Baixe Processo e definições nas obtenções das bebidas e outras Esquemas em PDF para Ciência e Tecnologia de Alimentos, somente na Docsity! Aula 2 — Bebidas não alcoólicas X
bebidas alcoólicas
Objetivos
Diferenciar os tipos de bebidas.
Definir o que são bebidas alcoólicas e não alcoólicas.
Conceituar sucos e infusões.
Exemplificar sucos e infusões.
Descrever o processo de obtenção de sucos e infusões.
2.1. Considerações iniciais
Vamos começar relembrando que existem diversos tipos de bebidas que po-
dem ser classificadas em cinco grandes grupos, são eles:
e bebidas naturais (água, leite e suco de frutas);
e infusões e decocções (chá e café);
e bebidas alimentares;
e bebidas alcoólicas (fermentadas, destiladas e destiladas xaroposas —
vinhos, aguardente e licores);
* bebidas refrescantes (coquetéis, xaropes de refrigerante etc.).
Entretanto, antes de começarmos a diferenciar as bebidas não alcoólicas e
alcoólicas, precisamos entender como podemos obter o álcool, componente
que pode estar presente nas bebidas alcoólicas em concentrações que va-
riam de 0,5 a 49% de álcool volumeAolume.
Aula 2 — Bebidas não alcoólicas X bebidas alcoólicas 33
Características
organolépticas
atributos percebidos pelos
órgãos dos sentidos.
Considerando as formas de elaboração, as bebidas alcoólicas encontram-se
divididas em dois grandes grupos: fermentadas e fermento-destiladas.
Entretanto, a legislação brasileira faz uma classificação diferenciada, na qual
temos as fermentadas, as misturas e fermento-destiladas, sendo as últimas
subdivididas em destiladas e destilo-retificadas. Como exemplo de cada clas-
se, podemos citar:
* Fermentadas: cervejas, fermentados de cana, fermentados de frutas,
vinhos, espumantes e sidra.
* Misturas: aguardentes compostos, licores e coquetéis.
e Fermento-destiladas: destiladas (aguardente de cana ou cachaça,
aguardente de frutas ou cereais, grappa, brandy, pisco, rum, tequila e
whisky) e retificadas - gim, vodca, vermute.
Então, iremos descrever as características e processos da fermentação alco-
ólica e destilação.
2.1.1. Fermentação alcoólica
Apesar das bebidas alcoólicas apresentarem diferenças organolépticas di-
ferenciadas decorrentes, principalmente, da matéria-prima e teor alcoólico,
todas têm uma origem básica comum, ou seja, são obtidas pelo processo
bioquímico denominado FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA. A fermentação alco-
ólica é uma sequência de reações na qual microrganismos (leveduras) atuam
sobre os açúcares, produzindo, principalmente, etanol (álcool etílico) e gás
carbônico. As cepas mais utilizadas para elaboração de álcool são Saccha-
romyces cerevisiae, espécies relacionadas e Schizosaccharomyces pombe.
Os microrganismos se utilizam do açúcar para obter energia para suas fun-
ções vitais e não para produzir álcool.
Durante esta reação bioquímica, a glicose é convertida em piruvato pela glicó-
lise e o piruvato é convertido em etanol e CO, por meio do seguinte processo:
e Piruvato sofre descarboxilação (perda de carbono) em uma reação irre-
versível catalisada pelo piruvato descarboxilase. Esta reação é uma des-
carboxilação simples e não envolve a oxidação do piruvato. A piruvato
descarboxilase requer Mg?+ e tem uma coenzima firmemente ligada, a
tiamina pirofosfato (coenzima derivada da vitamina B,).
34 Tecnologia de Bebidas
vapor
Refluxo DESTILADO
ALIMENTAÇÃO
—>—+
vapor
«——
“Sl +
líquido ]
reevaporadora
Figura 2.2: Esquema da coluna de destilação
Outras regiões da coluna, com temperaturas diferentes das do etanol, mui-
tas vezes evaporam substâncias nocivas à saúde, como o metanol com pon-
to de ebulição de 65ºC. Os líquidos condensados dessas regiões devem ser
descartados ou seguir para uma segunda destilação para aumentar o ren-
dimento do etanol. Na Figura 2.3 podemos observar colunas de destilação.
As colunas de destilação são muito utilizadas pela indústria de bebidas em
função, principalmente, do rendimento e tempo de destilação.
Aula 2 — Bebidas não alcoólicas X bebidas alcoólicas 37
Figura 2.3: Colunas de destilação de fluxo contínuo
Fonte: autoria própria.
A destilação também pode ser realizada em alambiques, geralmente de co-
bre ou latão, que podem ser de fluxo contínuo ou de batelada. Os que ope-
ram em bateladas (Figura 2.4), conhecidos como pot, funcionam como uma
grande chaleira que aquece o líquido contido no seu interior. Os vapores
concentram-se na parte superior e chegam ao condensador de serpentinas
por meio de uma tubulação em forma de “pescoço de cisne”. No conden-
sador, devido à diferença de temperatura, os vapores são liquefeitos. Como
não existe separação dos vapores, a bebida produzida apresenta grandes
quantidades de impurezas. Além disso, na primeira destilação, o teor alcoó-
lico ainda é considerado muito baixo para obter concentrações semelhantes
às colunas de destilação, é necessário repetir o processo de 3 a 4 vezes.
38 Tecnologia de Bebidas
Figura 2.4: Alambique de batelada em cobre
Fonte: autoria própria,
Os alambiques de fluxo contínuo recebem permanentemente o líquido fer-
mentado que entra é preaquecido pelos vapores que saem do recipiente de
cobre. Os vapores formados são condensados, considerando os diferentes
graus de volatilidade, nos condensadores tipo serpentina. Neste processo, a
destilação contínua leva a um aumento do teor alcoólico superior ao alambi-
que de batelada, chegando a, aproximadamente, 96%. O destilado obtido
possui uma concentração de álcool etílico superior aos demais compostos,
que proporciona uma bebida mais neutra sensorialmente, ou seja, mais neu-
tra em relação a aromas e sabores.
As impurezas não são removidas na destilação por alambique. Logo, para
tornar o destilado uma bebida alcoólica capaz de ser consumida, é neces-
sária a intervenção do homem. Durante a destilação, os primeiros vapores
obtidos são de compostos com pontos de ebulição muito baixos — rico em
metanol, aldeídos, cetonas e éteres. Por outro lado, os que evaporam por
último possuem um ponto de ebulição mais elevado que o álcool — alcoóis
superiores (ex. álcool isoamílico) —, que apresentam ponto de ebulição entre
122º Ce 138º C, estes álcoois são tóxicos e expressam coloração amarelada,
odor desagradável. Apesar da toxicidade dos vapores iniciais e resíduos finais,
estão presentes nos destilados, pois muitos produtores levam ao máximo
Aula 2 — Bebidas não alcoólicas X bebidas alcoólicas 39
e-Tec Brasil
nos sucos de frutas
Substâncias aromáticas (aldeídos, ésteres, alcoóis etc.) Taninos e compostos fenólicos Adstringentes
Açúcares Óleos essenciais (citros)
Pigmentos (carotenoides e flavonoides) Celulose
Vitaminas hidrossolúveis. a
Pectinas (sucos turvos) 2
2.3.1 Elaboração de sucos de frutas
A elaboração dos sucos tem início com etapas preliminares de limpeza e
lavagem, seleção e tratamentos específicos em função da fruta. Os
tratamentos utilizados irão depender da fruta a ser processada, e os equipa-
mentos dependerão da quantidade de frutas a ser processada, permitindo
inclusive automação do processo. A seguir, vamos exemplificar o que deve
ser feito com algumas frutas.
e Maçã: frequentemente lavada com detergentes para eliminação de re-
síduos de agrotóxicos, sendo o miolo eliminado e o restante triturado
(trituradores de martelo ou raspadores).
e Uva: deve ser desengaçada (remoção do engaço — “talinho” que susten-
ta as bagas) para evitar a extração elevada de taninos, para tal processo
existem diferentes tipos de desengaçadeiras (Figura 2.5).
Figura 2.5: Desengaçadeira horizontal em aço inox com pás de polietileno
Fonte: autoria própria.
42 Tecnologia de Bebidas
e Citros: lavagem com detergente.
* Frutas de caroço (acerola, graviola, umbu etc.): lavagem e remoção
dos caroços com cortes na metade, em seguida, são pré-cozidos em água
ou vapor e, geralmente, passam por despolpadeiras.
* Abacaxi: remover cascas e cilindro central e depois triturar.
* Morango, amora, framboesa etc.: lavar e triturar.
A etapa seguinte consiste na extração dos sucos cujo método irá depender
da estrutura da fruta, composição química e características desejadas para o
suco (transparência, viscosidade e adstringência). Devemos ter sempre um
olhar crítico sobre o método, considerando o que desejamos ou não extrair
(Quadro 2.1).
Dentre os exemplos clássicos, temos as uvas, nestas a extração de flavonoi-
des presentes nas cascas e taninos nas sementes, confere cor e adstringência
ao suco, e os métodos devem ter temperatura, pressão e tempo que garan-
tam qualidade da extração.
No caso dos citros, temos óleos essenciais que são precursores aromáticos,
sendo recomendável 0,02% nos sucos. Concentrações superiores provocam
odores desagradáveis de oxidação de terpenos (limoneno, citral e sinensal) e
excesso de aroma. Nestes casos, deve-se eliminar o óleo com vapor d'água,
recuperar o óleo essencial e incorporá-lo ao suco, livre dos terpenos.
Na maioria dos sucos de frutas, temos alguns glicosídeos (naringina, limoni-
na e hesperidina) responsáveis pelas imperfeições nos sucos. Por exemplo, a
naringina é um flavonoide incolor, pouco solúvel em água e amargo, o que
pode causar turbidez aos sucos e precipitados.
Além disso, é importante controlar alguns parâmetros da extração para pos-
sibilitar a elaboração de sucos de melhor qualidade. Veremos a seguir, alguns
destes parâmetros.
* Rendimento da extração - rendimentos elevados extraem muitos com-
ponentes da casca, como exemplos de rendimento podemos citar 40
L/100 Kg para citros, 50 L/100 Kg para abacaxi e 70 L/100 Kg para uvas.
Aula 2 — Bebidas não alcoólicas X bebidas alcoólicas 43
Adstringência
sensação tátil percebida
na cavidade bucal quando
degustamos frutas ou produtos
com elevado teor de taninos.
Esta sensação ocorre devido
à precipitação, pelos taninos,
das proteinas presentes na
cavidade bucal.
* Temperatura de extração — algumas frutas (maçãs, citros e abacaxi)
são processadas a frio, outras (uvas) podem ser a frio ou a quente (60ºC),
e frutas como pêssego e damasco devem ser prensadas com calor para
evitar o escurecimento enzimático. Além disso, prensagem a quente
apresenta algumas vantagens como aumento do rendimento, redução
do microbiota e inicia a coagulação das proteínas. Como desvantagens:
facilita a extração de taninos nas uvas, proporciona a diminuição no teor
de compostos voláteis e surgimento do “gosto de cozido”.
* Tipos de prensa - podem ser de fluxo contínuo ou bateladas, de cinta,
helicoidal, vertical ou horizontal pneumática (Figura 2.6) ou despolpadei-
ras de tambor rotativo.
Figura 2.6: Prensa vertical pneumática em aço inox
Fonte: autoria própria.
Comente sobre os parâmetros que devem ser avaliados na extração dos su-
cos de frutas.
Após a extração, temos algumas etapas cuja finalidade é conferir atributos
de qualidade ao suco e colaborar com a sua conservação, são os tratamen-
tos pós-extração.
44 Tecnologia de Bebidas
Identifique 4 (quatro) tipos de sucos diferentes que você tem acesso e, em
seguida, descreva as informações contidas nos rótulos que evidenciam para
o consumidor suas diferenças.
2.4 As infusões
As bebidas preparadas pela técnica de infusão possuem características orga-
nolépticas próprias e possuem importância socioeconômica no Brasil. Dentre
elas, iremos abordar o chá e o café, nesta aula conversaremos sobre o chá.
2.4.1 Chá
O chá é um arbusto que pertence à família das camélias, conhecido desde a
Antiguidade pelos orientais que acreditavam no seu grande poder de cura.
Escritos antigos revelaram que no século IV d.C., chineses passavam as fo-
lhas de chá pelo vapor e faziam uma pasta e a comiam cozida, temperada
com gengibre, cebola casca de laranja.
Introduzido na Europa por franceses e holandeses, o chá começou a ser co-
mercializado no início do século XVII com boa aceitação na Inglaterra.
Atualmente, o consumo dessa bebida no mundo é muito elevado, a exem-
plo da Inglaterra com 4,4 Kg/habitante ano. O cultivo ocorre em diversos
locais: na China, a produção já ultrapassou 500.000 tonelada/ano; na África
é cultivado e manufaturado em vários países - Guiné, Camarões e África do
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e-Tec Brasil
A composição do chá depende
da composição das folhas e
processo de beneficiamento. Em
geral, as folhas contêm teína,
carboidratos, óleos essenciais,
polifenóis (principalmente
taninos), ácidos orgânicos,
pectina e vitaminas.
Sul; na Índia, os plantios cobrem mais de 200.000 ha; na América do Sul,
Brasil e Peru destacam-se na produção.
As folhas podem ter colheita manual ou mecanizada, sendo a colheita ma-
nual realizada inicialmente nas folhas da gema terminal e mais duas folhas
imediatamente inferiores, a pekoe. Além disso, o horário de colheita tam-
bém é um diferencial de qualidade, as folhas colhidas nos horários de maior
insolação produzem uma bebida de melhor qualidade em decorrência de
uma maior atividade fisiológica.
a) A composição do chá e sua importância para a bebida
A composição do chá verde e preto difere, principalmente, pelo teor de ta-
ninos. Outros componentes são importantes para essa bebida, assim temos:
e cafeína (teobromina e teofilina): o teor é superior ao mate e confere
amargor,
e carboidratos: as folhas de chá possuem açúcares livres (polissacarídeos
solúveis em água e glicocosídeos);
* aminoácidos: os chás possuem até 19, sendo a teína o mais abundante
(50%), e são importantes precursores aromáticos;
e óleos essenciais: o chá contém salicilato de metila e um álcool produtor
de aromas, além de glicosídeos terpênicos (geraniol e linalol);
e enzimas (teases): encontradas em maior concentração nas folhas mais
ricas em tanino;
* outros componentes: vitaminas (riboflavina e ácido ascórbico), sapo-
nina e ácido clorogênico. Ainda podemos encontrar nas folhas frescas,
clorofila e carotenoides, os mais ricos em flavor contêm altos teores de
carotenoides.
Conceitue chá e descreva como os seus constituintes conferem característi-
cas organolépticas.
48 Tecnologia de Bebidas
b) Como o chá é elaborado
O beneficiamento é o ato de preparar as folhas para a comercialização, as
etapas têm como objetivo desenvolver propriedades de aroma e sabor que
conferem características peculiares à infusão, as etapas básicas podem ser
observadas na Figura 2.7.
murchamento |» enrolamento |» quebradas
a eneiragem
fostagem [e fermentação [e folhas verdes
»| classificação
Figura 2.7: Fluxograma básico para beneficiamento de folhas de chá
O beneficiamento tem início com o murchamento das folhas logo após
a colheita. As folhas são espalhadas em bandejas de tecido (juta), esteiras
ou telas metálicas dispostas em prateleiras, que facilitam a passagem do ar,
locadas dentro de galpões com o intuito de proteger das intempéries. Os
galpões podem ser abertos ou fechados, estes últimos permitem que o pro-
cesso ocorra sobre condições controladas de umidade e temperatura. Além
disso, esta etapa pode ser realizada em secadores de tambor rotativo com
sistema de aquecimento por vapor ou líquido aquecido. O controle evita a
perda de umidade excessiva das folhas e as prepara para a etapa seguinte,
o enrolamento. No enrolamento as folhas que murcham com falhas podem
ser expulsas da máquina e o suco perdido. As folhas mal enroladas entopem
as peneiras e as mal murchadas exigem mais calor nos tostadores.
O enrolamento (encrespamento ou maceração) é realizada por um rolo
compressor com movimento excêntrico, em única ou dupla ação, que vai
rompendo os tecidos, comprimindo as folhas e as enrolando. O tempo de
amassamento varia conforme o tipo de chá desejado e a temperatura é
importante para o desenvolvimento da fermentação. Durante esta etapa, a
folha libera enzimas (polifenoxidase) que promovem quebras dos polifenóis
Aula 2 — Bebidas não alcoólicas X bebidas alcoólicas 49
O chá Lapsang souchong, ch:
aromatizado e preto chinês,
possui aromas de fumaça.
O chá descafeinado é processado de forma a reduzir ou eliminar a cafeína
presente, porém existe uma alteração bastante perceptível das característi-
cas organolépticas.
O mercado também disponibiliza o chá aromatizado, no qual as caracte-
rísticas de aroma e sabor são alteradas pela adição de óleos essenciais, tais
como laranja, limão, tangerina e hortelã, ou pela adição de pedaços de cas-
cas de frutas. Além disso, temos os chás aromatizados com folhas e pétalas
de flores — crisântemo, rosmaninho e jasmim.
Os chás em bloco são elaborados por meio da prensagem de folhas de chá
verde ou preto.
e) O que conhecemos como chá
Como vimos anteriormente, apesar de o chá ser o produto elaborado com
gemas brotos e folhas da Camelia sinensis ou sua infusão em água, costu-
ma-se principalmente aqui no Brasil, generalizar infusões de folhas, flores ou
partes de outros vegetais. Muitos destes vegetais são conhecidos nossos e
temos exemplares em nossas residências, tais como folhas de capim-limão,
hortelã, orégano, laranjeira, boldo, cidreira e capim-santo, flores de camo-
mila, marcela e jasmim, pedaços do caule, como de canela. Estas infusões
que fazem parte do nosso dia a dia não deveriam ser chamadas de chá, pois
muitas vezes são utilizadas sem nenhum tipo de processamento.
No entanto, as folhas da erva-mate, de grande importância no Brasil e res-
tante da América do Sul, são secas antes da elaboração da infusão e muitas
vezes também sofrem processo de torra.
Relacione 3 (três) produtos chamados de “chá”, verificando se temos chá ou
preparado para infusão. Em seguida, identifique a origem do seu preparado
infusório (flor, folha ou talo).
Resumo
Nesta aula, definimos bebidas alcoólicas e não alcoólicas como bebidas com
concentração de etanol superior a 0,5% e inferior a este valor, respectiva-
mente. Com relação às bebidas alcoólicas, vimos que o álcool potável é sem-
pre obtido por fermentação alcoólica por meio da ação de microrganismos
52 Tecnologia de Bebidas
(leveduras - Saccharomyces cerevisiae e Schizosaccharomyces pombe) que
atuam sobre os açúcares, produzindo, principalmente, etanol e gás carbô-
nico (CO,). Quanto à fermentação alcoólica, vimos que a concentração de
álcool etílico varia de 8º a 16ºGL para aumento do teor alcoólico a bebida
em formação passa pelo processo de destilação, ou seja, aquecimento, eva-
poração e condensação da fração alcoólica. Vimos também que os sucos de
frutas são bebidas naturais obtidas de frutas sãs e higienizadas, porém com
processos diferenciados em função do que se deseja extrair ou não de cada
fruta. Abordamos ainda que o chá é uma bebida infusória muito antiga feita
com gemas, brotos e folhas da Camellia sinensis secas e fermentadas (chá
preto) ou não fermentadas (chá verde), tendo cada tipo de chá característi-
cas organolépticas próprias.
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