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Riscos e Soluções em Desplacements e Queda de Revestimentos Cerâmicos em Fachadas, Esquemas de Engenharia Civil

Um relatório pericial sobre problemas de desplacements e queda de revestimentos cerâmicos em uma fachada de um edifício, incluindo causas, riscos e soluções. O texto descreve a importância de realizar ensaios em loco e laboratorial para identificar a natureza do problema e as medidas necessárias para a sua resolução. Além disso, o documento aborda a importância da limpeza e manutenção regular da fachada para preservar o desempenho do revestimento cerâmico.

Tipologia: Esquemas

2021

Compartilhado em 03/10/2022

ivo-vieira-filho
ivo-vieira-filho 🇧🇷

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Baixe Riscos e Soluções em Desplacements e Queda de Revestimentos Cerâmicos em Fachadas e outras Esquemas em PDF para Engenharia Civil, somente na Docsity! CLASSIFICAÇÃO DOS REVESTIMENTOS A Construção Civil no Brasil tem como párametros de qualidade a aplicação de revestimentos sobre superestruturas e fechamentos, tanto internos quanto externos. Tais revestimentos são aplicados para atender demandas decorativas e principalmente técnicas, imprimindo as construções principalmente os seguintes qualidades técnicas: 1. Impermeabilidade 2. Durabilidade 3. Conforto térmico Com tais funções principais, as construções no Brasil, apresentam maior habitabilidade e esbeltes. Há inúmeros tipos de revestimentos, com o desenvolvimento técnico industrial, temos uma evolução no mercado, que apresenta a toda hora novos produtos, mais recentes a base de plásticos, vidro,compostos químicos, madeiras engenheiradas, criando assim um novo universo de extensas possibilidades. No Brasil, um pais continental, os revestimentos na construção civil, sofrem também influencias sociais, culturais e climáticas.. No âmbito climatico, podemos citar a região sul, ali temos a ocorrência de maior uso da madeira, material que dá maior conforto térmico em regiões mais frias. Já na reigão nordeste o uso do cerâmicas frias, elementos vazados, função do clima mais frio. No caso das influencias sociais, o Braisl ainda é um pais com alta deficiência de moradias, então nas periferia das grandes cidades e mesmo nos locias mais pobres das áreas rurais, as edificações normante, não apresentam revestimentos, transformando as contruções em locais insabubres para habitação humana. Frente a este novo universo de “possibilidades de revestir”, nossa discussão, tratará de revestimentos de base argila e porcelânica, os mais usuais nas construções. 1. REVESTIMENTOS PORCELANICOS 1.1. Pastilhas porcelanicas Mais usadas em fachadas externas que suportam agressões das intempéries, apresentam alto índices de impermeabilidade, e excelente resistência ao gretamento, fatores principais que imprimem durabilidade que alcançam até 5 (cinco) décadas, como alguns Edifícios existentes na cidade de São Paulo. Fonte: catalogo geral NGK fabricante de pastilhas cerâmicas 1.2 Porcelanatos Técnicos (massa única) Na década passada, o mercado lançou porcelanatos, ditos “ técnicos”, isto é, composto de massa única, sua fabricação tem uma composição mista de areia porcelanica, argila e rocha, prensadas e queimadas a altas temperaturas, com a mesma coloração de base e face do revestimento, tal fator dá alta resistência a gretamento, e impermeabilidade dentro dos mesmos parâmetros das pastilhas, com a vantagem de que riscos não são perceptíveis pois com massa única a cor se mantem. Tambem tem sido usados no revestimentos de fachadas, mais jovens do que as pastilhas ainda não temos parâmetros de durabilidade como as pastilhas, mas seu comportamento esta sendo de excelência e vão pouco a pouco substituindo os revestimentos em pastilhas. 2. REVESTIMENTOS CERAMICOS DE BASE ARGILA: Os revestimentos de base argila, usados mais em áreas internas por apresentarem menor resistência ao gretamento e portanto índices menores de impermeabilidade, saneamento de todas as patologias e cálculo do custo para esta correção. Inicialmente será feita a constatação de danos na fachada, posteriormente serão demonstrados os riscos que a fachada atualmente representa, serão descritos os elementos que compõem uma fachada, serão apresentadas as patologias na fachada, ensaios laboratoriais e de campo, resultados e por último a mitigação daspatologias. 1.2. CONSTATAÇÃO DE DANOS NA FACHADA Neste item serão anexadas fotos mostrando o estado geral da fachada do Edifício Costa Mare no dia da vistoria destacando as patologias que se encontram distribuídas em toda a fachada. Fonte: Laudo Afonso Hideo Raffaelli - Engenheiro Civil Vista das áreas de serviço da Torre B com estufamentos, desplacamentos e emboço com presença de fungos. Fonte: Laudo Afonso Hideo Raffaelli - Engenheiro Civil Desplacamento no Térreo e na cobertura com presença de fungos Fonte: Laudo Afonso Hideo Raffaelli - Engenheiro Civil Desplacamento na área da piscina da unidade 71 – Cobertura Fonte: Laudo Afonso Hideo Raffaelli - Engenheiro Civil Desplacamento na varanda da unidade 21 Fonte: Laudo Afonso Hideo Raffaelli - Engenheiro Civil Crescimento de vegetação na platibanda de uma varanda Fonte: Laudo Afonso Hideo Raffaelli - Engenheiro Civil Trecho da fachada com risco de queda iminente Foram detectados sobrepujamentos do revestimento cerâmico em vários pontos e a queda destas peças representa um grande risco para os moradores, funcionários e visitantes do edifício. Podemos dividir o tipo de queda dos revestimentos cerâmicos basicamente em três tipos. As peças cerâmicas podem cair individualmente ou em panos e devido à velocidade e peso das peças representa um grande risco para quem transita no térreo ou esteja nas janelas e varandas. Na queda das peças cerâmicas pode ocorrer a quebra destas em pedaços menores devido ao impacto, que por serem de cerâmica produzem pedaços cortantes e pontiagudos. Há também o risco de reflexão da peça, ou seja, a peça cerâmica em velocidade pode mudar de direção quando atinge um obstáculo, podendo haver a quebra da peça no impacto ou não. A instalação de bandeja de proteção e da tela de fachada foram de grande importância para aumentar a segurança, porém não tiram completamente o risco, principalmente não havendo a devida manutenção na bandeja e na tela. Peças cerâmicas em queda livre podem romper o piso de madeira da bandeja com o impacto. Peças cerâmicas já quebradas podem rasgar a tela de proteção durante sua queda. Ainda existe o risco de reflexão das peças cerâmicas ao atingirem a bandeja para o primeiro pavimento e também existe o risco, pequeno mas possível, de reflexão das peças cerâmicas ao atingirem as braçadeiras de costura das telas. Portanto, a manutenção da bandeja de proteção e da tela de fachada são muito importantes, pois não são apenas os desgastes naturais promovidos pela chuva, sol e ventos que prejudicam o sistema de proteção, mas também os desgastes promovidos pela função primordial do sistema, que é a proteção amortecendo a queda de materiais. Para promover uma correta análise das fachadas foi necessária a execução de vários ensaios in loco e em laboratório para apurar-se exatamente a natureza do problema, a sua extensão e medidas necessárias para a resolução destes problemas. A decisão pela execução destes ensaios foi tomada na vistoria, em comum acordo entre as partes e respectivos Assistentes técnicos. O contato com a consultoria contratada e a coordenação de todos os ensaios foram promovidos por este Perito, sendo que coube às Requeridas, Zogbi Engenharia e Construções Eireli e Garden Engenharia e Empreendimentos Ltda. arcarem com os custos dos ensaios à razão de 50% para cada uma das empresas. O custo total dos ensaios soma a quantia de R$ 52.640,00. Foi contratada a empresa Tomazeli Tecnologia e Engenharia Ltda., com nome fantasia de TOTEN, CNPJ: 09.473.997/0001-71 para execução de ensaios em campo, retirada de amostras e coordenação dos ensaios laboratoriais, realizados no Laboratório de Ensaios em Revestimentos (LER) da Escola SENAI Mario Amato – Núcleo de Tecnologia Cerâmica e também no Falcão Bauer – Centro Tecnológico de Controle de Qualidade. Neste Laudo pericial nos referiremos a esta empresa e seus subcontratados como Consultor. Inicialmente foi feito um ensaio de percussão, com a descida por rapel para que fosse feito um mapeamento de toda a fachada e posteriormente foram feitas análises com ensaios de pontos críticos escolhidos em comum acordo entre este Perito, o Consultor contratado e os Assistentes técnicos de ambas as partes. O mapeamento inicial foi feito para verificar a extensão dos danos na fachada e estabelecer os pontos para retirada de amostras. Os ensaios visam estabelecer a natureza do problema, pois uma fachada é composta por várias camadas e a investigação deve verificar os pontos de ocorrência de problemas. Temos o substrato onde a fachada se sustenta, que é a estrutura de concreto e alvenaria de vedação da fachada. Sobre o substrato é executado o chapisco, que entre várias funções promove mais aderência ao substrato. Sobre o chapisco é executado o emboço, que é argamassa de regularização da fachada. Sobre o emboço é executada a argamassa colante que irá promover a fixação da cerâmica na fachada. Fonte: Laudo Afonso Hideo Raffaelli - Engenheiro Civil Camadas que compõem a fachada de um edifício Além destas camadas temos também o rejunte entre as peças cerâmicas e as juntas distribuídas ao longo de toda a fachada. O problema pode estar em um ou mais elementos que compõem a fachada e também nas interfaces entre estes elementos. Estes elementos serão melhores descritos a seguir e posteriormente será feita análise dos resultados dos ensaios. 2. concreto é quando se iniciam as reações que transformam a pasta de cimento do seu estado inicial em forma de gel para um estado sólido e também se inicia o processo de aumento de resistência da peça de concreto. A forma de madeira é retirada quando a peça em estado sólido já apresenta uma certa resistência que permita a desforma. 3. A forma de madeira possui um filme plástico para diminuir a aderência desta ao concreto, facilitando a desforma, porém é necessário que seja distribuído um produto chamado desmoldante sobre toda a superfície das formas de madeira para evitar que estas fiquem aderidas ao concreto. O desmoldante é um produto à base de óleo mineral emulsionado que propicia uma fina película entre a forma de madeira plastificada e a estrutura de concreto, facilitando a desforma. 4. O desmoldante é um produto importante para a execução das estruturas de concreto, porém pode ser causador de patologias de fachada quando não é removido adequadamente. 5. Após a execução da estrutura e antes da execução da fachada deve ser promovida a limpeza da estrutura somente com água (de preferência sob pressão) e esfregação. Isto é o suficiente para promover a remoção de resíduos de desmoldante que ficam aderidos à superfície de concreto. Esta lavagem também é suficiente para remover poeiras e sujidades acumuladas durante a execução da obra. Não é necessário nem recomendável o uso de produtos químicos. 6. A não remoção ou remoção inadequada do desmoldante das estruturas de concreto dificulta a aderência do chapisco sobre a estrutura de concreto por manter uma película de produto à base de óleo mineral, combinada com poeiras e sujidades aderidas na e o reforço com telas. As taliscas são pequenos prismas de argamassa com uma superfície lisa no topo (de cerâmica ou madeira) executados seguindo o prumo, alinhamento e esquadro da edificação. São dispostos com espaçamento suficiente para permitir a execução das mestras e emboço. Após a execução do emboço, ficam como parte integrante do mesmo, sendo removida somente a superfície lisa no topo. O reforço com telas metálicas galvanizadas deve ser executado em todas as áreas com maior incidência de aparecimento de tensões, a fim de que esta tela absorva e distribua as tensões internas da argamassa oriundas de diferença de materiais, movimentações diferenciais e aberturas que induzem ao fissuramento. O reforço com telas deve ser executado na região dos encunhamentos, na interface entre pilares e alvenarias, no fundo de vigas de sacadas e também em cantos de janelas. Para sua fixação, deve ser utilizada pistola finca pinos. Para espessuras de emboço maiores que 25 mm, também deve ser executado um reforço com tela metálica. A tela metálica deve estar totalmente imersa na argamasa e não pode haver vazios por trás ou próximos às telas. Em relação ao material constituinte das argamassas de revestimento, pode ser industrializado fornecido em silos, ensacado ou dosado na própria obra. As argamassas industrializadas possuem o traço (dosagem de componentes) uniforme, não havendo variações na qualidade do material, sendo necessária somente a adição de água na quantidade especificada pelo fabricante. Para o preparo de argamassas ensacadas deve ser utilizado misturador de eixo horizontal. As argamassas dosadas na própria obra possuem um controle de qualidade inferior ao industrial, havendo variações no material aplicado. A variação natural das jazidas de areias, granulometria diferente, cimentos de fabricantes diferentes, imprecisão nas medidas dos agregados, variação no teor de umidade das areias, dosagem inadequada da água de amassamento, dosagem inadequada de aditivos, entre outros, são fatores que influenciam diretamente na resistência e trabalhabilidade do material. Para argamassas dosadas na própria obra deve sempre ser utilizada betoneira, não podendo ser virada com enxada em caixotes ou procedimento similar. A mistura de forma inadequada ou ineficiente faz com que não haja a homogeneização do material e a correta hidratação do cimento e aditivos presentes na argamassa. A armazenagem inadequada do cimento ou da argamassa ensacada também interfere na qualidade do produto. Locais úmidos ou com presença de água ou infiltrações são completamente inadequados para o armazenamento de materiais cimentícios, fazendo com que haja a reação de hidratação do cimento ainda ensacado e tornando o material imprestável para utilização. Os materiais ensacados devem ser armazenados sobre pallets, nunca diretamente sobre o solo ou pisos. A altura da pilha também deve respeitar o máximo de 10 sacos ou orientação do fabricante. As pilhas de material ensacado devem ser protegidas da umidade com lona plástica Também é necessário se ater ao prazo de validade dos materiais. A não observância a estes itens causam redução da resistência do material por degradação do mesmo. Em todos os tipos de argamassa é necessário o efetivo controle da água de amassamento, que influencia diretamente na resistência desta argamassa. A aplicação do emboço deve ser feita no tempo correto em relação ao chapisco. Não pode ser executado antes do tempo de cura mínima do chapisco, ou seja, 72 horas, porém não pode ser aplicado muito tempo depois do chapisco sob o risco de acumular sujidades na superfície do chapisco, oriundas da própria obra ou da poluição, ou trazida pelos ventos. O chapisco rolado possui uma restrição de 28 dias no máximo para execução do emboço. A espessura do emboço não deve ser muito fina para evitar a perda de água por evaporação, mas também não pode ser muito grossa devido ao excessivo peso próprio da camada de argamassa fresca e a dificuldade de carbonatação da cal próxima à base da parede. A norma NBR 13755 – Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante – Procedimentos estabelece em seu item 5.2.6 o seguinte teor: “Quando a espessura total necessária a partir do chapisco e até o tardoz da placa cerâmica for maior do que 25 mm, devem ser executadas tantas camadas sucessivas e argamassa de regularização quantas forem necessárias, respeitada a espessura máxima de 25 mm para cada camada.” Também no item 5.2.7 temos o seguinte teor: “Sempre que a espessura necessária avaliada conforme 5.2.6 for maior do que 25 mm, deve ser inserida uma tela metálica soldada, constituída de fio com diâmetro igual ou maior do que 2 mm e malha com abertura quadrada de 5 cm por 5 cm, inserida na camada de argamassa de regularização ou no emboço, e ancorada na estrutura- suporte. O posicionamento da tela deve ser estudado caso a caso, garantindo cobrimento adequado, visando protegê-la de possível corrosão.” É muito importante a preparação da camada anterior para que não haja falta de adesão entre as chapadas de massa. A falta de aderência entre as camadas de argamassa de emboço torna-se um ponto frágil que permite a ruptura do emboço nestas superfícies. Também é muito importante aplicar a argamassa no tempo adequado, evitando- se a remistura de argamassa após início da hidratação do cimento. Isto influencia diretamente na perda de resistência. Assim como no chapisco, a temperatura ambiente, a umidade do ar, a insolação, os ventos e a umidade da base na hora da aplicação também interferem na qualidade do produto acabado, podendo ser administrada umidificação prévia. Não havendo a adequada observância às condições elencadas acima podem surgir problemas de aderência e resistência. Após a aplicação do emboço, ainda no estado fresco, deve ser feito os cortes na argamassa para as juntas de movimentação (cerâmica), frisos técnicos (textura) e impermeabilização dos frisos. O emboço, logo que aplicado em uma fachada, é muito suscetível à perda de água, sendo necessária a administração de cura úmida, principalmente nas fachadas mais insoladas e/ou ventiladas. O desempeno do emboço também pode ser prejudicial, dependendo de sua execução. Para a execução de fachadas é comum a contratação de tarefeiros, ou seja, operários que recebem por produção. Quanto maior a área de fachada produzida, maior será o seu rendimento mensal. Muitas vezes, no sentido de aumentar os seus rendimentos, aliado a uma fiscalização deficiente, são realizados certos procedimentos que aumentam a velocidade durante a execução, porém produzem patologias futuramente. A argamassa de emboço é aplicada em seu estado plástico na fachada, quando começa a “puxar”, ou seja, se inicia a reação de hidratação do cimento e a argamasa começa a enrijecer, é necessário fazer a regularização e acabamento superficial com o sarrafeamento da fachada, ou seja, a regularização dos trechos de fachada entre as mestras com o uso de réguas de alumínio e o acabamento superficial com o uso de desempenadeira lisa de madeira. Em um emboço, este acabamento superficial é mínimo, pois a superfície deve se apresentar rugosa o suficiente para promover a correta aderência do cimento colante. No intuito de aumentar os rendimentos, o tarefeiro intenta produzir a maior área possível, só que por vezes não é possível fazer o acabamento em toda a área emboçada. A argamassa distribuída começa a enrijecer sem que seja dado o devido acabamento, sendo iniciado somente após a perda da plasticidade da argamassa. Para “reavivar” a argamassa, sejam muito profundas é neceessário fazer a dupla colagem, que consiste em se aplicar uma camada de argamassa colante sobre o emboço e outra camada sobre a peça cerâmica. Isto fará com que haja uma maior quantidade de argamassa colante e a adesão será úmido sobre úmido. Durante a aplicação da argamassa colante também deve haver a preocupação de preenchimento do tardoz em pelo menos 90% de sua área, que pode ser executado com vibração, percussão ou arraste da placa cerâmica. A aplicação da argamassa colante também requer cuidados com a limpeza, temperatura ambiente, a umidade do ar, a insolação, os ventos e a umidade da base na hora da aplicação, pois todas estas condicionantes também interferem na qualidade do produto acabado prejudicando a aderência ao emboço ou diminuindo o tempo em aberto da argamassa. A argamassa colante, por ser um produto que reage com a água, sofre a interferência da variação de água na mistura. A presença de condições ambientes que favoreçam a evaporação irá diminuir o tempo em aberto da argamassa colante. O tempo em aberto é a diferença de tempo entre a distribuição de argamassa colante com desempenadeira na parede e o momento em que a argamassa colante perde sua capacidade adesiva. Neste momento, o cimento colante forma uma película em sua superfície que impede a colagem das peças cerâmicas. O cordão de argamassa se mantém íntegro e não promove a necessária adesão da peça cerâmica ao emboço. Pelas fotografias a seguir temos a diferença. Tempo em aberto da argamassa (fonte: Notas de aula do curso de Patologias das edificações do IPT) O problema que ocorre normalmente nestes casos é que após a formação da película sobre a argamassa colante, ainda resta uma pequena adesão na argamassa que permite posicionar as peças cerâmicas na parede, mas estas ficarão levemente aderidas, não havendo a efetiva colagem das peças cerâmicas ao emboço. Com o tempo e com as solicitações normais que uma fachada recebe, as peças cerâmicas começam a se soltar do emboço, ficando aderidas apenas pelo rejunte. Estas peças podem cair isoladamente ou em panos. A característica marcante deste tipo de problema é a peça cerâmica limpa, sem argamassa colante aderida. Quando a ruptura ocorre entre o emboço e a argamassa colante, pode ser devido a vários fatores. Um destes fatores é a limpeza. Havendo um prazo extenso entre a execução do emboço e execução do revestimento cerâmico, ou dependendo da sujeira da região da obra ou da própria obra, ocorre a adesão de pequenas partículas à superfície do emboço formando uma fina película de pós que quando umedecida pela aplicação da argamassa colante, prejudica a adesão da mesma ao emboço. Por outro lado, deve ser aguardado o devido tempo de cura do emboço para se iniciar o revestimento cerâmico. Outro fator que interfere na adesão é a umidade do substrato. Superfícies muito úmidas, permitem a percolação de água da parede para a argamassa colante diminuindo a sua resistência, ou seja, a argamassa mais próxima à parede ficará com resistência menor que o restante da argamassa colante. A execução de fachadas deve ser evitada em bases muito úmidas e dias chuvosos. Por outro lado, superfícies muito secas fazem com que haja o movimento inverso. A água de amassamento da argamassa colante irá migrar para a superfície seca. Esta água perdida para a parede não irá fazer a correta hidratação do cimento, diminuindo a resistência da argamassa colante. Este fator é mais comum, pois várias condições promovem a secagem das paredes de uma fachada. Todas as condições naturais que retirem umidade de uma parede são prejudiciais, como ventos, insolação, temperatura e umidade relativa do ar. A execução de fachadas deve ser evitada em bases muito secas, horários com alta incidência dos raios solares, com ventos intensos, temperatura muito alta e também umidade relativa do ar baixa. A baixa resistência superficial do emboço também caracteriza a ruptura na interface emboço-cimento colante, ficando o cimento colante completamente aderido na placa cerâmica e a superfície do emboço lisa, sem resquícios de cimento colante em sua superfície. 1.8. Cerâmica O revestimento cerâmico é o acabamento final da parede, a superfície que ficará exposta na fachada. Os problemas relativos aos revestimentos cerâmicos referem-se desde a sua fabricação, características intrínsecas do produto, método e condições de assentamento, elementos complementares e manutenção. Inicialmente faremos uma apresentação da superfície posterior de uma placa cerâmica para posteriormente discorrer sobre problemas inerentes aos revestimentos cerâmicos. O dorso de uma placa cerâmica é conhecido como tardoz e caracterizado pela presença de ranhuras que aumentam a superfície de contato com a argamassa colante promovendo melhor aderência entre o cimento colante e o revestimento cerâmico. Tardoz de uma placa cerâmica No tardoz é possível ver a presença do engobe de proteção. O engobe são as manchas esbranquiçadas nas saliências do tardoz, resultado de aplicação de produto durante a fabricação das peças cerâmicas com o intuito de permitir a movimentação das placas dentro do forno sem que haja adesão das mesmas sobre os rolos. Quando ocorre o excesso de engobe ou engobe pulvurulento, a adesão da peça cerâmica com o cimento colante é prejudicada. A superfície esmaltada de uma peça cerâmica, que é seu acabamento superficial, tem por objetivo diminuir a porosidade e consequentemente permeabilidade na superfície exposta da peça cerâmica. Também tem por objetivo aumentar a resistência superficial da peça cerâmica a quebras e abrasão. Outro objetivo é estético, ampliando a possibilidade de cores e desenhos em sua superfície. O problema da superfície esmaltada é que pode apresentar fissuração na superfície (gretamento) permitindo a absorção de umidade pela superfície externa e consequente expansão da peça causando tensões internas no revestimento cerâmico. Nem todas as peças cerâmicas são esmaltadas. Existe um processo de fabricação, onde as peças cerâmicas são produzidas por extrusão e o material superficial é o mesmo de toda a peça cerâmica, assim como as peças cerâmicas utilizadas na fachada do Edifício Costa Mare. A diferença das peças extrudadas é a qualidade do material, de baixa absorção, impondo a utilização de cimento colante com elevada carga polimérica. O biscoito, que é o corpo da peça cerâmica, pode se apresentar muito absorvente ou pouco absorvente, o que interfere com o tipo e preencher completamente as frestas e ser frisado após aplicação. Assim como o revestimento cerâmico, durante a vida útil do rejunte é necessário promover a limpeza periódica para que seja feita a remoção do biofilme em sua fase incipiente. A não remoção do biofilme irá permitir a degradação do rejunte de base cimentícia. A limpeza com produtos inapropriados, como ácidos, também prejudica o rejunte, podendo comprometê-lo completamente, dependendo do nível de agressividade do produto utilizado. Durante a manutenção periódica de uma fachada ,não só a limpeza é necessária, mas também uma revisão em todo o rejunte, com o fechamento de falhas e substituição de trechos comprometidos. 2. Juntas de movimentação e dessolidarização As juntas de movimentação e de dessolidarização são juntas elásticas dispostas ao longo das fachadas que absorvem maiores variações dimensionais, estando com espaçamentos regulares. A exemplo do rejunte, as juntas de movimentação e de dessolidarização se localizam entre as placas cerâmicas, podendo ser na mesma coloração que o rejunte para se mimetizar na fachada. Segundo a norma NBR 13.755 – Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante, em seu item 5.1.2 Juntas de movimentação e de dessolidarização, temos: “Recomenda-se a execução de juntas horizontais de movimentação espaçadas no máximo a cada 3 m ou a cada pé- direito, na região de encunhamento da alvenaria. Recomenda-se a execução de juntas verticais de movimentação espaçadas no máximo a cada 6 m. Recomenda-se executar juntas de dessolidarização nos cantos verticais, nas mudanças de direção do plano do revestimento, no encontro da área revestida com pisos e forros, colunas, vigas, ou com outros tipos de revestimentos, bem como onde houver mudança de materiais que compõem a estrutura-suporte de concreto para alvenaria.” Em resumo, da norma NBR 13.755 – Revestimento de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante temos três tipos de juntas: as horizontais de movimentação a cada 3 m ou a cada pé-direito, as verticais de movimentação a cada 6 m e as juntas de dessolidarização em cantos, quinas e encontros. O posicionamento da junta de movimentação conforme a norma está demonstrado no croqui a seguir. Detalhe da junta de movimentação conforme norma NBR 13.755 Os revestimentos cerâmicos, principalmente os de fachada, são submetidos a várias tensões ao longo do dia, como insolação, ventos, deformação da estrutura, entre outros. Um pano de revestimento cerâmico em conjunto com o rejunte deve absorver estas tensões. As juntas de movimentação e dessolidarização absorvem mais tensão que o rejunte com sua deformação. As juntas de movimentação e dessolidarização não são juntas superficiais, apenas no revestimento cerâmico. As juntas devem se aprofundar até a base, ou seja, até a estrutura de concreto ou alvenaria, ou pelo menos até 2/3 da profundidade devendo ter a mesma largura em todo seu comprimento. Deve ser utilizado um delimitador de profundidade na junta para que esta fique com uma largura igual ou com o dobro da profundidade. Por trás do delimitador de profundidade fica um espaço vazio. As juntas devem ser preenchidas com selante poliuretânico em toda a sua extensão até a profundidade delimitada pelo cordão de polietileno, evitando desta maneira a penetração de água e sujidades no interior da junta. A não execução das juntas ou subdimensionamento das mesmas ou até execução errada acarreta em acumulo de tensão em vários pontos dos panos da fachada podendo ocorrer o desplacamento de peças cerâmicas. 5.7.4 ENSAIOS REALIZADOS E RESULTADOS OBTIDOS Visando uma melhor caracterização dos problemas encontrados na fachada do Edifício Costa Mare, foi necessária a realização de vários ensaios e exames de campo e laboratoriais. Inicialmente foi feita uma inspeção a percussão e vistoria com drone para mapear toda a fachada e localização exata de patologias. Posteriormente foram realizados ensaios em campo visando caracterizar a adesão e as resistências entre os componentes da fachada, do emboço à placa cerâmica e finalmente foram realizados os ensaios laboratoriais visando caracterizar os materiais componentes da fachada, mais exatamente a argamassa de emboço e a placa cerâmica. 2.1. Ensaio de percussão em fachada Ensaio realizado pela Toten Engenharia. Para o mapeamento dos pontos críticos na fachada do Edifício Costa Mare foi feito o ensaio de percussão em fachada, que consiste na descida de um profissional, utilizando-se técnicas de rapel, para vistoriar a fachada em todos os seus pontos. Esta vistoria é feita com a percussão de um martelo de borda em toda a superfície da fachada. A percussão em áreas que não estejam devidamente aderidas apresenta um som cavo, diferente de áreas sãs quando percutidas. Estas áreas de som cavo são delimitadas com giz estaca vermelho para delimitar a área e facilitar o mapeamento. Também é feita uma inspeção visual para detecção de fissuras. Foto 63: Ensaio de percussão na fachada das áreas de serviço – Torre A Durante a realização do ensaio de percussão, as peças cerâmicas em iminencia de queda são removidas manualmente da fachada evitando que venham a cair, sendo de certa forma uma queda controlada. Esta medida visa à segurança do profissional que realiza o ensaio de percussão e posteriormente de Uma situação que não chama tanto a atenção quanto os desplacamentos, mas são infinitamente mais perigosos são os sobrepujamentos. O sobrepujamento é quando a placa cerâmica não possui nenhuma adesão com o substrato, estando completamente separado deste e projetando-se para fora do plano da fachada, ou seja, está na iminência de queda. Normalmente, o que segura estas peças na fachada é o contato do rejunte ou do mastique da junta. É uma ligação muito frágil que se rompe a qualquer esforço, seja um vento, uma chuva, uma diferença de temperatura ou uma leve deformação na estrutura. O sobrepujamento é a etapa imediatamente anterior ao desplacamento e queda de peças cerâmicas. Os sobrepujamentos, quando localizados na prumada de descida do cordeiro, foram removidos por questão de segurança evitando-se o risco de queda de peças cerâmicas durante a realização do ensaio, sendo classificados em planta como desplacamentos. Quando localizados em varandas ou áreas que não oferecessem risco ao cordeiro, foram classificadas como som cavo. O levantamento de todos os sobrepujamentos e indicação da respectiva localização encontram-se nas cinco plantas do Anexo III do presente Laudo pericial, porém classificados como som cavo. Sobrepujamento do revestimento cerâmico As fotografias realizadas com o uso de drone encontram-se depositadas no Anexo IV do presente Laudo pericial às páginas 21 a 22 do Laudo Técnico de Recuperação das Fachadas do Cond. Costa Mare – Inspeção e Diagnóstico. A figura ao lado apresenta alguns trechos de varanda com som cavo, em roxo. Dentreos trechos demarcados com som cavo, alguns se apresentam com sobrepujamento. Figura 62: Trecho da fachada com som cavo, entre eles, com sobrepujamento 2.4. Fissuras horizontais em topos de muretas (chapins) Uma patologia típica de falta de aderência entre o topo de muretas dos terraços e seu respectivo acabamento foi detectada em vários pontos nas varandas do Edifício Costa Mare. Figura 63: Fissuras horizontais na interface entre a argamassa de regularização do topo da mureta do terraço com a fachada O seu aparecimento se dá por uma combinação de fatores. A baixa adesão proporcionada por uma manta asfáltica, combinada com a falta de estruturação da proteção mecânica, junto com a falta de limpeza na execução do emboço, somada com a maior concentração de umidade e multiplicada pela incidência de raios solares nos topos das muretas produzem tensões internas oriundas da dilatação dos materiais por aquecimento. Isto fará com que surjam fissuras horizontais denotando a separação entre revestimento e estrutura no topo da mureta. em planos diferentes, ocorre um acúmulo de tensões devido aos esforços aos quais estes dois panos estão submetidos. Para auxiliar na absorção e distribuição destas tensões faz-se a necessidade de utilização de um elemento amortecedor no encontro dos dois panos de revestimento cerâmico em planos distintos. Este elemento amortecedor é justamente a junta de dessolidarização, que ao se deformar, absorve as tensões oriundas de um plano evitando que seja transmitido para o outro plano. Foto 68: Fissuras e desagregação no revestimento junto à requadração das quinas da fachada As fotografias realizadas com o uso de drone encontram-se depositadas no Anexo IV do presente Laudo pericial às páginas 27 a 29 do Laudo Técnico de Recuperação das Fachadas do Cond. Costa Mare – Inspeção e Diagnóstico. O levantamento das fissuras em quina de fachada e indicação da respectiva localização encontra-se demonstrado como traços vermelhos nas plantas do Anexo III do presente Laudo pericial. Fissura em quina de fachada 2.7. Fissuras em fundo de vigas de borda dos terraços Os fundos de viga de sacadas são particularmente problemáticos, pois o seu revestimento fica “pendurado” no fundo da viga, gerando esforços de tração devido ao seu peso próprio ao qual o próprio revestimento deve estar dimensionado para suportar. Esta patologia típica indica dois tipos de problemas diferentes que podem ocorrer isoladamente ou em conjunto, porém o resultado é igual, fissuras horizontais ao longo da viga. Fissura no fundo de vigas de borda em terraços Um problema seria a falta de juntas de dessolidarização. Devido à mudança de plano do revestimento cerâmico, tensões incidentes em cada plano produzem tensões diferenciais que não havendo a camada amortecedora da junta de dessolidarização, submete o revestimento cerâmico a esforços, ocasionando o aparecimento de fissuras Outro problema seria entre as camadas do revestimento. Podendo ser de diversos tipos, entre os quais destacamos;  Falta de adesão ou adesão insuficiente entre os componentes do revestimento, conforme já exposto nos itens anteriores do presente Laudo pericial;  Ausência de chapisco ou chapisco inadequado no fundo de viga;  Argamassa com baixa resistência;  Falta de tela de reforço na argamassa. Não houve indicação de fissuras em fundo de vigas de borda dos terraços nas plantas do Anexo III, pois todas as ocorrências se deram na parte de dentro das vigas, ficando expostas dentro das áreas de varanda, mas não na fachada. As fotografias realizadas com o uso de drone encontram-se depositadas no Anexo IV do presente Laudo pericial às páginas 30 a 31 do Laudo Técnico de Recuperação das Fachadas do Cond. Costa Mare – Inspeção e Diagnóstico. As fotografias realizadas na inspeção das unidades encontram-se depositadas no mesmo anexo do presente Laudo pericial às páginas 208 a 249. Foto 69: Fissura e som cavo no revestimento junto à requadração da viga do terraço 2.8. Falhas e desgaste do rejunte Conforme já exposto no item 5.7.3.6 Rejunte do presente As fotografias realizadas com o uso de drone encontram-se depositadas no Anexo IV do presente Laudo pericial às páginas 34 a 36 do Laudo Técnico de Recuperação das Fachadas do Cond. Costa Mare – Inspeção e Diagnóstico. 3. Manchas escuras pelo acúmulo de sujidades e proliferação de fungos A umidade presente em uma fachada leva a formação do biofilme, que é formada pela presença de fungos, bolores e bactérias somadas com as substâncias resultantes de sua multiplicação e decomposição. Para a remoção do biofilme é necessária lavagens periódicas da fachada. No caso do Edifício Costa Mare, o biofilme se apresenta por manchas escuras, tanto no revestimento cerâmico quanto no emboço. O problema da presença de fungos na fachada que causaram manchas escuras não é somente estético, pois estes fungos, bolores e bactérias secretam substâncias acidas que ocasionam a corrosão e degradação dos materiais cimentícios. Em resumo, as manchas escuras promovem a degradação dos rejuntes e do emboço exposto e em áreas com sobrepujamento. Manchas escuras promovidas por fungos e bolores As fotografias realizadas com o uso de drone encontram-se depositadas no Anexo IV do presente Laudo pericial às páginas 38 do Laudo Técnico de Recuperação das Fachadas do Cond. Costa Mare – Inspeção e Diagnóstico. 3.1Falta de regularidade na manutenção da fachada Esta característica não é uma patologia ou uma falha construtiva, é apenas a constatação de um fato que vem ocorrendo ao longo do tempo no Edifício Costa Mare. A norma NBR 5.674 - Manutenção de edificações – Requisitos para o sistema de gestão de manutenção preconiza a lavagem de fachadas a cada três anos para remoção de fuligem e sujidades carreadas pelo vento e chuvas que propiciam ao surgimento e proliferação de fungos e bactérias, que promovem uma degradação em elementos cimentícios. A mesma norma estabelece que a verificação da integridade da fachada se dê a cada ano. Com um exame visual é possível detectar trechos de rejunte faltantes ou desgastados. A reposição do rejunte é uma atividade que visa impedir a penetração de água por trás das placas cerâmicas ajudando a preservar a integridade do revestimento cerâmico. Esta norma estabelece parâmetros para manutenção em fachadas íntegras e sãs, não sendo o caso do Edifício Costa Mare, portanto faremos uma análise com as devidas ponderações. A falta de manutenção não foi a causadora das patologias ocorrentes na fachada do Edifício Costa Mare. As causas das patologias são endógenas, conforme será visto mais adiante. A falta de manutenção se explica pela falta de segurança apresentada pela fachada. Não há possibilidade alguma de um funcionário promover uma limpeza com lavadora de alta pressão em uma fachada com peças cerâmicas soltas e na iminência de queda. Seria uma atividade de alto risco a combinação de água, sabão, altura e peças cerâmicas caindo. O Ensaio de percussão foi uma atividade de alto risco, não só pela altura, mas também pelo risco de queda de materiais. As diferenças entre o Ensaio de percussão e uma lavagem são os seguintes:  No ensaio a atenção é justamente para a integridade da fachada, enquanto que na lavagem a atenção é para a sujeira;  O funcionário que realiza o ensaio é treinado para esta situação de maior risco, pois todo ensaio de percussão se realiza em fachadas com risco de queda iminente de materiais, enquanto que em lavagens de fachada, este risco é extremamente reduzido;  O ensaio de percussão é realizado sem a presença de água e sabão;  Os trechos de fachada com risco de queda iminente foram removidos pelo próprio cordeiro para eliminar o risco de queda durante o ensaio. Procedimento que não seria tomado durante uma lavagem. Este Perito não só entende que a manutenção da fachada não tenha sido executada por falta de segurança, como também recomenda que nenhuma atividade seja desenvolvida na fachada até que se tenha início a recuperação da mesma, pelo mesmo motivo: Segurança. Quanto ao possível dano produzido pela falta de limpeza ou falta de reposição do rejunte, podemos afirmar que a área exposta por falhas no rejunte é muito inferior à área proporcionada por placas cerâmicas que sofreram quedas ou que apresentam sobrepujamento. A área exposta por falhas no rejunte é muito insignificante perante a quantidade de áreas expostas devido à queda de peças cerâmicas, não havendo condições de considerar qualquer possível dano proporcionado por falhas no rejunte. Em resumo, a falta de manutenção não é causadora das patologias da fachada, a sua possível contribuição para agravamento dos danos é desprezível, não sendo possível considerar qualquer prejuízo pela não execução da manutenção na fachada. 5.7.4.1 Inspeção interna em unidades autônomas Exame realizado pela Toten Engenharia. Foram feitas vistorias internas em todas as unidades do Edifício
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