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Guias e Dicas
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Resumo da obra Os Lusíadas, Resumos de Português (Gramática - Literatura)

resumo capitulo por capitulo (segundo as aprendizagens essenciais)

Tipologia: Resumos

2023

Compartilhado em 22/01/2023

inesc24
inesc24 🇵🇹

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Pré-visualização parcial do texto

Baixe Resumo da obra Os Lusíadas e outras Resumos em PDF para Português (Gramática - Literatura), somente na Docsity! Os Lusíadas Epopeia: Poema narrativo extenso e em tom elevado sobre os feitos históricos ou ficcionais dos heróis de um povo. Povoadas por deuses e figuras do domínio maravilhoso. Género narrativo em verso, destinado a “cantar”, celebrar feitos grandiosos praticados por heróis fora do comum, em estilo elevado. No século XVI, Portugal tinha condições ideais para a criação de uma epopeia (poema épico):  Iniciaram-se as viagens de descoberta de caminhos marítimos e o heroísmo dos navegantes prestavam-se à comparação com as viagens marítimas da Eneida e da Odisseia.  O orgulho nacional estimulava a celebração dos feitos portugueses e à própria corte interessava a apresentação da política de expansão ultramarina como forma de dilatação da fé cristã. Esta epopeia foi escrita com a intenção de glorificar os feitos dos heróis (portugueses) através da narração das suas aventuras e de expressar valores coletivos. Heróis épico: representatividade coletiva, navegadores portugueses a caminho para India (lusíadas e povo português= herói coletivo) Acontecimento épico: descobrimentos (orgulho na história de Portugal)→ Teve importância a nível nacional e universal (novo mapa). Características da epopeia:  Poema narrativo de tom sublime e elevado (narrativa épica)  Ação : acontecimentos mitológicos (intervenção dos deuses), lendários ou históricos e ações heroicas – fusão do sobrenatural e do real. ▪ Os episódios dão extensão e enriquecem a ação, sem quebrar a unidade ▪ Unidade da ação : recorre-se às narrações retrospetivas e às profecias, para contar factos passados e futuros  Intervenção do poeta é reduzida  Relato das conquistas e dos descobrimentos  Narração: inicia-se in medias rés e a analepses e prolepses complementam as lacunas da história  Protagonista: ser de qualidades excecionais que realiza feitos extraordinários e se aproxima de uma dimensão lendária.  Os versos são decassilábicos e o estilo é solene. Estrutura externa:  Os versos são decassilábicos  As estâncias são constituídas por oito versos, logo oitavas, têm como esquema rimático abababcc (a e b são rima cruzada e c rima emparelhada)  As estâncias estão distribuídas por 10 cantos e o número de estâncias em cada canto varia entre 87 no canto VII e 156 no canto X. Ao todo tem 1102 estrofes. Estrutura interna: 1. Proposição: canto I, estância 1-3 Parte introdutória, na qual o poeta anuncia o que vai cantar (as 3 entidades) e o seu objetivo. Este propõe cantar os heróis e os feitos que lhe deram esse estatuto:  Os navegadores eram heróis, uma vez que andaram por mares desconhecidos, dilatando o império para o Oriente e venceram obstáculos que estavam para além da força humana, edificaram o “Novo Reino” além-mar.  Os reis portugueses eram heróis, pois edificaram o império e espalharam a fé  Os homens eram heróis, devido aos seus grandes feitos e “obras valerosas” que os imortalizaram. Protagonista: os Lusíadas, ou seja, o povo português que realizou grandes feitos. É um herói coletivo, sendo enaltecido e mitificado desde logo pelo confronto com heróis míticos da Antiguidade. Análise da proposição: → Est 1: 1ª entidade a celebrar “armas e os barões assinalados” (metáfora: guerreiros e homens ilustres, respetivamente) que navegaram por mares desconhecidos= feitos heroicos/marinheiros que estarão presentes no PLANO DA VIAGEM (ação principal); heróis que se revelaram através dos obstáculos, “perigos” e das “guerras” que enfrentaram acabando por contribuir para a expansão do território português- “Novo Reino” (império além-mar) → Est 2 O propósito da partida para a Índia  2ª entidade a celebrar (vv 1-4) Os reis dilataram (aumentaram) a Fé e o império lutando contra o inimigo “vicioso”- PLANO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL  3ª entidade a celebrar (vv 5-6) Todos os que, pelas suas ações de valor (“obras valerosas”) alcançarão a mortalidade- “se vão da lei da morte libertando” (ficar na memória do povo)- PLANO EM QUE SE INSERE O PRÓPRIO POETA → Est 3 Nesta estância, correspondente à 2ªparte lógica da proposição, Camões pede que se cesse o canto de louvor dos heróis antigos celebrados na antiguidade, pois o herói coletivo que se propõe cantar é muito superior. Assim, nos últimos 3 versos é inferido o PLANO DO MARAVILHOSO PAGÃO (MITOLOGIA) quando se refere que até os Deuses (do mar e da guerra) “obedeceram” aos lusitanos, pela sua superioridade. Também deve cessar todo o valor das epopeias clássicas, representadas por Calíope (“musa antiga”). 2. Invocação: canto l, lll, X, aos deuses e musas 3. Dedicatória 4. Conclusão: apelo ou invetiva para D. Sebastião Reflexões do poeta (canto V)- as armas e as letras Esta reflexão segue-se após o episódio do Adamastor e quando Vasco da Gama mostra ao rei de Melinde como a sua viagem merece ser louvada. Após Vasco da Gama terminar a narrativa da viagem de Lisboa até Melinde, Camões faz considerações sobre o papel da memória e do elogio através da poesia. O poeta nesta reflexão constata que os portugueses são guerreiros, mas não têm dons artísticos, e caso os feitos dos portugueses não fossem escritos estes nunca eram relembrados e os heróis eram esquecidos. Significado do título: ideal do herói renascentista/humanista, que concilia a arte militar e a força física (“lança”) e a força intelectual (“pena”) – reclama e critica a falta de estima que os contemporâneos desvalorizam na escrita. Ver correção respostas caderno. → Est 92 (introdução)  Camões revela que os próprios feitos quando proclamados, a glória e os louvores tornam-se doces e para as pessoas ficarem na memória estas têm de fazer feitos superiores aos passados. E também revela que a inveja, as histórias alheias e o enaltecimento dos grandes feitos incentivam os povos a tentar ou a igualar ou a superar os feitos referidos, ou seja o exemplo origina a ação. Deste modo, o poeta quer dizer que os feitos têm de ser celebrados  Os feitos devem ser celebrados: o papel da memória  O enaltecimento dos feitos incentiva os povos a tentar igualar ou superar os feitos referidos  O exemplo origina a ação → Est 93-96 (exemplos)  Camões enuncia alguns exemplos de heróis da Antiguidade Clássica que se dedicaram à poesia e à cultura, sendo Camões inspirado por estes ao escrever a epopeia.  Na estância 93, Camões enumera diferentes figuras históricas, como Aquiles, Alexandro, Milcíades e Temístocles, grandes homens de força na arte de combater, dado que estes apreciam e incentivam a escrita. Recordar os feitos dos heróis da época incentivavam-nos e inspiravam-nos a ler e escrever.  Na estância 94, Camões diz que Vasco da Gama esforça-se para superar os feitos dos heróis antigos e estes são superiores aos dos outros heróis passados, como por exemplo o imperador Octávio César Augusto. Porém este herói César Augusto, para que os seus feitos em Roma fossem sempre relembrados e espalhados ordenou a Virgílio escrever o Eneias.  Na estância 95, o poeta diz que Portugal tem heróis como a antiguidade, porém (“Mas”) ele faz a crítica aos portugueses dizendo que eram insensíveis, pois tinham falta de cultura. Nesta estância o poeta diz que Deus deu a Portugal heróis, mas não deu com qualidades como a cultura a eloquência o que os torna duros e robustos. Metáfora (vv 1-4): equipara as qualidades dos portugueses com as dos outros heróis da antiguidade clássica Octávio, entre os maiores conflitos, continuava a compor versos.  Na estância 96, Camões pretendia mostrar que os portugueses podiam ser como César que conjugava a ciência (poesia) com a espada.  Exemplos de heróis:  Alexandre Magno – apreciava Homero “Que sempre se lhe sabe à cabeceira”  Temístocles – era o admirador de Milcíades “Os trofeus de Milcíades, famosos, / Temístocles despertam só de inveja”  Imperador Octávio César Augusto- foi protetor de Virgílio, o criador da Eneida. Dedicava-se à escrita e praticava os feitos guerreiros, conciliando as letras e as armas.  Cipião – auxiliava Terêncio na escrita das suas comédias → Est 97 (conclusão)  Nos Versos 1 e 2, Camões refere que os heróis da antiguidade clássica são cultos e interessados no poder da arte. Ao contrário são os portugueses.  No verso 5, Camões faz a confissão, envergonhado, do povo português pela sua ignorância. (são grandes navegadores, mas não presam a literatura e a arte- são fortes na “lança”, mas falta a “pena”)  Nos versos 7 e 8, O Poeta diz que quem não pratica poesia, não sabe dar-lhe o valor devido.  Critica de cariz humanista: o poeta mostra a sua intenção pedagógica ao enunciar que as armas e as letras são valores análogos que devem ser conjugados. → Est 98 (conclusão)  Camões, utilizando o articulador conclusivo “por isso”, revela a falta de incentivo dos portugueses à poesia que causará a perda de memória das façanhas, ou seja, os feitos não vão ficar lembrados e os heróis imortalizados. Por sua vez, originará uma falha na passagem da história de Portugal. Além disso, causará uma falta de heróis nas gerações futuras. (consequências na falta de cultura)- se não temos escritores, futuramente não teremos heróis  Nos versos 6 a 8, Camões revela as características do povo português, utilizando o “tão” para as intensificar. → Est 99-100 (conclusão)  Camões faz o aviso a Vasco da Gama (símbolo dos heróis portugueses) e à sua “estripe”, que devem agradecer às musas e a Calíope, musa da poesia épica da qual Gama não sabia quem era e as obras, pois se não fossem pelo amor que elas sentem pela pátria, os feitos dos portugueses não eram louvados.  Camões indigna-se quando repara que a falta de cultura da família Gama (os seus descendentes- os portugueses) não lhe devia merecer sequer a inspiração das Tágides, quanto mais de Calíope.  Também Camões faz o apelo aos poetas que desejam louvar os feito da pátria, que as Tágides irão sempre inspirar o amor da pátria através do louvor e a quem queria escrever “grandes obras”.  Conclusão: • Caracterização positiva dos poetas da pátria pela sua dedicação ou louvor dos feitos lusitanos • Censura aos guerreiros (personificados na família Vasco da Gama) que não incentivam a cultura e arte.  Nesta estância, nos últimos 4 versos funcionam como síntese do ponto de vista do poeta. O poeta, apesar de reconhecer os efeitos negativos dos portugueses por quem os celebra em verso, incentiva mesmo assim a realizarem grandes feitos, pois há sempre quem os imortalizará a escrever. Encontra-se desiludidos e angustiado dado que os portugueses não presam os escritores, embora Camões também o faça. Reflexões do poeta (canto X)- lamentações e profecia de futuras glórias nacionais Surge após a breve estância que narra a viagem dos marinheiros de regresso à pátria. As estrofes têm um tom de lamento, mas também de exortação. O poeta dirige-se diretamente à Musa (Calíope) e, no momento seguinte, ao rei. É uma reflexão negativa com tom critico, acabando com um tom de desespero e coloca uma esperança no rei D. Sebastião. Ao longo da obra, o poeta tece várias considerações, no início e no fim dos cantos, criticando e aconselhando os portugueses. Os últimos versos da obra revelam sentimentos contraditórios: desalento, orgulho e a esperança. Ver apontamentos livro. → Est 145 e 146- vv 1-4- (1ª parte)  O poeta despede-se da Musa (inspiradora), a quem pedirá ajuda- a desilusão com a pátria  Apóstrofe e repetição: o poeta dirige-se à musa (“Nô mais, musa, nô mais”): − Revela o grande desencanto que sente pela decadência da pátria − Revela desilusão pelo facto de não ser reconhecido pelos portugueses DESILUSÃO: pátria (“apagada e vil tristeza”) PORTUGUESES: “gente surda e enrouquecida” → dupla adjetivação  Poeta: sente-se cansado, melancólico, desiludido e incompreendido (com um tom derrotista), não de cantar (metáfora), mas de ver que ninguém ouve o seu canto, pois os portugueses não são capazes de o apreciar e a pátria está apenas interessada “no gosto da cobiça e na rudeza”, corrupção e decadência de valores  Vivem numa visão pessimista traduzida pela utilização de adjetivos de conotação negativa: destemperada, enrouquecida, surda e endurecida, austera, apagada e vil.  Após um momento de desalento, dirige-se a D. Sebastião recomendando-lhe que olhe para o seu povo, pois é rei só “de vassalos excelentes”.  Desalento por verificar que a pátria não tem orgulho nem gosto → Est 146- vv 5-8- a 153 (2ªparte)  Apóstrofe: “Por isso vós, ó rei”→ exorta o rei a olhar para os seus vassalos (crítica indireta): retrato dos heróis portugueses prontos a lutar pelo império e a gloria, coragem e o espírito patriótico, dispondo-se a enfrentar os maiores perigos para engrandecerem o rei e a pátria.  Modo imperativo: repetição da forma verbal “olhai”, para melhor caracterizar a audácia e coragem dos portugueses  Caracterização dos portugueses: coragem, determinação, alegres, espírito de sacrifício, obediência, firmeza → adjetivação
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