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Origens da Língua Indo-Europeia e dos Povos Indo-Europeus: A Hipótese da Urheimat, Slides de Cultura

História da Europa AntigaHistória da Língua Indo-EuropeiaAntropologia

Este documento discute as teorias sobre a origem dos povos indo-europeus e da sua língua comum, o indo-europeu. A documentação aborda as hipóteses sobre a localização da urheimat (orígenes) e as duas escolas de pensamento: a nórdica ou germânica e a curgan. O texto também discute as características físicas dos antigos europeus e a distribuição específica dos grupos sanguíneos.

O que você vai aprender

  • Quais são as duas escolas de pensamento sobre a origem dos povos indo-europeus?
  • Quais são as características físicas comuns aos antigos europeus?
  • Qual é a localização da Urheimat dos povos indo-europeus?

Tipologia: Slides

2022

Compartilhado em 07/11/2022

usuário desconhecido
usuário desconhecido 🇧🇷

4.4

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Baixe Origens da Língua Indo-Europeia e dos Povos Indo-Europeus: A Hipótese da Urheimat e outras Slides em PDF para Cultura, somente na Docsity! O Mundo dos Indo-Europeus por Alain de Benoist Legio Victrix - 6 de dezembro de 2013 Mais de 450 milhões de representantes da espécie Homo Sapiens vivem na Europa. Herdeiros de uma mesma cultura, eles também têm uma origem comum. Seus ancestrais são indo-europeus. O termo “Indo-Europeu” pertence estritamente ao campo da linguística, e secundariamente à etnologia. Começou a ser usado no final do século XIX, na época em que foram publicados os trabalhos de Franz Bopp, Alexander von Humboldt e Jacob Grimm sobre o estudo comparativo dos principais sistemas linguísticos falados na Europa (exceto o lapão, o finlandês, o húngaro e o basco). A partir de uma correlação de formas, esse método comparativo deduziu (através de uma série de operações semelhantes ao cálculo das proporções aritméticas) uma linhagem que implicava na necessidade lógica de uma origem comum. Em outras palavras, as atuais “línguas-filhas” europeias têm uma mesma “língua-mãe”: o indo-europeu. Foi uma descoberta essencial, que liga o passado mais remoto com o coração do presente imediato. Graças ao enorme esforço dos linguistas, a gramática, a sintaxe e o léxico do indo-europeu puderam ser parcialmente restaurados. Por convenção, distinguem-se três etapas sucessivas dessa língua: o protoindo-europeu, o indo-europeu comum (fase precedente às primeiras dispersões) e o indo-europeu tardio ou vétero indo-europeu, quase certamente falado em uma área que se estende desde as estepes russas ao norte do Cáspio até as margens do sudeste báltico. Além de uma ampla gama de línguas desaparecidas atualmente (Ilírio, macedônio, hitita, tocariano, vêneto, trácio-frígio, etc.), a família de línguas derivadas do indo-europeu comum compreende as formas arcaicas das línguas indo-áricas (sânscrito, hindi, pali, persa antigo), bem como o grego, o albanês e todos as línguas eslavas, bálticas, celtas, germânicas e latinas. Os pesquisadores não tardaram a questionar sobre a origem dos povos que falavam essas línguas ao sair da pré-história. “Considera-se então – escreve Bosch-Gimpera – a existência de um povo primitivo (o „Urvolk‟ da escola alemã), cujo berço („Urheimat„) seria localizado na fronteira entre a Ásia e a Europa, falando uma língua original („Ursprache‟), cujos dialetos derivam das línguas indo-européias históricas.” Duas teses sobre a “Urheimat” Inúmeras polêmicas, nas quais nunca estiveram ausentes as implicações políticas, mantiveram-se sobre a questão da origem ou da Pátria Ancestral dos indo-europeus. A linguagem constitui a base mais forte para estabelecer as indicações precisas. “O indo-europeu comum – observa novamente Bosch-Gimpera – abrange uma série de termos que designam uma flora, uma fauna e um clima próprio das regiões temperadas, mais úmidas do que secas e mais frias do que quentes (...) Muitas línguas indo-europeias utilizam palavras próximas para designar os mesmos animais: urso, lobo, castor, esquilo; as mesmas árvores: bétula, faia, salgueiro; e outros termos gerais: mel, frio, gelo, neve. Tudo isso certamente sugere que os dialetos indo-europeus, antes de sua dispersão, eram falados por indivíduos que habitavam uma região temperada, arborizada e continental ". A ideia de uma origem “asiática” dos indo-europeus, levada a diante em 1888 por Max Müller e mais tarde por Arbois de Jubainville, CF Keary e William Ripley, já não é mais defendida pelos pesquisadores sérios, que se enfrentam em duas escolas. A tese nórdica, ou germânica, baseia-se nas características somáticas atribuídas aos povos indo-europeus pelos textos antigos. Essas características (cabelos loiros, olhos azuis ou claros, estatura alta, lábios finos, queixo proeminente, dolicocefalia , etc . ) são específicas das sub-raças nórdicas, formadas a partir de um substrato cro-magnoid em um território localizado entre as margens do Mar do Norte e o Báltico e sua Hinterlândia . Em 1878, Theodor Poesche situa a “Urheimat” na Lituânia atual; o lituano parece ser, de fato, a língua indo-europeia viva mais próxima do indo-europeu original. Aos argumentos antropológicos são acrescidos os argumentos linguísticos e arqueológicos, Karl Penka (Die Herkunft der Arier, 1886) situa o local de nascimento dos indo-europeus no norte da Alemanha e na Escandinávia meridional. Suas teses são completadas por Isaac Tylor (1888) e Hermann Hirt (Die Urheimat der Indogermanen, 1892). Em 1902 , Gustaf Kossinna , fundador da revista “Mannus”, propõe uma Pátria Ancestral localizada na região central da Alemanha . A validade da tese nórdico-germânica será aceita por Harold Bender, Hans Seger, Schachermeyer, Gustav Neckel, Ernst Meyer, Julius Pokorny (o grande restaurador da língua celta original), Stuart Mann, etc. Também foi recentemente reproposta por Nicolas Lahovary, Paul Thieme e o grande historiador do sânscrito Raim Chandra Chaim (The most ancient Aryan Society, 1974). A segunda tese, e a mais corroborada pela arqueologia, é a de uma “Urheimat”, localizada na Rússia meridional. Otto Schrader apresentou-a pela primeira vez em 1890, seguido por V. Gordon Childe (The Aryans, 1926), Walter Schulz (1955), R.A. Crossland (1957) e, sobretudo, pelo grande pré-historiador espanhol Pedro Bosch-Gimpera, que escreveu em 1961: “O grupo étnico que formaria os povos indo-europeus manifestou-se em meados do primeiro Neolítico. O indo-europeu é um povo nascido dentro do Neolítico, e suas primeiras representações materiais evidenciadas pela arqueologia – datadas aproximadamente no V milênio a.C. – são estritamente Neolíticas. Essa função parece corresponder a determinados grupos étnicos do sul da Rússia contemporânea” (Os Indo-europeus, de 1961). A ideia de uma Pátria Original no sul da Rússia foi particularmente defendida pela arqueóloga Marija Gimbutas em seus trabalhos dirigentes publicados desde 1954. Para Gimbutas, os povos nômades da cultura Kurgan (os “Kurgan” são a primeira manifestação conhecida dos túmulos funerários), que a partir do quarto milênio antes de Cristo penetraram na bacia do Danúbio a partir do Leste e formariam a cultura balcânica vétero-europeia, a primeira a ser desenvolvida independentemente tanto das culturas neolíticas da Europa Ocidental, quanto daquelas nascidas na Mesopotâmia (proto-sumérias) e na bacia do Mediterrâneo, são os indo-europeus. A cultura Kurgan é de natureza indo-europeia, e os seus representantes devem ser considerados os primeiros indo-europeus. As duas teorias não são irreconciliáveis. Um autor como Ward Goodenough (Pastoralism and Indo-European Origins, 1970) propôs interpretar os povos Kurgan como uma simples extensão uma concepção particular de religião, sociedade, soberania, das relações entre os homens e entre homens e deuses, por uma teologia, liturgia, poesia e literatura épica comuns. Essa “ideologia”, escreve Dumézil, é “obra de pensadores cujos sucessores são os brâmanes indo-arianos, os druidas celtas e os colégios sacerdotais romanos”. (A ideologia tripartida dos indo-europeus, 1958). No domínio da poesia, as obras de Antoine Meillet e Roman Jakobson, ampliadas posteriormente por Calvert Watkins e Donald Ward, revelaram estruturas análogas entre as literaturas grega, védica, eslava e irlandesa, o que só pode ser explicado por uma herança comum e pressupõem a existência, nas primeiras comunidades indo-europeias, de uma corporação de “cantores-poetas”, semelhantes aos “ollaves” irlandeses ou aos “escaldos” da velha Escandinávia. Sobre a sociedade indo-europeia, Donald Ward (On the poets and poetry of Indo-Europeans, 1973) retomou a distinção frutífera, introduzida por Margaret Mead (Cooperation and competition among primitive peoples, 1937), entre “shame cultures” ou “culturas da vergonha” e “guilty cultures” ou “culturas da culpa”. Nas “culturas da vergonha”, a noção ética fundamental é a honra, o poder de olhar para si mesmo. Essa ética de honra implica em uma ligação directa com o meio sócio-cultural; um ato desprezível mancha a honra do nome e, portanto, envolve os ancestrais e descendentes. Nas “culturas da culpa”, a culpa é objetivada por um terceiro supremo, que interioriza e individualiza a sanção; os dogmas revelados definem uma moral do pecado. De acordo com Ward, a noção de “vergonha”, comum aos gregos, latinos, celtas e alemães, é tipicamente indo-europeia, em oposição à noção de “pecado”, característica dos grandes sistemas metafísicos universalistas de origem abraâmica e semita. Características específicas Toda a história da antiga Europa é construída em torno de duas grandes ondas migratórias dos indo-europeus. A primeira situa-se entre 2.200 e 2.000 antes da nossa era. É dela que procedem as sociedades irânicas e védicas, o império hitita e os reinos da planície da Anatólica, as civilizações históricas dos gregos e latinos, os celtas e os germânicos. Ao oeste, os indo-europeus ocupam a península Ibérica, Gália, as Ilhas Britânicas e Escandinávia. Ao sul, de acordo com a cronologia tradicional, a cidade de Roma foi fundada em 753 a.C. Ao leste, um ramo dos povos indo-europeus (tocarianos) adentraram além das fronteiras atuais da China, deixando ssua influência nos “reinos bárbaros” do norte do país. O filólogo Hans Hensen mostrou que palavras chinesas como “mi” ( mel), “yen” ( ganso), “ch'yan” ( cão; cf. francês “chien”), “ma” (cavalo), têm origem indo-europeia. Graças à utilização de cavalos e carros de combate, os povos indo-europeus se lançam, em ondas sucessivas, para conquistar o mundo. Durante séculos, uma das características do “homem de bem” seria a posse de um cavalo, que transmite a imagem do “cavalheiro”, dos “equites” romanos, do “reiter” germânico, do “chavalier” dos francos. No entanto, Nicolas Lahovary sublinha, “é necessário considerar todas essas conquistas como um resultado maior do que a mera superioridade militar. As condições materiais devem ser interpretadas como resultado de certas qualidades psicológicas, força de caráter dos indivíduos e, por extensão, do grupo étnico. Não há mais nenhum outro segredo acerca da prodigiosa expansão dos povos indo-europeus à custa dos povos inteligentes cuja civilização, em muitos casos, estava mais desenvolvida do que a própria”. Depois de recordar a história dessas migrações, um caminho do outro, de um modo bastante resumido e confuso, John Geipel examina a distribuição das características físicas próprias dos antigos europeus: estatura, cor dos olhos e cabelos, índices cefálico e faciais, etc. Em alguns casos, suas observações obtêm resultados inesperados. “Pode ser significativo, por exemplo, que nas regiões da Europa, onde ainda há uma sobreposição vertical das mandíbulas que não foi suplantada pelo avanço da mandíbula superior, são precisamente as regiões onde as consoantes silábicas (como o “th” anglo-saxão) são utilizadas na fonética das línguas locais”. O parentesco interetnológico de povos indo-europeus é confirmado pela distribuição específica dos grupo sanguíneo O (45-75%), A (5- 40%) e B (4-18 %). John Geipel também estudou a fisionomia dos europeus atuais, antes de se aprofundar no estudo das “raças da Europa”, diante do qual toparia inevitavelmente com fortes argumentos pouco científicos. “O homem que chega à Europa antiga já é um mestiço, e nós, seus descendentes, não somos outra coisa”. Porém, todo indivíduo é um “mestiço” na medida em que é o resultado de um certo número de cruzamentos, começando por seus pais. Geipel subestima a ingenuidade de seu público se pretende fazer com que acreditem que as características raciais são sempre relativas. A raça é uma noção dinâmica e estatística. É definida pela frequência média de um certo número de genes que determinam, em uma dada população, as características ou predisposições fisiológicas, patológicas e psicológicas. Propor substituir este termo pelo de “linha de frequência”, como Professor Livingtone, é apenas um jogo de palavras, porque é precisamente na combinação das “linhas de frequência” onde os antropólogos extraem a definição racial dos principais grupos humanos. Georges Montandon foi o primeiro, em 1933, a substituir a ideia de “homogeneidade racial” pela de “raça pura”, expressão equivocada sem valor científico e, além disso, fácil de refutar. O fenômeno humano é caracterizado por uma crescente diferenciação cada vez maior facilmente observável, e não há como assumir que “a indiferença de origem é um fato histórico” (João Geipel). Geipen também garante que “a línguagem e a etnia não exercem nenhuma influência um sobre o outro”. Isso certamente é verdade para o exemplo proposto (os negros anglófonos da América do Norte). No entanto, o reaparecimento da morfologia própria das línguas africanas (aglutinantes) nos dialetos antilhanos ou no “black english” (a gíria dos guetos negros dos EUA) não deixa de ser revelador. De tempos em tempos, o contexto varia. O advento que foi a ”Revolução Neolítica” provocou a implementação de grupos humanos que, até o momento, tinham permanecido isolados durante todo o período de formação das raças. “Esse isolamento condiciona a diferenciação racial – Giorgio Locchi escreve –, assim como um isolamento linguístico condiciona uma extrema diferenciação da língua. É seguro dizer que no final dessa era da humanidade (no fim da glaciação de Würm), cada grupo racial corresponde a uma língua específica”( Linguistique et sciencies humanines, em “Nouevelle École”, Abril de 1968).
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