revoltas nativistas, Resumos de História

Baixe revoltas nativistas e outras Resumos em PDF para História, somente na Docsity! Revoltas Nativistas Características das Revoltas Nativistas o Buscam a solução de problemas na colônia, sem pensar na separação de Portugal. o Principal causa: descontentamento dos colonos brasileiros com as medidas tomadas pela coroa portuguesa. o A maior parte destas revoltas foi reprimida com violência pela coroa portuguesa, como forma de controlar seu domínio sobre a colônia brasileira. o São importantes porque demonstram que existe uma parcela da população que está insatisfeita com Portugal -> relação com a crise do sistema colonial brasileiro. IMPORTANTE: A ideia de nação está apenas começando a se formar. - Não estão lutando a favor do Brasil. o Cada revolta nativista tem um motivo diferente para acontecer e não existe um grande padrão. o Chamamos todas de nativista porque, de característica comum, elas não pediram a independência do Brasil, mas sim, uma melhoria das condições de vida. Contexto: o Fim da União Ibérica: Portugal consegue a independência política em relação à Espanha. Porém, o Rei D. João IV fica atolado em dívidas, Por isso, Portugal vai fazer tudo o que puder para tirar muito dinheiro do Brasil. o Portugal está desesperado economicamente, e faz cada vez mais parcerias com a Inglaterra. o Aumento da população e interiorização Conselho Ultramarino o Portugal está numa pindaíba danada o Em 1642 é instituído o Conselho Ultramarino: primeiro na África e na Índia, e depois em todo o ultramar (incluindo o Brasil), esse Conselho buscava superar, através de suas colônias, a difícil situação econômica enfrentada pela metrópole. o Reduziu os poderes das Câmaras Municipais: no lugar dos juízes ordinários foram colocados juízes de fora nomeados pelo Rei. o O Conselho Ultramarino só é extinto pelo Decreto de 30 de Agosto de 1833. Companhias de Comércio: ->Monopólio de produtos o “Crise” do açúcar: devido à concorrência que os holandeses geraram para o açúcar brasileiro, cada ano que passava, ganhava-se menos dinheiro com ele (no Brasil). Cuidado: isso não quer dizer que tenha virado miséria. o objetivo de aumentar os lucros comerciais com a exploração das colônias, as nações europeias organizaram as Companhias de Comércio. o Portugal se organiza, num primeiro momento, em duas Companhias: - 1649: Companhia Geral do Comércio do Brasil. - 1682: Companhia do Comércio do Maranhão. Crescente insatisfação brasileira o Havia muito controle da política sobre a economia e sobre o comércio o Se o Brasil inteiro está sendo abastecido por duas empresas, os comerciantes que não fazem parte delas, não ficam nada contentes. o O monopólio e a centralização do comércio, além da exploração colonial praticada por Portugal, acaba gerando muitas rebeliões. 01 - ACLAMAÇÃO DE AMADOR BUENO DA RIBEIRA o 1640 - São Paulo o 1640: Restauração Portuguesa. o Alguns paulistas vão achar muito ruim o fim da União Ibérica: - ficaram com medo da repressão que Portugal poderia fazer em relação ao apresamento e venda dos indígenas - Faziam muito comércio com os colonos espanhóis na região do Prata, e também temiam que isso terminasse. o A elite/os comerciantes paulistas fazem manifestação, expulsaram jesuítas (na “Botada dos padres fora”) e aclamaram o fazendeiro Amador Bueno da Ribeira, como “rei de São Paulo”. Queriam um líder forte para representá-los, e escolhem ele para ser o capitão-geral e ouvidor-mor. o Só que o Amador não queria entrar em conflito com o Rei e renuncia essa posição de liderança. o Os paulistas ficaram tão possessos, pois ele fugiu e eles queriam assassiná- lo. o No fim, o Rei perdoou ele, e ficou tudo numa boa. o Foi primeira vez na colônia que a elite de São Paulo se organiza contra o poder maior 02 - REVOLTA DA CACHAÇA/DO BARBALHO o (1660/61) -> Rio de Janeiro o Poucos anos depois de Martin Afonso trazer as primeiras mudas de cana de açúcar em 1532, já começaram a destilar seus resíduos: nascia, então, a cachaça, que tinha grande produção em Pernambuco, Bahia e Rio de Janeiro. o 1649: Companhia Geral de Comércio do Brasil -> monopolizava o fornecimento de vinho. o Não queria a concorrência da cachaça. As leis reprimiam fortemente sua venda e consumo o A partir de 1654 com a saída dos holandeses, o comércio canavieiro decaía, mas a cachaça vendia como nunca. o 1659: os portugueses colocam fogo nas alambiques (fábricas de cachaça). o 1660: Salvador Correia de Sá, governador do RJ, libera a venda de cachaça, porém, impôs um pesado imposto em cima dela ->o efeito foi muito negativo: não teve apoio nem de Portugal, nem da Companhia e nem de parte da população gostou o O povo, liderado pelos fazendeiros produtores da bebida, pegaram em armas para se rebelar contra essas novas tarifas. o RECIFE: ricos comerciantes portugueses que faziam muitos empréstimos. o OLINDA: os maiores e mais ricos senhores de engenho. Porém, o preço do açúcar brasileiro estava diminuindo. o Os senhores de engenho de Olinda pedem dinheiro emprestado para os comerciantes de Recife. Porém, os latifundiários não conseguem pagar as dívidas e nem os juros, já que estavam se endividando cada vez mais. Com o passar do tempo, fica muito claro que Olinda já não era mais tão forte. o MASCATES (apelido pejorativa): os latifundiários de Olinda começam a chamar os comerciantes de Recife de mascates. o 1710 - Essas contradições desencadearam o conflito: os comerciantes de Recife enviaram ao rei um requerimento para elevar seu povoado à categoria de Vila, separada de Olinda. O rei aceitou, e a autonomia se deu simbolicamente com a instauração do pelourinho (lugar de castigo para criminosos e escravos, era símbolo do poder público). o Após a declaração de autonomia de Recife, os olindenses imediatamente invadiram-na e destruíram seu pelourinho. o 1711 - Olinda pede ajuda a Portugal e no ano seguinte, começa uma repressão em cima dos latifundiários 08 - MOTINS DO MANETA o (1711) -> Salvador/Bahia o 1710: os franceses invadiram o RJ disfarçados de ingleses. Os brasileiros deixaram passar porque faziam comércio com a Inglaterra. o 1711: os franceses invadem novamente, mas dessa vez, não disfarçados e com 4.000 soldados. Faz um acordo: só iriam sair se os brasileiros pagassem uma extorsão: 100 caixas de açúcar, 200 bois e muito dinheiro. o Portugal aceitou e tirou esse dinheiro dos colonos, aumentando loucamente o preço de tudo. Além disso, a Coroa também vai aumentar o imposto para garantir a segurança da colônia. o Esses aumentos geraram muita insatisfação: João Figueiredo (Maneta) e Lourenço (Juiz do Povo), juntaram algumas pessoas para se rebelar. o 1 motim: Se uniram para correr atrás do governador e do comerciante que monopolizava o sal. O governador correu e aceitou baixar as taxas e os impostos. o 2 motim: pressionam o governador novamente, mas dessa vez ele não aceita. o Os líderes foram assassinados, presos e deportados (não se sabe ao certo). 09 - REVOLTA DE FILIPE DOS SANTOS/VILA RICA o (1720) -> Minas Gerais (Vila Rica/Ouro Preto) o FILIPE DOS SANTOS é um português. o 1720: muita gente queria ir para Minas Gerais por causa do ouro. o A Coroa queria aumentar a fiscalização e criar um mecanismo de arrecadação de impostos: a Casa de Fundição (organizar a tributação do ouro). Assim, só poderia ser comercializado o ouro em barras com o selo real, acabando com o contrabando paralelo do ouro em pó. o A medida provocou muitos problemas no dia a dia o Junho de 1720: aproximadamente 2.000 revoltosos conquistaram a cidade de Vila Rica, liderados por Filipe dos Santos. o Após "negociações" com o governador da Capitania (Conde de Assumar), Filipe sai com a promessa de redução dos impostos, fim do monopólio e das casas de fundição. Mas o governador não cumpriu a promessa: mandou prender os implicados, e suas casas foram incendiadas. o Mesmo sendo ilegal tal procedimento em homens brancos, Filipe foi esquartejado, suas partes foram expostas à beira das estradas, e ele teve sua cabeça fincada no pelourinho de Vila Rica. o Consequência: Portugal separa a Capitania em São Paulo e Minas Gerais (que antes era a Capitania de São Paulo e Minas de Ouro) para poder administrar melhor cada uma (teve tanto conflito que a coroa precisou dobrar a administração).