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Estudo da Relação entre Cor de Pelagem e Comportamentos Agressivos em Gatos Domésticos, Resumos de zootecnia

Um estudo sobre as relações comportamentais não agressivas observadas em gatos com determinadas cores de pelagem. O documento sugere a necessidade de pesquisas adicionais sobre a relação entre cor da pelagem e comportamentos agressivos em gatos domésticos. O texto inclui figuras e tabelas que apresentam dados sobre a cor de pelagem de gatos, número de gatos por residência, relação de contato com outros pets e reações dos gatos em diferentes situações.

Tipologia: Resumos

2022

Compartilhado em 07/11/2022

usuário desconhecido
usuário desconhecido 🇧🇷

4.6

(84)

74 documentos

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Baixe Estudo da Relação entre Cor de Pelagem e Comportamentos Agressivos em Gatos Domésticos e outras Resumos em PDF para zootecnia, somente na Docsity! UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE ZOOTECNIA RAONI TAYGUARA PIRES RELAÇÃO ENTRE COR DA PELAGEM EM GATOS DOMÉSTICOS E COMPORTAMENTO AGRESSIVO – UMA ABORDAGEM NA GRANDE FLORIANÓPOLIS FLORIANÓPOLIS – SC 2020 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE ZOOTECNIA RAONI TAYGUARA PIRES RELAÇÃO ENTRE COR DA PELAGEM EM GATOS DOMÉSTICOS E COMPORTAMENTO AGRESSIVO – UMA ABORDAGEM NA GRANDE FLORIANÓPOLIS FLORIANÓPOLIS – SC 2020 Trabalho apresentado como exigência parcial da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do Diploma de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Santa Catarina. Orientadora: Profa. Drª Lucélia Hauptli RESUMO O presente estudo teve o objetivo de explorar a relação da cor de pelagem dos gatos domésticos com comportamentos agressivos frente a tutores, terceiros e outros animais domésticos. Para este fim foi realizado um questionário divulgado amplamente por e-mail e redes sociais, utilizando a plataforma do Google Forms® para acesso, considerando respostas de municípios da grande Florianópolis - SC. Foram questionadas informações gerais do ambiente e forma de aquisição dos gatos, suas características de pelagem, seus comportamentos e possíveis formas de agressividade para com humanos e outros pets. Foram avaliadas respostas de 812 tutores, sobre seus gatos, da grande Florianópolis – SC, recebidas no período de no período de 02 de junho a 21 de julho de 2020. As informações consideradas gerais, como município de residência, dados dos tutores e gatos, ambiente do gato e informações da pelagem, foram estruturadas de maneira descritiva. As variáveis de comportamentos espontâneos e reativos foram submetidas a teste de normalidade e posteriormente a análise de variância (ANOVA) de Kruskal-Wallis com testes pareados (Post-hoc) de Wilcoxon / Mann-Whitney, utilizando-se a distribuição de Qui-quadrado (χ2) para comparar possíveis associações das cores de destaque dos animais com as variáveis comportamentais. Foram observadas algumas relações comportamentais não agressivas com determinadas cores de pelagem de gatos. Os resultados permitem inferir que a relação entre cor de pelagem e comportamento que pode ser considerado agressivo, no presente estudo, foi de gatos brancos (p<0,01) e cálicos (p=0,03) que apresentam maior tendência em arranhar pessoas que os gatos de demais cores. O presente estudo aponta que a sutileza dos resultados sugere a necessidade de pesquisas adicionais sobre o tema da relação entre cor da pelagem e de comportamentos agressivos em gatos domésticos. Palavras-chave: animais de companhia, estética, felinos, mansidão. Raoni Tayguara Pires RELAÇÃO ENTRE COR DA PELAGEM EM GATOS DOMÉSTICOS E COMPORTAMENTO AGRESSIVO – UMA ABORDAGEM NA GRANDE FLORIANÓPOLIS Esta Monografia de Trabalho de Conclusão de Curso foi julgada aprovada e adequada para obtenção do grau de Zootecnista. Florianópolis, 23 de novembro de 2020. Banca Examinadora: ________________________ Prof.ª Lucélia Hauptli, Dr.ª Orientadora Universidade UFSC ________________________ André Luiz Ferreira Lima ________________________ Priscila de Oliveira Moraes SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 7 2. OBJETIVOS ........................................................................................................ 8 2.1 Objetivo Geral ................................................................................................ 8 2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 8 3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 9 3.1. A história do gato doméstico ......................................................................... 9 3.2. Aspectos morfológicos dos gatos ............................................................... 11 3.3. Aspectos comportamentais dos gatos ........................................................ 14 4. MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 16 4.1. Informações Gerais ..................................................................................... 17 4.2. Informações referentes a pelagem comportamento do gato ....................... 19 4.2.1 Frequência de comportamento do gato, denominados ―comportamentos espontâneos‖: ......................................................................................................... 21 4.2.2 Comportamento do gato, denominado ―comportamentos reativos‖: ...... 21 4.3. Metodologia analítica .................................................................................. 23 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 24 5. 1. Comportamentos espontâneos .................................................................. 33 5. 2. Comportamentos reativos .......................................................................... 35 6. CONCLUSÃO ................................................................................................... 41 7. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 42 7 1. INTRODUÇÃO O gato doméstico tem grande popularidade como animal de companhia, havendo em torno de 600 milhões destes animais de estimação em todo o mundo (STATISTA, 2018). Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2013), o Brasil conta com 22,1 milhões de gatos em domicílios, sendo considerado o animal de estimação que mais cresce em preferência, com alta de 8,1% anualmente (BARBOSA, 2020). A origem mais aceita em relação aos gatos domésticos é de que esses felinos descendem dos gatos selvagens do Velho Mundo, mas diferem dos seus ancestrais no comportamento, mansidão e diversidade de cores de pelagem (VELLA et al., 1999). A espécie Felis silvestris, da qual os gatos domésticos foram derivados, é classificada como uma espécie selvagem composta por três ou mais subespécies distintas: F. s. silvestris na Europa; F. s. lybica na África e no Oriente Próximo (sudoeste asiático), F. s. ornata no Oriente Médio e Ásia Central (CLUTTON-BROCK, 1999; RANDI e RAGNI, 1991). O gato doméstico às vezes é considerado uma subespécie adicional, considerado o Felis silvestris catus, possivelmente originado de gatos selvagens no Oriente Médio ou no Egito (CLUTTON-BROCK, 1999). Logo, o processo de domesticação dos gatos tem evidências em várias regiões do mundo. A hipótese mais conhecida é de que os gatos tenham sido domesticados no antigo Egito a cerca de 3500 anos atrás, devido a diversos hieróglifos mostrando essa proximidade com os humanos. Porém em escavações na ilha de Chipre no mar mediterrâneo, foi encontrado um gato enterrado próximo a um humano e seus pertences, o que pode mostrar sua proximidade com humanos datada há mais de 9000 anos (VIGNE et al; 2004), durante períodos em que as populações humanas adotavam estilos de vida mais agrícolas, dado papel benéfico do gato no controle de roedores e insetos, que eram suas presas (MONTAGUE et al., 2014). Entretanto, nos últimos 150 anos, ao contrário de muitos outros mamíferos domesticados criados para alimentação, pastoreio, caça ou segurança, a maioria das 30 a 40 raças de gatos recentes, se originou, em 8 grande parte, devido à seleção de características estéticas em vez de funcionais (MONTAGUE et al., 2014). No ramo da genética existem genes que são correlacionados, considerando que eles expressam características quantitativas e qualitativas, e estas podem estar relacionadas entre si. Os animais domésticos têm exemplos visíveis desse fenômeno, como a síndrome letal do potro branco encontrado nos cavalos Paint Horse e a o surgimento de estrabismo em gatos siameses (WEBB e CULLEN, 2010). Também já foi encontrada correlação entre agressividade em cães da raça Cocker Spaniel Inglês, a qual fica mais acentuada quando está raça apresenta cor de pelagem dourada (AMAT et al, 2009). Outro exemplo é a docilidade em ratazanas com coloração preta perante as demais (COTTLE e PRICE, 1987), ou ainda no cachorro Jindo- coreano, onde os animais da cor castanha se apresentaram menos submissos que os demais exemplares com outras cores (KIM, et al, 2010). Logo este estudo vem ao encontro da possibilidade de correlacionar a cor da pelagem dos gatos com fatores comportamentais agressivos, buscando confronta-los com a literatura, buscando convergencias ou divergências que venham a elucidar esta correlação. 2. OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Explorar a relação da cor de pelagem dos gatos domésticos com comportamentos agressivos frente a humanos e outros pets. 2.2 Objetivos Específicos - Elaborar um questionário online visando os tutores de gatos residentes na grande Florianópolis-SC, com questões gerais e específicas de comportamento dos gatos. - Investigar a relação da cor da pelagem com comportamento agressivo, de gatos domésticos frente a tutores, terceiros, médicos veterinários e outros animais domésticos. 11 a história mostra que há milênios os gatos fascinam os humanos, sendo até considerados deuses por antigos povos egípcios. De acordo com Lipinski et al. (2008) existe um pequeno subconjunto de gatos domésticos que foram submetidos a seleção artificial, que são considerados os gatos de raça pura, criados com fins puramente estéticos. Estas raças começaram a ser desenvolvidas nos anos 1900 e são geralmente definidas como variantes simples de um único gene derivadas das raças ancestrais (LIPINSKI et al., 2008). Isso contrasta fortemente com a maioria das outras espécies domesticadas, como os cães, que passaram por milênios de intensa seleção por características complexas de comportamento, habilidades, aptidões que envolvem interações genéticas complexas (Parker et al., 2004). O número de raças de gatos existentes é variável conforme a fonte que se consulta. A The International Cat Association (TICA, 2020) considera que existem atualmente 71 raças de gatos. Porém, a Cat Fanciers‘Association (CFA, 2020), a maior instituição de registro de raças de gatos dos Estados Unidos, reconhece 44 raças, enquanto a Fédération Internationale Féline (FIFe, 2020), que tem 40 países membros, reconhece 49 raças. Independente de possuir ou não uma raça, na atualidade, os gatos domésticos são populares animais de estimação, representando uma população de 600 milhões dentro dos lares em todo o mundo (STATISTA, 2018). Em alguns países o número de gatos que vivem em lares de humanos é igual ou superior ao número de cães, como no Japão (ITO et al., 2016), nos Estados Unidos e na China (DRISCOLL, et al., 2009). Em grande parte, a popularidade dos gatos como animais de estimação se deve ao fato de facilidade nos cuidados, por não necessitarem de passeios diários; pela sua independência, ou seja, não demonstram ansiedade com a ausência do tutor até, pelo seu menor tamanho, vivendo bem em ambientes pequenos, como apartamentos (ROCHLITZ, 2007). 3.2. Aspectos morfológicos dos gatos O gato doméstico (Felis catus) ainda tem muita semelhança morfológica com seus ancestrais selvagens. Uma grande amostra de gatos selvagens na Escócia foi avaliada em relação a cor e marcas na pelagem, medidas 12 corporais, pesos, comprimentos de ossos de membros, de intestinos e de crânio. Esses gatos também foram classificados como gatos selvagens, híbridos ou domésticos. As análises multivariadas não foram suficientes para distinguir os grupos. As variáveis analisadas separadamente trouxeram diferenças nas medidas de ossos e de comprimento do intestino, sugerindo a existência de dois grupos: grupo selvagem, com intestino curto e ossos longos dos membros e; grupo doméstico, constituído por gatos com intestino longo e ossos dos membros curtos (DANIELS et al., 1998). De acordo com Daniels et al. (1998), embora os gatos selvagens sejam maiores em tamanho que os gatos domésticos, essa diferença não é tão expressiva. Para Kitchener et al. (2005) as características de gatos selvagens incluem uma cauda mais espessa com ponta grossa, e a pelagem desses gatos apresenta faixas distintas e listras no corpo, sem grandes áreas de pelos brancos. Há de se considerar que os híbridos de gatos selvagens e domésticos exibem vários graus de características de selvagens e podem ser confundidos com gatos selvagens visualmente. Em geral, os híbridos têm uma cauda menos espessa do que a dos gatos selvagens, a linha dorsal tende a se encontrar com a cauda e geralmente podem ter grandes manchas brancas, principalmente nas patas. Eles são freqüentemente vistos com uma variedade de cores de pelagem mais comumente encontradas em gatos domésticos (Kitchener, 1991). Porém, os gatos domésticos passaram por seleção artificial, imposta pelos criadores, o que resultou em uma grande variedade de raças nos últimos 140 anos. Os padrões são definidos por características fenotípicas, como comprimento e cor de pelagem que, na sua maioria, são determinados por um único gene encontrados em níveis baixos a moderados na população geral de gatos não selvagens (KURUSHIMA et al., 2013). Em relação a cor dos pêlos, os estudos mais antigos sugerem que a preferência humana foca na influência das frequências gênicas de cores dos gatos (SEARLE et al, 1968; ROBINSON, 1973). Em pesquisa realizada na década de 70 por Clark (1975) o autor observou a preferência da população de quatro regiôes distintas da Escócia, onde predominou a escolha por gatos de cores claras. O estudo também revelou que fenótipos de pelagens mais escuras predominavam nas duas regiões de menor nível socioeconômico 13 (CLARK, 1975). Provavelmente pelo fato da aquisição dos gatos ocorrerem por adoção de gatos de rua e não por compra de raças específicas. Um estudo de Mulhausen (2008) aponta uma menor taxa de adoção de gatos pretos em Nova York, sendo motivada à sua aparência simples, além de associação a superstições, principalmente a má sorte que é atribuida a presença de gatos pretos. Lepper et al. (2002) descobriram que tanto os gatos marrons quanto os pretos eram os menos propensos a serem adotados em um abrigo da Califórnia, Estados Unidos. Ishida et al. (2006) salientam que a genética molecular da pigmentação envolve a ação coordenada de muitos genes, onde a família Felidae fornece modelos adicionais de polimorfismo no padrão de cores. O fenótipo diluído no gato doméstico aparece como uma diluição da cor esperada da pelagem e afeta a eumelanina e a feomelanina. Por exemplo, a diluição da cor preta resulta em um fenótipo cinza, chamado de ―azul‖ em algumas raças, enquanto a cor diluída combinada com a laranja resulta em uma pelagem de cor creme. Além da pelagem, ainda existem outras diferenças fenotípicas adquiridas pelos gatos domésticos, como as diferenças de comprimento de membros e de pêlos, cor dos olhos, dentre outros. Por exemplo, a Cat Fanciers‘Association (CFA, 2020) tem em sua lista de raças, gatos com rabos curtos, como American Bobtail, Japanese Bobtail (figura 3) e Toybob. Existe o gato Sphynx, uma raça criada a partir da reprodução de gatos com uma mutação genética natural que os deixa sem pelos, como outro exemplo. Figura 3 - Japanese Bobtail (Yotei, 2009) 16 4. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi conduzido no Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Florianópolis – SC. O levantamento de dados realizou-se por meio de questionário online, amplamente divulgado via e-mail para contatos de acadêmicos e professores do Centro de Ciências Agrárias – UFSC, bem como foi divulgado em redes sociais como convite de forma ampla em grupos de simpatizantes de gatos. O questionário destinou-se a pessoas residentes na Grande Florianópolis que possuem um ou mais gatos, sendo utilizada a plataforma o Google Forms® para acesso. Questionou-se a raça (no caso de gatos sem raça definida (SRD), as características destes) e comportamentos para com humanos e outros pets. Este questionário foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEPSH) – UFSC sob o número CAAE: 0780520.5.0000.0121. De acordo com o censo de 2013 (BRASIL, 2013), em Santa Catarina 27,7% dos domicílios possuem gatos como animais de estimação. Em Florianópolis, este número corresponde a 46.256 gatos, uma vez que a média de moradores por domicílio, atualizada, é de três e a população de Florianópolis é de 500.973 habitantes (BRASIL, 2019). Para a determinação do tamanho amostral, ou seja, para número de respostas do questionário utilizou- se o modelo de Cochran (1965), denominado amostragem aleatória simples, utilizando-se a seguinte equação com grau de confiança de 95%: Onde: n – estimativa do tamanho de amostra que se deseja obter; Z – Valor tabelado (Tabela Z); σ – Desvio padrão; 17 e – Nível de precisão. Portanto, foi adotado como meta, um número mínimo de 384 respostas do questionário, considerando o cálculo amostral adotado. As perguntas do questionário foram referentes, primeiramente, a informações gerais que contextualizam o tutor, local de residência, ambiente em geral. A segunda parte do questionário abordou as características da pelagem do gato (comprimento, cor, padrão), o comportamento e a agressividade do gato alvo da resposta. As perguntas e apresentação do questionário seguem abaixo: 4.1. Informações Gerais Esta parte do questionário foi para definir informações mais genéricas: do tutor, ambiente em que o gato reside, origem do gato. Informações do tutor: - Em qual município reside (Águas Mornas; Alfredo Wagner; Angelina; Antônio Carlos; Biguaçu; Canelinha; Florianópolis; Garopaba; Governador Celso Ramos; Leoberto Leal; Major Gercino; Nova Trento; Palhoça; Paulo Lopes; Rancho Queimado; Santo Amaro da Imperatriz; São Bonifácio; São João Batista; São José; São Pedro de Alcântara; Tijucas); - Faixa etária do tutor do gato (18 a 25 anos; 26 a 35 anos; 36 a 45 anos; 46 a 55 anos; 56 a 60 anos; acima de 60 anos); - Tipo de residência (Casa com terreno próprio; casa com terreno compartilhado; sítio; apartamento; outros); - Possui quantos gatos?; - Qual (is) o (s) nome (s) do (s) gato (s) (questão opcional)? - Qual o nome do gato que está sendo respondido nesse questionário? Possui outros pets, além de gato (s)? - Sim ou Não Se Sim, quais? (cachorro; pássaro; peixe; outros). 18 Informações do gato: - Qual o gênero do gato? (macho ou fêmea); - O gato é castrado? (Sim; Não; Não tem certeza); - Forma de aquisição do gato (Adotado de uma entidade (ONG, DIBEA, Feira de adoção); adotado de uma pessoa; encontrado na rua; comprado); - O gato foi adquirido em qual estágio do crescimento? (antes do desmame; logo após o desmame; jovem (até 12 meses); adulto (de 12 meses e 1 dia até 8 anos); sênior (de 8 anos e 1 dia em diante)?; - Qual a idade atual do seu gato? jovem (até 12 meses); adulto (acima de 12 meses até 8 anos); sênior (de 8 anos e um dia em diante); - O gato possui histórico de maus tratos? (Sim ou Não. Não sabe responder; Suspeita que sim; Suspeita que não); - Seu gato possui raça definida? (Sim ou Não; não tem certeza); - Se sim, qual raça? Informações do ambiente onde o gato reside: - O gato possui acesso a ambiente externo (quintal, rua)? (Sim ou Não); - Se sim, com qual frequência: (Todos os dia, podendo sair de dia e de noite; Todos os dia, podendo sair de dia e de noite, mas por decisão própria permanece no lar; Todos os dias, mas somente em um período do dia ou da noite; Todos os dias, mas somente em um período do dia ou da noite, mas por decisão própria permanece no lar; Poucas vezes por semana, aos finais de semana ou apenas em determinados dias; Poucas vezes no mês, em ocasiões especiai; O gato não possui acesso a rua; Outros); - Tem contato constante com outros gatos em casa? (Sim ou Não; Não existem outros gatos na casa); - Tem contato constante com outros pets em casa? (Sim ou Não; Não existem outros pets na casa); 21 4.2.1 Frequência de comportamento do gato, denominados ―comportamentos espontâneos‖: Nesta seção serão feitas perguntas sobre o comportamento do gato e sobre a frequência que ele costuma demonstrar determinado comportamento com seu tutor, com outros pets, pessoas e objetos. - Costuma/gosta brincar com o tutor: 0 a 3 sendo 0 pouco provável e 3 muito provável; - Costuma brincar com outros pet: 0 a 3 sendo 0 pouco provável e 3 muito provável; - Costuma brincar sozinho: 0 a 3 sendo 0 pouco provável e 3 muito provável; - Tem o hábito de se esfregar em pessoas: 0 a 3 sendo 0 pouco provável e 3 muito provável; - Tem o hábito de se esfregar em outros pet: 0 a 3 sendo 0 pouco provável e 3 muito provável; - Tem o hábito de se esfregar em objetos: 0 a 3 sendo 0 pouco provável e 3 muito provável; - Tem o hábito de morder pessoas: 0 a 3 sendo 0 pouco provável e 3 muito provável; - Tem o hábito de morder outros pets: 0 a 3 sendo 0 pouco provável e 3 muito provável; - Tem o hábito de morder objetos: 0 a 3 sendo 0 pouco provável e 3 muito provável; - Tem o hábito de arranhar pessoas: 0 a 3 sendo 0 pouco provável e 3 muito provável; - Tem o hábito de arranhar outros pets: 0 a 3 sendo 0 pouco provável e 3 muito provável; - Tem o hábito de arranhar objetos: 0 a 3 sendo 0 pouco provável e 3 muito provável; 4.2.2 Comportamento do gato, denominado ―comportamentos reativos‖: 22 Essa seção se assemelha muito a anterior, porém nessas perguntas buscamos entender a intensidade do comportamento do gato, podendo ser selecionado mais de uma resposta por pergunta. No manuseio pelos tutores: - Quando o gato é acariciado: mia, bate, arranha, morde, ―afofa com as patas‖; sem reação; o gato não é acariciado; retribui com afeto; ronrona, tenta fugir, se esquiva outros:______ - Quando o gato é escovado: mia, bate, arranha, morde, ―afofa com as patas‖; sem reação; o gato não é escovado; ronrona; tenta fugir, se esquiva; outros:______ - Quando o gato é repreendido verbalmente: mia, bate, arranha, morde, ―afofa com as patas‖; sem reação; tenta fugir, se esquiva; o gato não é repreendido outros:______ - Quando o gato recebe medicação via oral: mia, bate, arranha, morde, "afofa com as patas"; sem reação; permanece tranqüilo; se esquiva, tenta fugir; o gato não recebe ou nunca recebeu medicação por via oral; outros:______ Comportamento do gato fora do vinculo familiar: Nesta seção buscamos entender como o gato se comporta com pessoas fora do núcleo familiar. Poderá ser marcada mais de uma resposta por pergunta. - Quando manuseado por pessoas fora do vinculo familiar: mia; bate; arranha; morde; ―afofa com as patas‖; sem reação; o gato não é manuseado por outras pessoas; permanece tranqüilo; ronrona; outros:______ - Dentro da caixa de contenção: mia; bate; arranha; morde; sem reação; o gato não utiliza caixa de contenção; permanece tranqüilo; outros:______ - Quando é manuseado pelo veterinário: mia; bate; arranha; morde; tenta fugir; sem reação; o gato não visita o veterinário; permanece tranqüilo; ronrona; outros:______ - Quando recebe medicação injetável, pelo médico veterinário: mia; bate; arranha; morde; tenta fugir; sem reação; o gato não recebe medicação injetável no veterinário; permanece tranqüilo; outros:______ 23 4.3. Metodologia analítica Após a coleta de dados, foi realizada a tabulação em planilha do Microsoft Excel® dos dados para adequação e posterior análise. As informações consideradas gerais, como município de residência, número de gatos e pets na residência, dados do gato (gênero, raça, idade), ambiente do gato e informações da pelagem (comprimento, cor e padrão) foram estruturadas de maneira descritiva para situar os gatos da pesquisa em relação a suas características de ambiente e de fenótipo. As variáveis de comportamentos espontâneos e reativos foram inicialmente submetidas a um teste para comprovar a ausência de normalidade nas suas respectivas distribuições (D‘Agostino et al., 1990; Royston, 1991). Após esta confirmação, foi realizada a análise de variância (ANOVA) de Kruskal-Wallis com testes pareados (Post-hoc) de Wilcoxon / Mann-Whitney, utilizando-se a distribuição de Qui-quadrado (χ2) para comparar possíveis associações das cores de destaque dos animais com as variáveis comportamentais. Para isto, em cada teste as classes de cores foram categorizadas uma a uma (i.e., cor testada=1 vs todas as outras cores agrupadas =0) e comparadas com cada variável comportamental categorizada de acordo com os escores das respostas dos tutores, onde: comportamentos não estimulado/submetidos a estímulos = 0 vs todos os outros possíveis escores de reatividades agrupados ≠ 0. Para o fator denominado como comportamentos reativos, foi criada uma escala numérica para definir uma classe comportamental dos gatos no presente estudo, conforme apresentado na Tabela 1. Tabela 1 - Classe comportamental utilizada considerando as respostas de comportamentos reativos dos 812 gatos de acordo com os tutores que responderam o questionário na grande Florianópolis – SC. Escala numérica Classe comportamental Comportamentos considerados para a classe 0 Não sofre a ação pelo tutor - 1 Não agressivo, carinhoso "Afofa com as patas", Retribui com afeto, Ronrona, mia com demais observações 26 O tipo de residência predominante dos tutores e seus gatos é casa, com 58,4% das respostas, seguida de apartamento (40,0%), e 11% residem em sítio. Em relação ao número de gatos na residência, predominaram lares com um (32,5%) e dois gatos (33,4%), seguidos por com quatro ou mais gatos (17,7%) e lares com três gatos (16,4%), conforme Figura 5. Figura 8 - Número de gatos por residência de acordo com os tutores que responderam o questionário na grande Florianópolis – SC. Praticamente metade dos tutores (48,1%) de gatos também possui outro animal de estimação além de gatos, onde 90,6% destes tutores também têm cães de estimação. Os demais animais de estimação mais predominantemente relatados na pesquisa foram pássaros e peixes (5,2%). Em relação ao gênero sexual dos gatos, foi constatado que 54,31% são fêmeas e 45,69% machos, dos quais apresentaram uma predominância de animais castrados (87,93%), onde apenas 12,07% dos animais participantes não eram castrados. A maioria dos tutores obteve seus gatos por meio de adoção (62,56%), onde 52,46% foram adotados de outra pessoa e 10,10% foram adotados de uma entidade (Organizações não governamentais, Divisão de Bem-estar animal do município, Feira de adoção), seguindo com 33,50% desses gatos 27 encontrados na rua, 2,32% comprados e 1,60% foram denominados adotados, mas nascidos no próprio lar. Em relação ao estágio de vida que esses gatos foram adquiridos pelos tutores, pouco mais da metade desses animais foram adquiridos logo após a desmama (54,43%), 18,97% foram adquiridos jovens com até 12 meses de idade; 10,47% dos tutores adquiriram os animais adultos (dos 12 meses e 1 dia até 8 anos de idade), e apenas 1,11% desses gatos foram adquiridos em estágio sênior. Salienta-se que, 15,02% foram adquridos antes do desmame e desses apenas 7,37% nasceram no lar do tutor, conforme Figura 6. Figura 9 - Estágio de vida dos 812 gatos quando adquiridos pelos tutores que responderam o questionário na grande Florianópolis – SC. Atualmente, esses gatos apresentam em sua maioria com 69,09% uma idade adulta (de 12 meses e um dia até 8 anos), 16,01% idade sênior (depois de 8 anos e 1 dia) e 14,90% possuem idade jovem de até 12 meses de idade, conforme Figura 7. 28 Figura 10 - Idades atuais dos 812 gatos dos tutores responderam o questionário na grande Florianópolis – SC. O critério para considerar os gatos dentro do estudo, foi de que os tutores tenham convivido pelo menos seis meses com os gatos em avaliação. Situações em que as respostas foram atribuídas a gatos jovens, onde a aquisição foi antes do desmame ou logo após o desmame, foram desconsideradas da análise, uma vez que seria difícil ao tutor responder a todos os aspectos comportamentais do estudo. De acordo com as respostas, a maioria dos gatos participantes da pesquisa não possuem históricos de maus tratos (61,70%), 7,14% dos gatos sofreram algum tipo de maus tratos, 12,19% os tutores relatam que suspeitam que sim e 18,97% suspeitam que não ou não sabem responder. Dos gatos avaliados, a maioria não possui raça definida (90,89%) e 9,11% são de raça. Dos animais com raça definida, 39,12% são da raça Siamês, 33,78% são Persas, 5,41% Pelo Curto Brasileiro, e 21,62% com outras raças diversas. Quando questionado em relação ao acesso a ambiente externo (quintal, rua), 57,14% dos tutores responderam que seu gato não possui acesso e 42,86% possuem acesso a ambiente externo. Dos gatos que possuem acesso ao ambiente externo, 59,89% pode sair diariamente durante dia e noite; 27,30% tem acesso diário, mas somente em um período do dia ou noite; 6,69% tem acesso poucas vezes por semana, aos finais de semana; 5,01% tem 31 Sobre a cor de destaque dos 812 gatos avaliados, a predominância foi de destaque das cores preta (17,1%), e cor de destaque branca (15,3%), seguidos por cor cinza (14,5%), preto e branco (12,7%), casco-de-tartaruga (11,2%), laranja (10,7%), bege a amarelo (8,0%), cálico diluído (6,4%) e chocolate (4,1%), conforme Figura 11. A questão de definição de cor de destaque contemplava uma opção onde o tutor poderia descrever a cor, caso não conseguisse classificá-la em alguma opção da pesquisa, esses dados foram minuciosamente avaliados para que se enquadrasse em uma das cores padrões da pesquisa. Por exemplo, quando um tutor definia a cor do gato como ―escaminha‖, trata-se de outra forma de denominar a cor ―casco-de-tartaruga‖, logo a resposta era classificada como ―casco-de-tartaruga‖, para se enquadrar na estatística. Outro exemplo era a denominação de cor ―marrom‖ que foi enquadrada na cor classificada como ―chocolate‖. Figura 14 - Cor de destaque (predominante) da pelagem dos 812 gatos de acordo com os tutores que responderam o questionário na grande Florianópolis – SC. Em relação ao padrão de pelagem dos 812 gatos do questionário, a maior ocorrência foi de gatos de uma só cor (23,5%), seguido por Cálico - gatos com três cores (15,9%), Malhados Mackerel – malhado escuro (11,9%), Estilo 32 Siamês - claro de extremidades coloridas: patas, rosto ―máscara‖ e cauda (11,2%), Malhado Mackerel Laranja (10,6%), Bicolor - preto ou cinza com branco (10,3%), Estilo Ragdoll - claro com extremidades: rabo e orelhas com tonalidades mais escuras (6,4%), Estilo Prata Sombreado - com pelagem clara na barriga e queixo, costas sombreadas (4,8%) e Malhado Clássico – pelagem clara com manchas escuras (4,1%); conforme Figura 12. A questão de padrão de pelagem contemplava uma opção onde o tutor poderia classificar com as opções ou responder como entendia ser o padrão de seu gato. As respostas sem classificação específica foram avaliadas pelos pesquisadores para que se enquadrasse em um das dos padrões da pesquisa. Por exemplo, quando um tutor definia o gato como padrão ―escaminha‖ era direcionado a categoria de cálico, pois são três cores aleatórias. Figura 15 - Padrão de pelagem dos 812 gatos de acordo com os tutores que responderam o questionário na grande Florianópolis – SC. 33 5. 1. Comportamentos espontâneos Para os resultados denominados comportamentos espontâneos, ou seja, aqueles que os gatos realizam sem a necessidade de uma ação direta, as análises mostram que em relação às atividades de brincadeiras com tutor, com pets e sozinhos, 54% dos gatos têm grande tendência de brincar frequentemente com os tutores e 40,64% também apresentam alta disposição em brincar sozinhos, independentemente da cor de destaque. Enquanto 31,53% destes tendem a brincar com outros pets, havendo uma maior frequência de gatos brancos (p=0,05) e gatos pretos com brancos (p=0,03) tomarem a iniciativa em brincar com outros pets. O hábito dos gatos em brincar sozinhos já inicia antes das quatro semanas de vida, quando os gatinhos em uma ninhada tendem a ―caçar‖ sombras e realizar movimentos que estimulam a coordenação muscular (BEAVER, 2003), após esta fase os gatinhos tendem a brincar com seus irmãos de ninhada, até aproximadamente 14 semanas de vida e depois há um declínio nas brincadeiras sociais e uma tendência a brincadeiras de caça em grupos (HOUPT, 2011), mas com movimentos solitários. Logo, o gato tende a ter momentos, considerados de diversão, mesmo de forma solitária. Praticamente metade dos gatos avaliados apresenta o hábito frequente de se esfregar nos seus tutores (52%) e em objetos (54%). Embora o hábito de se esfregar em outros pets, tenha apresentado uma menor frequência de ocorrer (16,5%), constatou-se que os gatos da categoria de cor bege a amarelo e de cor cinza tem maior tendencia de se esfregarem em outros pets (p=0,06). As áreas entre os olhos e as orelhas, os lábios, o queixo, a cauda são ricamente supridos de glândulas que produzem secreções gordurosas, que são as regiões que comumente os gatos tendem a esfregar em objetos, humanos e outros gatos ou pets, com o objetivo de marcar seu cheiro específico nos seres ou objetos alvos, demonstrando seu território e posse (BATESON et al., 2000). Especificamente, quando o gato se esfrega em humanos, pode estar ocorrendo uma expressão de saudação, além do comportamento de marcação (BEAVER, 2005). De acordo com Leyhaunsen (1979) os gatos tendem a se esfregar muito mais ativamente em pessoas do que entre eles, sugerindo que o 36 Fazendo uma analogia entre os pets mais comumente presente nos lares em nível mundial, é de conhecimento de tutores que gatos são animais independentes e mais autônomos, quando comparados aos cães (POTTER e MILLS, 2015). De acordo com Schwartz (2002) os gatos são considerados animais não sociais por muitas pessoas, pelo fato de não interagirem e expressarem atitudes que visam emoção, o contrário dos cães. Embora esta não seja uma afirmação unanime entre os tutores de gatos, há de se considerar que uma atitude de repreender o gato usando a voz pode não surtir o mesmo efeito quando esta é realizada com cães, que apresentam uma interação social mais contínua (DE SOUZA MACHADO e SANT‘ANNA 2017) e são visivelmente mais reativos a voz e gestos dos tutores. Logo, a resposta dos gatos com a indiferença e receio, onde eles fogem da ação é algo esperado na ação de repreensão. Quando manuseado por pessoas fora do vinculo familiar observa-se que a maioria dos gatos tem reação de indiferença (22,41%) ou temem as pessoas, sendo receosos (29,56%), independente da cor de destaque. Mertens e Turner (1988) ao avaliar o comportamento de gatos em primeiros encontros com humanos desconhecidos, observaram que a reação dos gatos sofre maior influência em relação a idade da pessoa desconhecida (maor aceitação de adultos). Existem evidências de que gatos que são filhos de pais amigáveis e crescem junto deles tem interações mais rápidas e mais positivas ao encontrar pessoas ou objetos novos (MCCUNE, 1995), porém esta não foi uma covariável utilizada no presente estudo. Quando o gato recebe medicação via oral do tutor, a maioria dos gatos fica receosa, tendo ação de fugir ou se esquivar (41,63%), onde os gatos preto com branco apresentam este comportamento numa ocorrência significativamente maior (p<0,01) que os gatos das demais cores (Tabela 3). 37 Tabela 3 - Análise categórica da presença ou ausência de reação frente ―administração de medicação via oral‖ do tutor aos gatos em suas diferentes cores de destaque de acordo com os tutores que responderam o questionário na grande Florianópolis – SC. Cor de destaque da pelagem Total de gatos por cor Intervalo Media X2 Valor de P Bege 66 0-5 3,08 0,10 0,750 Branco 139 0-5 2,90 0,01 0,929 Cálico 51 0-5 2,84 0,64 0,422 Casco-de- Tartaruga 91 0-5 3,00 1,08 0,299 Chocolate 33 0-5 3,06 2,59 0,107 Cinza 118 0-5 2,91 0,25 0,617 Laranja 87 0-5 2,67 0,16 0,692 Preto 124 0-5 3,01 1,06 0,302 Preto com Branco 103 0-5 2,68 7,80 0,005 Quando transportado, as reações dos gatos dentro da caixa de contenção demonstram indiferença (64,9%). Os gatos de cor branca foram os mais calmos, ou seja, com maior ocorrência de reação de indiferença na caixa de transporte (p=0,06) em relação aos gatos das demais cores. O fato da maior parte dos gatos não demonstram reações agressivas na caixa de transporte, muito provavelmente, se deve as situações de visitas aos veterinários desde jovens, considerando que a presente pesquisa constatou que a maioria dos gatos foi adotada antes (15%) ou logo após o desmame (19%) ou ainda jovens (54,4%), antes dos 12 meses de vida, havendo um convívio rotineiro desde idade jovem com a situação de transporte o que os habitua ao ambiente da caixa. Os resutaldos dessa variável estão apresentados na Tabela 4. 38 Tabela 4 - Análise categórica da presença ou ausência de reação frente ―utilização da caixa de transporte‖ do tutor aos gatos em suas diferentes cores de destaque de acordo com os tutores que responderam o questionário na grande Florianópolis – SC. Cor de destaque da pelagem Total de gatos por cor Intervalo Media X2 Valor de P Bege 66 0-5 1,71 2,77 0,096 Branco 139 0-5 1,73 3,43 0,064 Cálico 51 0-5 1,74 0,18 0,891 Casco-de- Tartaruga 91 0-5 2,11 1,83 0,176 Chocolate 33 0-5 1,88 0,14 0,704 Cinza 118 0-5 1,91 1,86 0,173 Laranja 87 0-5 1,79 0,00 0,976 Preto 124 0-5 1,75 0,19 0,664 Preto com Branco 103 0-5 1,93 0,01 0,901 Quando o gato é manuseado pelo veterinário, ocorre situação similar nos resultados encontrados quando os gatos são expostos a pessoas fora do vínculo familiar, ou seja, a maioria dos gatos tem reação de indiferença (33,74%) ou temem os veterinários (29,93%). Os gatos de cor predominante cálico (p=0,06) e chocolate (p=0,07) se mostram mais reativos em relação aos gatos de outras cores, como demonstrado na Tabela 5. 41 6. CONCLUSÃO A relação entre cor de pelagem e comportamento que pode ser considerado agressivo no presente estudo foi de gatos brancos e cálicos que apresentam maior tendência em arranhar pessoas que os gatos de demais cores. O presente estudo aponta que a sutileza dos resultados sugere a necessidade de pesquisas adicionais sobre o tema da relação entre cor da pelagem e de comportamentos agressivos em gatos domésticos. 42 7. REFERÊNCIAS ADAMELLI, S. et al. Factors Influencing the Quality of Life of the Cat in its Relationship with Owners. Veterinary research communications, v. 28, n. 1, p. 149-151, 2004. ADAMELLI, S. et al. Owner and cat features influence the quality of life of the cat. Applied Animal Behaviour Science, v. 94, n. 1-2, p. 89-98, 2005. ALDERTON, D, The Cat Selector: How to Choose the Right Cat for You. Barron's, 2011. ISBN: 0764164244, 9780764164248, 176. AMAT, Marta et al. Aggressive behavior in the English cocker spaniel. 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