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Resumo do capítulo 2 _A Teoria da Curvatura da Vara_Escola e Democracia_Dermeval Saviani, Notas de estudo de Ciências da Educação

Anotações do capítulo 2 do livro Escola e Democracia de Dermeval Saviani

Tipologia: Notas de estudo

2020
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Compartilhado em 15/12/2020

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Baixe Resumo do capítulo 2 _A Teoria da Curvatura da Vara_Escola e Democracia_Dermeval Saviani e outras Notas de estudo em PDF para Ciências da Educação, somente na Docsity!   ESCOLA E DEMOCRACIA - DERMEVAL SAVIANI  ANOTAÇÕES  LEONARDO MOREIRA FELIPE  l.felipe@unesp.br    Legenda dos Marcadores Importante Escola e Democracia - Demerval Saviani (Capítulo 2)   A Teoria da Curvatura da Vara Saviani começa seu texto enfatizando pontos que fará durante a exposição dos seus pensamentos, demonstrando que estará centrado em três teses políticas, sendo a primeira delas, por ser uma tese mais geral, ele a considera uma tese filosófico-histórica (​caráter revolucionário da pedagogia da essência e do caráter reacionário da pedagogia da existência​). A segunda tese, que se articula com a primeira, ela denomina pedagógico-metodológica (​do caráter científico do método tradicional e do caráter pseudocientífico dos métodos novos​). Ele acrescenta o discurso se colocando numa posição de “coração do político”, ou seja assumindo posições, que evidencia serem polêmicas. Ademais, Saviani expõe de maneira conclusiva que há uma terceira tese, resultante de uma conclusão tirada das duas primeiras, sendo essa de cunho político educacional. Ele as enuncia da seguinte maneira: “Quando mais se falou em democracia no interior da escola, menos democrática foi a escola.”   1        “Quando menos se falou em democracia, mais a escola esteve articulada com a construção de uma ordem democrática.” A teoria da curvatura da vara é descrita por meio de um apontamento de Lênin após ser criticado por assumir posições extremistas e radicais, cujo o mesmo responde da seguinte maneira: “quando a vara está torta, ela fica curva de um lado e se você quiser endireitá-la, não basta colocá-la na posição correta. É preciso curvá-la para o lado oposto”. Quanto à primeira tese, “​do caráter revolucionário da pedagogia da essência e do caráter reacionário da pedagogia da existência”, ​Saviani aponta que atualmente estamos hoje, no âmbito da política educacional e interior da escola, se “revezando” entre duas posições antitéticas que, geralmente, são traduzidas em termos do novo e do velho, da pedagogia nova e da pedagogia tradicional. Essa pedagogia tradicional se funda numa concepção filosófica essencialista, ao passo que a pedagogia nova se funda numa concepção filosófica que privilegia a existência sobre a essência. O homem livre A introdução aborda um conceito histórico da Grécia Antiga, onde ​o homem como ser humano era identificado como homem livre, o escravo não era considerado ser humano​, consequentemente a ​essência humana só era realizada nos homens livres. ​Deste modo, ao ser criada uma pré determinada essência para os homens (ser humano), então seus destinos eram definidos previamente. Sendo assim, a diferenciação da sociedade entre senhores e servos já estava marcada, já se sustentava na própria concepção que se tinha da essência humana, portanto, essa essência justifica as diferenças. Se conectando com as reflexões anteriores, apresenta-se a ideia de que com a ascensão da burguesia como classe revolucionária e a gestação do modo de produção capitalista, os conceitos da filosofia da essência e posteriormente da pedagogia da essência serão empregados numa defesa intransigente da igualdade essencial dos homens. Para complementar a reflexão, é feito   2        essa última como algo tipicamente medieval. Ele exemplifica também seguindo mesma lógica anterior em relação ao método científico e medieval, a relação entre escola nova e escola tradicional. Infere que os métodos tradicionais são remetidos a Idade Média, ou seja, possuem um caráter pré-científico e até mesmo anticientífico, portanto, dogmático. Saviani aponta que o ensino tradicional não é medieval, afirmando que essa crença que a escola nova propaga seja falsa. Além disso, ele aponta que não há sentido a escola tradicional ser medieval, sendo que foi implementada após a revolução industrial, deste modo, como pode se manter um ensino pré-científico se houveram tantas mudanças na época? ​Diante disso, explica-se a razão do método novo proclamar-se científico, proclamar-se instrumento de introdução da ciência na atividade educativa e, em conseqüência, colocar a educação à altura do século, à altura da época. Contudo, o ensino tradicional estruturou-se por meio do método pedagógico expositivo, cuja matriz teórica pode ser identificada nos cinco passos formais de Herbart: ● preparação - recordação da lição anterior, logo do já conhecido; ● apresentação - é colocado ao aluno um novo conhecimento que lhe cabe assimilar; ● comparação e assimilação - ocorre por comparação, a assimilação ocorre por comparação do novo com o velho, ou seja, o novo é assimilado a partir do velho; ● generalização; ● aplicação - lições para a casa. Esses passos, correspondem ao esquema do método científico indutivo, tal como fora formulado por Bacon, método esse que Saviani diz poder esquematizar em 3 momentos fundamentais: observação, a generalização e a confirmação. Ensino não é pesquisa A escola nova propõe uma articulação do ensino com o processo de desenvolvimento da ciência, ao passo que o método tradicional o articula com o produto da ciência. Em outros   5        termos, a Escola Nova buscou considerar o ensino como um processo de pesquisa; daí por que ela se assenta no pressuposto de que os assuntos de que trata o ensino são problemas, isto é, são assuntos desconhecidos não apenas pelo aluno, como também pelo professor. Nesse sentido, há cinco passos que contrapõem simetricamente aos passos dos ensino tradicional​: então, o ensino seria uma atividade (lº passo) que, suscitando determinado problema (2]º passo), provocaria o levantamento dos dados (3º passo), a partir dos quais seriam formuladas as hipóteses (4º passo) explicativas do problema em questão, empreendendo alunos e professores, conjuntamente, a experimentação (5º passo), que permitiria confirmar ou rejeitar as hipóteses formuladas. Em suma, aqui, nos métodos novos, privilegiam-se os processos de obtenção dos conhecimentos, enquanto lá, nos métodos tradicionais, privilegiam-se os métodos de transmissão dos conhecimentos já obtidos. O ensino não é um processo de pesquisa. Querer transformá-lo num processo de pesquisa é artificializá-lo. Daí o meu prefixo pseudo ao científico dos métodos novos. A escola nova não é democrática No início da parágrafo, Saviani evidencia a terceira tese que foi explicitada mediante às duas primeiras, pois um elemento presente na pedagogia nova é a proclamação da democracia. E hoje nós sabemos, com certa tranquilidade, já, a quem serviu essa democracia e quem se beneficiou dela, quem vivenciou esses procedimentos democráticos no interior das escolas novas. Não foi o povo, não foram os operários, não foi o proletariado. Essas experiências ficaram restritas a pequenos grupos, e nesse sentido elas se constituíram, em geral, em privilégios para os já privilegiados, legitimando as diferenças. Conseqüentemente, a própria montagem do aparelho escolar estava aí a serviço da participação democrática, embora no interior da escola não se falasse muito em democracia, embora no interior da escola nós tivéssemos aqueles professores que assumiam, não abdicavam, não abriam   6        mão da sua autoridade, e usavam essa autoridade para fazer com que os alunos ascenderem a um nível elevado de assimilação da cultura da humanidade. Escola nova: a hegemonia da classe dominante Ele enumera dois momentos para ilustrar as consequências para a situação educacional brasileira: 1. Em torno de 1930 - o movimento da escola nova toma força no Brasil, onde ele destaca o entusiasmo pela educação. Ora, o importante do ponto de vista político a salientar aqui é que nessa fase do entusiasmo pela educação se pensava a escola como instrumento de participação política, isto é, pensava-se a escola com uma função explicitamente política. Com o escolanovismo, o que ocorreu foi que a preocupação política em relação à escola refluiu. De uma preocupação em articular a escola como um instrumento de participação política, de participação democrática, passou-se para o plano técnico-pedagógico. Daí essa expressão de Jorge Nagle: “otimismo pedagógico”. Passou-se do “entusiasmo pela educação”, quando se acreditava que a educação poderia ser um instrumento de participação das massas no processo político, para o “otimismo pedagógico”, em que se acredita que as coisas vão bem e resolvem-se nesse plano interno das técnicas pedagógicas. Com efeito, se na fase do “entusiasmo pela educação” o lema era “escola para todos”, essa era a bandeira de luta, agora a Escola Nova vem transferir a preocupação dos objetivos e dos conteúdos para os métodos e da quantidade para a qualidade. Ora, vocês não sabem o que existe de significado político por detrás dessa metamorfose! Na verdade, o significado político, basicamente, é o seguinte: é que quando a burguesia acenava com a escola para todos (por isso era instrumento de hegemonia), ela estava num período capaz de expressar os seus interesses abarcando também os interesses das demais classes. Nesse sentido, advogar escola para todos correspondia ao interesse da burguesia, porque era importante uma ordem democrática consolidada e correspondia também ao interesse do operariado, do proletariado, porque para ele era importante participar do processo político, participar das decisões.   7 
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