Baixe Revolta da Vacina - BR e outras Resumos em PDF para História do Brasil, somente na Docsity! REVOLTA DA VACINA No início do século XX, o planejamento urbano da cidade do Rio de Janeiro, herdado do período colonial e do Império, não condizia mais com a condição de capital e centro das atividades econômicas. Quando o presidente Rodrigues Alves assumiu o governo, em 1902, nas ruas da cidade do Rio de Janeiro acumulavam-se toneladas de lixo. Desta maneira, o vírus da varíola se espalhava. Proliferavam ratos e mosquitos transmissores de doenças fatais que matavam milhares de pessoas anualmente, fazendo com que a cidade sofresse com sérios problemas de saúde pública. Doenças como a varíola, a peste bubônica e a febre amarela assolavam a população e preocupavam as autoridades. No intuito de modernizar a cidade e controlar tais epidemias, o presidente Rodrigues Alves iniciou uma série de reformas urbanas e sanitárias que mudaram a geografia da cidade e o cotidiano de sua população. Rodrigues Alves As mudanças arquitetônicas da cidade ficaram a cargo do engenheiro Pereira Passos, nomeado prefeito do Distrito Federal. Ao mesmo tempo em que tocou as obras, Pereira Passos tomou uma série de medidas que visavam proibir e alterar as formas de trabalho, lazer e sociabilidade consideradas incompatíveis com uma capital cosmopolita e moderna. A reurbanização do Rio de Janeiro, entretanto, sacrificou as camadas mais pobres da cidade, que foram desalojadas, pois tiveram seus casebres e cortiços demolidos. A população foi obrigada a mudar para longe do trabalho e para os morros, incrementando a construção das favelas. Como resultado das demolições, os aluguéis subiram de preço deixando a população cada vez mais indignada. Pereira Passos Ao médico Oswaldo Cruz, que assumiu a Diretoria Geral de Saúde Pública em 1903, coube a campanha de saneamento da cidade, que visava erradicar a febre amarela, a peste bubônica e a varíola. Para tal, exigiu de Rodrigues Alves a mais completa liberdade de ação, além de recursos para a aplicação de suas medidas. Assim, a DGSP podia invadir, vistoriar, fiscalizar e demolir casas e construções, além de contar com com um foro especial, dotado de um juiz especialmente nomeado para dirimir as questões e dobrar as resistências. A cidade foi repartida em dez distritos sanitários, com delegacias de saúde, cujo pessoal tinha a incumbência de receber as notificações de doentes, aplicar soros e vacinas, multar e intimar proprietários de imóveis e detectar focos epidêmicos. As ações da DGSP não foram bem recebidas pela população, em especial pelos proprietários de casas de cômodos e cortiços considerados anti-higiênicos, obrigados a reformá-los ou demoli-los, e pelos inquilinos forçados a receber os empregados da saúde pública, a sair das casas para desinfecções, ou mesmo a abandonar a habitação quando condenada à demolição. Oswaldo Cruz