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Guias e Dicas
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Análise do Trabalho com Desenho Livre na Educação Infantil, Notas de aula de Desenho

Um trabalho monográfico sobre o papel dos professores na educação infantil no desenvolvimento e aplicação do desenho livre da criança. O texto aborda a história da educação infantil no brasil, o desenvolvimento do desenho infantil e sua importância na prática pedagógica. O autor relata sua experiência durante o estágio e a falta de espaço para o desenho livre na sala de aula, o que a motivou a escrever sobre o assunto. O documento inclui entrevistas com professores sobre suas práticas e conhecimentos sobre o desenho livre da criança.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Botafogo
Botafogo 🇧🇷

4.5

(109)

149 documentos

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Baixe Análise do Trabalho com Desenho Livre na Educação Infantil e outras Notas de aula em PDF para Desenho, somente na Docsity! 1 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO O DESENHO LIVRE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR AMANDA CAVALCANTE SOARES BRASÍLIA- DF 2015 2 UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA FACULDADE DE EDUCAÇÃO O DESENHO LIVRE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PRÁTICA PEDAGÓGICA DO PROFESSOR AMANDA CAVALCANTE SOARES Orientadora: Professora Drª Cristina Massot Madeira Coelho Monografia apresentada à Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, como requisito parcial à obtenção do diploma de Licenciado em Pedagogia, sob a orientação da Professora Drª Cristina Massot Madeira Coelho. Brasília- DF 2015 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por ter me proporcionado chegar até aqui, apesar de todas as dificuldades, por ter me dado força e coragem para passar pelos obstáculos desses quatro anos de graduação, e a Nossa Senhora que sempre esteve intercedendo por mim. Agradeço especialmente e com todo o amor, aos meus pais Ana Maria e Alexandre, que me deram a base necessária, me ensinaram, apontaram o caminho certo, e fizeram de tudo por mim, com muito sacrifício para que eu concluísse com êxito mais essa etapa da minha vida. Aqui, também agradeço imensamente minhas irmãs Andreza e Alanis por sempre estarem do meu lado. Agradeço a minha família toda, avós, tios (as), primos (as), padrinhos, afilhada Maria Eduarda, em especial, minhas tias Cristiane, Eliane e Jane, pedagogas maravilhosas, que me incentivaram a seguir esta profissão e me ajudaram e vão me ajudar na minha carreira profissional. Ao meu namorado David, por está junto de mim nesta etapa importante que estou concluindo, me dando o apoio que preciso, estando sempre ao meu lado. As minhas amigas de vida, Caroline, Karoliny, Maria Thamara e Tatiana, ao Grupo Jovem Sinais e todos os seus componentes, que são meus amigos e irmãos de fé, em especial a minha amiga Déborah Gabriely que sempre me deu força e apoio, desde o início. A todos os colegas que tive o prazer de conviver na Universidade de Brasília, algumas amigas que levarei por toda a minha vida, Amanda Coelho, Camila, Samantha, Sarah, Midory e Sofia. Agradeço também, as pessoas que se disponibilizaram a participar da minha entrevista, minhas amigas de serviço, que me deram total apoio no período de estágio. A todos os professores da Faculdade de Educação, que passaram pela minha trajetória acadêmica, transmitindo conhecimentos e auxiliando em alguns desafios da profissão. Principalmente a Professora Drª Maria Fernanda Cavaton, que de maneira ilustre, me ensinou e despertou meu total interesse pelo desenho infantil. 6 À minha orientadora, a Professora Drª Cristina Madeira Coelho, por seu carinho, compreensão e companheirismo nesta parte fundamental da minha graduação. Agradecimento especial também à banca examinadora desse Trabalho de Conclusão de Curso, que se dispôs prontamente a participar desta avaliação, com disponibilidade e dedicação, contribuindo para a realização desse trabalho. E a todos aqueles que participaram indiretamente desta longa e sábia caminhada e que torceram por mim, meu muito obrigado! 7 RESUMO Este trabalho monográfico tem por objetivo, analisar como e para que os professores da Educação Infantil trabalham o desenho livre da criança. Assim, coloco a importância do profissional da primeira etapa da educação básica ter o conhecimento sobre o desenho infantil e possibilitar a realização do desenho pela criança. Apresento também, as fases de desenvolvimento do desenho. Tive como base autores como Vigotski, Henri Luquet e Piaget. Para desenvolver este trabalho, a metodologia utilizada foi a de pesquisa bibliográfica e por fim, foi aplicado um questionário para professoras da Educação Infantil de uma escola particular, localizada na Ceilândia. O presente trabalho está estruturado em três capítulos. O primeiro capítulo trata de alguns aspectos históricos da Educação Infantil no Brasil, explicitando como esta surgiu e ganhou espaço no aspecto legal, tendo como base a Constituição, o Estatuto da criança e do adolescente e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, e como está a educação infantil no DF, tendo como base o Currículo em Movimento. O segundo capítulo, refere-se ao desenho infantil, apresentando um breve histórico de como surgiu o interesse em estudar o desenho da criança, suas fases de desenvolvimento e a importância deste fazer parte da prática pedagógica do professor. E por fim, foi dialogado com alguns autores, as respostas de algumas professoras da Educação Infantil com relação ao desenho livre trabalhado em sala de aula. Para concluir essa pesquisa, apresento considerações finais, fazendo uma reflexão diante do tema estudado, e a partir das discussões teóricas, que o desenho infantil precisa ser mais estudado pelos professores da Educação Infantil, e ser incentivado em sala de aula, de maneira que a criança desenhe livremente e que nas atividades desenvolvidas, a criança possa usar a criatividade, desenhar e pintar conforme seu interesse e necessidade. Palavras-chave: Desenho livre. Educação Infantil. Prática Pedagógica. 2 MEMORIAL EDUCATIVO Meu nome é Amanda Cavalcante Soares, tenho 20 anos e estou concluindo o curso de Pedagogia. Entrei com dois anos e seis meses de idade na escola de educação infantil, Tic-Tac, que ficava no Recanto das Emas, e fiz neste estabelecimento de Ensino, maternal I e II e do Jardim I ao Jardim III. Eu amava essa escola, nunca chorei para ir e ficar nela. Não era uma escola grande, mas era um espaço muito aconchegante, organizado, e os professores eram ótimos, tanto no aspecto do ensino, quanto no trato com as pessoas. Nessa fase, eu me preocupava muito com os meus colegas, queria pegá-los no colo quando eles choravam, ajudá-los a irem ao banheiro, carregar o material, todos os dias queria ser a “ajudante do dia”. Minha mãe fala que desde pequena, tinha um jeito de professora. Depois fui para a Escola Classe 104, também no Recanto das Emas, mudei totalmente minha realidade, porque a minha transição da escola particular para a pública foi um pouco difícil, mas após um tempo, me adaptei. Nesta escola fiz a 1ª série e a professora notou que eu estava um pouco à frente da turma, e solicitou que me adiantassem. No ano seguinte, fiz a 2ª e a 3ª série em apenas um ano. Quando conclui essas séries, minha família mudou para Ceilândia, onde fiz a 4ª série na Escola Classe 17, com certo problema de adaptação, não conhecia ninguém, ambiente novo e as crianças se comportavam diferente, era outra realidade, mas consegui. Fiz da 5ª à 8ª série, na Escola Classe 30 de Ceilândia, sem problema nenhum, apesar de ser a mais nova da turma, em todos os anos, isso nunca me abalou ou me desanimou, minha mãe tinha um grande medo de eu não conseguir, mas eu sempre demonstrava o contrário para ela, e tirei o Ensino Fundamental “de letra”. Nessa época, cheguei a dar aula de reforço para os alunos que estavam com dificuldade em Português, assim como recebi aulas de reforço de Matemática, dadas por outros alunos da minha turma, porque números nunca foi o “meu forte”. Todos os anos que passei nessa escola foram de muito aprendizado, mas sempre achei o ensino muito fraco, muito fácil de passar e ser destaque da turma. Tanto que em todos os anos, no 3º bimestre, já estava aprovada em todas as matérias, era mérito meu? Sim, mas era algo fácil, não exigia muito esforço. 3 Onde eu moro, todos que concluem o Ensino Fundamental, são diretamente transferidos para o Centro de Ensino Médio 9 de Ceilândia, onde fiz o meu ensino médio. Um ótimo colégio, que possui vários Projetos de Pesquisa e Extensão, tem posições de destaque em Olimpíadas pelo Brasil e também, no exterior, número grande de alunos aprovados na UnB, aulões preparatórios, em turnos contrários aos de aula, com conteúdos focados no PAS1, Vestibular e Enem2, frutos de um bom trabalho realizado por um excelente diretor (José Gadelha), em colaboração dos ótimos professores. Quase reprovei o 1º ano, tive uma dificuldade muito grande em me adaptar ao ensino do Colégio que era mais “puxado”, exigia mais dos alunos e os professores eram dedicados. No 2º, tive mais cuidado, estudei um pouco mais, acho que com medo de quase reprovar, como havia acontecido no ano anterior, no 3º, não tive dificuldade para concluir de vez e acabar com a fase de escola. A partir dali, eu tinha a consciência de que minhas responsabilidades, cobranças, noites sem dormir, seriam muito maiores. Nunca quis entrar na UnB, mas a pressão em casa foi maior do que a minha vontade de me matricular numa faculdade particular. Como meu pai insistiu muito, decidi fazer a minha inscrição. O meu sonho sempre foi cursar Direito, mas pesquisei qual seria a nota necessária para passar e a concorrência pelo curso, optei por deixar esse sonho mais para frente. Foi então, que estava na casa de uma das minhas tias professoras, e ela pediu para que eu fizesse o Plano de Aula da semana toda para a turma dela, elaborei todos os planos, e a diretora do Colégio adorou e ficou interessada nos meus serviços, só que eu ainda nem estava na faculdade. Ao chegar em casa, minha tia sugeriu que eu marcasse Pedagogia na minha inscrição do PAS e Vestibular. Foi o que eu fiz e passei. Ao entrar na Universidade, foi um choque, sempre fui uma garota protegida pelos meus pais, pela minha família, em geral. Tanto que no primeiro dia de aula, meu pai me levou na faculdade. Conto isso para os outros rindo, mas eu tinha apenas 16 anos, nunca tinha entrado em um ônibus sozinha. Enfim, era tudo novo e o ambiente era diferente. Ao entrar para a Pedagogia, gostei das pessoas que entraram comigo, porém, não muito das disciplinas. Resolvi esperar pelo segundo semestre para ver se as matérias teriam mais relação com a educação, com o exercício de dar aula. Foi 1 Programa de Avaliação Seriada 2 Exame Nacional do Ensino Médio 4 então, que cursei a matéria Formas de Expressão da criança de 0 a 6 anos, onde me apaixonei mais pela educação infantil, eu já era muito apegada com crianças, a partir dessa disciplina, comecei a usá-las como objeto de pesquisa, tudo que eu via na criança, eu relacionava com a teoria. Cursei também a disciplina Educação Infantil, que me ajudou bastante na minha escolha de área de atuação. Ao longo do curso, comecei a me interessar também pela área da Psicologia, então, cursei a disciplina de Introdução a Psicologia, Psicologia da Educação, Perspectiva do Desenvolvimento Humano, com a professora Viviane Legnani, cheguei por um momento, em pensar em mudar de curso. Mas, encontrei um Projeto 3 que me identifiquei bastante, que era relacionado à disciplina de Formas de Expressão da criança de 0 a 6 anos e Educação Infantil, inclusive com a mesma professora, que por sinal, é maravilhosa, que é a Maria Fernanda Cavaton. Fiz todas as fases do Projeto 3 relacionadas à fala da criança, gestos, ao desenho infantil, incluindo o desenho livre, que se faz necessário, porque é uma forma da criança se expressar, desenhando e colorindo do seu jeito. No meu quinto semestre, eu tinha que estagiar, pois o Projeto 4 é a fase do estágio- observação, escolhi o Colégio Isaac Newton, perto da minha casa, por ficar mais fácil, a minha função era ser monitora do maternal I e II. Havia chegado a hora de ver como funcionava a prática, se ela realmente é interligada com a teoria, se o desenho da criança é trabalhado com carinho, se a criança é estimulada a desenhar. Realmente, muitas coisas que acontecem dentro de sala de aula pode ser comparado ou aplicado à teoria, mas é muito difícil, um tanto complicado. E quando eu via que aquilo que eu estava estudando no Projeto, não estava sendo aplicado na sala onde trabalhava, o desenho da criança totalmente desvalorizado, não havia materiais suficientes, a criança não desenhava como queria, e eu não podia dar uma opinião ou querer mudar algo. Por um momento, me senti triste, uma sensação de impotência, acho que todos têm essas sensações na fase do estágio, porque querendo ou não, a sua voz não é muito ativa e nós não podemos, como simples estagiários, querer mudar a forma de trabalho de quem já tem um período bem maior de experiência. No sexto semestre, cursei o Projeto 4- fase 2 que é a fase da regência, escolhi fazer com a professora Teresa Cristina, que me ajudou bastante, é uma excelente profissional e também, um amor de pessoa. Continuei fazendo o Projeto 7 espaço para se expressarem através do seu desenho. Cavaton (2011) esclarece que o educador da etapa básica tem que propiciar ao aluno oportunidades necessárias para que as crianças possam se expressar de diversas maneiras, inclusive, através do desenho. Para isso, o presente trabalho conta com referencial teórico que traz brevemente a história da Educação Infantil no Brasil, desde os aspectos históricos até os legais, tendo como principal base, a Constituição e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e como, segundo o Currículo em Movimento, está organizada a Educação Infantil no Distrito Federal. O segundo capítulo trata do histórico do interesse pelo desenho infantil, alguns autores que ao estudarem sobre o desenho, dividem o desenvolvimento do mesmo por fases, com conceitos parecidos, porém, com particularidades, são eles: Vigotski (2009), Piaget (1948) e Luquet (1969). Por fim, a importância dos professores terem o desenho como prática pedagógica e como é fundamental deixar a criança desenhar livremente. A questão que norteia este trabalho e que provoca reflexões na autora desta monografia é: Como e para que os professores da Educação Infantil trabalham o desenho LIVRE com a criança? Buscando responder a essa indagação, o último capítulo traz uma entrevista com professoras da Educação Infantil sobre os conhecimentos que elas possuem sobre o desenho da criança e como este é trabalhado em sala de aula. Tendo como hipótese que a criança também precisa desenhar livremente, por conta própria, sem a orientação do professor, que por muitas vezes quer interferir, mudar e exigir da criança um desenho do modelo que eles querem. O desenho livre é uma maneira da criança se expressar e colocar na folha branca os seus sentimentos e desenvolver sua imaginação e criação. 8 Objetivo geral: Compreender como e para que professores da Educação Infantil trabalham o desenho livre da criança. Objetivos Específicos: 1) Analisar como professoras da Educação Infantil trabalham o desenho da criança. 2) Analisar as concepções de professoras da Educação infantil, sobre o desenho livre da criança e compreender como o desenho livre impacta sua prática docente. 3) Demonstrar a importância de a criança desenhar livremente. 9 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1- ASPECTOS HISTÓRICOS E LEGAIS DA EDUCAÇÃO INFANTIL 1.1 Educação Infantil: Breve Histórico no Brasil A educação infantil normalmente recebem crianças de zero até seis anos de idade. A maioria das atividades feitas nessa fase é relacionada ao lúdico e jogos, as crianças exercitam as capacidades motoras e cognitivas, fazem descobertas, brincam, desenham e têm contato com outras crianças. Deve ser levado em conta também que a educação infantil começa antes da criança entrar na escola, ela aprende algumas coisas em casa e em outros ambientes que propicia o desenvolvimento. Segundo Kuhlmann Jr.: Pode-se falar de Educação Infantil em um sentido bastante amplo, envolvendo toda e qualquer forma de educação da criança na família, na comunidade, na sociedade e na cultura em que viva. Mas há outro significado, mais preciso e limitado, consagrado na Constituição Federal de 1988, que se refere à modalidade específica das instituições educacionais para a criança pequena, de 0 a 6 anos de idade. Essas instituições surgem durante a primeira metade do século XIX, em vários países do continente europeu, como parte de uma série de iniciativas reguladoras da vida social, que envolvem a crescente industrialização e urbanização (1998, p.469). A criança era vista como uma miniatura do adulto, e seu cuidado e educação eram feitos pela família em especial pela mãe. Com o passar dos anos, a criança foi vista com outros olhos, a atenção aumentou, as necessidades que elas tinham foram aos poucos sendo observadas e ouvidas, e assim, foram tomadas medidas para a melhoria dos direitos da criança. Andrade (2010), em seu livro sobre educação infantil, destaca importantes motivos que impulsionaram essas mudanças: Historicamente, as concepções de infância, direitos das crianças e educação infantil foram modificando-se em decorrência das transformações econômicas, políticas, sociais e culturais ocorridas na sociedade, ocasionando a implantação de determinadas políticas públicas para a infância vinculadas às diferentes esferas de atuação governamental, como a assistência social, a saúde e a educação (p.22). 12 e social em condições de liberdade e dignidade. Alguns pontos a serem destacados nesse Estatuto sobre os primeiros tópicos são: Art. 53. A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho, assegurando-lhes: I - Igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; V- Acesso à escola pública e gratuita próxima de sua residência. O ECA traz também, a obrigação do Estado com a Educação, em destaque a educação básica, e a obrigatoriedade do atendimento em creches e pré-escolas ás crianças e o acesso gratuito as instituições públicas: Art. 54. É dever de o Estado assegurar à criança e ao adolescente: V - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de idade; § 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo. § 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente. § 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável, pela frequência à escola. Em 1996, a Educação Infantil é reconhecida na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), como a primeira etapa da Educação Básica. A mesma denomina a instituição educacional que atende crianças de 0 a 3 anos de creche, e a instituição que atende crianças de 4 a 5 anos de idade, de pré escola: § Art.29. A Educação Infantil é conceituada como a primeira etapa da Educação Básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológico e social, complementando a ação da família e da comunidade. § Art. 30 A Educação Infantil será oferecida em creches para crianças de até três anos de idade e em pré- escolas para crianças de quatro a cinco anos de idade. Com a Lei 11.274, aprovada em 6 de Fevereiro de 2006, o Ensino Fundamental passa a ter duração de nove anos e não mais oito, com isso as crianças de seis anos de idade deverão, obrigatoriamente, entrar no ensino fundamental e não mais na pré escola. Foi alterada a redação dos artigos: 29, 30 e 32, da Lei 9.394: 13 “§ Art. 29. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 (cinco) anos, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. § Art. 30. A educação infantil será oferecida em: creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade e pré- escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade. § Art. 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão[...]”. Em 1999, foi criado o documento de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI) que é constituído de princípios, fundamentos e procedimentos da Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, norteia e orienta o trabalho nesta etapa da educação. Sugere novas propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil. A DCNEI traça o percurso do currículo escolar, estabelece a direção para a educação, mostra os caminhos, as ideias, as concepções a serem seguidas por todo o sistema educacional brasileiro. O documento apresenta uma versão atualizada, do ano de 2009. É interessante destacar como o documento aborda como a criança deve ser vista pela escola: ...centro do planejamento curricular, é sujeito histórico e de direitos que se desenvolve nas interações, relações e práticas cotidianas a ela disponibilizadas e por ela estabelecidas com adultos e crianças de diferentes idades nos grupos e contextos culturais nos quais se insere (DCNEI, 2009, p. 86). Com o objetivo de atender as especificidades de cada região, foi criado o documento de Política Nacional de Educação Infantil (2006), que contou com a contribuição de gestores públicos, técnicos de secretarias e de outros segmentos para que fossem formuladas e executadas políticas para a Educação Infantil. Este documento contribuiu para a implementação de políticas públicas para as crianças de 0 a 6 anos. 14 1.3 A Educação Infantil no Distrito Federal De acordo com o Currículo em Movimento, a Educação Infantil no Distrito Federal possui pré-escolas que atendem crianças a partir de 4 anos, cumprindo com o Projeto do educador Anísio Teixeira e atende, também, em creches, onde a demanda é maior que o número de instituições disponíveis. É preciso aumentar o número de estabelecimentos de creches para atender toda a população do Distrito Federal, com garantia de qualidade social na infraestrutura e equipamentos, gestão, formação dos profissionais e práticas pedagógicas. O documento traz também, que a maior parte da oferta da rede pública é concentrada na pré-escola. De acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que traz dados do Censo Escolar 2014, publicados no Diário Oficial da União no dia 9 de Fevereiro de 2015, o Distrito Federal hoje, possui um total de 667 escolas de educação básica. Sendo 411 privadas e 256 públicas. Na rede pública, 89 dessas escolas trabalham com crianças PNE (Portadoras de Necessidades Especiais). O Currículo em Movimento aborda que o atendimento em instituições públicas no DF encontra-se distribuído em tipologias diversas: Jardim de Infância (JI), Centro de Educação Infantil (CEI), Escola Classe (EC), Centro de Atendimento Integral à Criança (CAIC), Centro de Ensino Fundamental (CEF), Centro Educacional (CED). E, em parceria com o Ministério da Educação (MEC), a SEEDF está construindo unidades denominadas de Centro de Educação da Primeira Infância (CEPI), com atendimento de 0 a 5 anos. Também para responder à demanda, a SEEDF mantém convênios com instituições sem fins lucrativos, comunitárias, confessionais ou filantrópicas, que estão localizadas em todo o DF. 17 Criança de 2 anos, ilustrando uma história infantil  Vigotski (2009), fala que a criança nessa idade está na fase das garatujas/esquemas, onde os desenhos feitos estão distante da representação do real. A criança não se preocupa com a semelhança exata. Surge nessa fase as formas e as linhas.  Para Luquet (1969), a criança está na fase do realismo fortuito onde desenha sem querer, por acaso, fazendo linhas e traços involuntários. Segundo o autor, o importante para a criança “é executar movimentos com a mão que estando munida de acessórios variados, deixa num suporte, tal como uma folha de papel, traços que não existiam antes” (LUQUET, 1969, p. 136).  Piaget (1948) dá o nome de Garatujas a essa fase do desenho infantil, onde a criança tem prazer em desenhar. A figura humana ainda não existe concretamente, mas pode aparecer da maneira imaginária. Essa fase está dividida em garatujas ordenadas: movimentos contínuos e circulares dentro da folha e garatujas desordenadas: a criança risca além da folha. Á cor não é dada tanta importância. 18 Criança de 3 anos, ilustrando uma história infantil  Vigotski (2009) diz que nessa idade, a criança está na primeira etapa de desenvolvimento do seu desenho, onde poucos traços bastam para representar a figura humana. Esta etapa é descrita por Vigotski como o momento em que as crianças desenham os objetos “de memória”, sem preocupação com a real aparência. É característica dessa fase também, os desenhos denominados por Vigotski de Raio x, onde no desenho da criança, é possível ver o que tem dentro da casa ou por baixo da roupa dos bonecos ilustrados.  Para Luquet (1969), a criança nesta idade está passando pela fase do realismo fracassado, onde é característica dos desenhos figuras que o autor chama de irradiação (como se fosse o sol, mas que depois de certo tempo virará uma figura humana). Luquet acredita que o realismo fracassado, é a fase dos “badamecogirinos”, isto é, ao representar a figura humana, a criança desenha os braços e pernas saindo da cabeça. A criança tenta ser realista ao desenhar um objeto, no entanto “não sabe ainda dirigir e limitar os seus movimentos gráficos de modo a dar ao seu traçado aspecto que queira” (LUQUET, 1969, p.147).  Piaget (1948), traz que a fase do desenho da criança com 3 e 4 anos, apresenta vários elementos sobrepostos, onde há a busca da reprodução de formas, uma espécie de tentativa e erros, fracassos e sucessos, sem 19 coordenação precisa. Essa fase chama- se pré-esquemática, onde a criança desenha muito a figura humana e já atribui significado ao que desenha. Criança de 5 para 6 anos, ilustrando uma história infantil  Vigotski (2009), diz que nesse terceiro estágio, a criança mostra contornos planos da imagem que representa realmente a aparência real do objeto. Ainda com alguns erros, a criança se torna realista, desenha o que vê. Nesses desenhos aparece um número bem maior de detalhes, misturando-se os aspectos de esquemas com uma aproximação com a realidade. Neste momento do desenvolvimento, Vigotski enfatiza a importância do incentivo da educação para que a criança continue desenhando.  Segundo Luquet (1969), a criança está passando pela fase do realismo intelectual, ela reproduz o objeto representado não só com o que pode ver, mas com tudo o que ali existe e dá a cada um dos elementos a sua forma. A criança segundo Luquet desenha o que sabe e não o que vê, e desenha com transparência.  Piaget (1948) aponta essa fase como a do Esquematismo, onde a criança começa a construir formas diferenciadas para cada categoria de objeto. Nesta etapa surgem dois grandes avanços: o uso da linha de base e a descoberta da relação cor objeto. Já tem um conceito definido quanto à figura humana. Aparecem também dois fenômenos como a transparência e o rebatimento. 22 O professor que elabora uma atividade que já está praticamente pronta, que traz para a criança um modelo de desenho pronto não a beneficia para sua construção de mundo e nem desperta sua criatividade. Materiais xerocados, desenhos pontilhados, são algumas das práticas que impedem a construção por parte das crianças, estas simplesmente reproduzem, sem necessidade de pensar em o que irá fazer, ou até mesmo como irá se expressar. Machado afirma: Os desenhos estereotipados empobrecem a percepção e a imaginação da criança, inibem sua necessidade expressiva, embotam seus processos mentais, não permitem que desenvolvam naturalmente suas potencialidades. Estereotipar que dizer simplificar, esquematizar, reduzir à expressão mais simples (2007, pg.46). Nesta perspectiva, o desenho pronto não possibilita a criança expressar algum interesse ou ideia, ou colocar a imaginação no papel, pois a única escolha que realiza ao pintar um desenho pronto são as cores que utilizará, e muitas vezes falada pelo professor, como algo correto. O desenho pronto restringe muito a criatividade da criança e não desperta na criança a vontade de desenhar livremente. 2.4 O desenho livre da criança O Currículo em Movimento (2013), traz o desenho como a primeira linguagem da criança, que a criança ao desenhar, já está de certa forma lendo a realidade, o desenho vem como uma ponte para expressão de ideias, vontades e emoções. O desenho, para a criança, tem tanta força expressiva como o gesto e a fala. Também o desenho é sua primeira escrita, sua primeira marca no mundo. O professor tem o papel essencial dentro de sala de aula, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p.32) relata: Cabe ao professor individualizar as situações de aprendizagem oferecidas às crianças, considerando suas capacidades afetivas, emocionais, sociais, cognitivas assim como os conhecimentos que possuem dos mais diferentes assuntos e suas origens socioculturais diversas. Isso significa que o professor deve planejar e oferecer uma gama variada de experiências que responda, simultaneamente, às demandas do grupo e as individualidades de cada criança. 23 Muitos professores precisam levar em consideração o que a criança desenha por conta própria, diferentemente daquela história contada, daquela música ouvida na sala, a criança pode querer inventar personagens, usar outras cores, fugir do padrão. Desenvolver múltiplas linguagens, por vezes tão limitadas como o desenho e o movimento, por exemplo, é tarefa do docente. Ás vezes essas linguagens são limitadas dentro de sala de aula, a criança não pode levantar da cadeira, falar durante alguma explicação ou história, desenhar de maneira diferente do que foi escutado, porque os professores brigam ou os repreendem. Levar em consideração tudo o que a criança faz de um jeito próprio e único, às suas expressões lúdicas, à formação de um ser humano aberto às formações e transformações, a aprendizados e ensinamentos que a mesma transmite. Quando a criança tem liberdade de desenhar, de criar, se sente mais segura e confiante com relação ao seu desenho e o que ela quer transmitir através do mesmo. A criança ao desenhar, “canta, dança, conta histórias, teatraliza, imagina ou até silencia... O ato de desenhar impulsiona outras manifestações, que acontecem juntas, numa unidade indissolúvel, possibilitando uma grande caminhada pelo quintal do imaginário” (DERDYK, 1993, p.19). É muito importante que o docente não interfira e nem direcione o desenho da criança, em como ela vai colorir, com que lápis vai desenhar, para que a auto expressão no desenho não seja inibida. (COX, 2010) Os professores devem possibilitar inúmeras maneiras para a criança produzir um desenho, desde materiais diversificados proporcionando a liberdade de escolha, o local que será feito o desenho, a organização desse espaço, e também o estímulo, a criatividade, o incentivo e a valorização da sua produção. É importante observar os processos de desenhar da criança, para saber o que ela está querendo demostrar naquele momento, do que procurar “ler” o produto final, notar só o desenho pronto. O olhar do professor para o desenho infantil tem um grande significado para criança, pois a depender de como este reaja em relação a esta linguagem, a criança pode ser encorajada a se expressar e demonstrar o seu potencial criativo. Se o educador demonstrar uma postura insatisfeita perante sua produção - o desenho, a criança pode se desestimular. 24 3. O DESENHO LIVRE DA CRIANÇA NA EDUCAÇÃO INFANTIL, SOB O OLHAR DE PROFESSORAS Buscando refletir sobre o tema proposto neste trabalho, este capítulo trará um breve exercício de pesquisa com reflexões sobre entrevistas realizadas com professoras da Educação Infantil, de um Colégio particular, situado na Ceilândia- DF. Como pesquisadora, fiz um questionário com sete questões sobre o desenho da criança como prática pedagógica, buscando compreender como este é entendido e trabalhado em sala de aula. A pesquisa qualitativa, que segundo Ludke e André (1986) esse tipo de análise possui cinco características básicas: tem o ambiente natural como sua fonte direta de dados e o pesquisador como seu principal instrumento; os dados coletados são predominantemente descritivos; a preocupação com o processo é muito maior do que com o produto; o significado que as pessoas dão às coisas e à sua vida são focos de atenção especial pelo pesquisador; e a análise dos dados tende a seguir um processo indutivo. Ludke e André (1986) explicitam que para se realizar uma pesquisa é preciso promover o confronto entre os dados, as evidências, as informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a respeito dele. Esse confronto precisa estar ancorado numa hipótese de trabalho, que é um problema que está intrigando o pesquisador e/ou grupo de pesquisadores. O problema é fruto de inquietações, curiosidade, questionamentos que aqui neste trabalho trata-se de como está sendo trabalhado o desenho livre da criança na prática pedagógica do professor. A partir do instrumento aplicado, obtivemos dados de como as professoras da Educação Infantil pensam e trabalham o desenho livre da criança, como as crianças gostam de desenhar em sala de aula e a importância que é dada ao desenho infantil na educação infantil. 27 expressando daquela forma. Ao analisar as respostas vejo que nem todas tem essa base: “Estudei sim as fases do desenvolvimento infantil, onde era trabalhado a grafia através do desenho individual de cada criança.” (Joana) “Sim. E isso foi muito importante para a realização dos meus trabalhos em sala de aula e com isso consigo identificar melhor a proposta que foi apresentada.” (Cícera) “Pouco, na graduação os professores deram uma pincelada sobre o assunto.” (Marlene) Trabalhar com o desenho na prática pedagógica é de grande importância, porque além de ser uma aula diferenciada, desperta a criatividade e imaginação dos pequenos. Além de auxiliar no desenvolvimento e influenciar na comunicação e fala das crianças. Cavaton (2011), fala da importância do professor incluir o desenho na sua prática pedagógica: Trabalhar pedagogicamente com crianças, mesmo sendo pequenas, a bagagem artística existente na cultura humana é uma das possibilidades do fazer pedagógico que valoriza o desenho enquanto forma de expressão infantil ao mesmo tempo em que não perde o significado lúdico do desenhar, a exploração da novidade e a realização de resultados criativos (2011, p.9). Perguntadas se no plano de aula havia um dia específico para o desenho, foi dito o seguinte: “Meus planos de aula não tem um dia específico para prática do desenho. O desenho ocorre de acordo como os conteúdos trabalhados, e pode acontecer de ser preciso desenhar duas ou mais vezes na semana.” (Joana) 28 “Sim (todas as sextas feiras). São montadas recontagens de histórias infantis através de peças teatrais, como fantoches, teatro de sombras e história no palito onde os próprios alunos poderão participar e ser um personagem.” (Cícera) “Sim. Toda sexta feira como forma de relaxar depois do recreio.” (Marlene) COX (2010, p. 249), traz que é fundamental para estimular as crianças a desenharem, é lhe dando materiais como papel, giz de cera, canetas hidrográficas, lápis e mostrar tudo o que se pode fazer com isto. Na questão em que é perguntado se a escola possui e disponibiliza material para que as crianças coloquem em prática a criatividade, as professoras responderam que sim, é significativo destacar essa resposta: “Os educandos tem todos os materiais necessários para o desenvolvimento na prática.” (Joana) “Sim, e é o conjunto desses materiais que motiva o interesse e a criatividade dos alunos na evolução da aprendizagem.” (Cícera) “Sim.” (Marlene) Por meio das entrevistas é possível observar que o desenho livre da criança é trabalhado em sala de aula, depois de uma história infantil, a criança deve ilustrar o que entendeu, e as professoras não intervêm nessas produções. Assim como a autora Cox (2010) traz, que é importante a criança desenhar sozinha, livremente, escolhendo as cores, para que esta não adote um estereótipo de desenho. “Os educandos tem liberdade para expor a sua criatividade através do desenho. Sempre coloco uma música para relaxar e estimular cada um para criar seu desenho livremente.” (Joana) 29 “Sim. Nos trabalhos em sala de aula gosto de deixar os alunos a vontade para usar a criatividade e despertar nas crianças a sensibilidade da imaginação. É importante que a criança tenha oportunidade de desenhar livremente em papeis e texturas diferentes...” (Cícera) “Sim. Sim.” (Marlene) Questionadas sobre a importância do desenho livre das crianças e se elas achariam necessário este fazer parte da prática pedagógica. Faz necessário destacar as respostas das três professoras: “Sim, deve sim, pois a criança é estimulada a expor suas emoções e ideias através da ilustração.” (Joana) “Sim, e todo o professor deve trabalhar em sala de aula, isso ressaltará o pensamento da criança e evoluirá a sua criatividade e conhecimento dos conteúdos.” (Cícera) “Sim, é através dos desenhos que os alunos expressam-se.” (Marlene) Apesar do Currículo em Movimento ser destinado a professores de escolas públicas, todos tem acesso virtualmente, e este traz um tópico importante sobre o desenho livre da criança ser trabalhado em sala de aula. É interessante destacar o que o Currículo em Movimento (2013, p. 117 e 118) traz: “Na Educação Infantil, em que não objetivamos ensinar a criança a escrever convencionalmente, ela utiliza sua produção gráfica, o desenho a fim de comunicar-se. O propósito de comunicação faz do desenho um alicerce importante para a aquisição da língua escrita pela criança. Todavia, outras formas de expressão, aliadas ao desenho, devem ser contempladas no planejamento docente: a música, a brincadeira, a dança, o teatro, entre outras.” 32 compreender o que elas querem dizer com aqueles rabiscos, garatujas, casas, nuvens, árvores, e valorizar o desenho infantil como uma obra de arte, cheia de criatividade e imaginação. Como futura professora, tenho o intuito de valorizar os desenhos livres dos meus futuros alunos, porque a partir do momento que me interessei por esse tema, me serviu de aprendizado, e para que eu visse que a criança gosta de produzir, de usar a criatividade. No período de estágio e observações durante a minha graduação, percebi o tanto de atividade xerocada é passada para as crianças, elas gostam de colorir, claro, gosta de ver aquele tanto de lápis de cor, de ver a possibilidade de a sua atividade ficar cheia de vida e toda colorida, porém esta atividade não instiga a criança a criar algo dela, a pegar um lápis e desenhar outros objetos, outros bonecos, e se assim fizer, o professor pegará a borracha para apagar. Hoje, o desenho da criança fica muito preso, a folha que a criança recebe possuem margens, papéis colados, a estética fica acima do que a criança quer desenhar, tem que fazer bonito para mostrar para os pais no dia da reunião, e a partir daí a criança é limitada a desenhar apenas dentro da folha, sem exceder as margens e desenhar igual a história infantil ou a música escutada em sala de aula. E não é assim que deve acontecer. É necessário que entremos no mundo vivido pela criança, respeitando suas peculiaridades, as suas brincadeiras, os seus desejos, e principalmente, o seu jeito de desenhar e pintar. 33 PERSPECTIVAS PROFISSIONAIS Optei por fazer o curso de Pedagogia pelo fato de amar crianças, ter o prazer de ensiná-las desde muito nova, e por ter a esperança desta profissão tão bela ser mais reconhecida e respeitada, pois todos antes de exercerem a profissão atual passaram por uma sala de aula. E durante todos os anos da vida, existe um mestre para lhe passar conhecimentos: O professor! Pretendo continuar minha formação na área de Educação Infantil, mesmo acreditando que a Pedagogia não seja só isso, que há um leque de possibilidades e oportunidades que esta oferece. Ainda me sinto um pouco insegura para dar aula, para ficar dentro de sala de aula sozinha, mas acho que é uma fase do processo até me tornar uma grande profissional. Entre os meus objetivos na carreira profissional, estão passar em um concurso, de preferência da Secretaria de Educação, onde eu continue em contato com as crianças, exercendo a profissão que escolhi, quero fazer pós-graduação também. E me especializar em outras áreas, através de cursos, entre estes, um de língua estrangeira, para no futuro tentar algo a mais na Universidade de Brasília. Durante o meu período de estágio pude observar como ensinar é gratificante, como alguns pais se sentem agradecidos por desempenharmos esse papel, e isso me deu mais vontade de seguir essa carreira e vai me dá prazer e vontade de permanecer na mesma. 34 REFERÊNCIAS ANDRADE, LBP. Educação infantil: discurso, legislação e práticas institucionais [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. 193 p. ISBN 978-85-7983-085-3. Available from SciELO Books. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. BRASIL. Currículo em Movimento da Educação Básica. Brasília, DF: 2013. BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DCNEI). Brasília, DF, 2009. BRASIL, ECA. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. BRASIL, LDB 9394/1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 20 de nov. de 1996. BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília, MEC/SEF, 1998. vol. I, vol. II. CAMPOS, Maria Malta; ROSEMBERG, Fúlvia; FERREIRA, Isabel M. Creches e pré-escolas no Brasil. 2.ed. São Paulo: Cortez, 1995. CAVATON, Maria Fernanda Farah. Desenho infantil: uma forma de expressão da criança. 2011 (capítulo de livro em preparação). COLL, César; TEBEROSKY, Ana. Aprendendo Arte: conteúdos essenciais para o Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, 2002. COX, Maureen. (1992) Desenho da Criança. São Paulo Ed. Martins Fontes, 2007. DERDYK, Edith. Formas de pensar o desenho: O desenvolvimento do grafismo infantil. São Paulo: Scipione, 1993. FARIA FILHO. Educando a infância brasileira, 1999. GREIG, P. A criança e seu desenho: o nascimento da arte e da escrita. Porto Alegre: ArtMed, 2004. 37 Apêndice B ROTEIRO DA ENTREVISTA Professora: Turma/Idade: Tempo de experiência na Educação Infantil: Questionário sobre o desenho livre da criança como prática pedagógica 1) Em sua formação acadêmica, você estudou sobre o desenho infantil? 2) Como você trabalha o desenho em sala de aula? 3) As crianças têm liberdade para desenhar? Desenham livremente? 4) Você acha necessário trabalhar o desenho LIVRE da criança em sala de aula? Todo professor deve utilizar em sua prática pedagógica? 5) A escola possui materiais que estimulam o interesse da criança pelo desenho (giz de cera, canetinha, lápis de cor, folha branca)? 6) Nos seus planos de aula, têm um dia específico para o desenho? Como funciona essa prática? 7) Você procura saber o significado dos desenhos dos seus alunos? 38 ANEXOS Entrevistas Entrevista com a professora Joana, que dá aula para o Maternal I e II:  Nome fictício 39 Entrevista com a professora Cícera, que dá aula para o Jardim I:  Nome fictício
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