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A Teoria da Firma na Economia Neoclássica e sua Evolução - Prof. Manuel, Resumos de Microeconomia

Este documento analisa a teoria da firma na economia neoclássica, sua incapacidade explicativa vis-à-vis a realidade da firma e a evolução para a nova economia institucional. O estudo aborda a concepção da firma como agente individual, a ausência de conflito de agência e assimetria informacional, e a importância da tecnologia da informação e comunicação na organização interna da firma.

Tipologia: Resumos

2024

Compartilhado em 31/03/2024

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Baixe A Teoria da Firma na Economia Neoclássica e sua Evolução - Prof. Manuel e outras Resumos em PDF para Microeconomia, somente na Docsity! UNIVERSIDADE POLITÉCNICA APOLITÉCNICA INSTITUTO SUPERIOR UNIVERSITÁRIO DE TETE - ISUTE Teoria da Firma Amílcar Dos Santos Andrade Tete, Marҫo 2024 Amílcar Dos Santos Andrade Teoria da Firma Tete, Marҫo 2024 Trabalho de pesquisa apresentado à Universidade Politécnica, Instituto Superior Universitário de Tete como requisito parcial para avaliação na disciplina de Microeconomia, curso Licenciatura em Engenharia Civil. Docente: Msc.º Márcia Xavier 5 1.1. Objectivos 1.1.1. Objectivo geral  Estudar o fundamento das teorias firma. 1.1.1.1. Objectivos específicos  Descrever o fundamento da teoria firma para formulação de teorias contábeis;  Descrever análise formal das fontes dos custos de agência do acionista de acordo com o fundamento firma;  Descrever tapas da organização produtiva capitalista. 1.2. Metodologia do Estudo Este estudo é de cunho qualitativo e foi usada também a pesquisa bibliográfica que conforme Canastra, F; Haanstra F; Vilanculos, M (2015), esta metodologia de pesquisa tem a ver com a análise de documentos que é um processo que envolve selecção, tratamento e interpretação de informação existente em documentos quer seja escrito, áudios ou vídeos com o objectivo de deduzir algum sentido. Este trabalho baseou-se na revisão da literatura sobre o tema: mercantilismo análise de documentos que expressam a realidade do mercantilismo em Moçambique. 6 CAPÍTULO II 1.3. TEORIAS DA FIRMA COMO FUNDAMENTO PARA FORMULAÇÃO DE TEORIAS CONTÁBEIS 1.3.1. Teoria Neoclássica Mesmo tendo se aperfeiçoado, a teoria Neoclássica, segundo Tigre (2005), recebe críticas pelo fato de desconsiderar variáveis técnicas e organizacionais em favor de seus modelos de equilíbrio. Ocorre que, na teoria Neoclássica da Competição Perfeita, havia maior preocupação com o sistema de preços, a despeito da forma como as firmas se organizavam e competiam. De acordo com Demsetz (1988), a teoria Neoclássica surge em meio ao debate que envolvia os mercantilistas e os defensores do livre mercado sobre qual seria o papel do estado na economia. Como destaca Tigre (2005), a concepção liberalista sustentava-se no fenômeno da “mão invisível”, proposta pelo “pai da economia”. Crowley e Sobel (2010) afirmam que, para Adam Smith, com a mão invisível, conseguia-se o alinhamento dos interesses individuais com a prosperidade da sociedade, se somente se, a “mão” operasse livremente. Em outras palavras, a partir do princípio da mão invisível se requer a descentralização, em detrimento do comando e do controle pelos gestores da firma evidencia de crítica a construção teórica da acepção de firma clássica. Para que a descentralização da tomada de decisão venha a gerar melhores resultados, e imprescindível a observância de duas questões basilares. Primeiro, deve haver uma estrutura de incentivos que alinhem o interesse individual aquele da empresa. Em segundo lugar, sabendo-se do consumo das receitas da empresa pelos incentivos de alinhamento, deve-se frisar aos recebedores de incentivos que suas decisões em relação a firma tem um custo, suportado pela empresa (Crowley & Sobel, 2010). Depois de concebido o “perfil utópico” de firma clássica, demostravam-se intrínsecas a empresa algumas características especificas. Entre elas, se não aquela de maior relevância a este debate, a inexistência dos problemas de informação. Ora, considerando-se que todos os agentes relacionados a organização dispõem do mesmo conteúdo informacional, a busca por informação e, em sua totalidade, livre e sem custos adicionais (Lopes & Martins, 2012). Não é à toa a inclusão do adjetivo que faz alusão ao idealismo ou ao fantasioso, visto que, obviamente, tal cenário foge significativamente a realidade. 7 Tigre (2005) lembra que a teoria Neoclássica, desenvolvida a partir do século XX, foi dominada pela concepção de firma tratada como agente individual. Atribuiu-se a firma o princípio de comportamento único (maximização do lucro), desconsiderando-se o princípio de utilidade dos agentes econômicos. Este status de firma equiparava-se ao de um consumidor individual, não sendo ela tratada como uma instituição. Nesse sentido, as variáveis que a firma manipula são determinadas pela estrutura de mercado, que acaba se impondo a ela. Justamente no contexto descrito e que a Contabilidade encontra seu sentido. Essa mesma Contabilidade emerge como fruto de uma revolução do pensamento e uma necessidade iminente do indivíduo ser dotado de racionalidade limitada. 1.3.2. A Teoria Contratual da Firma O modelo de empresa que e descrito pela teoria clássica descreve a firma como possuidora de um proprietário-administrador. Assim, a mesma pessoa detém essas duas funções dentro da empresa, fornecer capital e administrar a organização. E dessa forma que se sedimenta a teoria da firma, sob uma concepção utópica de empresa, porque, sob esse arranjo, dois problemas comuns as organizações modernas inexistem: conflito de agencia e assimetria informacional (Lopes, 2012). Ambos, conflito de agência e a assimetria informacional, são temas centrais da teoria da Agência, capaz de fornecer base teórica à compreensão de processos organizacionais à luz da perspectiva principal-agente. Em linhas gerais, essa relação configura-se quando a tomada de decisão é realizada pelo agente em nome do principal (Subramaniam, 2006). A teoria da Agência, como se observa, rompe o paradigma do modelo de firma da teoria Clássica. Antes, discutir a emergência de conflitos entre administradores (agente) e proprietários (principal) era absurdo, porque estes eram a mesma pessoa. Com o advento da corporação moderna, no entanto, essa vertente da teoria Contratual da Firma defende serem diferentes os interesses, visto que há assimetria informacional (Rocha, Pereira, Bezerra, & Nascimento, 2012). De acordo com Rocha et al. (2012), é sabido que a informação contábil ocupa papel de destaque para a firma contemporânea. A problemática da assimetria informacional pode ser compreendida pelo fato de o agente, possuidor da informação útil à tomada de decisão, subsidiar o principal com informações incompletas. Mas, por que isso ocorre? E por qual motivo isso não era observado na firma clássica? No momento em que acontece segregação do controle da firma, antes inteiramente na mão do 10 Flandres e na Alemanha (HUBERMAN, 2008, p.70). Paolo Labini (1984), com base em Levy, expõe que esse período só chega ao fim com a Primeira Revolução Industrial.  Segunda fase (1ª Rev. Industrial até-1850): capitalismo industrial concorrencial com o advento da Primeira Revolução Industrial e surgimento das fábricas, a realidade passa a ser um sistema concorrencial. (LABINI, 1984). Achyles da Costa (2016), com base em Rosenberg e Birdzell Jr. (1986), afirma que embora não seja possível responsabilizar diretamente a Revolução Industrial, ela gerou as condições para que a firma industrial se estabelecesse e se difundisse. Costa (2016) traça o perfil dessa firma como de pequeno porte e que atua de maneira a atender o mercado local, fazendo uso de intermediários para as suas vendas, já que não dispunha de uma estrutura própria para meios de distribuição de seus produtos. Quanto a organização interna, no período anterior à 1850 as empresas eram negócios familiares e estavam também em um contexto de mercado regional e atomizado, por isso, não havia a necessidade do papel do administrador. Algumas funções que hoje são atribuídas ao administrador, eram realizadas por tesoureiros, proprietário da firma e superintendente geral. (LODI, 1971)  Terceira fase: capitalismo industrial concentrado (nova concentração decorrente da evolução da estrutura industrial) Nos Estados Unidos, os anos após a Guerra de Secessão (1870 e 1880), foram marcados pela revolução nos meios de transporte e na comunicação -com o uso do telégrafo e do cabo submarino. Segundo Costa (2016), essas novidades no âmbito do transporte e comunicação foram responsáveis, não apenas nesses segmentos, mas em todos os outros da cadeia produtiva, pelo surgimento da empresa burocratizada. Labini (1980) afirma que a nova estrutura ferroviária e os barcos à vapor foram responsáveis por um desenvolvimento que permite conectar mercados distantes. Lodi (1971) também atribui às ferrovias a maior urbanização e por consequência o surgimento de novas demandas diferentes em mercados que antes nem existiam.  Quarta fase: Nova revolução das comunicações com a microeletrônica e a tecnologia da informação Já em fins do século XX a firma passa por um novo processo de mudança, em razão de mudanças no seu ambiente. Com a intensificação da tecnologia da informação e comunicação 11 tem início uma revolução tecnológica que atingiu todo o processo produtivo e posteriormente a vida diária. Essas novas tecnologias se aperfeiçoam rapidamente e a cada inovação radical há a possibilidade de uma onda de outras inovações as partir dessa impactando ainda mais na organização interna da firma e na sua relação produtiva com as novas tecnologias. (TIGRE 2005). Segundo La Rovere (2007), desde 1990 a importância da tecnologia da informação e comunicação vem aumentando cada vez mais no processo produtivo, se estabelecendo como elemento essencial para a produção em países desenvolvidos, já que as empresas estão enfrentando com produtos que cada vez tem mais tecnologia envolvida. 1.5. COMPORTAMENTO DOS ADMINISTRADORES, CUSTOS DE AGÊNCIA EESTRUTURA DE PROPRIEDADE 1.5.1. Uma simples análise formal das fontes dos custos de agência do acionista externo e de quem arca com elas Para desenvolver uma estrutura para a análise a seguir, partimos de dois conjuntos de pressupostos. O primeiro conjunto (pressupostos permanentes) inclui aqueles que nos acompanharão praticamente ao longo toda a análise, os efeitos da relativização de alguns desses pressupostos são discutidos. O segundo conjunto (pressupostos temporários) é constituído exclusivamente para fins argumentativos e são relativizados assim que os pontos básicos tiverem sido esclarecidos (Ronald Coase (1937). 1.5.1.1. Pressupostos permanentes (P.1) Todos os impostos são zero. (P.2). Não há crédito mercantil disponível. (P.3). Nenhuma ação de acionistas externos dá direito a voto. (P.4). Nenhum resgate financeiro complexo, como títulos conversíveis em ações, ações preferenciais ou títulos conversíveis, pode ser emitido. (P.5). Nenhum proprietário externo recebe utilidade proveniente da propriedade de uma firma de qualquer maneira além de por meio de seu efeito sobre a sua riqueza ou fluxos de caixa. (P.6) Todos os aspectos dinâmicos da natureza multi-período do problema são ignorados pela premissa de que há apenas uma decisão de produção-financiamento a ser tomada pelo empresário. 12 (P.7). Os salários monetários do empresário-administrador são mantidos constantes ao longo da análise. (P.8). Há um único administrador (o principal coordenador) com interesse proprietário na empresa. 1.5.1.2. Pressupostos temporários (T.1) O tamanho da firma é fixo. (T.2). Nenhuma actividade de monitoramento ou de concessão de garantias contratuais é possível. (T.3). Nenhum financiamento do capital de terceiros por meio de obrigações, ações preferenciais ou empréstimos pessoais (garantidos ou não) é possível. (T.4) Todos os elementos do problema de decisão do proprietário-administrador envolvendo considerações de portfólio induzidas pela presença da incerteza e pela existência de risco diversificável são ignorados. 1.5.1.3.Definição 𝑋 = {𝑥1, 𝑥2, … , 𝑥𝑛} = vetor das quantidades de todos os fatores e atividades da firma das quais o administrador obtém benefícios não pecuniários;16 xi são definidos de forma que a utilidade marginal do administrador seja positiva para cada um deles; C(X) = custo total em unidades monetárias para prover qualquer determinada quantidade desses itens; P(X) = valor total em unidades monetárias para a firma dos benefícios produtivos de X; B(X) = P(X) – C(X) = benefício líquido de X para a empresa, em unidades monetárias, de ignorar quaisquer efeitos de X sobre o salário de equilíbrio do administrador. Ignorando os efeitos de X sobre a utilidade do administrador e, consequentemente, o seu salário de equilíbrio, os níveis ótimos dos fatores e atividades X são definidos por X*, de forma que: 𝜕𝐵(𝑋∗) 𝑎𝑋∗ − 𝜕𝑃(𝑋∗) 𝑎𝑋∗ − 𝜕𝐶(𝑋∗) 𝑎𝑋∗ = 0 15 1.7. Referências bibliográficas Aguilar, H. A., Filho, & Silva, E. B., Filho. (2010). A crítica novo-institucionalista ao pensamento da Cepal:a dimensão institucional e o papel da ideologia no desenvolvimento econômico. Economia e Sociedade, 19(2), pp. 211-232. doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0104- 06182010000200001. Bueno, N. P. (2004). Possiveis contribuicoes da nova economia institucional a pesquisa em história economica brasileira: uma releitura das tres obras classicas sobre o periodo colonial. Estudos Econômicos, 34(4), pp. 777-804. Caballero, G. (2004). Instituiciones e historia economica: enfoques y teorias institucionales. Revisa de Economia Institucional, 6(10), pp. 135-157. Cardoso, R. L. (2005). 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