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Síntese das aulas de filosofia, Resumos de Biologia

Síntese das aulas de filosofia

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 14/10/2021

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Baixe Síntese das aulas de filosofia e outras Resumos em PDF para Biologia, somente na Docsity! Domingos Novela Resumo do plano analítico de Filosofia de Ciências Naturais Licenciatura em Ensino de Biologia Com Habilitações em Gestão de Laboratório Universidade Púngué Manica 2021 Domingos Novela Resumo do plano analítico de Filosofia de Ciências Naturais Trabalho da cadeira Filosofia de Ciências Naturais a ser apresentado ao Departamento de Ciências Agrárias e Biológicas, Delegação de Manica curso de Licenciatura em Ensino de Biologia Com Habilitações em Gestão de Laboratório para efeitos de avaliação. Docente: MSc: Cassene Fombe Universidade Púngué Manica 2021 1. Introdução O presente trabalho tem como objectivo principal a síntese de todos os conteúdos abordados na cadeira de Filosofia de Ciências Naturais, salienta-se que durante o semestre foram abordados diversos temas referentes a essa cadeira. A palavra Filosofia provém da união de dois termos gregos: philos (amar, gostar de) e sophia (saber, sabedoria, conhecimento). Filosofia ou “amor a sabedoria”, “gosto pelo saber”. Esta definição revela-nos que filosofia não é tanto um saber constituído, uma sofia estabelecida, mas antes um amor, uma procura, um interesse pelo saber. A filosofia da educação é o campo da filosofia que se ocupa da reflexão sobre os processos educativos, os sistemas educativos, a sistematização de métodos didácticos, entre outros temas relacionados com a pedagogia. O seu escopo principal é a compreensão das relações entre o fenómeno educativo e o funcionamento da sociedade, e vários pensadores dele se ocuparam. O presente trabalho estará organizado em três capítulos, onde o primeiro capítulo é a introdução, o segundo a revisão bibliográfica, ou seja, fundamentação teórica e por fim as referências bibliográfica e a respectiva conclusão. 1.1. Objectivos Objectivo geral: Y Fazer síntese dos temas presente no plano analítico de Filosofia de Ciências Naturais. Objectivos específicos: Y. Compreender a filosofia de educação; Y Descrever a importâncias da filosofia da educação; Y Mencionar as teorias educacionais. 1.2. Metodologia Para a elaboração desta síntese dos conteúdos da Filosofia de Ciências Naturais, recorreu-se a plano analítico e consultas bibliográficas de autores que abordam os temas que estão no mesmo, especificamente as obras recomendados pelo docente que consta na última página do mesmo. 2. Introdução ao Estudo da Filosofia Etimologia da Palavra Filosofia Definir etimologicamente um conceito quer dizer procurar compreender este mesmo conceito a partir do significado das palavras desse mesmo conceito. Assim, a palavra Filosofia provém da união de dois termos gregos: philos (amar, gostar de) e sophia (saber, sabedoria, conhecimento). Filosofia ou “amor a sabedoria”, “gosto pelo saber”. Esta definição revela-nos que filosofia não é tanto um saber constituído, uma sofia estabelecida, mas antes um amor, uma procura, um interesse pelo saber. Narra-se que o termo foi inventado por Pitágoras, filósofo grego (século VI a.C.) Objecto de estudo da Filosofia No dizer dos filósofos, a Filosofia estuda todas as coisas, isto é, universo tomado na sua totalidade e é o fundamento de qualquer conhecimento. Ela estuda o valor do conhecimento, quer como pesquisa sobre o fim do Homem, quer como estudo da linguagem, do ser, da história, da arte, da cultura, da política, da ética, entre outros (TEIXEIRA, 1977). Métodos da filosofia A filosofia tem como métodos: a reflexão (análise crítica) e a justificação lógico-racional. Convém notar que literalmente, a palavra reflexão, significa voltar a pensar o que já se pensou, o que já se viu. Toda a filosofia aspira a uma coerência que torna inteligíveis e admissíveis as ideias e as intuições dos filósofos, quer dizer, ela é sempre acompanhada por um esforço no sentido de estruturar racionalmente o pensamento, de um esforço que lhe garante um estatuto racional. Por isso, a filosofia é pela racionalidade. Função Filosófica As funções da filosofia resumem-se essencialmente em dois planos: teórico e prático. A função teórica da filosofia ajuda o Homem analisar o mundo e a reflectir sobre todas as coisas. A filosofia também conduz-nos a uma autonomia no agir e a um viver de forma autêntica (TEIXEIRA, 1977). A principal diferença entre a Filosofia e as Ciências Filosofia distingue-se da ciência: Y” Pela profundidade de investigação - a filosofia aprofunda os conhecimentos científicos questionando-os até encontrar as causas últimas e finais. Por isso, filosofar é aprofundar; Y” Pela reflexão e crítica - Enquanto as ciências se limitam a reflectir sobre os factos, a reflexão filosófica abrange todas as manifestações do espírito incluindo a própria ciência. Esta reflexão é essencialmente crítica, pois coloca em questão tudo o que se apresenta ao espírito Y” Pelo grau de generalidade e síntese - enquanto a ciência se limita a estudar os factos e cada ciência em particular dá a conhecer uma parte da realidade, a filosofia estuda a realidade no seu todo procurando dar uma unidade total ao saber; Y Pela humanidade e valoração - enquanto a ciência se ocupa de realidades estranhas ao Homem e impessoais (como por exemplo os fenómenos naturais), a filosofia coloca no centro da atenção o Homem, por isso ela é valorativa, isto é, axiológica (TEIXEIRA, 1977). Educação O conceito de educação engloba o nível de cortesia, delicadeza e civilidade demonstrada por um indivíduo e a sua capacidade de socialização. A educação sempre foi e ainda é o objecto de preocupação do homem. Tanto maior é essa preocupação do homem pela educação quanto mais agudo é o seu sentimento de viver um tempo crítico, um período histórico de crise. Tal é o caso do nosso tempo. Nestes momentos críticos, em que a incerteza, o atordoamento e a angústia estão presentes e em que desejamos escapar à ansiedade, pode dizer-se que o homem, antes de estar ocupado já está pré-ocupado com objecto da sua inquietação, neste caso a educação. E esse objecto à educação foi primeiro tratado filosoficamente e só depois cientificamente (BORG, 2018). A filosofia da educação é o campo da filosofia que se ocupa da reflexão sobre os processos educativos, os sistemas educativos, a sistematização de métodos didácticos, entre outros temas relacionados com a pedagogia. O seu escopo principal é a compreensão das relações entre o fenómeno educativo e o funcionamento da sociedade, e vários pensadores dele se ocuparam. O elemento principal da Filosofia de Educação reside no facto de ser capaz de analisar profundamente um Sistema de Educação na sua totalidade e de reflectir sobre um sistema e arte”. No entanto, este tipo de educação conseguiu produzir homens talentosos, entre os quais temos Platão e Aristóteles. Teoria Educacional dos Sofistas Os sofistas ensinavam técnicas que auxiliavam as pessoas a defenderem o seu pensamento particular e suas próprias opiniões contrárias sobre o mesmo para que dessa forma conseguisse seu espaço. Por desprezarem algumas discussões feitas pelos filósofos, eram chamados de céticos até mesmo por Sócrates que se rebelou contra eles dizendo que desrespeitavam a verdade e o amor pela sabedoria. Outros filósofos ainda acreditavam que os sofistas criavam no meio filosófico o relativismo e o subjetivismo. Teoria Educacional de Sócrates Sócrates (469-399 a.C.) marca uma reviravolta na história humana. Até então, a filosofia procurava explicar o mundo baseado na observação das forças da natureza. Com Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo. A preocupação de Sócrates era levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem. Nessa empreitada de colocar a filosofia a serviço da formação do ser humano, Sócrates não estava sozinho. Pensadores sofistas. Para Sócrates, ninguém adquire a capacidade de conduzir-se, e muito menos de conduzir os demais, se não possuir a capacidade de autodomínio. Depois dele, a noção de controlo pessoal se transformou em um tema central da ética e da filosofia moral. O papel do educador segundo Sócrates é, então, o de ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua cooperação para que ele consiga por si próprio "iluminar" sua inteligência e sua consciência. A Teoria Educacional de Platão Platão foi discípulo de Sócrates, este ultimo que pode ser considerado o pai da Filosofia. Platão estava particularmente preocupado com a falta de cuidados pela educação na sua cidade-estado. O que mais o incomodava era o facto de não haver uma educação especial para treinar as pessoas a servirem o aparelho administrativo dado que ele considerava que os assuntos públicos exigiam qualidades especiais dos seus funcionários. Para Platão, o processo de educação é um processo de “virar os olhos da alma da escuridão para a luz”, o que quer dizer, o processo de tirar a pessoa da ignorância (escuridão) para o conhecimento (claridade da luz). O processo da educação não se trata de alimentar a criança de novos conhecimentos, senão, passa a ser um processo em que, através de questões bem elaboradas, ajudamos a alma do aluno a recordar-se do que esquecera (BORG, 2018). Platão foi o primeiro a reconhecer e a destacar a importância do ambiente para a aprendizagem. Ele estava consciente que a mente da criança era extraordinária, por isso, ela devia ser exposta o mais possível a boas experiencias (morais). O aluno deveria, na óptica de Platão, ser rodeado de um ambiente propicio para torna-lo um individuo moralmente sã. Os alunos, para tal, seriam obrigados a copiar toda a mitologia grega, a historia dos deuses e cortar as historias que não dignificava a Grécia. A Teoria Educacional de Aristóteles A tarefa da educação para Aristóteles é a de tornar a criança num adulto do seu tipo, em segundo lugar, é a de desenvolver actividade racional do homem desde que esta fosse a sua vocação máxima, em terceiro lugar, é a de inculcar no homem a razão pratica que lhe possam permitir conduzir uma vida moralmente sã, em quarto lugar, a educação deveria desenvolver nos indivíduos capazes um engajamento teórico e intelectual. Nesta actividade, o professor seria aquele que deveria conduzir ao aluno nos moldes necessários para que ele conduza uma vida plena e de acordo com as virtudes necessárias. Em outras palavras, o trabalho do professor é ajudar ao aluno a desenvolver na plenitude as suas potencialidades. Nesta perspectiva, a instrução era uma actividade muito importante do professor. Segundo Aristóteles existem três ideias absolutamente essenciais para o desenvolvimento de uma boa educação, a saber: Y A natureza do educando, pois bem, esta natureza, que por razões biológicas irá condicionar em muitos aspectos o comportamento do aluno, deve ser compreendida e respeitada pelo educador. O programa de ensino precisa ser elaborado a partir da aceitação dita na natureza, isto é, do conhecimento da sua virtude e deficiência. Y A formação de bons hábitos. Aristóteles afirmava que muito dos nossos desejos instintivos são contrários ao sadio desenvolvimento de nossa personalidade. Então, torna- se necessário controlarmos estes desejos através de hábitos produtivos que nos induzam a assumir, automaticamente um comportamento construtivo. Y O desenvolvimento da Inteligência e da Razão. Para Aristóteles são estas as nossas faculdades mais importantes e por isso, devem merecer uma atenção toda especial. A educação precisava se dedicar ao aprimoramento destas faculdades através de um adequado programa de ensino que proporcionasse treinamento e disciplina mental. A Teoria Educacional de Quintiliano Quintiliano era romano, jurista e foi um professor de renome durante muito tempo e com muita experiencia. Ele defende que a formação em retórica (que era a teoria e a pratica do direito) era a forma ideal de educação na qual também a filosofia fazia parte simplesmente como uma das disciplinas. O homem ideal, segundo Quintiliano, seria aquele que possui um bom carácter mais ao mesmo tempo eloquente na expressão. Segundo Quintiliano, os pais tinham em primeiro lugar, grande responsabilidade para a educação nos primeiro anos de vida. Por isso ele recomendava que houvesse uma educação especial dirija aos pais (educação de adultos) para que eles cumprissem os seus deveres duma forma mais eficiente. Ele também determinou que as crianças deveriam ser escolarizadas aos 7 anos ou mais cedo se tratasse de criança precoce. Ele defendia que o primeiro tipo de instrução da criança deveria basear-se no jogo. Nesta fase, deveria se ensinar a leitura, escrita e a aritmética (ARANHA, 1992). O ensino secundário iria até dos 12 aos 14 anos com um currículo baseado nas humanidades (e quase nada das ciências naturais). Nesta fase, ensinava-se musica, geometria, literatura e Oratória. Aos 17 ou 18 anos começa a educação para a retórica. Esta correspondia praticamente ao ensino superior que destinado somente aos melhores estudantes. Trata-se da escola da retórica com objectivo de formação de bons oradores para a defesa das virtudes morais. Nesta fase ensinavasse a Historia, Lógica, Direito, Critica Literária e o Desenvolvimento das Técnicas e da Arte de bem falar em publico. contribuindo para o desenvolvimento do carácter infantil. Pestalozzi destacou ainda o valor educativo do trabalho manual e a importância de a criança desenvolver destreza prática. Também se preocupou com a ideia de que a educação deveria ser metodicamente ordenada para os sentidos: a percepção da criança seria educada pela intuição e o ensino deveria priorizar coisas, não palavras. Sua pedagogia enfatizava ainda a necessidade de a escola treinar a vontade e desenvolver as atitudes morais dos alunos. A Teoria Educacional de Froebel Froebel (1782-1852), educador alemão. Influenciado por uma perspectiva mística, uma filosofia espiritualista e um ideal político de liberdade, criou em 1837 um Kindergarten (jardim-de- infância) onde crianças e adolescentes — pequenas sementes que, adubadas e expostas a condições favoráveis em seu meio ambiente, desabrochariam sua divindade interior em um clima de amor, simpatia e encorajamento — estariam livres para aprender sobre si mesmo e sobre o mundo. O modo básico de funcionamento de sua proposta educacional incluía actividades de cooperação e o jogo, entendidos como a origem da actividade mental (ARANHA, 1992). Elaborou canções e jogos para educar sensações e emoções, enfatizou o valor educativo da actividade manual, confeccionou brinquedos para a aprendizagem da aritmética e da geometria, além de propor que as actividades educativas incluíssem conversas e poesias e o cultivo da horta pelas crianças. Os recursos pedagógicos, básicos neste modelo, eram divididos em dois grupos: as prendas ou dons e as ocupações. As prendas eram materiais que não mudavam de forma — cubos, cilindros, bastões e que, usados em brincadeiras, possibilitariam à criança fazer construções variadas e formar um sentido da realidade e um respeito à natureza. Já as ocupações consistiam em materiais que se modificavam com o uso — tais como argila, areia e papel usados em actividades de modelagem, recorte, dobradura, alinhavo em cartões com diferentes figuras desenhadas, etc. Canções completariam essa lista de materiais e actividades. As prendas e as ocupações se articulariam pela mediação da educadora na formação da livre expressão infantil, ou seja, daquilo que Froebel, dentro de seu quadro ideológico, chamou de “actividade materna”. 5. A Democracia e a Educação no século XX (Whitehead, John Dewey, Illich, Freire). Democracia e a Educação de Whitehead Alfred North Whitehead (1861 — 1947) foi um filosofo, lógico e matemático britânico. Durante o discurso ele criticou o ensino que chamou de "ideias inertes", ou seja, desconectadas e sem aplicação prática ou cultural. Ele ressalta que o ensino de ideias inertes não é apenas inútil, mas também prejudicial. Uma das principais características de seus escritos sobre a educação é sua ênfase no fomento da imaginação (BORG, 2018). Para Whitehead, ensinar significa levar o aluno por um caminho que poderá ser seguido durante a vida toda e não somente por um determinado momento quando se faz um exame. A avaliação serve para julgar a escola e não o estudante. Cada escola tem que ter o seu próprio currículo, feito pelos docentes e atendendo a sua realidade e demanda. Ele critica duramente o professor que ensina seus alunos para um exame geral, acreditando que a finalidade da educação deve ir além de um simples teste. Democracia e a Educação de John Dewey (1859-1932) a Educação pela acção Dewey defende “um ensino pela acção e não pela destruição”, a sua pedagogia baseava-se no interesse. Para ele, o interesse é uma coisa dinâmica, portanto esta ligado a própria actividade que desenvolve-se com a complicar do processo, a achava educação pragmática. Defende ainda a participação de individuo na actividade, na formação consciente (BORG, 2018). Segundo Dewey, o processo pedagógico tem dois aspectos: psicológico e social. Y Aspectos psicológico — consiste em desabrochar as potencialidades que traz ao nascer. Y Aspectos social — consiste em preparar o individuo para se adaptar as obrigações que dever a cumprir quando for adulto na sociedade. Segundo Dewey, “a escola deve realizar se em forma de comunidade; a função do Estado é adoptar em meios para integrar e desenvolver integramente as suas actividades; as matérias escolares são organizadas em termo da própria comunidade”. Y Primeiro ensinar as crianças em matérias que vão familiarizá-las no ambiente em que esta no tempo e no espaço. Y As crianças devem ser ensinadas as matérias que vão fornecer instrumentos para aprofundar as primeiras leituras e escritas. Em paralelo, deve ocorrer as actividades expressivas ou manuais (cozinhar, construir, carpintaria e merecaria) Democracia e a Educação de Ivan Illich Ivan Illich é autor de muitas obras e artigos que, em uma visão geral, tratam de questionar e contestar muitas das instituições e estruturas sociais existentes (e consolidadas) ao longo do século XX. A obra “Sociedade sem Escolas”, publicada em 1971, foi uma das que mais provocaram inquietações na opinião pública, com reflexões ainda pertinentes na actualidade, desenvolve o tema da desescolarização (BORG, 2018). Illich sugere a criação de um sistema alternativo e procura justificar tal proposta reflectindo sobre as inúmeras iniciativas educacionais insensatas que, ao longo dos anos, foram (e ainda são) incorporados à educação formal. Illich preocupa também com a questão da obrigatoriedade e burocracia das escolas, na qual acaba impedindo o aluno de desenvolver o seu aprendizado. Nesse sentido, a instituição escolar coloca o indivíduo em um forçado prolongamento de formação, servindo apenas para atrapalhar o desenvolvimento escolar dos alunos. Ivan Illich propõe uma nova teia de aprendizado, onde se obtém o conhecimento por meio das situações do dia-a-dia e sem distinção de público, combatendo qualquer indústria de formação. O autor afirma ainda, que competência e diploma são coisas completamente distintas e diferentes, já que não é porque se tem um diploma que se é competente, ou ao contrário. Democracia e a Educação de Freire Freire reconhece o diálogo como o foco central de uma educação de fato verdadeira e que há significado, sendo que ele afirma “não há o diálogo verdadeiro se não há nos seus sujeitos um pensar verdadeiro. Pensar crítico. Pensar que não aceitando a dicotomia mundo-homens, reconhece entre eles uma inquebrantável solidariedade”. Para Freire a educação é o processo constante de criação do conhecimento e de busca da transformação-reinvenção da realidade pela acção-reflexão humana. Segundo Freire, há duas espécies gerais de educação: a educação dominadora e a educação libertadora Behaviorismo e Educação A educação behaviorista é uma filosofia de educação fundada sobre o princípio que o ambiente influencia o comportamento. Assim, a modificação do ambiente do estudante tem repercussões positivas sobre seu comportamento (LUCKESI, 1994). As teorias behavioristas sustentam uma perspectiva optimista e omnipotente da educação, em que a base é a organização das situações, através da selecção e associação de estímulos. Ao nível do ensino, explicam as aquisições dos alunos a partir dos acontecimentos externos, como os métodos de ensino e as características estimuladoras do ambiente escolar e familiar. Colocam ainda a ênfase no reforço como determinante da aprendizagem. Existencialismo, Fenomenologia e Educação Existencialismo A ideia central de pensamento existencialista é que a existência precede a essência. Diz não existir nenhum Deus que tenha planejado o homem, portanto não existe nenhuma natureza humana fixa a que o homem deva respeitar. O homem está totalmente livre é o único responsável pelo que faz de si mesmo. E para ele, assim como havia colocado Kierkegaard, esta liberdade e responsabilidade é a fonte da angústia (QUEIRO, 2007). Segundo QUEIRO, (2007), esta corrente filosófica parte do princípio de que não podemos nos submeter a condicionamentos de nosso passado, permitindo que sentimentos, memórias ou hábitos se imponham sobre nosso presente e determinem seu conteúdo e qualidade. Os homens não devem permitir que as ansiedades sobre os eventos futuros ocupem nosso presente. Fenomenologia A fenomenologia pretende realizar a superação da dicotomia razão e experiência no processo de conhecimento, afirmando que toda consciência é intencional. Isso significa que, contrariamente ao que afirmam os racionalistas, não há pura consciência, separada do mundo, mas toda consciência tende para o mundo; toda consciência é consciência de alguma coisa. Diferentemente dos empiristas, os fenomenólogos afirmam que não há objecto em si, já que o objecto só existe para um sujeito que lhe dá significado. Com o conceito de intencionalidade, a fenomenologia se contrapõe à filosofia positivista do século XIX, presa demais à visão objectiva do mundo. A crença na possibilidade de um conhecimento científico cada vez mais neutro, mais despojado de subjectividade, mais distante do homem, a fenomenologia contrapõe a retomada da "humanização" da ciência, estabelecendo uma nova relação entre sujeito e objecto, homem e mundo, considerados polos inseparáveis (ARANHA, 1992). Filosofia Analítica e Educação Filosofia Analítico, é aquela actividade reflexiva, realizada, através de análise e de crítica, pelo ser pensante, no exame do significado e dos fundamentos de conceitos, crenças, convicções e pressuposições básicas, mantidos por ele próprio ou por outros seres pensantes em relação a educação. Essa caracterização geral da filosofia deixa entrever que a actividade filosófica é uma actividade reflexiva de segunda ordem. a filosofia analítica é discurso sobre o discurso: o filósofo reflecte, não sobre a natureza e a história (para continuar com nossos exemplos anteriores), mas sim sobre o que cientistas naturais e historiadores dizem acerca da natureza e da história. Por isso é que chamamos a actividade filosófica de uma actividade reflexiva de segunda ordem: ela se exerce sobre outras actividades reflexivas, que se constituem, portanto, no objecto da filosofia. Marxismo e Educação A Teoria Marxista, conforme explica QUEIRO, 2007), tem como objectivo compreender a vida social conforme a dinâmica da luta de classes e prevê a transformação das sociedades de acordo com as leis do desenvolvimento histórico de seu sistema produtivo. Para BORG (2018), apesar de ser considerado um sistema positivista, a Teoria Marxista rejeita o Positivismo e o considera um “Idealismo subjectivo” porque limita-se apenas a fatos e não investiga as causas subjacentes às coisas (em geral, a luta de classes). Filosofia Pós-moderna e Educação O principal Objectivo desta corrente filosófica em relação a educação a é demonstrar a influência da ideia da filosofia pós-modernidade para o conhecimento e, por conseguinte, para a educação. A pós-modernidade na esfera do conhecimento e da educação possui uma dimensão crítica- reflexiva, principalmente porque a expressão “pós-modernidade” problematiza o moderno e se faz presente em muitas situações como ruptura da própria modernidade. A proposta do artigo é a crítica que a ideia de pós-modernidade oferece como produção de conhecimento em educação, na medida em que os efeitos da pós-modernidade surgem como destaque no debate actual de conhecimento em educação. A pós-modernidade comprometida com a educação é que possibilita encontrar alternativas, na medida em que a formação do educando construa bases em habilidades críticas-reflexivas para a realidade contemporânea. Na escola pós-moderna, o conhecimento se dá por meio da reflexão conjunta entre o aluno e o professor e, em seguida, na acção educacional como reflexo do pensamento crítico (QUEIRO, 2007). 6. Em busca de um paradigma educacional africano Paradigma educacional africano para James Africanus Beale Horton Horton — nasceu em 1835, perto de Freetown na Serra Leoa, de pais antigos escravos dos Ibos. Horton grego, latim, matemática, geografia, inglês, história, estudos bíblicos, astronomia e música mas ele engajou-se sobretudo na educação. Ele não tinha dúvidas de que a educação devia ser providenciada, administrada, financiada e supervisionada pelo Estado. Para ele, todo sistema deveria ser administrado pelos africanos. Propunha que deveria existir uma escola moderna, com isto, a escolaridade deveria ser obrigatória para todas as crianças entre os sete e os catorze anos; Y. Devia-se prestar grande atenção à escolarização da rapariga; Y. Devia-se também estender as oportunidades educativas para todas as cidades e aldeias de acordo com o tamanho da população, aliás toda a colonia (Serra Leoa) devia ser distribuída em «distritos educacionais» para permitir uma maior e melhor administração; YO sistema de educação deveria ser centralizado e único, o que significava oferecer um leque uniforme de disciplinas, os mesmos livros, os mesmos conteúdos, os mesmos métodos de ensino e de acordo com os mesmo calendário escolar; YA supervisão escolar deveria ser estatal e visava garantir, sobretudo, a uniformidade das oportunidades educativas e o cumprimento do processo escolar; Organização escolar Nyerere dizia que a escola deveria ser organizada como uma comunidade institucional que visasse o autodesenvolvimento e onde os membros da comunidade seriam os professores e alunos. O que Nyerere queria propor é que a escola combinasse as funções de aprendizagem com as de produção para contrapor o ensino colonial que, na sua óptica tendia separar os alunos das suas comunidades. Assim, devia fazer-se de cada escola uma oficina de trabalhos manuais, cujos resultados de produção haveriam de ser vendidos e os lucros reverteriam para a escola. O próprio horário escolar deveria submeter-se às necessidades do ciclo agrícola. 7. Filosofia da Educação contextualizada (problemas da Filosofia da Educação em Moçambique) Expansão e qualidade do Ensino Numa intervenção do actual ministro da Educação mostrava-se inconformado com o facto de Moçambique, num universo de 20 milhões de habitantes, ter apenas 1,9%, cerca de 75 mil estudantes, no ensino superior, quando a média africana é de 5,5%. Este facto significa, segundo o governante, que Moçambique está “entre os países em que a implantação do ensino superior é nitidamente fraca”. Daí que, segundo ele, a rede de ensino superior deve ser mais alargada, mas não de forma apressada, pois “a rápida expansão do ensino superior pode trazer problemas na sua qualidade”. Qualidade Segundo MILLS (1964), a qualidade de ensino depende dos elementos internos, também denominados intra-escolares como as condições de trabalho, qualificação dos professores e as condições físicas adequadas, influenciando na aprendizagem dos alunos, sendo esta uma escola de qualidade. Outro factor que os pais destacam como sendo uma escola de qualidade é a que pertence a uma religião por instruir os alunos e por ter uma administração rígida. Portanto, observa-se que para o ensino de qualidade é necessário considerar factores tanto internos quanto externos, como: uma estrutura física confortável, salas amplas, espaços pedagógicos, laboratórios, boas condições de trabalho para o corpo docente e boa administração, bem como a boa relação entre escola-família, as condições sociais e culturais da família. Relação entre Educação e Desenvolvimento O desenvolvimento é um processo complexo e requer do sistema educativo resposta às necessidades em termos culturais, sociais, políticos e económicos. Pede-se à escola para educar pessoas que saibam intervir na realidade para modificá-la com base nas necessidades do país. Este papel, que assume um carácter de urgência nos países em vias de desenvolvimento, nasce de uma intervenção formativa que junta o estudo ao trabalho e, portanto, a dimensão científico- técnica e cultural-social à dimensão económica na formação de cada indivíduo, como premissa do desenvolvimento das forças produtivas e da transformação das relações sociais de produção. Educação no contexto do Sida Uma educação de qualidade para todas as crianças em Moçambique será, talvez, a melhor estratégia de prevenção contra o HIV/SIDA. Isto significa que todos os esforços feitos para ter mais crianças beneficiando de um ensino básico de qualidade, como o EFA/FTI (Educação para Todos) são apoios muito importantes às actividades que possam resultar desta estratégia. A Escola, sendo na actualidade um espaço privilegiado para a educação, é orientada a divulgar, a produzir conhecimentos, a conscientizar os alunos sobre os métodos de prevenção, cabendo aos professores a tarefa de orientação sexual em Doenças Sexualmente Transmissíveis/Aids e drogas. Cultura e Educação A educação é um elemento indispensável e constituinte das relações sociais que contribuem contraditoriamente para a transformação e a manutenção dessas relações, na qual destaca-se a escola como um espaço institucional de produção e de disseminação do saber sistemático e historicamente produzido pela humanidade (MILLS, 1964). A cultura é uma herança que se resume em um conjunto de saberes que são perpassados através das gerações, saberes estes manifestados e experimentados pelo ancestral. Desde que a linguagem surgiu, a educação ajuda o homem a garantir a sobrevivência. Ela permite que as habilidades e os conhecimentos adquiridos com a experiência sejam repassados para as gerações seguintes. Mas, por muitos séculos, não existiam professores, e todos os adultos transmitiam informações ou culturas aos jovens. 8. Conclusão Mediante o trabalho feito conclui-se que a Filosofia da Educação tem uma grande importância no processo de ensino e aprendizagem, alem disso a Filosofia de Educação aumenta a capacidade dos professores em influenciarem o curso da educação no seu próprio pais dado que eles se engajam num debate teórico sobre a educação. Este não será simplesmente um receptor das politicas e orientações adoptadas pelos ministérios, mas tentará cooperar no sentido de se adoptarem politicas mais realistas, ou ainda, terá maior capacidades de aplicas as politicas nas salas de aulas. Para Comenius a educação é ajudar a alcançar os últimos fins do homem que é a finalidade eterna com Deus. Tinha com objectivo preparar o homem para vida, devendo com isso adquirir certas qualidades como: reconhecimento, a vontade e a piedade. Rousseau defendia uma educação não orientada pelos adultos, mas que fosse resultado do livre exercício das capacidades infantis e enfatizasse não o que a criança tem permissão para saber, mas o que é capaz de saber. Dewey defende “um ensino pela acção e não pela destruição”, a sua pedagogia baseava-se no interesse. Para ele, o interesse é uma coisa dinâmica, portanto esta ligado a própria actividade que desenvolve-se com a complicar do processo, a achava educação pragmática. Defende ainda a participação de individuo na actividade, na formação consciente.
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