Docsity
Docsity

Prepare-se para as provas
Prepare-se para as provas

Estude fácil! Tem muito documento disponível na Docsity


Ganhe pontos para baixar
Ganhe pontos para baixar

Ganhe pontos ajudando outros esrudantes ou compre um plano Premium


Guias e Dicas
Guias e Dicas

Revestimento Cerâmico Interno: Importância, Componentes e Executação, Notas de aula de Materiais

Informações sobre o sistema de revestimento cerâmico interior, sua importância, componentes e execução. O texto aborda a relação dos materiais, técnicas de aplicação, eficiência, planejamento, especificação de projeto e controle de qualidade. Além disso, são discutidos os subsistemas relacionados, como juntas e rejuntamento, e as etapas de execução.

Tipologia: Notas de aula

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Boto92
Boto92 🇧🇷

4.6

(82)

106 documentos

1 / 55

Toggle sidebar

Documentos relacionados


Pré-visualização parcial do texto

Baixe Revestimento Cerâmico Interno: Importância, Componentes e Executação e outras Notas de aula em PDF para Materiais, somente na Docsity! Universidade Federal de Minas Gerais Escola de Engenharia Departamento de Engenharia de Materiais de Construção Curso de Especialização em Construção Civil PROJETO E EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO CERÂMICO - INTERNO Autor: Carlos da Rocha Rebelo Orientador: Prof. Dr. Antônio Neves de Carvalho júnior Março/2010 ii CARLOS DA ROCHA REBELO PROJETO E EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO CERÂMICO - INTERNO Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Construção Civil de Engenharia da UFMG Ênfase: Materiais de Construção Civil Orientador: Prof. Dr. Antônio Neves de Carvalho júnior Belo Horizonte Escola de Engenharia da UFMG 2010 v SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS...................................................................................... ........vii LISTA DE TABELAS...................................................................................... ......viii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ......................................................... ........ix RESUMO ....................................................................................................... ........x 1. INTRODUÇÃO........................................................................................... ......11 1.1 Objetivos ................................................................................................. ......12 2. CONCEITOS DO REVESTIMENTO CERÂMICO...................................... ......13 2.1 Funções do revestimento cerâmico ........................................................ ......14 2.2 Propriedades do revestimento cerâmico................................................. ......14 2.3 Caracterização do revestimento cerâmico.... .......................................... ......18 3. PROJETO DE REVESTIMENTO CERÂMICO........................................... ......22 3.1 Parâmetros do projeto............................................................................. ......22 3.2 Considerações de projeto ....................................................................... ......24 3.3 Desenvolvimento do projeto.................................................................... ......28 4. EXECUÇÃO DO REVESTIMENTO CERÂMICO............................... ........ ......33 4.1 Planejamento....... ................................................................................... ......34 4.2 Etapas de execução................. .............................................................. ......35 4.3 Controle de execução........... .................................................................. ......44 5. PATOLOGIAS DO REVESTIMENTO CERÂMICO. ................................... ......47 5.1 Destacamentos............ ........................................................................... ......47 5.2 Trincas, gretamentos e fissuras... ........................................................... ......48 5.3 Eflorescência....... ................................................................................... ......49 5.4 Manchas e bolor.............................. ....................................................... ......50 vi 5.5 Deterioração das juntas.............................. ............................................ ......51 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... ......52 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... ......53 vii LISTA DE FIGURAS Figura 1.1: “Layout” dos revestimentos cerâmicos (Cerâmica Portobello).......................13 Figura 2.1: Ataque químico - ação da presença de cloro em piscinas (Cerâmica Portobello)......................................................................................................................1 8 Figura 2.2: Modelo das camadas do Sistema de Revestimento Cerâmico (CCB)...........19 Figura 3.2: Aplicabilidade da junta de dessolidarização (Adaptado de LIMA, 2003).......27 Figura 3.3: Projeto de revestimento cerâmico interno (Revista Téchne, 2003)...............31 Figura 3.4: Detalhamento do projeto de revestimento cerâmico interno (Revista Téchne, 2003).......................................................... .....................................................................31 Figura 4.1: Tipos de juntas de assentamento cerâmico (Adaptado de CHAVES, 1979)................................................................................................. ..............................40 Figura 4.2: Procedimentos para assentamento de placas cerâmicas em ambiente interno (Adaptado de CHAVES, 1979).......................................................... ..............................40 Figura 4.3: Galgação das placas cerâmicas (Adaptado de CHAVES, 1979)..................42 Figura 5.1: Destacamento das placas cerâmicas............................................................48 Figura 5.2: Surgência de trincas nas placas cerâmicas...................................................48 Figura 5.3: Revestimento com eflorescência...................................................................49 Figura 5.4: Surgimento de manchas no revestimento.....................................................50 Figura 5.5: Exemplo de deterioração do rejunte..............................................................51 x RESUMO As atividades de revestimento interno, que dependem de decisões tomadas nas diversas etapas do processo de acabamento dos edifícios, têm por objetivo maximizar o desempenho de cada subsistema que o constitui. A manutenção de cada um desses subsistemas está associada a uma série de atividades programadas que devem prolongar sua vida útil e minimizar a um custo compensador o processo de manutenção. Dentro deste contexto, o projeto de revestimento interno, em particular o sistema de revestimento cerâmico, reveste-se de grande importância uma vez que este sistema depende de vários outros subsistemas do acabamento final da construção, e também está intimamente relacionado com a estética e proteção dos ambientes, proporcionando robustidão à estrutura contra vários agentes de degradação. O trabalho demonstrou a necessidade da elaboração do projeto de revestimento cerâmico interno, que aborde especificações dos demais subsistemas de acabamento em etapas distintas abrangendo: projeto, execução e manutenção. 11 1.INTRODUÇÃO O empreendimento de construção civil possui um elevado número de especialistas envolvidos em todo o seu processo, desde o planejamento até o acabamento final. O projetista tem a função de conhecer e avaliar todas as etapas envolvidas no complexo sistema estrutural de uma edificação. Na fase de elaboração dos projetos, onde nasce o produto da edificação, resultando em qualidade, e possibilitando um planejamento eficiente com redução de custos e prazos. A fim de alcançar o desempenho apropriado e a finalidade a que se destina a cada um dos seus sistemas construtivos, devendo ser previsto o comportamento futuro dos materiais empregados dentro do projeto específico. No que se refere ao projeto de especificação do sistema de revestimento cerâmico, a falta de conhecimento e informação sobre o sistema de revestimento cerâmico entre os profissionais da construção civil, entre eles os engenheiros, arquitetos e os assentadores, pode ser a causa principal dos problemas que ocorrem no sistema em questão e em outros sistemas do edifício (LIMA, 2003). O desempenho do processo de revestimento cerâmico de um empreendimento depende da relação de todos os materiais e suas técnicas de aplicação específica, para aquela situação de projeto. Sobre a eficiência do sistema de revestimento cerâmico, precisamos considerar vários fatores para garantir um bom resultado, a apropriação dos materiais ao tipo de uso, a qualidade e o planejamento dos serviços de assentamento e a manutenção após a aplicação de acordo com o uso a que se destina. 12 1.1 - OBJETIVOS O presente trabalho adotou uma metodologia baseada no desenvolvimento das novas técnicas dos projetos de revestimentos internos argamassados. A complexidade advêm com o surgimentos de novos materiais básicos, como as alterações na composição dos cimentos e o emprego de agregados artificiais, como o caso das argamassas industrializadas, e os novos processos executivos. O desenvolvimento desses novos materiais e de suas técnicas de aplicação implicam em contra proposta significativa atividade de planejamento, especificação de projeto e controle de qualidade dos revestimentos cerâmicos, no qual pretendemos evidenciar no decorrer desse trabalho, apresentando mais informações técnicas quanto aos procedimentos de execução dos serviços e de seus controles, a fim de se reduzir os resultados imprevistos e inoportunos, possivelmente podendo ser acompanhado com grandes probabilidades de desenvolvimento de alguma manifestação patológica futura. Palavras chave: (argamassa colante; revestimento cerâmico; juntas, emboço; serviços; execução; rejuntes) 15 O esmalte, torna a placa resistente a abrasão (PEI), manchas e substâncias químicas. E nas placas de superfície lisa é ele também que garante um bom coeficiente de atrito, neste caso: antiderrapante. As propriedades das placas cerâmicas estão ligadas diretamente a composição de sua massa ou ao esmalte empregado em seu acabamento superficial, descritas a seguir:  Absorção de água Medida conforme porosidade da massa, tendo influência direta na resistência ao peso (mecânica), ao impacto, à abrasão profunda, à química e ao gelo. É propriamente isso que originou a classificação dos cinco grupos cerâmicos: poroso, semi poroso, semigrés, grés e porcelanato, sendo este último o mais resistente e durável, conforme tabela 1, do Centro Cerâmico do Brasil (CCB) a seguir. Grupo B Placas Prensadas Absorção Tipos Aplicações B I a Menor que 0,5% Porcelanato Paredes e pisos internos, pisos externos e fachadas** B I b 0,5 a 3,0% Grês Paredes e pisos internos, pisos externos e fachadas** B II a 3,0 a 6,0% Semi Grês Paredes e pisos internos e pisos externos* B II b 6,0 a 10,0% Semi Porosa Paredes internas e pisos internos* B III b 10,00 a 20,00% Porosa Paredes internas* * Ambientes com temperaturas acima de zero grau. **Ambientes sujeitos a todas as temperaturas. Tabela 2.1: Classificação das placas cerâmicas quanto à absorção de água (Cerâmica Portobello)  Resistência à flexão Essa medida indica a capacidade da placa cerâmica em suportar esforços exercidos por cargas através do tráfego de pessoas, objetos, móveis, equipamentos ou veículos, que possam levar à rupturas, esmagamentos e quebras. 16 Conforme a classificação da tabela 2, do Centro Cerâmico do Brasil (CCB), nota-se que quanto menor a absorção de água e quanto maior a espessura da placa, maior será o índice de resistência à flexão. Grupo Placas Prensadas Resistência à Flexão Nomenclatura B III b Igual 150 kgf/cm² Porosa B II b Igual 180 kgf/cm² Semi Porosa B II a Igual 220 kgf/cm² Semi Grês B I b Igual 300 kgf/cm² Grês B I a Igual 350 kgf/cm² Porcelanato Tabela 2.2: Classificação da resistência à flexão das placas cerâmicas (Cerâmica Portobello)  Resistência à abrasão Propriedade da placa cerâmica que indica a resistência a riscos e ao desgaste da camada de esmalte, provocada pelo tráfego intenso de pessoas, objetos, equipamentos rodados e veículos. O índice PEI - Porcelain Enamel Institut faz menção ao orgão americano de mesmo nome, que estabeleceu os critérios de classificação da cerâmica conforme a resistência do esmalte, segundo classificação da tabela 3. PEI Absorção Orientações para especificação 0 - Somente paredes. 1 muito leve Paredes e detalhes de pisos com pouco uso 2 muito leve Paredes e detalhes de pisos com pouco uso 3 leve Residencial: pisos de banheiros e dormitórios, salas e varandas com pouco uso 4 moderado Residencial: pisos de cozinhas e salas com saída para a rua, calçadas e garagens Comercial: pisos de boutique, ambientes administrativos de empresas, escritórios, hotéis, bancos, supermercados, hospitais etc 5 intenso Comercial: ambientes de atencimento ao público, praças e passeios públicos, cozinhas industriais, pisos de fábricas sem tráfego de veículos pesados Tabela 2.3: Classificação da resistência à abrasão – PEI (Cerâmica Portobello) 17  Resistência à gelo Em locais de baixa temperatura, a água que penetra nos poros da cerâmica pode congelar e, dessa forma, aumentar de volume causando certa patologia. Se as placas escolhidas tiverem uma massa muito porosa e não suportarem essa pressão, todo o revestimento pode ser danificado, neste caso é importante usar placas cerâmicas que apresentem um baixo índice de absorção de água.  Expansão por umidade ou dilatação térmica Consiste no aumento das dimensões da placa cerâmica por absorção de água e/ou por aumento da temperatura. Geralmente ocorre em locais onde a placa cerâmica está sujeita a umidade e calor intenso, como fachadas, pisos externos, lareiras e churrasqueiras.  Resistência ao risco (dureza Mohs) Essa propriedade diz respeito à dureza do esmalte da superfície de acabamento, dureza Mohs, e consequentemente, indica sua resistência ao risco provocado pelo atrito de materiais com diferentes durezas. Seu índice deve ser observado em pisos em casas de praia, onde esse cuidado se explica como: a areia que apresenta dureza 7, portanto, o revestimento só não ficará riscado pelo pisoteio dos transeuntes se tiver dureza Mohs superior a esse número.  Resistência à manchas Determina o quanto uma superfície poderá reter a sujeira e a sua respectiva facilidade de remoção de manchas quando submetidas a ação generalizada dos diversos produtos que estão sujeito em seu ambiente. 20  Argamassa colante “A argamassa colante é uma mistura constituída de aglomerantes hidráulicos, agregados minerais e aditivos, que possibilita, quando preparada em obra com adição exclusiva de água, a formação de uma pasta viscosa, plástica e aderente”, segundo definição na norma da ABNT NBR 13.755:1996, Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – Procedimento.  Revestimento cerâmico Conforme norma da ABNT NBR 13.816:1997, Placas cerâmicas para revestimento – Terminologia, placas cerâmicas para revestimento são definidas como sendo material composto de argila e outras matérias primas inorgânicas, geralmente utilizadas para revestir pisos e paredes, sendo conformadas por extrusão ou por prensagem, podendo também ser conformadas por outros processos. Após o processo de secagem e queima a temperatura de sintetização, na qual começa a formação de fases vítreas, adquirem propriedades físicas, mecânicas e químicas superiores às dos produtos de cerâmica vermelha. Outros subsistemas de suma importância que compõe propriamente o acabamento do revestimento cerâmico são:  Juntas Têm por finalidade controlar as movimentações da obra, diminuindo incidência de trincas e fissuras no revestimento. As juntas são espaços deixados entre duas placas cerâmicas ou entre dois painéis de paredes. O assentamento das placas cerâmicas devem respeitar e acompanhar as juntas previstas em projeto. 21  Rejuntamento É o processo para o preenchimento das juntas entre duas placas cerâmicas consecutivas, e tem por função apoiar e impermeabilizar protegendo as arestas das peças cerâmicas. Da mesma forma que a argamassa colante, o tipo de argamassa para rejuntamento a ser usado depende do ambiente em que será aplicado. 22 3. PROJETO DE REVESTIMENTO CERÂMICO O sistema de revestimento cerâmico é formado por diversas camadas, onde cada um de seus elementos possuem comportamento específico, que devem formar um grupo estável unido por coesão. Cada camada é considerada um subsistema formando o Sistema de Revestimento Cerâmico – SRC. Portanto,a necessidade de conhecimento da inter relação entre as camadas que fazem parte desse sistema se torna indispensável, aliadas a execução de cada subsistema e da especificação para conseguir qualidade e durabilidade dos materiais e de todo o edifício. Para o projeto do SRC – Sistema de Revestimento Cerâmico, todos os requisitos de desempenho e desenvolvimento estão relacionados à estabilidade do revestimento, que contribuem para uma melhor adequação do acabamento final com um aspecto estético agradável. 3.1 PARÂMETROS DO PROJETO Os parâmetros do projeto devem ser atentamente considerados no momento da especificação do revestimento cerâmico em paredes internas. É necessário selecionar os pontos mais importantes e apresentá-los de forma detalhada, respeitando as normas técnicas apresentadas a seguir. NORMA TÍTULO NBR 7200:1998 Revestimento de paredes e tetos com argamassas – Materiais, preparo, aplicação e manutenção – Procedimento NBR 8214:1983 Assentamento de azulejos – Procedimento NBR 13754:1996 Revestimento de paredes internas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – Procedimento NBR 14081:1998 Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmica - Especificação NBR 14992:2004 Argamassa a base de cimento Portland para rejuntamento de placas cerâmicas – Requisitos e métodos de ensaios. Tabela 3.1: Normas técnicas aplicadas ao SRC em paredes internas (ABNT) 25 executados a partir de um projeto específico, mesmo assim a obra não é interrompida e chega-se ao seu final. Deve-se salientar portanto, que o avanço efetivo da produção somente será alcançado com a elaboração de um projeto construtivo. Este deve conter todas as informações e considerações necessárias para que se exerça total domínio sobre a produção, determinando materiais, técnicas, equipamentos e o tipo de mão de obra a serem empregados, bem como os procedimentos de qualidade. O projeto do SRC pode ser desenvolvido em conjunto com o projeto arquitetônico ou posteriormente. É essencial, porém, que neste caso contemplem todas as especificações gráficas e descritivas que definam completamente como o revestimento interno deverá ser executado:  Revestimento interno Devido estar submetido a condições mais amenas de uso, as características e propriedades dos revestimentos internos (tais como: aderência, estanqueidade, capacidade de absorver deformações, etc.) são menos solicitadas quando comparadas com a dos revestimentos externos. Sob o ponto de vista de seu comportamento mecânico, os revestimentos internos apresentam painéis de menores dimensões e estão submetidos a menores variações térmicas durante o dia. Além de tais pontos, o fácil acesso durante a execução contribui para um melhor controle da mão de obra, eliminando a necessidade de equipamentos especiais. Os revestimentos internos não sofrem a influência de intempéries, já que estão praticamente protegidos. Para o sistema de revestimento cerâmico interno, o subsistema juntas entre componentes é imprescindível, diferentemente da fachada onde há a necessidade de se considerar outros tipos de juntas devido à influência de maiores esforços mecânicos e intempéries. Observe os diferentes tipos de juntas para ambientes tanto externos como internos: 26  Juntas estruturais: definidas no projeto da obra e devem ser respeitadas durante o assentamento;  Juntas de trabalho: também são chamadas de junta de movimentação, são as juntas que interrompem o emboço e têm como função permitir possíveis variações dimensionais através da criação de painéis, permitindo dissipar as tensões induzidas, sem que surjam fissuras que lhe comprometam desempenho ou integridade. A junta assim obtida deve ser preenchida com um selante elastomérico.  Juntas de dessolidarização: são juntas cuja função é separar o revestimento do piso para aliviar tensões provocadas pela movimentação da base ou do próprio revestimento. Devem ser colocadas no encontro entre o piso e a parede e em volta de pilares. A largura deverá ser de 10 mm e poderá ficar sob o rodapé ou ser preenchida com material elástico;  Junta de assentamento: também chamadas de juntas entre componentes, ou mais comumente de rejunte, são originadas pelo afastamento, durante o processo de assentamento, das peças cerâmicas entre si, por alguns milímetros. Várias são as funções das juntas entre componentes que trabalham para proporcionar um alinhamento perfeito entre si, ocultando diferenças entre suas dimensões contribuindo para um perfeito acabamento estético, além da estanqueidade do pano e também contribuem para acomodar movimentações oriundas de variações térmicas e higroscópicas das peças. A escolha dessas dimensões das juntas entre componentes é função do material que foram produzidas, principalmente, da sua qualidade e uniformidade dimensional, das suas dimensões, do nível de solicitações a que o revestimento estará submetido e das exigências estéticas de projeto. A tabela a seguir, apresenta espessuras de juntas mínimas recomendadas para sistema de revestimento interno e externo, considerando que os componentes cerâmicos sejam de boa qualidade. 27 Área dos componentes A (cm²) Revestimento interno (mm) Revestimento externo (mm) A ≤ 250 1,5 4,0 250 < A ≤ 400 2,0 5,0 400 < A ≤ 600 3,0 6,0 600 < A ≤ 900 5,0 8,0 A > 900 6,0 10,0 Tabela 3.2: Dimensões mínima de junta entre componentes cerâmicos (Adaptado de CCB) As juntas de dessolidarização utilizada nos sistemas de revestimentos cerâmicos internos no encontro da parede com o piso, deve ser empregada nos andares superiores, onde há grande concentração de esforços de cisalhamento entre esses dois elementos, conforme figura ilustrativa a seguir. Figura 3.2: Aplicabilidade da junta de dessolidarização (Adaptado de LIMA, 2003) 30  as arestas vivas das vedações internas, onde deve-se, preferencialmente, empregar cantoneiras metálicas para o perfeito acabamento e proteção;  nos encontros de paredes e pisos deve-se ter cuidado para o perfeito arremate de uma possível da junta de movimentação;  nos arremates junto aos pontos de água e caixas elétricas, as canoplas e os espelhos devem esconder os cortes das placas cerâmicas;  o encontro dos revestimentos com as esquadrias, exemplo de janelas e portas, os marcos e os contramarcos, ou mesmo os batentes devem determinar o nivelamento da superfície final do revestimento, e a guarnição deve proporcionar um correto acabamento. Há também, a necessidade da definição das dimensões dos painéis de revestimento, que permitem suportar as deformações decorrentes das distintas solicitações, neste caso o revestimento interno é o que apresenta as menores solicitações. Entretanto, também devem ser consideradas algumas diretrizes para os revestimentos internos correntes, isto é, em edifícios habitacionais e comerciais em geral, onde não se faz necessário a execução de juntas de movimentação além da junta horizontal, no encontro da parede com o piso, neste caso, as tensões originárias podem ser dissipadas através das juntas entre os componentes definidas no item anterior. Nos revestimentos internos, os painéis e os componentes empregados são de reduzidas dimensões e o nível de solicitações é baixo. Cabe ressaltar, em casos que existam superfícies a serem revestidas de desenvolvimento horizontal muito extenso, pode-se aproveitar o encontro do revestimento com as aberturas, principalmente nos vãos de portas, para que neste ponto seja executada uma junta vertical. A figura, a seguir, mostra com detalhes as descrições anteriormente consideradas para a elaboração do projeto do sistema de revestimento cerâmico. 31 Figura 3.3: Projeto de revestimento cerâmico interno (Revista Téchne, 2003) Figura 3.4: Detalhamento do projeto de revestimento cerâmico interno (Revista Téchne, 2003) 32  Redefinição de projeto Esta etapa desenvolve-se em paralelo com a obra e pode ser considerada como atividade eventual de correções e ajustes das especificações estabelecidas. Embora se espere que as especificações iniciais sobre a produção do revestimento definidas na fase de projeto sejam completamente mantidas, nota-se que em função de desvios ocorridos na execução da estrutura da alvenaria ou do emboço, onde muitas das vezes algumas modificações são necessárias durante esta etapa para a implantação de correções e ajustes,. Em meio a estas correções, os seguintes tipos de especificações podem ser redefinidos:  espessura da camada de regularização, provavelmente em função da falta de nivelamento da base;  alteração da composição e dosagem das argamassas, tanto em função da alteração da espessura da camada como da variação das características dos materiais de construção;  alteração das técnicas de execução, devido às alterações anteriores;  alteração nas especificações da camada de fixação em função dos desvios encontrados na camada de regularização;  alteração nas dimensões dos painéis de revestimento e das juntas entre componentes, da modulação, da paginação, dos locais de recortes, caso as placas cerâmicas não atendam às especificações de projeto;  ou ainda da alteração de detalhes construtivos, com peitoris, soleiras, pingadeiras e contramarcos 35 externos, e à priori devem apresentar boa trabalhabilidade, baixa retração e boa adesão à lateral das placas cerâmicas. Nesta etapa de planejamento é importante também prever cuidados a serem observados, relacionando as possíveis perdas e deterioração que podem decorre de um mau armazenamento dos materiais. Por isso, recomenda-se que:  os materiais sejam protegidos das intempéries;  as caixas de placas cerâmicas sejam empilhadas até altura máxima de um metro e meio sobre base resistente;  os sacos de argamassas sejam empilhados de forma que não ultrapassem o limite máximo de 15 sacos;  os sacos de argamassas não tenham contato com o chão, nem umidade, ressaltamos que estes materiais têm prazo de validade. No que tange à mão de obra a ser empregada na execução do revestimento cerâmico, deve-se procurar operários cujo trabalho seja reconhecidamente de melhor qualidade possível com produtividade satisfatória, pois dela dependerá grande parte do resultado final. 4.2 ETAPAS DE EXECUÇÃO O método de execução proposto procura proceder à realização das atividades por etapas, as quais encontram-se relacionadas a seguir.  Verificação e preparo do substrato Nesta etapa, estão as atividades de limpeza superficial e verificação da qualidade do substrato, geralmente o emboço de regularização, que deve ter suas características avaliadas e corrigidas, quando não atenderem as especificações. O preparo do substrato corresponde as atividades de verificação de planeza (planicidade), rugosidade ou textura. 36 Normalmente, se o emboço foi feito sobre controle e dentro das especificações, então deve-se encontrar o substrato livre de qualquer tipo de material contaminante, com textura de sua superfície medianamente áspera, semelhante aquela obtida com desempenadeira de madeira. Quanto a planicidade da superfície do substrato deve ter desvios máximos de 3 (três) milímetros, para concavidades ou convexidades, medidos com régua de 2 (dois) metros de comprimento em todas as direções, mediante a aprovação de tais procedimentos, então pode ser necessário somente a limpeza da superfície do mesmo.  Execução da camada de acabamento O assentamento dos componentes cerâmicos deve ser realizado o mais tarde possível a partir da execução da camada de regularização. Recomenda-se o prazo mínimo de sete dias para os revestimentos internos e de quinze dias para o assentamento dos revestimentos externos, a fim de permitir que ocorram a maior parte das tensões de retração do substrato, sendo assim possível minimizar o seu efeito sobre a camada final. Para que o serviço seja bem executado é necessário ter uma série de ferramentas e equipamentos, as quais devem estar disponibilizadas desde o início dos trabalhos junto com os equipamentos de proteção individual indicados ao tipo de serviço,onde serão utilizadas ao longo do processo de produção. A seguir, são listados aquelas ferramentas usualmente empregadas para uma adequada execução do sistema de revestimento cerâmico. a) Para verificação e preparo do substrato:  prumo;  esquadro;  mangueira de nível;  régua de alumínio 20 cm menor que altura do pé direito;  régua de alumínio para pequenos vãos;  metro articulado com 2mts. b) Preparo e aplicação da argamassa:  colher de pedreiro de 9”; 37  caixote para preparo da argamassa com dimensões de: 0,18 mts. de profundidade, 0,55 mts. de largura e 0,70 mts. de comprimento, sobre pésnden0,70 mts. de altura;  balde para transporte de água de assentamento;  desempenadeira dentada de aço com dentes de 6x6 mm;  desempenadeira dentada de aço com dentes de 8x8 mm. c) Para preparo e aplicação dos revestimentos cerâmicos  riscador com broca de vídea de ¼ ;  cortador mecânico de vídea;  lima triangular de 30 a 40 cm;  torquês pequena para ladrilheiro;  torquês média;  espaçadores em forma de cruz ou T;  colher de pedreiro pequena sem o ferro na ponta do cabo;  espátula de 1”;  placa de compensado, geralmente de 0,35 x 0,80 mts.;  serra elétrica tipo makita com disco diamantado;  furadeira e serra copo;  rodo pequeno para aplicação do rejunte.  Preparo e aplicação da argamassa colante A argamassa deverá ser preparada em um caixote próprio, de dimensões já especificadas anteriormente, e devem considerar os aspectos ergonômicos, considerando também a medida de volume de material que os sacos de argamassa contém e ainda, a possibilidade de se transitar com o mesmo nas áreas internas da edificação como os banheiros, cuja dimensão de porta é comumente de 60 centímetros. Para o preparo da argamassa, o caixote deverá estar isento de resíduo que possa alterar as suas características, como argamassas velhas, água, etc. A mistura do pó da argamassa com a água deve seguir as indicações do seu fabricante, de modo que atinja a consistência adequada e se 40 Figura 4.1: Tipos de juntas de assentamento cerâmico (Adaptado de CHAVES, 1979) O tardoz das placas cerâmicas a serem assentadas deve estar limpo, isento de pó, gorduras, ou partículas secas e não deve ser molhado antes do assentamento. A colocação das placas cerâmicas deve ser feita de baixo para cima, uma fiada de cada vez a partir de uma régua colocada de nível para alinhamento e galga da primeira fiada de assentamento conforme ilustra a figura de nº. 5 a seguir. Figura 4.2: Procedimentos para assentamento de placas cerâmicas em ambiente interno (Adaptado de CHAVES, 1979) Neste processo não é necessária a pré molhagem da base e dos componentes cerâmicos, tais procedimentos eram usualmente usados no método convencional. A propriedade de retenção de água da argamassa colante permite que, mesma espalhada em espessuras finas mantenha a água necessária para promover as aderências argamassa-base e argamassa-componente e para a hidratação do cimento. 41 Os componentes, não deverão, em hipótese alguma, ser molhados ou umedecidos. A pré molhagem das peças cerâmicas podem saturar totalmente os poros superficiais e prejudicar o processo de aderência mecânica. Nos casos em que os componentes cerâmicos apresentarem a superfície recoberta por pó ou outros contaminantes, os mesmos deverão ser retirados, utilizando-se apenas do escovamento a seco. Caso seja impossível essa remoção e houver a necessidade de utilizar água para limpeza, a mesma deverá ser feita com antecedência, e os componentes só poderão ser utilizados quando apresentarem a superfície de assentamento seca. A melhor forma para garantir um bom contato superficial da peça cerâmica com a argamassa colante e, consequentemente a máxima aderência, é aplicando-a a cerca de 2 cm das peças já assentadas e arrastando a peça até a posição final através de movimentos de vai e vem sob pressão. O procedimento de colocar diversas peças na posição e apenas “bater” em sua superfície tentando esmagar os cordões não é prática recomendável por provocar uma diminuição muito significativa da aderência superficial. Outro processo utilizado antes do assentamento das placas cerâmicas é o galgamento do painel, de materialização prévia da organização das peças em revestimentos com componentes modulares. Nesta operação são determinadas as distâncias horizontais e verticais entre as fiadas sucessivas, de modo a posicionar as peças de forma otimizada, também conhecido como paginação. Para efeito de galgamento os painéis planos são definidos nos revestimentos internos como sendo, trechos de paredes planos ou vãos de paredes interrompidos por elementos que quebram a continuidade do plano a ser revestido, como por exemplo, surgimento de vigas e pilares em outros planos ou mesmo mudança no tipo do revestimento seguindo o mesmo plano. 42 Figura 4.3: Galgação das placas cerâmicas (Adaptado de CHAVES, 1979) Quando houver necessidades de cortes das peças cerâmicas, estes deverão ser devidamente planejados e executados previamente ao processo da aplicação da argamassa colante. Para o caso de revestimentos cerâmicos de menor resistência mecânica, como é o caso dos azulejos, os cortes retos poderão ser feitos empregando-se o riscador (com ponta de vídea), e a torquês quando necessitar de arremates circulares. Quando a peça for de maior resistência como os demais tipos placas cerâmicas, deve-se empregar um cortador mecânico ou elétrico (makita com disco diamantado), no caso de cortes retos, sendo que para cortes circulares pode-se empregar a furadeira de bancada provida de serra copo diamantada com guia interna. Nos dois casos descritos anteriormente, as arestas resultantes dos cortes devem estar cobertas pelos acabamentos, como as canoplas das torneiras e registros ou pelas placas ou espelhos das caixas de luz, de modo que resultem em arremates perfeitos. Internamente, existe uma diferença nos procedimentos de execução em ambientes que apresentam forro falso. Quando o forro não existe, deve-se partir com o componente inteiro do teto, enquanto nos casos em que exista o forro, utilizam-se apenas componentes inteiros, a partir do piso até a última fiada na altura do forro. Exceto por esta particularidade, os demais procedimentos são basicamente os mesmos, existindo ou não o forro falso. 45 Item Controle antes do início das atividades (Ok) (x) 1 Conclusão do substrato (emboço) ( ) ( ) 2 Disponibilidade dos materiais especificados ( ) ( ) 3 Ferramentas e equipamentos utilizados ( ) ( ) 4 Equipamento de proteção individual ( ) ( ) 5 Especificações do revestimento ( ) ( ) 6 Procedimentos de execução ( ) ( ) 7 Treinamentos ( ) ( ) Tabela 4.2: “Check list” do controle antes do início das atividades (Adaptado de CAMPANTE, MACIEL BAÍA) Item Controle durante a execução (Ok) (x) 1 Preparação da base ( ) ( ) 2 Definição das galgas e paginação ( ) ( ) 3 Execução dos níveis e prumos ( ) ( ) 4 Produção da argamassa de assentamento ( ) ( ) 5 Aplicação da argamassa ( ) ( ) 6 Rejunte ( ) ( ) 7 Limpeza ( ) ( ) Tabela 4.3: “Check list” do controle durante a execução (Adaptado de CAMPANTE, MACIEL BAÍA) 46 Item Controle após a conclusão das atividades (Ok) (x) 1 Completa finalização dos serviços ( ) ( ) 2 Limpeza da superfície do revestimento ( ) ( ) 3 Planicidade e nivelamento da superfície ( ) ( ) 4 Esquadros e alinhamentos (quinas e cantos)l ( ) ( ) 5 Alinhamento das juntas entre os componentes ( ) ( ) 6 Posicionamento e nivelamento de outras juntas ( ) ( ) 7 Resistência de aderência revestimento/base ( ) ( ) Tabela 4.4: “Check list” do controle após a conclusão das atividades (Adaptado de CAMPANTE, MACIEL BAÍA) 47 5. PATOLOGIAS DO REVESTIMENTO CERÂMICO Segundo MEDEIROS (1999), as origens das patologias do sistema de revestimento cerâmico estão relacionadas na maioria das vezes as especificações de projeto, ao assentamento e a manutenção. Não obstante, a falta de um projeto de revestimento, o qual responde pela qualidade do processo dos materiais e execução (assentamento) e dos métodos de preservação (uso/manutenção) ao longo da vida útil do edifício, podem também se responsabilizar pelo surgimento de manifestações patológicas como casos ligado ao destacamento de placas cerâmicas, e consequentemente, pode vir a causar grandes prejuízos financeiros. As patologias relacionadas ao uso e a manutenção podem ocorrer devido ao desgaste do esmalte, manchamento (ataque químico e mancha d’água), que acontecem em consequência da inexistência ou falha do projeto de especificação, imperfeição dos serviços de mão de obra, ou ainda, o uso de produtos de limpeza inadequados para a classe correspondente à placa cerâmica. 5.1 DESTACAMENTOS Os destacamentos ou descolamento podem ocorrer devido as variações de temperatura ambiente, que geram tensões de cisalhamento, flambagem e posterior destacamento das placas cerâmicas. Podem vir a ocorre também por outros fatores tais como a influência de cargas sobrepostas logo após o assentamento provocando tensões de compressão sobre a camada superficial e o descolando do revestimento; ou ainda devido a ausência de juntas de dilatação ou instabilidade do suporte recentemente executado sobre a presença de alguma umidade, ou ausência de esmagamento dos cordões com consequente falta de impregnação de material colante no verso da placa cerâmica. 50 5.4 MANCHAS E BOLOR Segundo SHIRAKAWA (1995), “o termo bolor ou mofo é entendido como a colonização por diversas populações de fungos filamentosos sobre vários tipos de substrato, citando-se, inclusive, as argamassas inorgânicas”. O termo emboloramento, de acordo com ALLUCCI (1988), “constitui- se numa alteração observável macroscopicamente na superfície de diferentes materiais, sendo uma consequência do desenvolvimento de micro-organismos pertencentes ao grupo dos fungos”. O desenvolvimento de fungos em revestimentos internos ou de fachadas causam alteração estética de tetos e paredes, formando manchas escuras indesejáveis em tonalidades preta, marrom e verde, ou ocasionalmente, manchas claras esbranquiçadas ou amareladas (SHIRAKAWA, 1995). Normalmente são provocadas por infiltrações de água e frequentemente estão associados aos descolamentos e desagregação dos revestimentos. Figura 5.4: Surgimento de manchas no revestimento 51 5.5 DETERIORAÇÃO DAS JUNTAS Essa patologia apresenta-se ligada diretamente às argamassas de preenchimento das juntas de assentamento (rejuntes) e de movimentação, porém, compromete diretamente o desempenho do sistema de revestimentos cerâmico de um modo geral, já que estes componentes são responsáveis pela estanqueidade do revestimento e pela capacidade de absorver deformações. Os primeiros sinais de ocorrência de deterioração das juntas são: perda de estanqueidade da junta de assentamento e envelhecimento do material de preenchimento. A perda da estanqueidade pode iniciar-se logo após a sua execução através de procedimentos de limpeza inadequados ou deficiência na aplicação da mesma, que somados a ataques de agentes atmosféricos ou solicitações mecânicas por movimentações estruturais, podem provocar o aparecimento de trincas, bem como infiltração de água, levando o revestimento ao colapso por descolamento. No tocante à execução das juntas de assentamento, na deficiência em sua aplicação a junta pode estar preenchida apenas superficialmente, formando uma capa de espessura reduzida e frágil que pode desagregar-se após alguns meses da entrega da obra. Esta situação pode acontecer em revestimentos cerâmicos tipo porcelanato onde a junta é muito estreita ou quando o rejunte perde a trabalhabilidade rapidamente devido à temperatura ambiente elevada. Figura 5.5: Exemplo de deterioração do rejunte 52 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho tem por objetivo elucidar de forma técnica o profissional envolvido na execução de revestimentos cerâmicos quanto ao seu diferencial estágio de desenvolvimento tecnológico, contribuindo para que sejam tomadas diretrizes corretas, desde especificações perfeitas de projeto até se chegar em uma adequada técnica de execução, aliada a um controle de qualidade em todo o processo do sistema de revestimento cerâmico. No momento atual, o desenvolvimento na produção dos componentes e dos materiais complementares não têm sido acompanhado pela tecnologia de execução do revestimento como um todo. Geralmente, o que se observa é que a produção de revestimentos cerâmicos fica sob exclusiva responsabilidade dos operários, uma vez que inexistem as especificações de projeto, de execução e de controle de qualidade proposta por esse trabalho. Ainda é muito corrente os casos onde a falta de qualificação e certificação da mão de obra do setor estão relacionados ao assentamento. Prevenir ainda é uma das formas de evitar a maioria das patologias até hoje diagnosticadas. O incentivo e o investimento em cursos de qualificação para os assentadores de revestimento cerâmico são medidas preventivas que contribuem de forma significativa para a redução dos problemas ligados ao sistema revestimento cerâmico. Deve-se enfatizar que, além da correta especificação, a fiscalização adequada e o treinamento da mão de obra do sistema de revestimento cerâmico, são de fundamental importância para o resultado final, que objetiva a qualidade, o desempenho e o custo final determinado à cada projeto.
Docsity logo



Copyright © 2024 Ladybird Srl - Via Leonardo da Vinci 16, 10126, Torino, Italy - VAT 10816460017 - All rights reserved