você fez teve conseqüências reforçadoras é muito diferente de conhecer porque lhe disseram o que fazer; é a diferença entre comportamento modelado por contingências e comportamento governado por regras. Mas, por que o conselho é seguido? As crianças freqüentemente fazem o que lhes é dito para fazer porque foram punidas quando não o fizeram; e algo desse tipo é sugerido na terapia, quando se diz que o terapeuta pode tornar-se uma figura de autoridade, talvez como o pai ou a mãe. Mas, as crianças também fazem o que lhes é dito para fazer porque seguiram-se conseqüências reforçadoras. Pais que planejam conseqüências positivas dizem “recompensar” seus filhos por fazerem o que mandam. Professores planejam conseqüências reforçadoras similares, tais como elogios ou boas notas, para induzir seus alunos a estudar. Não existe conexão natural entre o comportamento e suas conseqüências, mas a prática é justificada com base nas conseqüências genuínas que vigorarão no mundo em geral. Nenhuma contingência dessa natureza é apropriada na terapia. As conseqüências reforçadoras disponíveis para induzir os clientes a seguir conselhos devem ser descobertas fora da clínica. Levam vantagens os terapeutas que se assemelham a pesssoas cujo conselho se mostraram, em geral, úteis. Os que não o fazem precisam trabalhar em outras bases. Em termos tradicionais, eles devem construir “confiança” ou “credibilidade”. Isso, às vezes, pode ser feito dando-se conselhos em pequenas doses, os quais são não só fáceis de serem seguidos como também, quase com certeza, têm conseqüências reforçadoras. 6 O conselho face a face pode, também, assumir o formato de regras orientadoras de ação eficaz. Os provérbios e máximas das culturas são regras desse tipo. Eles são especialmente úteis porque os terapeutas podem não estar disponíveis para ajudar quando aparecem novos problemas. No entanto, nem todo problema pode ser resolvido mediante a aplicação de uma regra, sendo assim os terapeutas precisam ir um passo à frente e ensinar seus clientes como construir suas próprias regras. Isso significa ensinar-lhes algo sobre a análise do comportamento, uma tarefa usualmente mais fácil do que ensiná-los a alterar seus sentimentos ou estados da mente. Saúde Fala-se que a psicoterapia promove a saúde mental, no sentido de que ajuda as pessoas a “se sentirem bem” e a “pensarem claramente”. A terapia comportamental promove a saúde comportamental no sentido que ajuda as pessoas a se comportarem bem, não no sentido de ter boas maneiras mas de serem bem sucedidas. Teria isso um impacto sobre a saúde física? O que as pessoas fazem pode ter óbvias conseqüências médicas - o que comem, o quanto se exercitam, quão cuidadosamente evitam acidentes, se fumam, bebem ou usam drogas, quão freqüentemente se expõem a infecções, quantos remédios tomam ou se seguem conselho médico. Os terapeutas operantes podem melhorar a saúde médica ajudando as pessoas a se controlarem de determinadas maneiras. Mas há um efeito direto? Algo desse tipo é sugerido quando se diz que um certo tipo de personalidade ou neurose está associado a um dado tipo de doença física. Se os psicoterapeutas mudam personalidades ou neuroses, eles deveriam ser capazes de alterar a saúde. Mas, a personalidade não explica nada, a menos que tenhamos explicado a personalidade , e na qualidade de um correlato interno do comportamento a neurose não é mais útil aqui do que em outro lugar qualquer. A partícula persona, em personalidade, antigamente significava a máscara usada por um ator numa peça grega. Ela o definia como uma persona dramatis. A palavra neurologia foi inventada no início do século XIX, mais ou menos na mesma época em que surgiu a frenologia. Os frenologistas apregoavam a localização de traços de caráter no conjunto da estrutura do crânio. A neurologia penetrou ainda mais no âmago da estrutura do sistema nervoso. Os fatos importantes, no passado como agora, foram o que as pessoas fizeram. Os terapeutas comportamentais voltaram-se para as contingências de reforçamento responsáveis pelo comportamento que se diz que seria explicado pela personalidade, neuroses, e assim por diante. Dizer, por exemplo, que a doença física é devida ao estresse não explica a doença, nem explica como tratá-la, até que o estresse seja ele próprio explicado. Se as pessoas estão sob estresse porque estão sobrecarregadas, por exemplo, é a quantidade de coisas que fazem que deve ser alterada. Para fazer algo com uma doença devido a ansiedade, temos que mudar as circunstâncias aversivas responsáveis pelo que é assim sentido. Algumas das doenças atribuídas ao desencorajamento ou ao desespero podem ser aliviadas através do restabelecimento de reforçadores perdidos, e doenças que são conseqüência da hostilidade ou do medo podem ser controladas através da eliminação de conseqüências aversivas, especialmente as que estão em mãos de outras pessoas. Afirmações dessa natureza não ignoram os fatores genéticos. A terapia comportamental é limitada a mudanças que podem ser realizadas durante a vida da pessoa. Está implícita uma relação muito diferente entre comportamento e saúde quando se diz que um paciente criticamente doente “se recusa a morrer” ou que um outro, que tem um prognóstico favorável, perdeu “a vontade de viver”. Exemplos desse tipo são certamente apontados como indicadores do poder da mente sobre a matéria. Eles sugerem que estar saudável é algo que se faz. Velhas metáforas sobre a profissão médica podem ser responsáveis. Nós “pegamos” um resfriado ou sarampo. Engajados na guerra contra a doença, nós somos atacados (temos um “ataque do coração”) ou derrubados (temos um “derrame”). Quando as infecções nos invadem isso depende de nossa “resistência”. Mas, boa saúde não é contingente ao comportamento de tal modo que reforça o “estar saudável” como um tipo de ação. 7
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