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Um Resumo de Lusíadas de todos os capítulos, Esquemas de Português (Gramática - Literatura)

Um Resumo de Lusíadas de todos os capítulos

Tipologia: Esquemas

2022

Compartilhado em 10/10/2023

sofia-liu
sofia-liu 🇵🇹

4 documentos

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Baixe Um Resumo de Lusíadas de todos os capítulos e outras Esquemas em PDF para Português (Gramática - Literatura), somente na Docsity! OS LUSÍADAS 1. Estrutura externa e estrura interna. Estrutura externa • Os Lusíadas estão divididos em dez cantos • Cada canto tem um número variável de estrofes, que, no total, somam 1102. • O poema está escrito em versos decasssilábicos. (com predomínio do decassílabo haróico: acentuação na 6ª e 10ª sílabas). • As estrofes são todas oitavas. • O esquema é o seguinte: "abababcc" (rimas cruzadas, nos seis primeiros versos, e emparelhada, nos dois últimos). Estrutura interna Camões respeitou com bastante fidelidade a estrutura da epopeia. Proposição - O poeta começa por declarar aquilo que se propõe fazer, indicando de forma sucinta o assunto da sua narrativa; propõe-se, afinal, tornar conhecidos os navegadores que tornam possível o império português no oriente, os reis que promoveram a expansão da fé e do império, bem como todos aqueles que se tornam dignos de admiração pelos seus feitos. Invocação - O poeta dirige-se às Tágides (ninfas do Tejo), para lhes pedir o estilo e eloquência necessários à execução da sua obra; um assunto tão grandioso exigia um estilo elevado, uma eloquência superior; daí a necessidade de solicitar o auxílio das entidades protectoras dos artistas. Dedicatória - É a parte em que o poeta oferece a sua obra ao rei D. Sebastião. A dedicatória não fazia parte da estrutura das epopeias primitivas; trata-se de uma inovação posterior, que reflete o estatuto sdo artista, intelectualmente superior, mas social e economicamente dependente de um mecenas, um protector. Narração - Constitui o núcleo fundamental da epopeia. Aqui, o poeta procura concretizar aquilo que se propôs fazer na "proposição". 2. Planos estruturais da narrativa Os planos temáticos da obra são: Plano da Viagem - onde se trata da viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia de Vasco da Gama e dos seus marinheiros; Plano da História de Portugal - são relatados episódios da história dos portugueses; Plano das considerações do Poeta - Camões refere-se a si mesmo enquanto poetaadmirador do povo e dos heróis portugueses; Plano da Mitologia - são descritas as influências e as intervenções dos deuses da mitologia greco-romana na acção dos heróis. 3. Resumo dos vários episódios da obra. A Proposição (canto I) A finalidade da proposição, na epopeia, é a enunciação do assunto que o poeta se propõe tratar. N' Os Lusíadas, Camões pretende cantar os feitos gloriosos do povo português (" o peito ilustre lusitano "). Estrutura a sua proposição em duas partes: nas duas estâncias iniciais, enuncia os heróis que vai cantar; na segunda parte, constituída pela terceira estrofe, estabelece um confronto entre os portugueses e os grandes heróis da Antiguidade, afirmando a superioridade dos primeiros sobre os segundos. O herói desta epopeia é colectivo e o próprio título é inequívoco: Os Lusíadas" são os portugueses - todos, não apenas os passados, mas até os presentes e futuros, na medida em que assumam as virtudes que caracterizam, no entendimento do poeta, o povo português. O poeta pretende cantar e tornar imortais: • Os homens ilustres que fundaram o império português do Oriente • Os reis, de D. João I a D. Manuel que expandiram a fé cristã e o império português • Todos os portugueses dignos de admiração pelos seus feitos. Consílio dos Deuses (canto I) No Canto I, destaca-se o Episódio do Consílio dos Deuses no Olimpo. Os deuses reúnem-se em "consílio glorioso" para decidir sobre o destino dos Portugueses no Oriente. Não estava em causa a chegada dos Portugueses ao Oriente, pois essa já tinha sido determinada pelo destino, tratava-se, sim, de decidir se os deuses ajudariam ou não os portugueses a chegar rapidamente e de um modo seguro à Índia. Júpiter, o pai dos deuses, serve-se de Mercúrio, o deus mensageiro, para convocar todos os deuses que vão chegando de todas as partes do planeta. Os deuses sentem-se segundo a hierarquia que dá mais importância aos deuses mais antigos. Júpiter inicia o seu discurso, começando por lembrar a todos os deuses que os portugueses eram um povo guerreiro e corajoso que já tinha conquistado o pais aos mouros e vencido por diversas vezes os temidos castelhanos. Refere, ainda, as antigas vitórias de Viriato, chefe lusitano, frente aos romanos e termina o seu discurso, chamando a atenção dos deuses para os presentes feitos dos portugueses que corajosamente, lutando contra tantas adversidades, empreendiam importantes Em seguida, é feita uma localização espacio-temporal da acção e assistimos ao alvoroço que antecede a partida. As naus estão prontas e os marinheiros reúnem- se, em oração, na ermida de Nossa Senhora de Belém. As estâncias seguintes dão-nos conta do sofrimento dos que partem e dos que ficam. Vasco da Gama, emocionado ("apenas nos meus olhos ponho o freio"), dá- nos a conhecer a dúvida e o receio que ele próprio sentiu no momento da partida. O narrador refere ainda a multidão que veio assistir à partida e que vive antecipadamente a saudade e a tristeza ("saudosos na vista e descontentes"). A dor dos que ficam ganha dramatismo nos "suspiros" dos homens e no "choro" das mulheres, mães, esposas e irmãs, assaltadas pelo desespero e pelo medo de não voltarem a ver aqueles que amam. Assistimos ao discurso de uma mãe, figura colectiva, símbolo da velhice que se abandona. As suas palavras são de incompreensão e perplexidade perante o abandono a que é votada pelo filho aventureiro que embarca para a morte. Em seguida, fala uma esposa, também uma figura colectiva, cujo discurso deixa transparecer a dor sentida devido à separação. Trata-se de um belo discurso de amor conjugal, cheio de ternura e responsabilidade ("Porque is aventurar em mar iroso / Essa vida que é minha e não é vossa?"). A dor dos que partem é ampliada pela visão de dor dos que ficam, o que faz apressar a partida para evitar desistências. Por fim embarcam e Vasco da Gama ordene que não se façam despedidas habituais, pois acredita que, desta forma, diminui o sofrimento dos que partem e dos que ficam. Existe uma alternância de planos ao longo de todo o episódio: 1. Plano de conjunto: 1.1- a gente da cidade; 1.2- as gentes. 2. Plano de pormenor: 2.1- as mulheres: 2.1.1- mães; 2.1.2- esposas; 2.1.3-irmãs; 2.2- os homens. 3. Grande plano: 3.1- a mãe; 3.2- a esposa. 4. Plano de conjunto: 4.1- os velhos; 4.2-os meninos; 4.3- os montes. Adamastor (canto V) Cinco dias após a paragem na Baía de Santa Helena, a armada chega ao Cabo das Tormentas e é surpreendida pelo aparecimento de uma figura mitológica criada por Camões, o Adamastor. Várias manifestações indiciam o aparecimento do gigante: • Subitamente, nos ares surge uma nuvem, "temerosa" e "carregada" que o céu escurece; • O mar brame ao longe "como se desse em vão nalgum rochedo". Estes indícios de perigo iminente, que tolhem de medo os marinheiros ("arrepiam as carnes e o cabelo"), levam Vasco da Gama a invocar o nome de Deus. O herói surge, assim, humanizado diante do perigo e do desconhecido. O gigante Adamastor é descomunal ("figura robusta e válida", "disforme e grandíssima estatura", "tão grande era de membros", "Colosso") e assustadora ("rosto carregado", "barba esquálida", "olhos encovados", "postura medonha e má", "cor terrena e pálida", os cabelos "crespos" e "cheios de terra", "boca negra", "dentes amarelos"). As primeiras palavras de Adamastor acabam por ser um elogio aos Portugueses: • Pela ousadia que os coloca acima de outros povos; • Pela sua persistência; • Pela proeza de terem cruzado mares desconhecidos ("Nunca arados de estranho ou próprio lenho"). Em seguida, o gigante profetiza: • A tempestade que há-de fustigar a armada de Pedro Álvares Cabral; • O naufrágio de Bartolomeu Dias; • Muitos outros naufrágios; • Naufrágio e morte de D. Francisco de Almeida; • Naufrágio de Sepúlveda. Note-se que todas estas profecias são post-eventum, uma vez que as desgraças a que Adamastor se refere já tinham acontecido quando Camões escreveu Os Lusíadas. A pedido de Vasco da Gama, o gigante revela a sua identidade e inicia o relato da sua história. Esta interpelação não é inocente, pois Adamastor representa o desconhecido, o mistério e o medo que lhe está associado. Com a revelação da sua identidade tudo isto desaparece. Passa-se do desconhecido ao conhecido. Quando inicia a sua história, o gigante humaniza-se o que é perceptível desde logo na "voz pesada e amara", longe do tom "horrendo e grosso" com que amedrontara os marinheiros. Note-se ainda como se apequena, dominado pelo sofrimento: "Da mágoa e da desonra ali passada", "de meu pranto e de meu mal", "chorando andava meus desgostos", mais dobradas mágoas", "cum medonho choro". No seu discurso, Adamastor revela a sua identidade e inicia o relato da sua história. Apaixonara-se pela bela ninfa Thétis que o rejeitara, porque era feio ("grandeza feia do seu gesto"). Decidiu, então, "tomá-la por armas" e contou o seu propósito a Dóris, mãe de Thétis. Esta vai servir de intermediária entre o gigante e a ninfa. A resposta de Thétis é ambígua, mas ele acredita na sua boa fé. Quando, uma noite, julgava abraçar e beijar a ninfa, achou-se agarrado a um monte e viu-se ele próprio transformado noutro monte ("junto dum penedo, outro penedo"). Também os deuses o traíram, transformando-o num cabo sempre rodeado pela amada (o mar) sem nunca lhe poder tocar. Geograficamente, o Adamastor é o Cabo das Tormentas ("Eu sou aquele oculto e grande Cabo / A quem chamais vós outros Tormentório"); na mitologia, é o temível gigante vencido pelo amor a Tétis; simbolicamente, representa os obstáculos, as dificuldades a vencer, os perigos do mar, as forças do mal, o desconhecido. A vitória de Vasco da Gama representa a passagem do desconhecido ao conhecido, a superação do medo, a derrota das forças do mal. A Tempestade (canto VI) A narrativa prossegue com o relato da viagem pela voz do narrador de Os Lusíadas, como se pode verificar pelo uso da terceira pessoa. Rebentada a tempestade, uma personagem ganha protagonismo, o Mestre. Determinado, orienta a tripulação gritando e repetindo as suas ordens, acima do barulho da tempestade. O poeta descreve a força dos elementos: • A força dos ventos; • O movimento assustador das ondas; • O relampejar na noite negra. Os efeitos da tempestade são visíveis: • Nos estragos feitos nas embarcações: destruição das velas e dos mastros e inundação das naus; • No comportamento dos seres vivos: o canto triste dos pica-peixes e o refúgio dos golfinhos no fundo do mar; • Na destruição da natureza: montes destruídos, árvores arrancadas, areias revolvidas. Vasco da Gama é, de novo, o herói humano, "confuso de temor", receoso pela sua vida, que pede ajuda a Deus. A sua súplica assenta em três pontos: • O reconhecimento da omnipotência divina e das suas intervenções; • O objectivo de dilatação da fé que anima a viagem;
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