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Sociedade e Sociologia, Resumos de Sociologia

Segundo os cientistas que se dedicam a estudar a evolução da humanidade, o homem sempre viveu em agrupamentos e desenvolveu uma forma de vida comunitária, ainda que singela e primitiva, se comparada com as civilizações contemporâneas. Morando em cavernas ou palafitas, os bandos de caçadores e coletores desenvolveram uma vida social de modo a garantir a sobrevivência da espécie humana. Afinal, "A união faz a força", e foi esta união que permitiu ao homem a sua progressiva evolução.

Tipologia: Resumos

2021

Compartilhado em 23/03/2021

r-t-queijos
r-t-queijos 🇧🇷

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Baixe Sociedade e Sociologia e outras Resumos em PDF para Sociologia, somente na Docsity! SOCIEDADE E SOCIOLOGIA O Homem e a Sociedade Suponhamos que você tivesse a oportunidade de afastar-se da terra para observar como vivem os homens, com um poderoso telescópio. O que você veria? Certamente você pensou em pessoas trabalhando, divertindo- se, desmatando, poluindo o meio ambiente, estudando, dentre outros. Ao observar o mundo em sua volta, refletindo sobre seu próprio comportamento, o indivíduo percebe, de imediato, que as pessoas não vivem isoladas umas das outras. Ao contrário, a vida em comunidade implica uma permanente interação entre as pessoas que a compõem. SOCIABILIDADE HUMANA Segundo os cientistas que se dedicam a estudar a evolução da humanidade, o homem sempre viveu em agrupamentos e desenvolveu uma forma de vida comunitária, ainda que singela e primitiva, se comparada com as civilizações contemporâneas. Morando em cavernas ou palafitas, os bandos de caçadores e coletores desenvolveram uma vida social de modo a garantir a sobrevivência da espécie humana. Afinal, "A união faz a força", e foi esta união que permitiu ao homem a sua progressiva evolução, a partir de uma adaptação e atuação sobre o meio ambiente, muitas vezes hostil. Inúmeras pesquisas científicas levaram à conclusão de que é peculiar à natureza humana viver em grupos ou em sociedades. No entanto, algumas espécies animais também vivem em grupos e bandos, como, por exemplo, as formigas e os macacos. O que difere, então, o homem dos outros animais? Se você refletir um pouco, chegará à conclusão de que os homens desenvolveram a capacidade de raciocínio e que, agrupados, produzem cultura, enquanto os outros animais agem e se organizam apenas por instinto de sobrevivência e fatores hereditários. Retomando o exemplo das formigas, vemos que elas têm conservado, por milhões de anos, as mesmas características do seu agrupamento, enquanto os homens, por terem desenvolvido uma vida social e produzido cultura, têm apresentado formas de organização social as mais diversas, variando de tempos em tempos e de região para região. Assim, a vida em sociedade, ou sociabilidade, é indicativa da necessidade que temos de conviver com os nossos semelhantes. Como já afirmava Aristóteles, o homem é um animal político. Qual o sentido dessa célebre afirmação do filósofo grego? O homem, por jamais ter optado pela solidão como uma maneira rotineira de vida, convivendo com outros seres de sua espécie, envolve-se, querendo ou não, nos destinos de seu grupo. A necessidade que ele tem do grupo é uma constante, para sobreviver, propagar e perpetuar a espécie e para realizar-se plenamente como ser humano. Contudo, o homem não teria desenvolvido a sociabilidade humana sem uma característica fundamental na nossa espécie: a comunicação. Sem ela, a vida em sociedade seria impossível, pois os homens não poderiam relacionar-se. Prova disso, está no fato de que, nos primeiros agrupamentos humanos, os grunhidos e os gestos cumpriam a função da comunicação tal como a exercemos hoje. Dos grunhidos e gestos os homens foram desenvolvendo a linguagem, característica singular à espécie humana, pois a diferencia dos outros animais. Enquanto estes herdam, por meio dos instintos, a experiência da vida coletiva de sua espécie, os homens transmitem às novas gerações, por meio da educação pela linguagem, a experiência e os sociedade e, sendo uma ciência, o conhecimento por ela produzido não se confunde com simples opiniões ou informações que possuímos sobre esse objeto. Deste modo, para que o conhecimento sobre a sociedade seja reconhecido como científico, deve resultar de uma análise cuidadosa, metódica e aprimorada da realidade social concreta. Portanto, podemos dizer que a Sociologia constitui um conjunto de conceitos, de métodos e de técnicas de investigação, produzidos para explicar a vida social, ou, em outras palavras, é o estudo científico da formação, da organização, da manutenção e da transformação da sociedade humana. A Sociologia não se limitou ao estudo das condições de existência social dos seres humanos. De acordo com o sociólogo Costa Pinto (1965), as transformações econômicas e sociais que assinalam a primeira metade do século XIX e o desenvolvimento do método científico noutros setores do conhecimento humano, paralelos à Sociologia, criaram, a esse tempo, as condições práticas e teóricas, históricas e filosóficas, para a organização da Sociologia como disciplina. O momento histórico em que a Sociologia começou a destacar- se como setor especializado de conhecimento, sistematizando- se como ciência, somente pode ser compreendido no quadro que liga a evolução intelectual às condições sociais do fim do antigo regime feudal e ao início da era industrial. Assim, não se pode separar a Sociologia das condições histórico-sociais de existência humana, nas quais ela se tornou intelectualmente possível e necessária. CONTEXTO HISTÓRICO DO SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA A formação da Sociologia constituiu um acontecimento complexo para o qual concorreram uma conjunção de circunstâncias históricas e intelectuais e determinadas intenções práticas. O seu surgimento ocorre num contexto histórico específico, que coincide com os derradeiros momentos da desagregação da sociedade feudal e com a consolidação da civilização capitalista. A sua criação não é obra de um único filósofo ou cientista, mas representa o resultado da elaboração de um conjunto de pensadores que se empenhavam em compreender as novas situações de existência que estavam em curso. (MARTINS, 1982). A Revolução Industrial foi um marco de uma nova era na história da humanidade, pois deu início a uma etapa de acumulação crescente da produção de bens e serviços, em caráter permanente e sistemático, sem precedentes, que ultrapassou o crescimento da produção das fábricas, envolvendo mudanças de ordem cultural, política e social, em uma verdadeira evolução social. A Sociologia surgiu nessa época, com a sociedade industrial, ou melhor, com os seus esboços. Surgiu quando do seu ventre nasceu o proletariado, e essa circunstância, quase sempre esquecida, é de importância decisiva para a compreensão de sua história, de seu método e de seus problemas de hoje. A profunda transformação da estrutura da sociedade ocasionada pela Revolução Industrial levou a mudanças na sociedade rural, com a destruição sistemática da servidão e da organização rural, centralizada na vila e na aldeia camponesa, e a consequente migração da população rural para os centros urbanos. Ela representou o triunfo da indústria capitalista dirigida pela burguesia, que foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as ferramentas sob seu controle, convertendo grandes massas humanas em simples trabalhadores assalariados, sem quaisquer direitos ou garantias trabalhistas. Cada avanço com relação à consolidação da sociedade capitalista implicava a desintegração de costumes e instituições, até então existentes, e na introdução de novas formas de organizar a vida social. CRISES ECONÔMICAS Como ressalta Albertine, a Revolução Industrial começou sob a bandeira da liberdade, que tinha um significado particular: permitir aos empresários industriais que se desenvolvessem e criassem novas formas de produzir e de enriquecer. Lutava-se contra os regulamentos, os costumes, as tradições e as rotinas, a fim de submeter a organização da sociedade aos desejos e interesses da burguesia. Progressivamente predominava o grupo dos empresários industriais. A Sociologia constituiu uma resposta intelectual às novas situações colocadas pela Revolução Industrial. Boa parte de seus temas de análise e de reflexão foi retirada da realidade vigente, como, por exemplo, a situação da classe trabalhadora, o surgimento da cidade industrial, as transformações tecnológicas, a organização do trabalho na fábrica etc. A formação da sociedade capitalista, que era uma estrutura social muito específica, impulsionou uma reflexão sobre a sociedade, suas transformações, suas crises, seus antagonismos de classe. As sociedades pré-capitalistas, bastante estáveis, apresentavam um ritmo lento de mudanças e não destacavam a sociedade como 'um problema' a ser investigado. Gostaríamos de salientar que, embora seja comum fixar o período da Revolução Industrial (supremacia do modo de produção capitalista na Inglaterra) como o compreendido entre meados do século XVIII até período semelhante do século XIX, as transformações econômicas ocorriam no ocidente europeu desde o século XVI, provocando desde essa época profundas modificações na forma de conhecer a natureza e de pensar a realidade. A partir desse período, os pensadores vão paulatinamente substituindo a visão sobrenatural por explicações racionais para os fatos. O uso da observação e da experimentação na exploração dos fenômenos da natureza possibilitava um grande acúmulo de registros dos fatos. Num espaço de cento e cinquenta anos – de Copérnico a Newton – a ciência passou por um notável progresso, mudando, até mesmo, o entendimento da localização do planeta Terra no cosmo. O estabelecimento de relações entre estes fatos ia possibilitando aos homens, dessa época, um conhecimento da natureza que lhes abria possibilidade de controlá-la e dominá-la. AVANÇOS DO PENSAMENTO FILOSÓFICO E CIENTÍFICO No século XVII, o pensamento filosófico contribuiu para popularizar os avanços do pensamento científico. Para Francis Bacon (1561-1626), por exemplo, a teologia deixaria de ser a forma norteadora do pensamento. A autoridade, que constituía um dos alicerces da teologia, deveria, em sua opinião, ceder lugar a uma dúvida metódica, a fim de possibilitar um conhecimento objetivo da realidade. Para ele, o novo método de conhecimento – baseado na observação e na experimentação – ampliaria infinitamente o poder do homem e deveria ser estendido e aplicado ao estudo da sociedade. Partindo dessas ideias, chegou a propor um programa para acumular os fatos disponíveis e com eles realizar investimentos, a fim de descobrir e formular leis gerais sobre a sociedade. O emprego sistemático da razão, do livre exame da realidade – traço que caracterizava os racionalistas, pensadores desse século, – representou um grande avanço para libertar o conhecimento do controle da religião, da tradição e, demonstrar que elas eram irracionais e injustas, que atentavam contra a natureza dos indivíduos e, nesse sentido, impediam a liberdade do homem. Concebiam o indivíduo como dotado de razão, possuindo uma perfeição inata e destinado à liberdade e à igualdade social, e, se as instituições existentes constituíam um obstáculo à liberdade do indivíduo e à sua plena realização, elas, segundo eles, deveriam ser eliminadas. O conhecimento da realidade e a disposição de transformá-la eram, portanto, uma só coisa. O visível progresso das formas de pensar – fruto das novas maneiras de produzir e viver – contribuía para afastar interpretações baseadas em superstições e crenças infundadas, assim como abria um espaço para a constituição de um saber sobre os fenômenos histórico-sociais. A Sociologia possui uma posição peculiar na formação intelectual do mundo moderno. Os pioneiros e fundadores dessa disciplina se caracterizam pela participação mais ou menos ativa nas grandes correntes de opinião dominantes na época, seja no terreno da reflexão e da propagação de ideias, seja no terreno da ação. Conservadores, reformistas ou revolucionários aspiravam fazer do conhecimento sociológico um instrumento de ação. E o que pretendiam modificar não era a natureza humana em geral, mas a própria sociedade em que viviam. Existe, portanto, fundamento razoável para a interpretação segundo a qual a Sociologia constitui um produto cultural das fermentações intelectuais provocadas pelas revoluções industriais e político-sociais, que abalaram o mundo ocidental moderno. Se o pensamento científico sempre guarda uma correspondência com a vida social, na Sociologia, esta influência é particularmente marcante. Os interesses econômicos e políticos dos grupos e das classes sociais – que, na sociedade capitalista são divergentes – influenciam profundamente o pensamento sociológico. Na França, o operário passa a ter uma carteira de trabalho que o submete ao controle da Polícia; na Inglaterra, o operário que deixa seu patrão é passível de ser preso. As condições de trabalho são duras. A jornada é de pelo menos 12 horas e não há férias nem feriados. O trabalho das mulheres e das crianças é a regra. Praticamente começam a trabalhar desde a idade de seis anos. Somente, em meados do século XIX, surge na França e na Inglaterra uma regulamentação para o trabalho da mulher e das crianças. As consequências da rápida industrialização e urbanização levadas a cabo pelo sistema capitalista foram tão visíveis quanto trágicas: aumento avassalador da prostituição, do suicídio, do alcoolismo, da mortalidade infantil, da criminalidade, da violência, de surtos de epidemia de tifo e cólera que dizimaram parte da população. Sistema solar - Heliocentrismo de Copémico O Sol como central e a Terra girando ao seu redor. Geocentrismo Teoria de Ptolomeu A Terra o centro do universo No entanto, em que pese ser essa a tendência, a intervenção do Estado na questão urbana não é tão simples nem mecânica. Há necessidade de um invólucro da ação estatal, para que ela se apresente à população como “neutra”, acima dos interesses de classes. A forma como ela se apresenta e atua está intimamente ligada à correlação de forças das diversas classes em luta – na medida em que todos os setores da sociedade são atingidos pela ação do Estado como gerente dos serviços públicos estruturadores da vida cotidiana – e à natureza do sistema político dominante. Em uma democracia liberal, o Estado seria mais “sensível” às aspirações populares do que em regimes totalitários, como nas finadas ditaduras militares da América Latina, onde a instrumentalização do Estado pelo capital revelou-se de forma mais clara e ostensiva, bem como a utilização do poder coercitivo repressivo. Portanto, a intervenção do Estado no setor urbano, em vez de superar a crise estrutural que o desenvolvimento capitalista provoca, politiza e globaliza os conflitos urbanos, ao articular diretamente as condições materiais de organização da vida e do conteúdo de classes das políticas do Estado. A intervenção do Estado no tecido urbano das grandes cidades brasileiras ocorre de maneira diferenciada dos meios urbanos dos países centrais. Enquanto nas sociedades capitalistas avançadas a intervenção estatal se faz segundo critérios de não rentabilidade para o capital privado. no Brasil, a decisão é politicamente dependente. Francisco de Oliveira salienta tal aspecto em Seu ensaio: ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA O fenômeno de especulação imobiliária, longe de se constituir em um entrave ao dinamismo do sistema, encaixa-se perfeitamente no plano mais geral do binómio Estado/capital. O ritmo rápido do desenvolvimento urbano está condicionado pelas exigências de reprodução do capital, isto é, do ponto de vista espacial, as necessidades básicas dos trabalhadores — habitação, transportes, equipamentos coletivos, etc — dependem da lógica capitalista de localização e rentabilidade das empresas. Isso porque as variações dos terrenos se explicam, em grande parte, pela proximidade dos equipamentos públicos (ou a expectativa de sua implantação). Como consequência, assiste-se a segregação espacial da classe trabalhadora para a periferia da cidade, em condições de existência precária. Como destaca Sérgio de Souza Lima, em "Processo de urbanização e política urbana" , luz, esgoto, escolas, postos médicos etc). Podemos notar que todos esses movimentos, explosivos ou não, põem em xeque o desempenho dos detentores dos aparatos estatais encarregados da gestão dos serviços públicos e, em efeito, o próprio Estado e sua natureza histórica de classe. O Estado tem que dar uma resposta imediata às reivindicações e revoltas das massas populares, mas o que ocorre, geralmente, é uma protelação do atendimento dessas necessidades e o emprego dos aparatos repressivos como elementos de persuasão à alteração da "ordem pública" e à política vigente. Nesse momento, cai a máscara ideológica do "Estado acima das classes", de "provedor" do conjunto da nação, e esta percepção da realidade não escapa às massas excluídas, na medida em que as contradições urbanas se tornam agudas e o potencial de contestação e insatisfação aumentam. Castells propõe a “via democrática para o socialismo” como proposta política mais consequente a ser encampada pelos movimentos sociais urbanos na formulação de um projeto político e em alinhamento com outras forças políticas que se batem na luta sindical. E em que consiste a “vida democrática para o socialismo?” Tratar-se-ia de chegar ao poder via os instrumentos que o Estado liberal democrático “burguês” considera legítimos, como o sufrágio universal. Seria a luta pela hegemonia ideológica no seio da sociedade, ou “(...) tomar o poder político para transformar o aparelho do Estado” nas palavras de Santiago Carrilo (apud CASTELLS, 1980:23). Em resumo, “A estratégia do socialismo em democracia consiste, precisamente, em apoiar-se nesses elementos progressistas que existem no Estado democrático (mesmo que sua presença seja hoje em dia subordinada à lógica da classe dominante) para combater e modificar uma estrutura geral dos aparelhos do Estado que carrega, implicitamente, uma série de mecanismos tendentes a desviar o exercício do poder a favor da classe capitalista”. (CASTELLS, 1980:29-30) Ao perceber os movimentos sociais urbanos como produtos da crise urbana segundo a lógica de um sistema social ancorado em valores de mercado, dialeticamente potencializa-se a possibilidade e a necessidade de atuação política e cidadã da sociedade organizada. Assim, apenas radicalizando os conceitos de democracia, cidadania e – por que não? – socialismo como utopia libertária, se faz possível conceber um Estado efetivamente justo, democrático e solidário em nível da concepção, formulação e execução de suas políticas públicas.
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