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REVESTIMENTO DAS PAREDES, TETOS, MUROS E PISOS, Manuais, Projetos, Pesquisas de Engenharia Civil

ceramico vaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiii

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

2019

Compartilhado em 14/11/2019

luciano-castor-de-abreu
luciano-castor-de-abreu 🇧🇷

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Baixe REVESTIMENTO DAS PAREDES, TETOS, MUROS E PISOS e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! 166 8 - REVESTIMENTO DAS PAREDES, TETOS, MUROS E PISOS APÓS ESTUDAR ESTE CAPÍTULO; VOCÊ DEVERÁ SER CAPAZ DE: • Analisar o tipo de revestimento que mais se enquadra para uma determinada superfície; • Executar corretamente os diversos tipos de revestimentos; • Especificar corretamente o tempo de cura de cada revestimento; • Especificar a regularização adequada para um determinado piso; • Executar corretamente o assentamento dos pisos; • Executar corretamente os pisos de concreto armado O revestimento é a fase da obra em que se faz a regularização das superfícies verticais (paredes) e horizontais (pisos e tetos). Portanto os revestimentos são executados para proporcionar maior resistência ao choque ou abrasão (resistência mecânica), impermeabilizar, tornar as superfícies mais higiênicas (laváveis) ou ainda aumentar as qualidades de isolamento térmico e acústico. Os revestimentos podem ser divididos em: argamassados e os não argamassados o que consiste em revestir as paredes, tetos e muros com argamassa convencional, com gesso, cerâmicas, pedras decorativas, texturas entre outros. Quando se pretende revestir uma superfície, ela deve estar sempre isenta de poeira, substâncias gordurosas, eflorescências ou outros materiais soltos, todos os dutos e redes de água, esgoto e gás deverão ser ensaiados sob pressão recomendada para cada caso antes do início dos serviços de revestimento. Precisa apresentar-se suficientemente áspera a fim de que se consiga a adequada aderência da argamassa de revestimento. Portanto devemos preparar o substrato. 8.1 – PREPARO DOS SUBSTRATOS 8.1.1 Na vertical A preparação do substrato (base) consiste em adequar a alvenaria para o recebimento da argamassa. Essa adequação esta relacionada com a limpeza da estrutura e da alvenaria, eliminação das irregularidades superiores, remoção das incrustações, pontas metálicas e preenchimento de furos bem como aumentar a rugosidade para garantir boa aderência. A limpeza da base deve ser feita com uma escova de aço, lavagem ou jateamento de areia, essa limpeza visa eliminar elementos que podem prejudicar a aderência da argamassa, como: pó, barro, fuligem, graxas, óleos desmoldantes nas estruturas e fungos. 167 A eliminação das irregularidades superiores como rebarba de concretagem e excesso de argamassa nas juntas, além da remoção de incrustações metálicas e de arames devem ser realizados. Deve-se também corrigir imperfeições da base preenchendo furos e elementos de alvenaria quebrados. E no caso de superfícies lisas, pouco absorventes ou com absorção heterogênea de água, aplica-se o chapisco. O chapisco deve ser executado usando materiais e técnicas apropriadas para melhorar as condições de aderência da camada do revestimento à base ou substrato, criando uma superfície de rugosidade adequada e regularizando a capacidade de absorção inicial da base (FRANCO & CANDIA, 1998b). É um revestimento rústico empregado nos paramentos lisos de alvenaria, pedra ou concreto; a fim de facilitar o revestimento posterior, dando maior pega, devido a sua superfície porosa. Pode ser acrescido de adesivo para argamassa. O chapisco é uma argamassa de cimento e areia média ou grossa sem peneirar no traço 1:3. Consumo de materiais por m² : cimento = 2,25 kg areia = 0,0053m³ Deve ser lançado sobre o paramento previamente umedecido em uma única camada de argamassa pelo sistema convencional, desempenado ou rolado. A Figura 8.1 ilustra as diversas maneiras de se aplicar o chapisco. Na alvenaria aplica-se o chapisco bem distribuído e fechado (convencional) aplicado com colher de pedreiro ou mecânicamente, no mínimo 03 dias antes da aplicação do emboço (Figura 8.1a). Na estrutura de concreto armado aplica-se o chapisco para concreto com desempenadeira dentada devendo o mesmo ser acrescido de adesivo para argamassa (Figura 8.1b). O chapisco rolado pode ser aplicado tanto na estrutura como na alvenaria utilizando, um rolo de espuma (Figura 8.1c) (CEOTTO et al, 2005). (a) Convencional (b) Desempenado (c) Rolado Figura 8.1 – Diversas formas de aplicação do chapisco (CEOTTO, 2005) Os tetos, independentemente das características de seus materiais, e as estruturas de concreto devem ser previamente preparados mediante a aplicação de 170 8.2 – REVESTIMENTOS ARGAMASSADOS TRADICIONAIS Os revestimentos argamassados são tecnologias construtivas que remontam seu uso desde a Idade Média. Nesta época as alvenarias eram utilizadas como vedação e como estrutura, e eram construídas, na sua grande maioria, por tijolos cerâmicos assentados e revestidos com argamassa de cal e areia. A partir da invenção do cimento Portland as argamassas sofreram uma evolução. Com a adição do cimento, conseguiram ter sua resistência aumentada e a aderência às bases melhoradas, já nas primeiras idades. Os revestimentos internos e externos devem ser constituídos por uma camada ou camadas superpostas, contínuas e uniformes. O consumo de cimento deve, preferencialmente, ser decrescente, sendo maior na primeira camada, em contato com a base. As superfícies precisam estar perfeitamente desempenadas, prumadas ou niveladas e com textura uniforme, bem como apresentar boa aderência entre as camadas e com a base. Os revestimentos externos devem, além disso, resistir à ação de variação de temperatura e umidade. 8.2.1 Na vertical a) - Emboço A argamassa utilizada para a regularização dos diversos substratos é chamada de emboço ou massa única ou ainda emboço paulista. Podem ser preparadas manualmente de acordo com a NBR 7200/98. De preferência devem ser preparadas por processo mecanizado, principalmente para as argamassas industrializadas. Normalmente o emboço trabalha como base para o reboco, azulejo, massa corrida, gesso etc., devendo promover a boa ancoragem com eles e possuir uniformidade de absorção para que haja boa aderência entre as camadas. Para garantir uma boa aderência entre os demais revestimentos o acabamento superficial do emboço pode ser executado do seguinte maneira: • sarrafeado, ideal para receber o revestimento final (reboco), azulejo, pastilha, etc. • sarrafeado e desempenado, ideal para receber gesso, massa corrida; • sarrafeado, desempenado e feltrado (uma mão de massa ou massa única ) para receber a pintura. A areia empregada é a média ou grossa, de preferência a areia média. O revestimento é iniciado de cima para baixo, ou seja, do telhado para as fundações. A superfície deve estar previamente molhada. A umidade não pode ser excessiva, pois a massa escorre pela parede. Por outro lado, se lançarmos a argamassa sobre a base, completamente seca, esta absorverá a água existente na argamassa e da mesma forma se desprenderá. O emboço é uma argamassa mista de cimento, cal e areia nas proporções indicadas na Tabela 8.1, conforme a superfície a ser aplicada. 171 Tabela 8.1 -Traço do emboço para as diversas bases BASES MATERIAIS Tipo Localização cimento  cal hidratada Pasta(1) de cal Areia (2) OBS. Superfícies externas 1,0 2,0 - 8,0 a 10,0 - acima do nível do 1,0 3,0 - 11,0 a 12,0 - terreno 1,0 - 1,5 8,0 a 10,0 - 1,0 - 2,5 11,0 a 12,0 - Paredes  Superfícies externas em contato com o solo. 1,0 - - 3,0 a 4,0 Recomenda-se a incorporação de aditivo impermeabi- lizante a argamassa ou executar pintura impermeabilizante Superfícies internas 1,0 2,0 - 8,0 a 10,0 - 1,0 3,0 - 11,0 a 12,0 - 1,0 2,0 1,5 8,0 a 10,0 - Tetos 1,0 - 2,5 11,0 a 12,0 (laje de - 1,0 - 2,0 a 3,5 concreto - - 1,0 1,5 a 3,0 maciço ou 1,0 - - 3,0 a 4,0 - no caso de exe- cução de acaba- mento tipo barra lisa laje mista) Superfícies externas 1,0 2,0 - 9,0 a 10,0 - e internas 1,0 3,0 - 11,0 a 12,0 - 1,0 - 1,5 8,0 a 10,0 - 1,0 - 2,5 11,0 a 12,0 - (1) Pasta obtida a partir da extinção de cal virgem com água. (2) Areia com teor de umidade de 2% a 5% Portanto, o emboço de superfície externa, acima do nível do terreno, deve ser executado com argamassa de cimento e cal, na interna, com argamassa de cal, ou preferivelmente, mista de cimento e cal. Nas paredes externas, em contacto com o solo, o emboço é executado com argamassa de cimento e recomenda-se a incorporação de aditivos impermeabilizantes. No caso de tetos, com argamassas mistas de cimento e cal. O emboço deve ter uma espessura média de 1,5cm, pois o seu excesso, além do consumo inútil, corre o risco de desprender, depois de seca. Infelizmente esta espessura não é uniforme porque os tijolos têm diferenças de medidas, resultando um painel de alvenaria, principalmente o interno, com saliências e reentrâncias que aumentam essa espessura. As irregularidades da alvenaria são mais freqüentes na face não aparelhada das paredes de um tijolo. Para conseguirmos uma uniformidade do emboço e tirar todos os defeitos da parede, devemos seguir com bastante rigor ao prumo e ao alinhamento. Para isso devemos fazer: a.1) Assentamento da Taliscas (tacos ou calços) As taliscas são pequenos tacos de madeira ou cerâmicos, que assentados com a própria argamassa do emboço nos fornecem o nível (Figuras 8.3 e 8.4). 172 No caso de paredes, quando forem colocadas as taliscas, é preciso fixar uma linha na sua parte superior e ao longo de seu comprimento. A distância entre a linha e a superfície da parede deve ser na ordem de 1,5cm. As taliscas (calços de madeira de aproximadamente 1x5x12cm, ou cacos cerâmicos) devem ser assentadas com argamassa mista de cimento e cal para emboço, com a superfície superior faceando a linha (Figura 8.3). Sob esta linha, recomenda-se a colocação das taliscas intermediárias em distâncias de 1,5m a 2m entre si, para poder utilizar réguas de até 2,0m de comprimento, favorecendo a sua aplicação. Figura 8.3 - Assentamento das taliscas superiores nas paredes A partir da sua disposição na parte superior da parede, com o auxílio de fio de prumo, devem ser assentadas outras na parte inferior (a 30cm de piso) e as intermediárias (Figura 8.4). É importante verificar o nível dos batentes, pois os mesmos podem regular a espessura do emboço. Devemos ter o cuidado para que os batentes não fiquem salientes em relação aos revestimentos, e nem tampouco os revestimentos salientes em relação aos batentes e sim faceando. 175 menos 48 horas após a aplicação. Pode ser efetuado, por aspersão de água três vezes ao dia. O período de cura do emboço, antes da aplicação de qualquer revestimento, deve ser igual ou maior há sete dias. b) - Reboco Atualmente pouco utilizado o reboco é iniciado somente após a colocação de peitoris, tubulações de elétrica etc. e antes da colocação das guarnições e rodapés. A superfície a ser revestida com reboco deve estar adequadamente áspera, absorvente, limpa e também umedecida. O reboco é aplicado sobre a base, com desempenadeira de madeira e deverá ter uma espessura de 2 mm até 5 mm. Em paredes, a aplicação deve ser efetuada de baixo para cima, a superfície deve ser regularizada e o desempenamento feito com a superfície ligeiramente umedecida através de aspersão de água com brocha e com movimentos circulares. O acabamento final é efetuado utilizando uma desempenadeira com espuma (Figura 8.7). É extremamente importante, antes de aplicar o reboco, que o mesmo seja preparado com antecedência dando tempo para a massa descansar. Esse procedimento é chamado de "curtir" a massa e tem a finalidade de garantir que a cal fique totalmente hidratada, não oferecendo assim danos ao revestimento. Figura 8.7 - Detalhe da aplicação do reboco O reboco é constituído, mais comumente, de argamassa de cal e areia no traço 1:2, ou como apresentado na Tabela 8.2: 176 Tabela 8.2 - Traços do reboco BASES MATERIAIS Tipo Localização cimento cal hidratada Pasta(1) de cal Areia (2) OBS. Superfícies externas - 1,0 - 2,0 a 3,5 - acima do nível do - - 1,0 1,5 a 3,0 - terreno Paredes Superfícies externas em contato com o solo. 1,0 - - 3,0 a 4,0 recomenda-se a incorporação de aditivo impermeabi- lizante a argamassa ou executar pintura impermeabilizante Superfícies internas - 1,0 - 2,0 a 3,5 - inclusive paredes de banheiros, cozinhas, - - 1,0 1,5 a 3,0 - lavanderias e ixeiras, acima de 1,60m de altura. Superfícies internas 1,0 - - 3,0 a 4,0 no caso de pintura da de paredes de banhei superfície revestida ros, cozinhas, lavan- com tinta à base de derias e lixeiras, até 1,60m de altura resina epóxi, borracha clorada, etc... Tetos Superfícies externas - 1,0 - 2,0 a 3,5 - e internas - - 1,0 1,5 a 3,0 - (1) Pasta obtida a partir da extinção de cal virgem com água (2) Areia com teor de umidade de 2% a 5%. Podemos utilizar argamassas pré-fabricadas, para reboco, que precisam ser fornecidas perfeitamente homogeneizadas, a granel ou em sacos. Cada saco deve trazer bem visíveis, as indicações de peso líquido, traço, natureza do produto e a marca do seu fabricante. Outros materiais aglomerantes e agregados podem ser empregados, como as massa finas acondicionada em sacos de aproximadamente15kg, que são misturados na obra com a cal desde que satisfaçam à especificações necessárias de uso. Em condições normais é um pouco mais dispendioso do que a argamassa preparada na obra, mas quando não se tem espaço suficiente para peneirar, secar e "curtir", a massa é vantajosa. c) – Chapisco para acabamento O chapisco pode ser aplicado como revestimento rústico, para acabamento externo, podendo ser executado com vassoura ou peneira para salpicar a superfície. Neste caso, é aplicado sobre o emboço podendo ser aplicado mais de uma camada, de modo a cobrir o substrato. As peneiras utilizadas na construção civil são as mesmas da agricultura e são denominadas peneiras de fubá, arroz, feijão, café etc. Para um acabamento mais fino se utiliza a peneira de arroz, para um acabamento mais rústico a de feijão. A função da peneira na aplicação do chapisco é para uniformizar a textura do 177 chapisco, pois somente vão passar pela malha da peneira as dimensões dos grãos inferiores ao da malha, os maiores são separados. 8.2.2 Na horizontal a) - Cimentados O piso cimentado é executado com argamassa de cimento e areia no traço 1:3, com espessura entre 2,0 a 2,5cm e nunca inferior a 1,0cm. Podemos utilizar o cimento Portland comum ou o cimento Portland branco e ainda acrescentar no cimento branco corantes. * Se desejamos um acabamento liso devemos polvilhar cimento em pó e alisar com a colher de pedreiro ou desempenadeira de aço (massa queimada). * Se desejamos um acabamento áspero, usamos apenas a desempenadeira de madeira, ou texturado (vassoura, roletes etc...) Quando o cimentado for aplicado em superfícies muito extensas, devemos dividi-las em painéis de 2,0x2,0m, com juntas de dilatação (junta seca) que podem ser executadas durante a aplicação ou depois da cura (junta serrada). A cura será efetuada pela conservação da superfície levemente molhada, coberta com sacos de estopa ou mantas, durante no mínimo 7 dias. Obs.: A utilização de mantas é muito utilizada nos dias de hoje, mas devemos ter o cuidado de mante-las sempre molhadas, para evitar que as mesmas absorvam a água do piso fazendo o efeito contrário. b) - Granilite Granilite ou marmorite, é um piso rígido polido, com juntas plásticas de dilatação, moldado in loco, ele é constituído de cimento e mármore, granito ou quartzo triturado. A cor varia de acordo com a granilha e o corante que são colocados na sua composição ( se for utilizado cimento branco). b.1) - Regularização de base para granilite É feita com argamassa de cimento e areia no traço 1:3, não devendo ser alisada com a colher de pedreiro mais sim desempenada, para ficar com uma superfície áspera onde o granilite irá aderir com maior intensidade. b.2) - Pasta de granilite É constituída de uma argamassa composta de pequena carga de pedra (granito, mármores ou quartzo, cimento e corantes. O cimento poderá ser comum ou branco, a espessura é de 12 a 15 mm. 180 pasta ( aquela que vai ser utilizada inicialmente) e aguardar cerca de 5 min. para o repouso final da pasta e até que adquira consistência adequada para ser aplicada com boa aderência e sem escorrer sobre a base. c) - Aplicação; Na execução do revestimento de gesso deve-se observar a temperatura ambiente e a temperatura do substrato que não deverão ultrapassar a 35 °C, pois o gesso endurecido desidrata lentamente com o calor (HINCAPIE et al, 1996a). As ferramentas e acessórios utilizados na execução de revestimento de gesso são: 1. Caixotes para o preparo da pasta com volume interno superior a 100 litros (denominadas masseiras); 2. Desempenadeira em chapa de PVC com dimensões aproximadas de 0,25 x 0,60 m e espessura de 4,0 mm; 3. Desempenadeira de aço; 4. Colher de pedreiro; 5. Régua de alumínio com 2,0 m; 6. Cantoneiras de alumínio; 7. Espátula. Dependendo do substrato a pasta de gesso pode ser aplicada com desempenadeira de PVC em uma ou várias camadas. A espessura da pasta é de 1 mm a 3 mm podendo chegar no máximo a 7 mm. Para a execução de uma camada de espalhamento divide-se o substrato em faixas de espalhamento com aproximadamente a mesma largura da desempenadeira de PVC. Cada faixa é iniciada com uma pequena sobreposição à precedente. Concluída a execução de uma camada de espalhamento, e tendo revestido todas as faixas em uma direção, o gesseiro inicia à camada seguinte, aplicando a pasta de gesso em faixas perpendiculares às primeiras (camadas cruzadas). Terminada a camada de revestimento, e antes que a pega esteja muito avançada, o gesseiro verifica a sua planeza. Com a régua de alumínio, promove o seu sarrafeamento com o intuito de cortar os excessos grosseiros e dar ao revestimento uma superfície mais regular, que irá receber os retoques, raspagens e a camada final de acabamento. Os retoques finais e a camada de acabamento são executados utilizando a colher de pedreiro e a desempenadeira de aço, ficando o acabamento final liso e brilhante. Após a conclusão dos serviços para verificar a planeza do revestimento como um todo, executa-se uma inspeção visual utilizando uma régua de alumínio de 2,0 m de comprimento, aplicada sobre o revestimento em qualquer direção. Neste caso, o revestimento não poderá apresentar desvio superior a 3 mm. Para pontos localizados, uma régua de alumínio de 20 cm não deve apresentar desvio superior a 1 mm. Caso necessário pode-se executar ensaios especiais como: medição da espessura, avaliação da dureza, avaliação da aderência do revestimento, avaliação da aderência da pintura. Para aplicar a pintura, o revestimento de gesso não deve apresentar pulverulência, falhas ou estrias com profundidade superior a 1 mm. 181 A Tabela 8.4 resume as diversas etapas e o tempo aproximado de execução da aplicação manual da pasta. Tabela 8.4 – Etapas e tempo aproximado de execução da aplicação manual de gesso, para consumo de 45 litros de pasta = 1 saco de gesso (HINCAPIE et al, 1996) Serviços Preparo da pasta Espera Espalhamento Sarrafeamento, retoques e raspagens Acabamento Total Tempo (min) 2 a 5 10 a 15 20 a 30 30 a 35 35 a 45 97 a 130 d) - Verificação visual dos serviços: Utilizando uma régua de 2,0m de comprimento aplicada sobre o revestimento em qualquer direção, não deve apresentar desvio superior a 3 mm. Em pontos localizados, utilizando uma régua de 20 cm, não deverá apresentar desvio superior a 1 mm. Antes da aplicação de pintura, o revestimento não deve apresentar pulverulência superficial excessiva, gretamento, falhas ou estrias com profundidade superior a 1 mm. Obs.: O revestimento com gesso deve ser aplicado somente em ambientes internos e sem umidade. 8.3.2 Revestimento cerâmico A cerâmica é um produto industrializado composto por argila, filitos, talcos, feldspatos (grês), e areias (quartzo) dando um produto final com grande variedade de cores, brilhantes ou acetinados, lisos ou decorados A espessura é variável apresentando a face posterior (tardoz) saliências para aumentar a aderência. Pelas suas características, as cerâmicas são utilizadas em ambientes que podem ser molhados e devem ser higiênicas como as cozinhas, banheiros, piscinas, saunas úmidas etc. tanto nas paredes como nos pisos. Antes de comprar ou especificar um revestimento cerâmico devemos classificá-los principalmente quanto a absorção de água (Tabela 8.5) e resistência ao ataque químico contidos em produtos de limpeza (Tabela 8.6) e a abrasão (Tabela 8,7). Normalmente quanto menor o grau de absorção, melhor será a qualidade, podendo ser (Tabela 8.5): Tabela 8. 5 - Classificação das cerâmicas quanto a absorção de água Grupo Grau de absorção Uso recomendado I 0% a 3% Pisos, paredes, piscinas e saunas IIa 3% a 6% Pisos, paredes e piscinas IIb 6% a 10% Pisos e paredes III >10% paredes 182 Tabela 8. 6 - Classificação das cerâmicas esmaltadas ao ataque químico (Anfacer) Classe Resitência Química A Ótima resistência aos produtos químicos B Ligeira alteração de aspecto C Alteração de aspecto bem definida E quanto a resistência a abrasão, ela representa a resistência ao desgaste superficial, no caso de cerâmicas esmaltadas é caracterizada por unidade PEI (Porcelain Enamel Institute) e classificado como segue (Tabela 8.7): Tabela 8. 7 - Classificação dos pisos cerâmicos quanto a abrasão Abrasão Resistência Uso recomendado Grupo 0 Desaconselhável para piso Grupo 1 (PEI-1) Baixa Banheiros residênciais. Quartos de dormir etc. Grupo 2 (PEI-2) Média Quartos sem portas para fora Grupo 3 (PEI-3) Média alta Cozinhas residênciais, corredores, hall de residência, quintais. Grupo 4 (PEI-4) Alta Estab. Comerciais internos, entradas de hotéis, show rooms. Grupo 5 (PEI-5) Altíssima e sem encardido Áreas públicas, shopping centers, aeroportos, padarias, fast-food etc. Outras características técnicas dos revestimentos cerâmicos são importantes observar, como a resistência à manchas e a expansão por umidade EPU. Uma alta EPU pode ocasionar deslocamento e gretamento da placa. Recomenda-se utilizar em pisos ou paredes internas, cerâmica com EPU de no máximo 0,60mm/m. e externamente no máximo 0,40mm/m. Na colocação das cerâmicas devemos prever juntas de dilatação e rejuntá-las para uma maior durabilidade. a) Juntas de dilatação: Todo revestimento cerâmico precisa de juntas e suas especificações devem ser informadas pelo fabricante. As juntas são obrigatórias e evitam que movimentos térmicos causem "estufamento" e, consequentemente, destacamento da peça. Existem quatro tipos básicos de juntas as: • Superficiais ou de assentamento, que definem a posição das peças e tem a função de absorver parte das tensões provocadas pela expansão por umidade da cerâmica, pela movimentação do substrato e pela dilatação térmica, as • Estruturais, que devem existir na estrutura de concreto cuja função é aliviar as tensões provocadas pela movimentação da estrutura, e as de (Figura 8.8); 185 O rejuntamento não deve ser efetuado logo após o assentamento, mas sim dando um intervalo de 3 a 5 dias, de modo a permitir que a argamassa de assentamento ou o cimento colante seque com as juntas abertas. 8.3.2.1 - Revestimento cerâmico na vertical a) - Assentamento dos azulejos Os azulejos podem ser assentados com juntas em diagonal, a prumo ou em amarração (Figura 8.10): a) em diagonal b) junta à prumo c) em amarração Figura 8.10 – Juntas superficiais dos azulejos O assentamento se faz de baixo para cima, de fiada em fiada, com argamassa de cal e areia no traço 1:3 com 100 kg de cimento por m³ de argamassa (pelo processo convencional), ou com cimento-colante, de uso interno ou externo, colas etc... Os cimentos colantes e as colas devem ser aplicados com desempenadeira dentada de aço, sobre base regularizada. Teremos comentários neste capitulo a respeito das diferentes maneiras de assentarmos azulejos e materiais cerâmicos. Para garantirmos que o azulejo fique na horizontal devemos proceder da seguinte maneira: (Figura 8.11) • Fixar uma régua em nível acima do nível de piso acabado. • Deixar um espaço entre a régua e o nível do piso acabado, para colocação de rodapés ou uma fiada de azulejos. • Verificar, para melhor distribuição dos azulejos, se será colocado moldura de gesso, deixando neste caso um espaço próximo à laje, que já deverá estar revestida. 186 Figura 8.11 - Detalhe do assentamento dos azulejos a.1) - Recortes de azulejos: É muito difícil em um painel de alvenaria não ocorrer recortes, visto que na maioria das vezes, nos projetos não é levado em consideração às dimensões dos azulejos. Portanto, para que os recortes não fiquem muito visíveis, podemos deixá-los atrás das portas, dentro dos boxes, ou ainda dividi-los em partes iguais nos painéis (Figura 8.12). Figura 8.12 - Exemplo de divisão dos azulejos a.2) - Juntas entre azulejos As juntas superficiais entre os azulejos deverão ter largura suficiente para que haja perfeita penetração da pasta de rejuntamento e para que o revestimento de azulejo tenha relativo poder de acomodação, no mínimo como descrito na Tabela 8.9. O ideal é seguir as recomendações do fabricante descritas nas embalagens. 187 Tabela 8.9 - Juntas superficiais entre azulejos Dim. do azulejo (cm) Parede interna (mm) Parede externa (mm) 11x11 1,0 2,0 11x22 2,0 3,0 15x15 1,5 3,0 15x20 2,0 3,0 20x20 2,0 4,0 20x25 2,5 4,0 Para os demais tipos de juntas devemos seguir as recomendações do item 8.3.2 (a). a.3) - Rejuntamento Para o rejuntamento do azulejo, além dos rejuntes industrializados descritos no item 8.3.2 (b) podemos utilizar a pasta de cimento branco e alvaiade na proporção de 2:1, ou seja, duas partes de cimento branco e uma de alvaiade, o alvaiade tem a propriedade de conservar a cor branca por mais tempo. b) - Pastilhas É outro revestimento impermeável, empregado nas paredes, principalmente nas fachadas de edifícios. É constituída de pequenas peças coladas sobre papel grosso ou tela. A preparação do fundo para sua aplicação deve ser feita como segue: - para pisos: fundo de argamassa de cimento e areia (1:3) com acabamento desempenado. - para paredes: o fundo será a própria massa grossa (emboço) dosada com cimento, bem desempenada. A argamassa de assentamento será de cimento branco e caolin em proporção igual (1:1), ou argamassa de cimento colante, de uso interno ou externo, própria para pastilhas. A argamassa de assentamento é estendida sobre a base e as placas de pastilhas são arrumadas sobre ela fazendo pressão por meio de batidas com a desempenadeira. O papelão ficará na face externa e após a pega, que se dá aproximadamente em dois dias, o papelão é retirado por meio de água. Utilizando o cimento colante, que deve ser aplicado através de desempenadeira dentada, as placas de pastilhas são fixadas também fazendo pressão por meio de batidas. Nas placas de pastilhas fixadas em tela a tela pode ficar em contato direto com a argamassa bastando, após a cura, realizar o rejuntamento. O rejuntamento é executado com pasta de cimento branco ou rejunte industrializado conforme descrito no item 8.3.2 (b) 190 aparelhado, a marreta de borracha. Certificar que todas as peças foram batidas o maior número possível de vezes. Peças maiores - 15cm x 30cm, ou 20cm x 20cm - deverão ser batidas uma a uma, a fim de garantir boa aderência à pasta. - Espaçamento das peças - nunca colocar pisos ou azulejos justapostos, ou seja, com juntas secas (exceto em pisos especiais). As juntas de 1 mm a 3 mm, conforme o tamanho das peças, são necessárias por três motivos: compensar as diferenças de tamanho das peças, pois em um mesmo lote é normal a classificação na faixa de até 2 mm; em segundo lugar, que a pasta de cimento penetre adequadamente entre as peças, impermeabilizando definitivamente o piso; em terceiro, para criar descontinuidade entre as peças cerâmicas, a fim de que não se propaguem esforços de compressão em virtude da retração da argamassa ou outras deformações das camadas que compõem o revestimento. Resumindo: • Estender a massa em pequeno panos de maneira a colocar em nº de piso que se possa alcançar. • Povilhar por igual o cimento sobre a argamassa para enriquecer a sua dosagem na superfície de contato. • Colocar o piso úmido e não saturado de água, pois esse excesso faz com que a pasta de cimento se torne fraca. • Para garantir uma melhor distribuição de pasta de cimento espalhar o pó de cimento com a colher. • Com o auxílio da desempenadeira, dar pequenos golpes sobre o piso até que a pasta de cimento comece a surgir pelas juntas. a.3) - Assentamento utilizando cimento cola O cimento cola é estendido sobre a regularização da base curada no mínimo 7 (sete) dias, com o auxílio da desempenadeira dentada em pequenos panos. A desempenadeira dentada é utilizada, pois facilita o espalhamento da argamassa de assentamento (cimento colante) garantindo uma espessura constante. Nunca deixar de usar desempenadeira denteada para espalhar adequadamente a pasta. Pois formam cordões de cerca de 4 mm alternados com estrias vazias. Ao pressionar o piso ou azulejos, os cordões se espalham, formando uma camada contínua de aproximadamente 2 mm. A colagem das peças cerâmicas é simples: estendo a pasta de cimento colante sobre a base já curada e seca, em camada fina, de 1 mm a 2 mm, com desempenadeira dentada, formando estrias e sulcos que permitem o assentamento e nivelamento das peças. Em seguida, bate-se até nivelar, deixando juntas na largura desejada ou, no mínimo, de 1 mm entre as peças. Tanto para colocação de azulejos quanto para pisos cerâmicos pelo método dos cimentos colantes, não há necessidade de se molhar quer a superfície a ser revestida quer as peças cerâmicas. Porém, no caso de camada de regularização estiverem molhados por qualquer motivo, não haverá problemas no uso de cimento colante. E a frente de trabalho é ilimitada, interrompendo-se a aplicação do piso ou da parede no instante que se desejar. Seu reinicio obedece também às 191 necessidades da obra e a velocidade de aplicação é, pelas características do método, mais rápida que a do processo convencional. A espessura de 2 mm é suficiente para fixar as peças cerâmicas (dependendo da dimensão do piso). Isso corresponde a um consumo de cerca de 3 kg/m² de revestimento (Tabela 8.10). O cimento também retrai, para a espessura utilizável de 2 mm, os esforços que poderiam atuar sobre os revestimentos são praticamente nulos se comparados àqueles provenientes aos 30 mm de espessura da argamassa convencional. Os cimentos colantes, ou argamassas especiais, são fornecidos sob forma de pó seco e em embalagens plásticas herméticas, o que permite estocar o produto por tempo praticamente ilimitado. Obs.: Para o assentamento com cimento cola deixar na regularização da base as caídas para os ralos, as saídas, etc., pois a espessura do cimento cola é muito pequena, em torno de 5 mm, não possibilitando a execução de caídas. Tabela 8.10 - Consumo de argamassa colante (Fiorito, 1994) Espessura da pasta Consumo de pó 1 mm 1,5 kg/m2 2 mm 3,0 kg/m2 3 mm 4,5 kg/m2 4 mm 6,0 kg/m2 5 mm 7,5 kg/m2 6 mm 9,0 kg/m2 a.4) - Juntas de dilatação e rejuntamento Conforme descrito no item 8.3.2. O rejuntamento sobre o piso pode ser feito com pasta de cimento comum ou rejunte estendida sobre o piso e puxado com rodo. Limpar o excesso de rejunte com um pano após a formação do inicio da pega da pasta. b) - Porcelanato O Porcelanato é constituído de uma mistura de argila, feldspato, caulim e outros aditivos (corantes), submetido a uma forte pressão e queima em alta temperatura (entre 1200oC a 1250oC ), resultando um piso resistente a abrasão e de baixa porosidade. O acabamento do Porcelanato pode ser ou não esmaltado nos padrões semi- rústico, rústico e acetinado, ou esmaltados. Os não esmaltados tem uma durabilidade maior, pois o esmalte é aplicado antes da queima e mais tarde polido, portanto a fina camada de esmalte tende a desgastar. Como o Porcelanato não é poroso, é necessário fixá-lo com argamassa colante aditivada com polímeros, como o PVA. Essa mistura tem o dobro da aderência da argamassa comum. É importante também, espaçar as peças conforme 192 recomendação do fabricante e rejuntá-las com uma massa de rejunte também aditivada próprias para porcelanato. Vantagens do porcelanato: • maior resistência mecânica; • alta resistência a abrasão; • alta resistência ao gelo; • baixíssima expansão por hidratação; • cor uniforme e totalmente impermeável; • grande durabilidade; • possibilidade de se utilizar juntas de assentamento mínimas. Existem os pisos de porcelanato retificado, estes, podem ser assentados sem juntas. 8.3.3 - Piso de madeira a) - Regularização de base para piso de madeira Se necessário é feita com argamassa de cimento e areia média ou grossa no traço 1:4 com espessura de 2,5cm. b) - Assentamento utilizando argamassa: Utiliza-se uma argamassa de cimento e areia média peneirada, no traço 1:3 e se aconselha que nesta dosagem seja colocada impermeabilizante na quantidade indicada pelo fabricante. A argamassa é estendida através de guias numa espessura média de 3,0cm, é povilhado cimento seco sobre a massa para enriquecer a sua dosagem na superfície de contato. O piso de madeira assentado com argamassa é o taco. Os tacos para assentamento com argamassa, são pintados em suas bases com piche, no piche é impreganado areia lavada e para melhorar ainda mais a aderência com a argamassa, é fixado dois pregos para taco em cada peça (Figura 8.13). Figura 8.13 - Tacos de madeira 195 f) - Acabamento dos pisos de madeira Após cinco dias no mínimo do assentamento, o piso de madeira passa por lixamento (raspagem) iniciando-se com a lixa no 16 (grossa) e depois a 36 (mais fina). Em seguida o piso é limpo e calafetado (preenchimento das juntas entre os pisos). A calafetação é realizada utilizando uma massa acrílica para madeira pigmentada na cor aproximada do piso. A aplicação é efetuada com desempenadeira de aço em camadas finas, visando corrigir os defeitos em "baixo relevo". Para o bom resultado da calafetação, são importantes que sejam observados os seguintes fatores: • A madeira deve estar perfeitamente seca e firmemente assentada para que não ocorram trincas e "estufamento" da massa ao longo do rejuntamento • Cura da massa de calafetar, no mínimo 24horas. Após a massa curada é efetuado o polimento utilizando lixa no100 ou 120 dependendo da madeira e do acabamento. O acabamento final é realizado com 3 (três) demãos de synteko, Bonatech, verniz poliuretano ou encerado. g) Recomendações • Quando assentarmos taco, devemos fazê-lo o mais próximo possível, para evitar que se movimente com a sua utilização provocando assim a sua soltura. • A base para assentamento com cola deve ser feita com uma argamassa bem seca para evitar que a água em excesso "verta" fazendo com que o cimento se deposite em camadas inferiores e as areias fiquem sem coesão por falta de aglomerante, deixando assim a superfície fraca. • O pisos de madeira devem ser assentados com uma folga das paredes para facilitar a movimentação, sem que ocorra empenamento. • Ao assentarmos com cola verificar se a base está bem nivelada e sem ondulações, principalmente para os tacões, pois se não estiverem, parte do tacão fica colado e outra não, podendo se soltar (Figura 8.17). Figura 8.17 - Exemplo de regularização sem nivelamento 196 • Verificar o cerne das tábuas para piso, e parafusar bem, pois a umidade tanto do ar como do solo pode empenar as tábuas dando ondulações nos pisos o que é desagradável (Figura 8.18). Figura 8.18 - Situação de empenamento devido à posição do cerne Obs.: Nas tábuas fixadas por parafusos é aconselhável o uso de dois parafusos por seção, para evitar o empenamento das mesmas. 8.3.4 - Carpete Geralmente os carpetes de pequena espessura são colados, por empresas especializadas, sobre a regularização ( 3,0, 4,0 e 6,0mm) e os demais podem ser soltos. A colocação das mantas deverá ser estendida na direção de entrada da luz do dia ou na direção da porta principal. O adesivo de contato á base de neoprene, distribuído com desempenadeira dentada metálica. Os defeitos mais comuns na colocação são: - emendas tortas = cortes feito a mão livre - recorte de canto com abertura = corte a mão livre - descolagem = falta de cola tempo de secagem - diferença de tonalidade = inversão no sentido das mantas - emendas abertas = corte imediato, falta de cola - emendas em excesso = aproveitamento de sobras - vazamento de cola = excesso de cola, piso irregular. a) - Regularização de base para carpete É feita com argamassa de cimento e areia fina sem peneirar no traço 1:3, alisada sem pó de cimento, com desempenadeira de aço, espessura média de 3,0cm. 8.3.5 - Pedras decorativas As pedras naturais deverão ser executadas por equipes especializadas, que fornecerão os colocadores e suas ferramentas (martelo de borracha, serra maquita, nível, régua metálica). O procedimento correto no caso das rochas, produtos naturais sujeitos a variação de cor, é fazer antes da instalação uma montagem do desenho do piso. O 197 assentador agrupa as mais parecidas e separa as manchadas ou de coloração diferente para fazer os recortes ou para instalar em locais escondidos. As pedras, dependendo do lugar da aplicação, podem ser rústicas com espessura irregular ou serradas e polidas com espessura regular. O seu assentamento se faz utilizando argamassa (convencional) para as rústicas e argamassa ou cimento cola para as serradas e polidas. a) - Regularização de base para assentamento das pedras Para o assentamento utilizando cimento cola, deverá ser executada uma regularização com argamassa de cimento e areia média sem peneirar no traço 1:3 com espessura média de 3 cm e acabamento desempenado. b) - Assentamento com argamassa (sistema convencional) Se utiliza uma argamassa mista de cimento, cal e areia média sem peneirar no traço 1:0,5:4. Poderá ser seguido os mesmos critérios estabelecidos para o assentamento de pisos cerâmicos: - Aplicação da argamassa - será espalhada e apertada firmemente com a colher e, depois, sarrafeada. - Camada de pó de cimento - espalhar pó de cimento de modo uniforme e na espessura aproximada de 1 mm ou 1 litro/m². Não atirar o pó sobre a argamassa, pois a espessura será irregular. Deixar cair o pó por entre os dedos e a pequena distância da argamassa. Esse cimento deverá se hidratar exclusivamente com a água existente na argamassa, formando a pasta ideal. Para auxiliar a formação da pasta, passar colher de pedreiro levemente. c) - Mármores e Granitos Qual a diferença entre o mármore e o granito? O mármore é bem mais macio, ou seja, menos resistente a riscos do que o granito. Por isso não é recomendado em área de alto tráfego e molhadas. O granito é uma rocha magmática formada de quartzo, feldspato e mica já o mármore é uma rocha carbonática de origem sedimentar ou metamórfica, composta de calcita ou dolomita. Elas são classificadas quanto à dureza numa escala chamada de Mohs. O mármore tem dureza 3 e o granito 6. Na Tabela 8.11 está indicado os locais de aplicação dos mármores e granitos. Os mármores mais procurados são: O branco; o travertino; o beje bahia e os importados rosso verona (Itália); verde alpe (Itália); marrom imperador (Espanha); crema marfil (Espanha); boticcino (Itália); carrara (Itália). E os granitos mais procurados são: cinza andorinha; granito vermelho (Capão Bonito); cinza Mauá; granito branco; preto absoluto; preto São Gabriel; amêndoa rosa; amarelo Santa Cecília, verde São Francisco, verde Ubatuba. Nas áreas externas, os granitos não podem ser polidos, devem ter acabamentos ásperos. Podendo ser: 200 e) - Mosaico Português As pedras empregadas para a execução do mosaico Português podem ser o basalto preto, calcário branco ou vermelho. Elas são quebradas manualmente no formato de cubos em torno e 4,0cm no mínimo, serão assentadas sobre colchão de cimento e areia no traço 1:6 seco e rejuntado com a mesma mistura, na espessura de 3,0cm. Deverão ser molhadas e apiloadas. 8.3.6 - Pisos vinílicos Os pisos vinílicos ou de vinil-amianto, são fabricados a partir da mistura de resina vinílica, fibras, plastificantes e cargas inertes com pigmentos especiais que lhe dão o aspecto característico, proporcionando um produto bastante versátil, além de possuir uma durabilidade bastante elevada e de manutenção simples. São placas de piso 30x30cm e geralmente encontradas em espessuras que variam de 1,6 a 3 mm, recomendados conforme o tipo de utilização do ambiente onde é feita a aplicação. a) - Desempenho: O produto é recomendado para ser aplicado em qualquer piso sobre superfícies já revestidas ou a revestir. Sua base pode se o próprio contrapiso, marmorite, ladrilhos, oralite, pisos plásticos desgastados, ou qualquer outra, desde que esteja firme limpa e seca. Não se recomenda a colocação em madeira (assoalhos ou tacos) ou sobre bases sujeitas à infiltração ascendente de umidade. É comumente utilizado em residências, escolas, hospitais, quadras esportivas e estabelecimentos públicos e comerciais. O piso de 1,6mm de espessura é recomendado para lugares de baixo trânsito, ou seja, ambientes de pouca utilização: quartos, banheiros, lavabos e outros compartimentos residenciais. Os com espessura 2 mm podem ser aplicados em qualquer ambiente residencial ou ainda em escritórios particulares, quartos de hospitais, anfiteatros, sanitários públicos e laboratórios. Os de 3 mm são utilizados em locais de grande trânsito, lugares de passagem nas residências, como o hall de entrada, elevadores, escadas, salas de aula, refeitórios coletivos, escritórios, salas de consulta ou de espera. Alguns fabricantes ainda produzem linhas especiais para locais de trânsito pesado como cozinhas e corredores de ambientes de uso coletivo, escadas, lojas, supermercados, repartições públicas de recepção e refeitórios industriais. b) - Execução: Em imóveis recém-construídos, o contrapiso ou argamassa de regularização deve ser executado de forma adequada, com espessura mínima de 3cm, com argamassa, cimento e areia no traço 1:3. A superfície deve apresentar bem desempenada e para se testar a qualidade verifica-se se está "esfarelado", risca-se com uma ponta firme. Caso apresente problemas, deverá ser refeito. Além disso, ele deve ficar bem aderente na base para evitar qualquer região de possíveis depressões. 201 Em imóveis que já possuem revestimentos, se existirem falhas ou pedaços soltos, estes devem ser removidos e as falhas preenchidas com argamassa de cimento e areia no traço 1:3. A regularização deve ser feita com uma ou duas demãos de argamassa de P.V.A. na proporção de uma parte de P.V.A. para oito de água, enriquecida de cimento até formar uma pasta "encorpada". No caso de pisos vitrificados, a orientação é a de que se aplique uma primeira demão de regularização com a dosagem de uma parte de P.V.A. para quatro de água e uma segunda demão da argamassa comum com P.V.A. (1:8). Sobre tacos e assoalhos de madeira, a colocação pode ser feita, desde que entre o produto e a madeira exista uma camada de compensado marítimo, mas nestes casos é interessante que seja feita uma consulta junto aos fornecedores. A colocação sobre pisos plásticos é bem simples, o único cuidado que se deve ter é com a retirada das placas soltas ou com defeitos e a posterior regularização do local. c) - Colocação: Apesar de a disposição das placas ser da escolha do executor, devem-se respeitar as recomendações de posicionamento, principalmente daquelas que ficam encostadas nas paredes e que não devem possuir dimensões menores que 10cm e não superiores a 25cm. Antes de se espalhar o adesivo, é recomendável dispor as placas para fazer um teste de posicionamento. A aplicação do adesivo é feita por movimentos circulares com uma desempenadeira dentada. A cola deve permanecer descansando por uns 15 min. até quando com um leve toque dos dedos sobre o adesivo ele não grudar, e isso acontece somente se for aumentada a pressão sobre ele. d) - Cuidados e conservação: A presença de umidade compromete todo o revestimento. Ela ataca o adesivo fazendo com que as placas se soltem ou apareçam bolhas na sua parte inferior. Às vezes acontecem variações das dimensões nominais do produto, devido a tensões internas que deformam a placa. A limpeza pode ser feita somente após dez dias da colocação, com sabão especial e água à vontade. Antes deste tempo não se deve colocar o piso em contato com a água. Para manchas resistentes, deve-se usar uma esponja de aço fina com um pouco de sabão indicado pelo fabricante. Após a lavagem, pode-se encerar com qualquer cera que não contenha solvente ou mesmo algum derivado de petróleo, pois estes elementos atacariam o produto. 8.3.7 - Pisos de borracha Fabricados com borracha sintética, estes pisos têm sido usado principalmente em áreas de grande trânsito de pessoas, por suas características de alta resistência e superfície antiderrapante. São placas de piso com espessura de 9 e 15 mm, de superfície pastilhada, estriada ou lisa, geralmente de cor preta, mas que também pode ser encontrada em outras cores. Possui acessórios como degraus, rodapés, canaletas e faixa amarela de alerta. 202 a) - Desempenho É indicado para áreas de grande fluxo de pessoas, por suas qualidades acústicas e pela segurança que proporciona sua superfície antiderrapante. Além disso, é fabricado em duas linhas básicas: pisos de assentamento com argamassa e pisos colados. Os de assentamento com argamassa são recomendados para locais de tráfego intenso, em áreas internas ou externas. São fabricados em duas espessuras: o de 9 mm para locais de acesso público restrito como escolas, corredores, piscinas internas e áreas de rampa. O outro é chamado piso industrial, com 15 mm de espessura, indicado para o uso mais pesado, em locais de grande movimentação como aeroportos, estações rodoviárias, estações de metrô e trem, supermercados, passarelas públicas e, recentemente, na Europa, vem sendo utilizados até em estábulos e indicado inclusive para usinas hidrelétricas. A fixação do piso colado é feita com adesivo e não é recomendado para locais úmidos ou sujeitos a lavagem, devendo ser utilizado somente em áreas internas, principalmente em regiões de rampa e escada. É fornecido com superfície pastilhada, estriada ou lisa, e espessura de 4,5mm. Está sendo colocada no mercado uma linha especial, para aplicação em escritórios. A pastilha em relevo, neste caso, foi reduzida para permitir a movimentação de móveis. b) – Execução Os pisos de fixação com cimento são colocados sobre a base preparada, onde deve ser espalhada uma argamassa no traço 1:3 (cimento e areia) e espessura mínima de 3,5cm. Embora recomendada essa espessura possa sofrer modificações a critério do engenheiro. No entanto, exige-se a garantia de um perfeito desempenamento da superfície. A colocação pode ser iniciada até dois dias após a execução do contrapiso. Para tanto basta molhá-lo com água, de maneira uniforme e recobri-lo com uma argamassa no traço 1:2, que também será espalhada na parte inferior das chapas do piso, em quantidade suficiente para preencher todas as cavidades existentes. Depois disso, deve-se dispor as placas, uma a uma, em suas posições, batendo levemente com uma desempenadeira para permitir o seu perfeito posicionamento. A passagem sobre elas é permitida após 72 horas da colocação, mas a livre utilização do piso é aconselhada somente após seis dias. Quando a colocação é feita simultaneamente com a preparação da argamassa de assentamento, simplesmente apoia-se a chapa sobre ele, previamente preenchidas com argamassa. Se opção for pelo piso estriado, é recomendável que seja disposto pelo sistema de juntas de amarração, para evitar problemas de alinhamento entre as estrias da superfície das placas. No caso do piso fixado com adesivo, este procedimento é feito com adesivos plásticos comuns, mas a colocação ficará comprometida se for empregado em ambientes sujeitos a lavagem. Uma opção para se evitar o problema é a utilização de adesivos com base epóxi, contra a umidade. O procedimento de colocação inicia- se pela verificação das condições da base, que deve estar bem nivelada e sem defeitos. Em seguida o espalhamento do adesivo é feito conforme as técnicas já conhecidas, através de espátulas dentadas e o posicionamento das peças são feito posteriormente. 205 Para os pisos armados pouco solicitados, como nos salões comerciais, garagens, quadras esportivas etc. podemos adotar o seguinte: - Sub-base preparada preferencialmente com brita graduada tratada com cimento sendo 40% de brita 1, 40% de brita 2, 20% de areia fina e 6% de cimento em peso. O material deve ser lançado e espalhado com equipamentos adequados, a fim de assegurar a sua homogeneidade. - O isolamento entre a placa e a sub-base, deve ser feito com filme plástico (espessura mínima de 0,15mm) como as denominadas lonas pretas. A função deste isolamento é evitar que a infiltração de água pelas juntas prejudique a sub-base, e também evitar a absorção de água pela sub- base, dando tempo para realizar o acabamento. Nas regiões de emendas, deve-se promover uma superposição de pelo menos 15 cm. - A armadura ( de preferência tela soldada ) deverá, obrigatoriamente, estar posicionada a 1/3 da face superior da placa, com recobrimento máximo de 5,0cm. O posicionamento da armadura deve ser efetuado com espaçadores soldados (como as treliças) para as telas superiores. - Quando não se tem certeza de um preparo confiável do solo, utilizar armadura ( tela soldada ) adicional a 3,0cm da face inferior da placa. - Resistência mínima do concreto: - 20 Mpa – Pedestres e carros, escritórios, lojas - 25 MPa – Uso industrial geral: veículos com pneumáticos, condições moderadas de ataque químico. - Slump entre 5 a 10 cm - As juntas têm a função de permitir as movimentações de contração e expansão do concreto, porem representam pontos frágeis no piso, pois se não forem adequadamente projetadas e executadas, podem provocar deficiência estrutural bem como infiltração de água e outros materiais. Os pisos armados têm vantagens sobre os pisos de concreto simples, pois permitem a redução considerável do número de juntas. A junta é a descontinuidade do concreto e da armadura, sem, no entanto ter descontinuidade estrutural ( utilização de barras de transferência ), podendo ser: • Juntas de Retração longitudinais e/ou transversais, construtivas (JRC) ou serradas (JRS) JRC – São juntas construtivas onde a largura da placa é limitado pela armadura distribuída, pelos equipamentos e métodos executivos. JRS – O processo construtivo utilizado nos dias de hoje, prevê a concretagem em faixas e limitadas em sua largura pelas juntas construtivas (JRC). Após o processo de acabamento do concreto, deve-se iniciar o corte das juntas transversais de retração (JRS). Em geral este tempo é de cerca de 10 horas após o lançamento do concreto. O corte deve ter no mínimo 40 mm, ser maior do que 1/6 da espessura da placa e menor do que ¼ da espessura da mesma (RODRIGUES, 1998). • Juntas de Expansão (encontro) situada nos encontros dos pisos com peças estruturais ou outros elementos que impedem a movimentação dos pisos. 206 As juntas de expansão são fundamentais para isolar o piso das outras estruturas, isto faz com que o piso trabalhe independente das outras estruturas existentes. Nos casos de pilares e pequenas aberturas nos pisos, normalmente utiliza-se a solução apresentada na figura 8.19, também conhecida como junta tipo diamante (RODRIGUES, 1998). Figura 8.19 – Junta de expansão tipo diamante As juntas tipo serradas deverão ser cortadas logo após o concreto tenha resistência suficiente para não desagregar e ter profundidade mínima de 3cm. No caso das juntas de construção (para a formação do reservatório do selante), somente poderão ser serradas quando for visível o deslocamento entre as placas. A selagem das juntas deverá ser feita quando o concreto estiver atingido pelo menos 70% de sua retração final (Figura 8.20, 8.21). Figura 8.20 – -Selante para junta de construção 207 Figura 8.21 – Selante para junta serrada O espaçamento das juntas podem ser: Piso não armados: • placas com no máximo 3,0m, para pisos de 10 a 12,5cm de espessura, • placas de no máximo 5,0m, para pisos de 12,5 a 15 cm de espessura e, • placas de no máximo 8,0m, para pisos de 15 a 25 cm de espessura. A recomendação para as placas de concreto simples, é de que a relação entre a largura e o comprimento seja na ordem de 1:1,5. Piso armado: placas com comprimento até 30m. A concretagem pode ser executada de duas maneiras: em dama (xadrez), sistema mais antigo, onde a concretagem é efetuada isoladamente das placas vizinhas, que só serão concretadas 24 horas após ou em faixas, onde as juntas serão serradas após 10 horas do lançamento do concreto (Figura 8.22). OBS: - Atualmente, a concretagem em dama deve ser evitada, podendo ser empregada apenas em trabalhos muito simples. - Quando utilizarmos barras de transferência as mesmas devem trabalhar com pelo menos uma extremidade não aderida, para permitir que nos movimentos contrativos da placa ela deslize no concreto, sem gerar tensões.Para que isso aconteça metade da barra tem que estar com vaselina industrial para impedir a aderência ao concreto. A prática de enrolar papel de embalagens de cimento, lona plástica ou mangueira na barra é prejudicial aos mecanismos de transferência de carga, pois acabam formando vazios entre o aço e o concreto. Os conjuntos de barras devem estar paralelos entre si, tanto no plano vertical como no horizontal e concomitantemente ao eixo da placa.
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