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Resumos de Fernando Pessoa (todo) e Lusíadas, Resumos de Português (Gramática - Literatura)

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Tipologia: Resumos

2023

Compartilhado em 16/06/2023

david-teixeira-19
david-teixeira-19 🇵🇹

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Baixe Resumos de Fernando Pessoa (todo) e Lusíadas e outras Resumos em PDF para Português (Gramática - Literatura), somente na Docsity! FERNANDO PESSOA Ortónimo Pessoa a) Fingimento artístico “Autopsicografia” A dor sentida pertence exclusivamente ao poeta (pois é incomunicável); no entanto, é o ponto de partida para a criação poética. Imagina transfigura o que sente transforma a “dor sentida" em “dor fingida” através da linguagem poética. “O poeta é um fingidor, Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente” A dor fingida é o que o poeta exprime por palavras e o que vai chegar aos leitores. Possuem uma outra dor, diferente das duas pertencentes ao poeta (a sentida e a fingida), também intelectualizada, ainda que suportada pelas emoções e sentimentos inerentes a cada leitor. “E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve Mas só a que eles não têm.” O sentimento é o ponto de partida do trabalho intelectual. “E assim nas calhas da roda Gira, a entreter a razão Esse comboio de corda Que se chama o coração” Dor sentida ———> Dor fingida ———> Dor lida “Isto” Visão Geral: Fernando Pessoa concebe a criação poética como um ato de fingimento que desenvolve um processo de racionalização. Assim, o poeta, o criador, terá necessariamente de converter emoções, sentimentos em ideias, servindo-se de palavras para as traduzir. No fundo, o trabalho poético é exclusivamente intelectual. Enfim, “fingir” não é mentir, é sentir “com a imaginação”, é trabalhar intelectualmente, imaginar, simular emoções ou sentimentos. Mas este trabalho é efetuado distante da realidade, isto é, das emoções, o que implica a sua recordação- Na ótica de Fernando Pessoa, o fingimento é uma forma de sinceridade intelectual. 1ª estrofe - Tese do poeta Na primeira estrofe, o poeta afirma que não mente, contrariamente ao que os críticos entendem do seu processo poético. Antes sente com a imaginação, criando uma simultaneidade entre os atos de “sentir” e “imaginar”, ou seja um fingimento poético através da imaginação. Ademais, não usa o coração, tal que a base da sua poesia não está nas sensações, no coração, mas na inteligência, na imaginação. 2ª estrofe - Fundamentação filosófica do uso da imaginação O mundo real é o reflexo do mundo ideal “O que sonho ou passo “(Sobre) outra coisa “Essa coisa é que é O que me falta ou finda” ainda” linda” “É como que um terraço” Essência pura da poesia . criada através do fingimento As aparências que escondem Conceito oculto ou platónico uma realidade mais bela. que fascina o poeta. Alegoria platónica da caverna e doutrina das reminiscências A realidade onde o poeta mergulha é apenas a aparência ou o terraço (fronteira) que encobre a outra coisa: as ideias, a obra poética, o perfeito. O poeta, através do uso da imaginação, do pensamento, pretende ultrapassar o que lhe “falha ou finda” e contemplar “outra coisa (…) que é linda”. 3ª estrofe - Conclusão O poeta liberta-se do que está ao pé do seu enleio, ou seja as sensações, o mundo das aparências (interior da caverna) Desta forma, escreve “em meio do que não está ao pé”, ou seja a inteligência, o mundo das ideias (exterior da caverna), da imaginação que transforma as sensações, através do fingimento, em arte poética. b) A dor de pensar “Ela canta, pobre ceifeira” - “Carpe diem” (viver um dia de cada vez) - Liberdade de aceitar voluntariamente um destino involuntário - Força inexorável e superior aos próprios deuses Estoicismo - Moderação dos sentimentos e das paixões - Resistir aos excessos e aos instintos - Seguir o caminho da virtude e da ética Epicurismo (triste) - Busca pela ataraxia (tranquilidade) - Aceitar a Natureza, a morte e a passagem do tempo - Não temer os deuses - Resistir à dor e aos excessos. Efemeridade da existência - A vida é passageira e cíclica - Permanência da Natureza (eterna e constante) e desvanecimento da vida humana Concretismo (herdado de Caeiro) - Presente do indicativo - Elevação ou emancipação da Natureza, do mundo concreto e “simples” - Subordinação aos elementos da Natureza - Pequenez do Homem vs Força da Natureza Poemas de Reis - “Para ser grande, sê inteiro: nada” - “Segue o teu destino” - “Anjos ou deuses, sempre nós tivemos” - “Mestre, são plácidas” Mensagem Carácter épico-lírico A Mensagem, tal como outras obras de base clássica (grega ou romana), é constituída por duas perspectivas. Uma primeira, épica, em que se constrói uma visão histórica dos heróis (portugueses) e os marcos/conquistas alcançados pelos mesmos, incluindo então a mitificação do herói, que ultrapassa a condição histórica, até à espiritual. Tudo visto na 3ª pessoa. Já numa perspectiva lírica, o “eu” poética toma o poder da narrativa, extraindo dela uma reflexão subjectiva e representativa dos seus sentimentos, emoções e esperanças pessoais. O mito “O mito é o nada que é tudo” O mito é o nada, visto que não é algo tangível, corpóreo, mas que é tudo, porque carrega consigo um poder ou efeito na nossa realidade; ele fecunda.a alimentando assim a alma do povo. A sua essência não é tangível, mas a sua consequência é. Basta observar Ulisses, ou até Deus, para que esta dinâmica se entenda. Esta forma de sobrepor o mito à realidade (ainda que se movam juntos) confere a Portugal a transcendência, a espiritualidade, necessária para que a vida não seja apenas o cumprimento da existência; necessária para que se ergam do conformismo até à conquista de um novo Império, que não é marítimo, territorial, fisico, mas sim mítico e espiritual. O Quinto Império. Sebastianismo Em consonância com o conceito de mito, é possível observar nos portugueses a necessidade de relembrar os feitos dos heróis passados, reclamando deles a vontade, para nós mesmos concretizarmos o futuro. Dentre todos os símbolos, D.Sebastião é o mais português, no sentido em que constitui verdadeiramente a essência e condição portuguesa, para além da superação da mesma (mitificação do herói) Nascimento Vida Morte Renascimento Portugal morre com D.Sebastião. O desaparecimento do mesmo reflete um estado de estagnação, vazio, morbidez ou até morte do país. No entanto, Pessoa apresenta esperanças. Sobre a folha em branco deixada pelo desaparecimento d’O Adormecido (Sebastião), revela o mistério e abranda o desconhecimento. Ele voltará; erguer-se-á; renascerá; ainda que não fisicamente, mas sim espiritualmente. Voltará sobre a forma de mito, a base da transcendência (predestinada por Deus) dos portugueses ao Quinto Império. Com o desaparecimento de D.Sebastião, Portugal e o seu Império territorial morrem (“A última nau”), mas com o seu retorno, sobre uma outra forma metafísica, tanto o país como o seu povo renascem e recomeçam uma jornada pela conquista. LUSÍADAS A mitificação do herói - Exaltação das características do povo português que lhes confere o estatuto de heróis: coragem, ousadia, patriotismo, espírito de sacrifício, fé em Deus. - Comparação dos portugueses com os heróis e deuses da Antiguidade Clássica, bem como à superação dos mesmos. - O herói, aqui, é coletivo e não singular. Uma nação, um povo. Episódios sobre a mitificação do herói: Canto I - 105 e 106 Após a cilada de Baco, na ilha de Moçambique, os portugueses conseguem escapar com a ajuda de Vénus, dando origem a uma reflexão sobre a condição humana, face à magnitude dos elementos da Natureza. A mitificação do herói, neste parte, está, essencialmente, presente no facto de que os portugueses, mesmo sendo humanos frágeis e mortais, são capazes de superar essa sua condição através da vontade e da coragem, enfrentando o mundo e seus ditos donos (deuses, Baco) Canto V - O Adamastor O episódio do Adamastor é, possivelmente, o cúmulo da representação do herói e sua mitificação. O caminho dos portugueses é interrompido por um monstro feio, gigante e forte, de voz grossa e horrenda; o Adamastor. Inicialmente, os lusitanos estavam dominados pelo medo, ainda que a necessidade de ultrapassar este desafio não o permitisse, já que era necessário continuar. A superação deste monstro, que não representa mais que os perigos e dificuldades passadas no mar (o desconhecido), teve Vasco da Gama como ponto de partida. Este abandona o medo (condição humana) e reclama a identificação do Adamastor, a sangue frio (superação da condição humana) Para além disso, ainda antes de responderem, o monstro “elogiou” a ousadia, destreza e poder/relevância dos portugueses, revelando o impacto que estes têm nos próprios seres sobrenaturais. Canto IV - O velho do Restelo Contribui para intensificar a dor da partida e o sofrimento passado, bem como ultrapassado, pelos heróis, que, neste episódio, abandonam as suas famílias, casas e terras, partindo em direção aos mares por desbravar. Canto IV e V - A Ilha dos Amores Após todas as dificuldades passadas, Vénus recompensa os portugueses com um descanso na Ilha dos Amores, local concebido pelo épico, simbolizando o “prémio” pela heroicidade, a satisfação dos sentidos e a harmonia no Universo. Aqui os portugueses geram a sua descendência semi-divina de raça lusa (ascensão ao nível dos deuses, superação da condição humana), alcançando a sua mitificação e glória. OS receios de Baco são confirmados: os navegantes cometeram atos tão grandiosos que se tornam, agora, amados pelos deuses e, de certo modo, divinizam-se eles também. Este episódio represente, sobretudo, a recompensa pelos feitos portugueses, a prova das suas conquistas, a confirmação da sua mitificação e a superação da condição humana. Reflexões do poeta Fragilidade da vida humana Canto I - 105 e 106
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