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Análise da Relação Entre Cinema e Ensino de História na Plataforma Curta na Escola, Notas de estudo de História

Mídias Audiovisuais na EducaçãoPlanejamento de AulasEnsino de HistóriaTecnologias na educação

Uma pesquisa sobre a relação entre cinema e ensino de história na plataforma curta na escola, com foco no curta-metragem xadrez das cores. A análise é baseada em cinco planos de aulas disponíveis na plataforma e no estado da arte. Além disso, é discutida a importância do uso de filmes no ensino de história e a influência das produções cinematográficas sobre a relação dos alunos com o ensino.

O que você vai aprender

  • Como as plataformas de streaming podem ser utilizadas no ensino de história?
  • Qual é o papel das plataformas de streaming na relação entre cinema e ensino?
  • Como as plataformas educativas podem ser utilizadas no ensino de história?
  • Qual é a importância do uso de filmes no ensino de história?
  • Como o cinema influencia a relação dos alunos com o ensino de história?

Tipologia: Notas de estudo

2022

Compartilhado em 07/11/2022

Brasilia80
Brasilia80 🇧🇷

4.5

(73)

145 documentos

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Baixe Análise da Relação Entre Cinema e Ensino de História na Plataforma Curta na Escola e outras Notas de estudo em PDF para História, somente na Docsity! UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ COORDENAÇÃO DE TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO ESPECIALIZAÇÃO EM TECNOLOGIA, COMUNICAÇÃO E TÉCNICAS DE ENSINO ALINE ANTOCHIW AMARAL AS PLATAFORMAS DE STREAMING DE VÍDEOS E O USO DE FILMES NO ENSINO DE HISTÓRIA: UMA ANÁLISE DA PLATAFORMA “CURTA NA ESCOLA” MONOGRAFIA DE CONCLUSÃO DE CURSO CURITIBA 2020 ALINE ANTOCHIW AMARAL AS PLATAFORMAS DE STREAMING DE VÍDEOS E O USO DE FILMES NO ENSINO DE HISTÓRIA: UMA ANÁLISE DA PLATAFORMA “CURTA NA ESCOLA” Trabalho de Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Especialista em Tecnologia, Comunicação e Técnicas de Ensino, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Orientador: Prof. Dr. Walmor Cardoso Godoi CURITIBA 2020 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a minha família, em especial a minha mãe que sempre me apoiou mesmo nos momentos mais difíceis, assim como meu companheiro Jonas, com quem partilho a vida, minhas reflexões e ideias. Agradeço ao meu orientador Professor Doutor Walmor Cardoso Godoi que acompanhou com maestria a trajetória desta pesquisa. Agradeço ao professor coordenador Marcelo de Sousa Motta que esteve presente em todo o processo deste curso, orientando e sanando dúvidas, sempre com muita atenção e dedicação. Também gostaria de manifestar gratidão à professora Maria Lúcia de Siqueira, tutora do polo Jardim Miragaia que forneceu grande suporte e incentivo para que eu seguisse na conclusão deste curso e na trajetória da pesquisa. RESUMO AMARAL, Aline Antochiw. As plataformas de Streaming de Vídeos e o uso de filmes no ensino de História: Uma Análise da Plataforma “Curta na Escola”. 2020. 50 fls. Monografia (Especialização em Tecnologias Comunicação e Técnicas de Ensino. - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Ponta Grossa, 2020. Esta pesquisa tem como objetivo realizar uma análise sobre o uso de filmes nas aulas de história, abordando também os suportes necessários para a exibição de vídeos e as mudanças pelas quais esses suportes passaram com o desenvolvimento das tecnologias. Neste contexto, se inserem as plataformas de streaming de vídeos, que trouxeram aspectos positivos para a prática docente, se constituindo como importantes instrumentos para acessar acervos sem precisar tê-los de forma física. A pesquisa tem como base metodológica o estado da arte e a análise qualitativa de cinco planos de aulas disponibilizados na plataforma “Curta na Escola”, vinculados ao filme Xadrez das Cores. A plataforma “Curta na Escola” apresenta um grande acervo livre de filmes em formato de curta metragem, como também disponibiliza um acervo de relatos e planos de aulas elaborados por professores de todo o Brasil para utilizar com os curtas oferecidos. Escolheu-se trabalhar com o filme “Xadrez das Cores”, curta metragem de 2004, dirigido por Marco Schiavon, um dos filmes mais acessados dentro da plataforma. O curta metragem aborda o racismo estrutural e o abandono de idosos a partir da história de uma empregada doméstica e de sua patroa. Verificou-se que as práticas pedagógicas de trabalho com o curta metragem são diversas entre si e contribuem para o processo de ensino aprendizagem através de reflexões sobre o racismo a partir do filme. Ressaltamos, ainda que, as plataformas de streaming além de disponibilizar filmes, também colaboram com a socialização de saberes a partir de seus espaços de interação. Palavras-chave: Plataforma de streaming de vídeos. Portal Curta na Escola. Ensino de História. Filmes. Cinema. ABSTRACT AMARAL, Aline Antochiw. The Streaming stand vídeo by movies for History teaching: A stand’s review of “Short movie at School”. 2020. 49 sheets. Monography (Specialization in Technology Communication and Skill's teaching) Federal Technological University from Paraná. Curitiba, 2020. This research had their purpose make a reflexion about appliance movies in the History class, along basic support to video display and changes by which the outlook support into technologies developments. In this context, inserts it the streaming stand video, that brought positive aspects to teaching practice, constituting themselves as important tools as access collection without need have it in the physical form. The research just limited itself to analysing the Shot movie at School’s stand, that to present a great free movies collection in short movie format, this stand also makes available a reports and lesson plans collection formulate by teachers for all Brazil to use with the movie shorts offered. For this reason, the choice was to work with the “Colours Chess” movie, short movie of 2004, directed by Marco Schiavon, one of more access inside at stand, the short movie talk about structural racism and abandonment of elderly through of history of a maid and her boss. Over the survey of lesson plans about the referred short movie it was possible developed an assay pedagogical practices from teachers that utilized the movie, diversified experiences and interesting that collaborate extensively for anti-racist experiences. By the way, the streaming stand beyond to make available movies, also help with the knowledges socialization by their interaction’s space. Key-words: Streaming stand. Video. Curta na Escola Channel. History Teaching. Movies. Cinema. que possibilitou que muitas escolas tivessem acesso a equipamentos de exibição audiovisual. Ainda assim persiste o problema do acervo de filmes. Acervo este que se atualiza a cada dia e que, portanto, requer novas aquisições constantes. O que não deixa de ser um desafio para os gestores públicos empenhados em possibilitar que estudantes através da escola tenham acesso a bens culturais como filmes. Além de uma questão econômica na aquisição de patrimônio, também se gera a necessidade de local e pessoa responsável pela conservação, organização e disponibilização dos filmes, algo geralmente pouco disponível em redes públicas de educação. Nesse contexto as plataformas de streaming de vídeos parecem ser uma alternativa interessante para que escolas tenham acesso a um acervo fílmico considerável sem o ônus da manutenção do acervo. 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 OBJETIVO GERAL Este trabalho de conclusão de curso teve como objetivo analisar as plataformas de streaming de vídeo de perfil educativo, onde o professor pode buscar filmes, mediante uso de filtros temáticos e disciplinares, bem como interagir com outros colegas sobre suas experiências docentes, ampliando assim repertórios pedagógicos. 1.1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Consiste como objetivos específicos desse trabalho: 1. Analisar a importância das plataformas de streaming no contexto educacional, seus usos e apropriações pelos docentes, bem como os desafios que essa ferramenta pedagógica faz emergir. 2. Mapear as formas como a plataforma Curta na Escola vem sendo utilizado por professores de história em seus projetos e construções de propostas didáticas para o processo de ensino aprendizagem. 3. Analisar a construção histórica da relação entre cinema e escola, bem como entre o cinema e o ensino de história, afim de, entender o lugar histórico do uso das plataformas de streaming na construção dessa relação 4. Analisar a especificidade da linguagem de curta metragem como ferramenta potente para o processo de ensino- aprendizagem de história e como em tal contexto pode-se debater uma temática de fundamental importância como o racismo, a partir do uso do curta-metragem Xadrez das Cores. 5. Analisar os planos de aula produzido por docentes e disponibilizados por docentes na plataforma Curta na Escola sobre o trabalho pedagógico com o curta metragem Xadrez das cores. 1.2 JUSTIFICATIVA Ao iniciar os estudos sobre as TIC – Tecnologias da Informação e da Comunicação e sua relação com a escola começa-se a pensar como as plataformas de vídeo sob demanda, conhecidas como streaming, tão presentes no atual cenário, se fazem presentes nesse debate. O que se percebeu, no entanto, foi uma lacuna de pesquisas sobre o uso dessas plataformas em ambientes educacionais, de tal modo, que apesar do desafio, viu-se neste aspecto que esta temática possuía grande relevância para se pesquisar. Em um momento que se discute fartamente a digitalização dos processos de ensino aprendizagem, é fundamental apontar aspectos positivos e negativos do uso de plataformas de streaming na escola. Tal temática se leva a refletir sobre as possibilidades de acesso a internet nas escolas, especialmente na rede municipal de São Paulo onde trabalha a pesquisadora. E como a substituição dos meios fisicos (DVD’s) por meios virtuais de compartilhamento de produções filmicas podem se tornar um fator de democratização do acesso, ou de restrição do acesso, caso o estudante não tenha como acessar a plataforma em sua casa. Há ainda que se pensar o impacto pedagógico do uso dessas plataformas, uma vez que o controle do conteúdo é externo a escola e pode sofrer alterações, como a retirada de determinado filme sem avisos prévios a escola. Percebe-se que há uma série de debates a serem realizados sobre a presença de plataformas de streaming na escola. Tendo consciência que não se teria condições de realizar uma pesquisa tão abrangente, optou-se por analisar uma plataforma especifica de uso livre e com material voltado ao uso escolar. 2. REVISÃO TEÓRICA O referencial teórico se estrutura por meio de um olhar sob os três eixos em que essa pesquisa organiza-se. História da relação entre cinema e educação, o uso de filmes no ensino de história e o uso de plataformas de streaming na educação. Pode-se apontar um amplo raio de pesquisadores que se debruçaram sobre a história da relação cinema e educação, no Brasil especialmente a partir dos anos 1930. Vamos nos ater a esses estudos um pouco mais adiante quando abordarmos a relação entre cinema e ensino de história. É consenso que a virada dos anos 2000 traz uma série de transformações sociais e nas relações pedagógicas. As palavras Tecnologias da Informação e Comunicação ou TIC’s passam a frequentar abundantemente os debates sobre práticas de ensino. Quando Rosália Duarte publica em 2002 o livro Cinema e Educação ela coloca em debate se o cinema seria uma TIC, ou se deveria ser tratado dentro de outra forma. A partir dos pressupostos do sociólogo Pierre Bourdieu (BOURDIEU, 1979) Duarte irá afirmar que o cinema é uma TIC, além disso, o cinema seria parte do capital cultural da humanidade, ao qual todas as crianças devem ter direito de acessar e a escola, segundo ela, seria o espaço privilegiado para esse acesso. A aposta de Duarte associa o cinema as práticas da Tecnologia da Informação e Comunicação, como ferramenta de acesso ao capital cultural cinematográfico. O que não deixa de se relacionar a perspectiva desta pesquisa de trabalhar com as plataformas de streaming dentro da escola. As pesquisas professora Marilia Franco do departamento de Cinema, Rádio e TV da Universidade de São Paulo, apesar de não ser historiadora de formação, pesquisou diversos períodos históricos sobre a relação entre cinema e escola. Seu Doutorado de 1988 com a tese Escola Audiovisual, tema bastante pioneiro para a época, demonstra a sua vinculação com a pesquisa sobre a relação entre cinema e escola. No início dos anos 1990 Franco produziu uma série de artigos sobre Cinema e Educação. No artigo Cinema Educativo é Chato (FRANCO, 1991) a autora se debruça sobre a história do INCE – Instituto Nacional de Cinema Educativo em um texto seminal que juntamente com Cinema Educativo: Um Abordagem histórica (Morettin, 1995) de Eduardo Morettin são de fundamental importância para compreender as heranças das práticas pedagógicas e o próprio lugar do cinema na escola. O trabalho do professor Morettin (1995) é uma referência tanto na historicização da relação cinema e educação, quanto para pensarmos os usos de filmes enquanto recurso pedagógico. Nessa linha de entendimento Marcos Napolitano (2009) irá sintetizar os princípios analíticos para a análise de filmes no ensino de história: Todo filme, ficção ou documentário, é resultado de um conjunto de seleções, escolhas, recortes, perspectivas, que envolve um leque de profissionais e de interesses comerciais, ideológicos e estéticos. Isso implica afirmar que todo filme documental não é a representação direta da realidade, e que todo filme ficcional não está desligado da sociedade que o produziu. O trabalho escolar com o cinema deve ter em vista esta natureza da representação e da encenação cinematográficas. (NAPOLITANO, 2009, p. 12). Para Napolinato (2009) o cinema deve ser entendido como documento histórico e produto cultural, portanto, necessita de uma análise interna: linguagem, estética, estrutura narrativa, composição visual, bem como uma análise externa: contexto de produção, censuras, recepção, circularidade e criticas. Ainda conforme Napolitano (2009) tais procedimentos seriam um caminho para que os estudantes e o professor pudessem refletir sobre o processo histórico em diálogo com o filme. Para esta análise é fundamental tal debate para que o filme não seja utilizado de forma pedagogicamente inadequada, tão pouco que se possa imaginar que a mediação docente seja dispensável. Por isso entender as plataformas sob demanda de vídeo se torna de fundamental importância, uma vez que a cada dia penetram com mais força no ambiente escolar, bem como nas vidas de estudantes e professores. Para Alves (2018) 2 as plataformas de vídeo sob demanda tem mudado a relação entre o público e os filmes, uma vez que o público agora passa a controlar, não só quando assistir, mas o ritmo da exibição, com pausas, retroceder e avançar. No universo pedagógico essas possibilidades são de grande valia para que o docente possa selecionar trechos a serem trabalhados, bem como possa ofertar a exibição de um fragmento de filme por mais de uma vez. Essas opções que já estavam disponíveis com menor agilidade em outros meios como o DVD, se somam a outra característica do Streaming. Castells (2009) define o streaming como uma ferramenta que transmite conteúdo em tempo real através da Internet com apoio de diversos programas. De modo que não há a necessidade nem da mídia física, tão pouco do armazenamento in loco do conteúdo, ou seja, o download do filme, economizando assim tempo e espaço no disco rígido do computador. Para os pesquisadores João Carlos Massarolo e Dario Mesquita essas possibilidades tecnológicas configuram-se como elementos da construção de uma narrativa transmídia. (MASSAROLO & MESQUITA, 2013) O conceito de narrativa transmidia aponta para o desenvolvimento de uma narrativa em diversas plataformas o que no ambiente escolar pode relacionar-se a uma compreensão que o estudante aprende a partir de diferentes fontes, sendo a mediação docente fundamental para o processo de construção do saber. Para os autores Massarolo e Mesquita (2013) enquanto o “letramento digital” característico da primeira geração da internet se caracteriza pela busca da capacitação e disponibilização de recursos para acesso à rede. No 2 Alves, Ana Daniela Cortez Duarte O comportamento de consumo dos Millennials nas plataformas de vídeo streaming e a prática do binge watching disponível: http://hdl.handle.net/10400.26/27873 Percebe-se aqui um traço importante da relação entre cinema e um projeto de educação vinculado aos interesses autoritários do governo Vargas. De tal modo que muitos dos pensadores escolanovistas 3 não se constrangeram em participar de órgãos de censura do governo, como Roquete Pinto, que se tornaria o primeiro presidente do INCE em 1936, que viria a marcar a relação entre cinema e educação por décadas. Segundo Morettin (1995) Na prática, o INCE, durante a gestão de Roquette Pinto, prezou pela produção de filmes com alto valor instrutivo, documental, científico, com pouca ou nenhuma margem para a relação afetiva entre público e filme. Sobre o filme Os Bandeirantes de 1940 do diretor Humberto Mauro, produzido pelo INCE, Morettin (1995), afirma que há problemas na produção do cinema educativo. Afinal, por um lado não fere a “moral e os bons costumes” e preza pela “fidelidade científica”, mas por outro não consegue agradar ao público. No entanto, é ai que reside um dos principais motivos do fracasso deste projeto, o filme não consegue edificar uma imagem grandiosa da ação bandeirante. Entre outras coisas, é arrastado, lento e sem dinamismo, feito de acordo com as expectativas do que seria um bom cinema do ponto de vista destes intelectuais, mas não do aluno. (MORETIN,1995, p. 19) Apesar de o filme seguir as linhas do que seria um “bom filme” para esses intelectuais, a referida obra não consegue cumprir sua missão: construir “uma imagem grandiosa da ação bandeirante” para os alunos, ou seja, aquilo que foi contado aos alunos de que os bandeirantes eram desbravadores, aventureiros, corajosos e pioneiros não era representado com as devidas imagens em movimento, possibilitadas pelo cinema. Para MORETTIN (1995). Abordou-se um viés historiográfico e documental do período, o que confere um ritmo “arrastado, lento e sem dinamismo” à representação fílmica. 3 O movimento da Escola Nova no Brasil teve diferentes representantes em nosso país, em síntese convergiam que era necessário construir uma educação pública, gratuita e laica para todos o que representava um enorme avanço para época, contudo no artigo Cinema Educativo uma abordagem histórica, 1995. Eduardo Morettin demonstra como pensadores vinculados ao movimento escolanovista participaram durante o Governo Vargas da construção de aparatos de censura e repressão. Ainda, segundo MORETTIN(1995), como legado desse processo se forjou a busca por produções de filmes históricos com característica de reconstituição dos fatos, de caráter informativo, exemplar e gloriosa da nação que dispensava a problematização de documentos e fontes, dando centralidade a narrativa e ao roteiro. Além disso, na escola se construiu uma concepção muito forte do cinema como ilustração de conteúdos e fatos, que poderiam ser aprendidos pelos alunos apenas a partir da exibição de um filme. Tal visão vem sendo combatida a pelo menos três décadas. 2.2 FILMES E ENSINO DE HISTÓRIA Para os historiadores o cinema tornou-se objeto de análise de fato com décadas de atraso em relação aos colegas pedagogos. Os filmes entram no campo da pesquisa histórica com maior profundidade a partir dos trabalhos do Historiador francês Marc Ferro na década de 1970. 4 A produção intelectual de Ferro (2010) e outros pesquisadores, no entanto, chegam em maior volume no Brasil apenas no final dos anos 1980, causando uma avalanche de pesquisas que relacionavam cinema e história. Esses estudos trouxeram contribuições importantes na pesquisa historiográfica 5 e, consequentemente, nas pesquisas e práticas pedagógicas que cruzam o ensino de história com o cinema. 6 Partir da imagem, das imagens. Não procurar somente nelas exemplificações, confirmação ou desmentido de um outro saber, aquele da tradição escrita. Considerar as imagens tais como são, com a possibilidade de apelar para outros 4 Houveram pesquisas anteriores aos trabalhos de Marc Ferro, bem como trabalhos importantes de seu contemporâneo o sociólogo Pierre Sorlin, contudo é inegável seu papel no desenvolvimento de todo um campo de pesquisa envolvendo história e cinema. 5 Como se pode perceber nos trabalhos de Paulo Emílio Salles Gomes Humberto Mauro, Cataguases, Cinearte (1974) e Maria Rita Galvão Crônica do cinema paulistano (1975) e Jean Claude Bernardet Cinema Brasileiro: propostas para uma história (1979), José Mário Ortiz Ramos, Cinema. Estado e Lutas Culturais (50/60/70) (1983). 6 Como percebe-se pelas diversas publicações que se relacionam com a temática: Marcos Antonio da Silva (org.), Repensando a História, (1984) Conceição Cabrini et al, O ensino de História: revisão urgente (1986), Maria Aparecida Mamede Neves, Ensinando e aprendendo História (1985), Selva Guimarães Fonseca, Ensino de História: diversificação de abordagens (1989) saberes para melhor compreendê-las. Assim o método que lembraria o de Febvre, o de Francastel, de Goldmann, desses historiadores da Nova História, da qual se definiu a vocação. Eles reconduziram a seu legítimo lugar as fontes de origem popular, escritas de início, depois não escritas: folclore, artes e tradições populares etc. Resta estudar o filme, associá-lo ao mundo que o produz. A hipótese? Que o filme, imagem ou não da realidade, documento ou ficção, intriga autêntica ou pura invenção, é História; o postulado? Que aquilo que não se realizou, as crenças, as intenções, o imaginário do homem, é tanto a História quanto a História (FERRO, 2010, p. 32). Se para Ferro (2010), é essencial partir das imagens, a produção do chamado cinema educativo, muitas vezes, parecia justamente a busca pela confirmação ou desmentido de um outro saber, aquele da tradição escrita. O trabalho de Ferro aponta para uma outra direção: “Considerar as imagens tais como são, com a possibilidade de apelar para outros saberes para melhor compreendê-las”. Para Ferro (2010), portanto, o objetivo do historiador não está na análise do filme em si, mas na sociedade que esse permite ver, ou revelar. O filme é tanto um produto da sociedade que o produz, quanto da sociedade que o recepciona, ou seja, o espectador não é passivo. O historiador não tem como função “desvendar a mensagem do filme”, mas pensar o que o filme revela da sociedade que o produziu e da sociedade que o assiste. Ferro (2010), de fato, preocupa-se com o que o filme deixa transparecer da sociedade em que está inserido. Como objeto cultural o filme tem uma história da sua própria produção e inserção naquela sociedade. Essa diferenciação (entre documentos primários e secundários) levou o pioneiro e um dos maiores teóricos da relação cinema-história, o historiador Marc Ferro, a formular a definição das duas vias de leitura do cinema acessíveis ao historiador: a leitura histórica do filme e a leitura cinematográfica da história. A primeira corresponde à leitura do filme à luz do período em que foi produzido, ou seja, o filme lido através da história, e a segunda à leitura do filme enquanto discurso sobre o passado, isto é, a história lida através do cinema e, em particular, dos “filmes históricos”. (NOVA, 1996, p.2) A perspectiva traz para o professor em sala de aula uma série de possibilidades de investigação junto aos alunos, o cinema já não podia mais ser concebido apenas como meio de “transmissão de conhecimento”, mas fonte e objeto para investigação, problematização e pesquisa histórica. grande potencial na educação, tendo em vista que estão disponíveis vídeos de diferentes autores, com diferentes assuntos além de permitir ao usuário postar os seus vídeos. Os vídeos podem ser usados antes, durante ou depois da aula, como inspiração, auxiliar na explicação, ou para postagem de atividades em vídeos criados pelos alunos.” (BERNINI, 2017 p. 112) Na perspectiva de BERNINI (2017) as plataformas são de grande valia para os docentes criarem sequências didáticas, pois possibilitam que os estudantes e os professores tenham contato prévio com os conteúdos, bem como possam ter acesso a diferentes perspectivas sobre os fatos e ainda possam disponibilizar as suas próprias produções na rede criando ambientes interativos de mediação e aprendizagem. Nesse contexto é inegável que as plataformas de streaming têm grande potencial para o trabalho docente. A esses pontos pode-se somar a questão das possibilidades de interação que essas plataformas possibilitam a educadores e alunos, mesmo que cada plataforma tenha características próprias. Uma característica comum às plataformas de vídeo sob demanda se encontra na apresentação de filmes correlatos ao filme selecionado como opção de acesso, algo importante para o desenvolvimento do conhecimento histórico por possibilitar por vezes que o estudante e o professor tenham acesso a visões diferentes sobre determinado evento ou fato histórico, ou ainda possam aprofundar mais determinados pontos. Diante das diversas plataformas de vídeo sob demanda disponíveis irá se analisar a plataforma “Porta Curtas” e especialmente a sessão destinada a educadores “Curta na Escola”. 7 7 Há alguns trabalhos importantes de análise da plataforma em seu papel como plataforma exibidora de cinema, Renó (2006) e Rocha (2007), sendo a plataforma sempre citada em trabalhos que discorrem sobre as novas configurações do mercado de exibição audiovisual, Arruda (2014), bem como, enquanto referência de professores em artigos que versam sobre o uso de filmes em sala de aula, Assis Jr. (2012), Larruscain (2011) Favero; Tosato & Nunes (2013). Da plataforma Porta Curtas que se referiu acima, nasceria em formato muito semelhante à sessão “Curta na Escola” em 2006 sob a qual esta pesquisa tratará de forma mais abrangente. A opção por esta plataforma está ligada tanto a seu diferencial enquanto plataforma educativa pensada e produzida para uso escolar, bem como pela opção dos seus produtores em disponibilizar filmes de curta metragem que ao mesmo tempo que tem uma menor veiculação comercial e portanto são de difícil acesso para os alunos, por outro lado apresentam um formato quase ideal para o trabalho escolar por se adequar facilmente ao tempo das aulas e possibilitar até mesmo que os estudantes tenham acesso a mais de um filme por aula. Com relação a plataformas educativas, como a “Curta na Escola”, esta oferece a vantagem de ter um espaço destinado ao compartilhamento de materiais, planos de aulas para serem usados com os filmes, fornecidos por professores vinculados a plataforma e relatos de experiências pedagógicas com os filmes. Esses espaços de interação que a plataforma disponibiliza, ainda que restritos aos docentes configuram-se como importantes formas de acesso e aproximação das práticas docentes com filmes na escola e com o próprio uso da plataforma no ambiente escolar que serão também objeto desta análise. Tomando esses pressupostos como ponto de partida fundamental para uma prática docente que aponte para o uso do cinema como elemento capaz de ser muito mais que mera ilustração de conteúdos e ainda supere os estigmas do “mal cinema” e do “bom cinema”. Entende-se ser importante delimitar como objeto de pesquisa se não uma categoria de filmes ao modo como Ferreira (2018) faz, um grupo de filmes, “curtas metragens” categorizados como pertinentes a disciplina de história na plataforma de streaming Curta na Escola. 2.4 A PLATAFORMA DE STREAMING DE VÍDEOS “CURTA NA ESCOLA” A plataforma Curta na Escola, é uma plataforma de vídeo sob demanda, que disponibiliza amplo portfólio de curtas metragens nacionais a educadores de todo país. Além disso, a plataforma constitui um espaço de intercambio e interação entre os professores das diversas regiões e redes de ensino. Pode-se observar a imagem inicial da plataforma e sua disposição, através da imagem pode-se perceber que é uma plataforma focada para o uso de docentes. De modo que sua estética simples e intuitiva facilita o acesso ao conteúdo por parte dos educadores. Figura 1 – Portal Curta na Escola Fonte: http://www.curtanaescola.org.br/. Acesso em 24/08/2020. A plataforma Curta na Escola fornece para o professor acesso livre a um amplo acervo de curtas-metragens do cinema nacional, sendo um total de 626 curtas-metragens, dos quais a curadoria da plataforma selecionou 101 como diretamente relacionados à disciplina de história. Além disso, a plataforma Curta na Escola disponibiliza 934 relatos de experiências docentes com o uso dos filmes e 1380 planos de aulas elaborados por professores para o desenvolvimento de uma sequência didática Para chegar a tal análise, no entanto, faz-se necessário se deter sobre a própria história da relação entre cinema e obras audiovisuais em geral e a educação percebendo as tensões, os conflitos, as disputas e os projetos de escola e de país que emergem por entre essa relação de aproximação e distanciamento. Para tanto é parte da metodologia da pesquisa o estudo bibliográfico dos autores já citados na revisão teórica desse trabalho que versam sobre a relação entre cinema e escola e sobre cinema e ensino de história, passo importante para fundamentar a análise e entender a historicidade do processo que traz as plataformas de vídeo sob demanda para dentro da escola, dentro do processo mais amplo que é a relação cinema e escola, como já destacado. Além disso, os estudos citados na revisão teórica apoiam a fundamentação da análise sobre o filme escolhido. De modo que se possa observar como o filme foi tomado pelos docentes, como ilustração de um tema, como artefato cultural que tem contradições internas e externas que podem ser exploradas pelo docente, como ferramenta pedagógica pelo que o tema aborda, ainda que não como ilustração ou como documento histórico. Como seria inviável uma pesquisa abrangente sobre todo o material disponível na plataforma a pesquisa irá se deter a analisar o curta metragem Xadres das cores, de Marcos Schiavon, 2004 que relata a experiência de uma mulher negra empregada doméstica que começa a trabalhar na casa de uma idosa racista. A escolha por esse filme está relacionada à importância que a temática abordada tem para o ensino de história e para nossa sociedade marcada pelo racismo estrutural (ALMEIDA, 2019). Nesse sentido, contribuiu ainda para a escolha o fato de o filme ser um dos que possui maior número de acessos na plataforma para a disciplina de história e ainda ter gerado grande número de relatos e planos de aula. Na plataforma Curta na Escola encontram-se 5 planos de aulas e 148 relatos de docentes sobre as práticas pedagógicas com alunos do ensino fundamental e médio de diversas redes de ensino. A análise se concentrará com maior profundidade nos planos de aula. Desse modo, para além de um mapeamento dos usos do cinema em sala de aula, a pesquisa visa valorizar o ser docente que além de todos os seus afazeres dedica-se a pesquisa acadêmica e torna sua prática objeto de reflexão e pesquisa para a construção de novas práticas que contribuam com o processo formativo dos seus alunos. 4 O FILME O XADREZ DAS CORES E O ESTUDO DO RACISMO Figura 2: Print do Portal Curta na Escola – Xadrez das Cores Fonte:http://www.curtanaescola.org.br/busca/?termo=xadrez%20das%20cores&tipo= T. Acesso em 24/08/2020. O filme Xadrez das cores é um curta-metragem de 2004, ganhador de diversos prêmios. 8 Abordando de forma direta o racismo e ao mesmo tempo colocando em debate o abandono de idosos. No curta a empregada doméstica, Cida, propõe a Estela um jogo de xadrez, uma estratégia que o roteirista usa para colocar em debate o racismo e a própria situação de abandono da idosa. Maria é racista e não tem vergonha alguma de expor suas práticas perante a empregada, o jogo se desenrola em torno do enfrentamento metafórico entre as personagens. 8 Apenas em 2005, Xadrez das Cores recebeu prêmios de Melhor Filme Júri Popular, no Festival de Cinema de Goiás; Melhor Curta Júri Popular, no Festival de Cinema Brasileiro de Miami; Melhor Curta Metragem Nacional Júri Popular e Prêmio Especial, no Festival de Cinema e Vídeo de Curitiba; Melhor Curta Metragem Nacional Júri Popular no Festival de Goiania; Melhor Atriz na Jornada de Cinema da Bahia e Melhor Curta Metragem Nacional Júri Popular, na Mostra Cine Rota 22. O conceito de racismo estrutural não aparece diretamente, mas fica claro que o objetivo do processo de ensino é provocar os estudantes a perceberem as estruturas racistas de nossa sociedade de modo a assim poderem construir práticas antirracistas em seu cotidiano. A professora Beatriz Rizek aposta no trabalho com documentos históricos para agregar ao debate que o filme provoca. É interessante que essa prática tão associada as formados egressos do curso de história, seja proposta por alguém que vem da área da comunicação. De todo modo à possibilidade apontada é muito interessante e dialoga com Napolitano (2009) sobre o uso do cinema em sala de aula. Entendido como documento histórico o filme pode ser trabalhado em contraste ou somado a outros documentos históricos que gerem reflexões para os estudantes. A proposta da professora aborda o filme pelo viés que talvez seja menos trabalhado em geral nas escolas que é o debate sobre os idosos e o seu lugar em nossa sociedade. Dependendo do grau de alfabetização, letramento e interpretação de seus alunos, divida-os em grupos e, após a leitura detalhada de cada documento, cada grupo deverá reproduzi-lo de forma sucinta e apresentá-lo em forma de painel para os demais, incluindo comentários pessoais e eventuais adendos que os alunos julguem necessários e complementares. (Apêndice B.) Sem deixar de tratar do racismo a proposta da professora ao trazer para análise o estatuto do idoso não deixa de ampliar o horizonte do debate e da percepção dos estudantes sobre o mundo que os cercam. A lógica de trabalho em pequenos grupos ajuda a contemplar a diversidade da sala de aula e ainda possibilita que os grupos possam refletir e desenvolver de forma autônoma e criativa a sua pesquisa através da leitura dos documentos. A proposta do professor José Manuel Moran “Xeque mate no racismo” apresenta uma estratégia de trabalho com as TIC’s de forma bastante interessante. Inicialmente o professor propõe a realização de um júri sobre o filme, estratégia muito interessante e que costuma agradar, engajar e envolver muito os estudantes. A novidade proposta é a realização da filmagem deste júri em um modelo de telejornal com repórter e entrevista aos advogados de defesa e acusação, bem como com a ré e a vítima. Esse procedimento visa que os estudantes possam perceber a construção de narrativas e visões distintas sobre os fatos. Bem como possam perceber a parcialidade de um programa televisivo que dá voz a apenas uma das partes envolvidas na questão. Além disso, a prática da filmagem pode possibilitar que os estudantes possam refletir de forma mais aprofundada sobre o processo de ensino aprendizagem, avaliando seu processo e retomando conceitos que registrarem dúvidas ou maiores dificuldades. E ainda mais, tal material pode ser ainda disponibilizado para outros grupos de alunos ampliando assim o debate gerado na sala de aula, de modo que a atividade passa a se inserir na comunidade escolar como um todo. O plano de Ulisses Ferreira de Araújo aposta no trabalho interdisciplinar, entendendo o filme como o disparador de um processo pedagógico amplo. Nesse sentido, o professor constrói uma sequência didática que busca primeiro sensibilizar os estudantes sobre a temática, para que depois eles possam ampliar o seu conhecimento para enfim produzir uma ação de impacto na escola de forma integrada a diversas disciplinas. O plano de Araújo se inicia com uma série de questões sobre a narrativa do próprio filme e sobre a relação entre os personagens, esse tipo de estratégia está ligada a concepção do cinema enquanto linguagem e perpassa uma concepção da possibilidade de uma análise do filme como se faz a análise de um texto escrito, segundo o pressuposto de Milton José de Almeida, 1993. O filme, como um texto falado/ escrito, é visto/lido. Como num texto/ fala que à primeira letra/ som sucedem-se outros, formando palavras que se sucedem em frases, parágrafos, período até lermos/ouvirmos a última letra/som e termos o texto/ fala completo, o primeiro quadro, os seguintes, as cenas, as sequências, o filme completo. O significado de um texto/filme é o todo, amálgama desse conjunto de pequenas partes, em que cada uma não é suficiente para explicá-lo, porém todas são necessárias e cada uma só tem significação plena em relação a todas as outras. (ALMEIDA, 1993, p.134) Deste modo, o objeto cinema, entendido como “objeto cultural”, sobretudo em sala de aula, carece de um trabalho transdisciplinar, segundo o autor. A perspectiva poderia ser tanto temática, quanto transversal, para além da análise do discurso e das representações, os filmes inseriam-se como referenciais culturais dos estudantes. Além de saber “ler” os filmes, como indica ALMEIDA (1993), o aluno precisaria adquirir a “competência de ver”, isto é, uma certa disposição, valorizada socialmente, para analisar, compreender e apreciar qualquer história cinematográfica (Bourdieu, 1979 apud Duarte 2009, p.13). O ultimo plano que se encontra na plataforma de Eliane Candida Pereira é muito sucinto, resumindo-se a um parágrafo em que a autora manifesta-se contra as práticas racistas. Possivelmente incompleto, também demonstra uma característica das plataformas que possibilitam o compartilhamento de informações fragmentadas, a falta de curadoria sobre os textos compartilhados, ou por vezes a dificuldade dos usuários de interpretar corretamente as ferramentas, pois o relato da professora Pereira deveria estar possivelmente na seção de relatos. Em síntese é possível perceber nos materiais analisados o uso real e sistemático da plataforma “Curta na Escola” em experiências possíveis na prática pedagógica docente, todos os planos de aula elencados possuem em comum o objetivo de potencializar a partir do filme curta metragem “Xadrez das Cores” o debate sobre o racismo na atualidade mostrando como o cinema é um instrumento mobilizador para o ensino. Espera-se ter trazido elementos novos para o debate e proporcionado que a análise sobre as TIC’s na educação avance para esse elemento pouco estudado até então que é o uso das plataformas de streaming na educação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, S. Racismo Estrutural. São Paulo. Pólem, 2019 ALMEIDA, Milton José de; Cinema e Televisão: Histórias em imagens e som na moderna sociedade oral. Lições com o Cinema, Coletânea - Fundação para o Desenvolvimento da Educação - FDE, Sao Paulo - SP, v. 1, 1993. ALMEIDA, Joaquim Canuto Mendes de. Cinema contra cinema: bases gerais para um esboço de organização do cinema educativo no Brasil. São Paulo: São Paulo Ed., 1931. ARRUDA, Talita do Amaral Curta-metragem brasileiro: especificidades, circuito exibidor e circuito distribuidor / Talita do Amaral Arruda. 2014.141p. ASSIS Jr, Pedro Campelo de; [et al] (2012). Produção de curta-metragem: uma ferramenta para o ensino da química. 10º Simpósio Brasileiro de Educação Química (SIMPEQUI). Disponível em: http://www.abq.org.br/simpequi/2012/trabalhos/211-9162.html. Acesso em 04 de abril de 2020 BERNARDET, Jean-Claude. Historiografia clássica do cinema brasileiro: metodologia e pedagogia. [S.l: s.n.], 1995. 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FERREIRA, Norma Sandra de Almeida. As Pesquisas denominadas “Estado da Arte”. Educação & Sociedade, São Paulo, ano 23, n. 79, ago. 2002. FERREIRA, Rodrigo de Almeida. Luz, Camera e história!: Práticas de Ensino com cinema, 1 ed. Belo Horizonte: Autentica editora, 2018 - (Coleção Práticas Docentes). FERRO, M. Cinema e História / Marc Ferro; Tradução Flávia Nascimento – São Paulo: Paz e Terra, 2010. FLORÊNCIO, Cleverson & PEREIRA, M. Cilene CURTA-METRAGEM BRASILERO E EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS: REFLEXÃO SOBRE QUESTÕES DE GÊNERO E DE EXCLUSÃO SOCIAL, Revista Literatura em Debate, v. 14, n. 26, p. 159-178, 2020. LARRUSCAIN, Ida Ourica dos Santos O cinema como ferramenta de auxilio no processo de ensino aprendizagem, Trabalho de conclusão de curso de especialização Universidade Federal de Santa Maria, Centro de Tecnologia, Curso de Especialização em Mídias na Educação, EaD, RS, 2011. MORETTIN, Eduardo. 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Sugiro que o professor lance a idéia de que cada dupla deve buscar a história de um negro (a) que fez história e apresente para a classe. Nos sites http://www.acordacultura.org.br/ ou http://www.criola.org.br/ há material disponível com vários exemplos, mas os alunos podem encontrar outros. O registro das descobertas podem ocorrer através de diferentes formatos: os alunos podem fazer seminários, contação de histórias, caracterizarem-se de acordo com o personagem. O professor deve incentivar a criatividade, mas deve orientar cada apresentação para fazer sugestões para o bom desempenho de todos os alunos. Uma forma de continuar a atividade seria a produção de jogos sobre o tema, como por exemplo, elaborar perguntas e respostas e também um tabuleiro, vence quem conseguir responder o maior número de respostas corretas. Caso seja possível seria interessante filmar a performance dos alunos e constituir um acervo de discussão que pode ser ampliado para outras classes. Depois desta trajetória, sugiro que vejam novamente o filme e comentem que novas relações fizeram após os debates e seminários realizados. Em uma outra aula o professor pode trazer a música Racismo é Burrice (Gabriel Pensador). É interessante entregar a letra aos alunos para que eles possam identificar mais facilmente os trechos. Sugiro que o professor coloque em discussão o conteúdo da música e também a questão da lavagem cerebral. É este o caminho? A Música pode ser encontrada no site http://gabriel-pensador.letras.terra.com.br/letras/72839/ Comentários Avaliação: A avaliação deve ocorrer durante todo o processo. Com um levantamento inicial sobre o que os alunos pensam sobre o assunto e o avanço que demonstrarem. Quanto a apresentação o professor deve compartilhar com os alunos os itens que serão avaliados, tais como, conteúdo apresentado, clareza e síntese, criatividade e o trabalho em grupo. Para quem quiser um pouco mais.... Pode-se propor estudar as influências africanas na cultura brasileira. Em nossas raízes culturais temos a forte presença do negro, devido a posição desigual que a raça negra se encontrava, a escola nunca valorizou e se aprofundou no estudo dessas influências. A proposta é um resgate da cultura africana e seu impacto na cultura brasileira. http://www.unidadenadiversidade.org.br/ Este site é fruto da junção de várias entidades que lutam pelos diretos humanos e contém um material bem interessante para se discutir a diversidade na sala de aula, com sugestões de atividades, músicas, vídeos e jogos. http://portal.mec.gov.br/secad/ Este link faz parte do portal do MEC- Ministério da Educação e Cultura, constituindo a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad), que trata de temas como alfabetização e educação de jovens e adultos, educação do campo, educação ambiental, educação escolar indígena, e diversidade étnico-racial. Pedagogo Autor do Plano de Aula Cecília Oliveira Prado Formação: Mestrado em Educação: História, Política, Sociedade. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil. Especialização em Tecnologias Interativas Aplicadas a Educação. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC/SP, Brasil.Graduação em Pedagogia. UMESP, Brasil. Atividades Profissionais: Professora no curso de Pedagogia. Disciplinas: Metodologia e Pratica da Língua Portuguesa, Metodologia e Prática da Alfabetização, Linguagem e Literatura Infantil e Práticas, Estágio Supervisionado: Ensino Fundamental. Gestora Escolar em escola da rede pública municipal Publicações: PRADO, Cecilia de Oliveira . A escola publica e o recebimento de recurso. São Paulo: Psicopedagogia Online, 2005. Nível: Ensino Superior Instituição: UNIMES | | SP A2. PLANO DE AULA 2: DISCUSSÃO DE DOCUMENTOS QUE DESCREVEM E ASSEGURAM DIREITOS E DEVERES DOS CIDADÃOS Plano de Aula do Filme O Xadrez das Cores | Ficção | De Marco Schiavon | 2004 | 22 min | RJ FONTE:http://www.curtanaescola.org.br/planodeaula/Default.aspx?movie=2932&lessonplans=4 71. Acesso em 24/08/2020. Objetivos Promover o conhecimento e a discussão de documentos nacionais e internacionais que descrevem e asseguram direitos e deveres dos cidadãos. Situação Didática Trabalho interdisciplinar: Português, História, Pluralidade Cultural e Cidadania- A questão do racismo, apresentada no filme, traz desdobramentos interessantes para discussões em sala de aula: para iniciar os debates, os alunos poderão pesquisar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, um dos documentos básicos da Nações Unidas, assinado em 1948 .Na seqüência - e aproveitando a personagem de 80 anos de idade apresentada no filme - podem ter o mesmo procedimento em relação ao Estatuto do Idoso (aprovado em 2003) , que regula os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Por fim, outra opção é conhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA - instituído em 1990. Na internet, os documentos citados estão disponíveis nos respectivos sites: o Declaração Universal dos Direitos Humanos- http://www.mj.gov.br/sedh/ct/legis_intern/ddh_bib_inter_universal.htm o Estatuto do Idoso - http://www.amperj.org.br/store/legislacao/codigos/idoso_l10741.pdf o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA - http://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L8069.htm Dependendo do grau de alfabetização, letramento e interpretação de seus alunos, divida-os em grupos e, após a leitura detalhada de cada documento, cada grupo deverá reproduzi-lo de forma sucinta e apresentá-lo em forma de painel para os demais, incluindo comentários pessoais e eventuais adendos que os alunos julguem necessários e complementares. O debate dar-se-á sobre as questões atualmente discutidas a nível nacional, como por exemplo a questão da maioridade penal. Sem dúvida, é um tema bastante controverso e, ao mesmo tempo, delicado, que deverá ser conduzido com muito bom senso, para não gerar tumultos em sala de aula. Contudo, esse exercício oral será muito bom para que os alunos vivenciem, ainda que de forma restrita ao ambiente escolar, as etapas de elaboração de um documento oficial percebendo e vivenciando as possibilidades de pensamentos convergentes e divergentes implícitas em tal ação e o quanto isso adia a elaboração de um documento final e consensual. Por meio deste exercício, são estudados aspectos de Português, como expressão e comunicação verbal e escrita e análise da linguagem apropriada para documentos oficiais. Ao estudar cada um deles também analisam- se a evolução e a intervenção histórica de aspectos que envolvem Pluralidade Cultural e Cidadania nos vários artigos, considerando-se a inclusão ou não de questões contemporâneas como racismo, cotas em universidades, assédio verbal, discriminação por etnia, segregação de gênero, raça, cor da pele, posição político-partidária e prática religiosa. Os temas são interligados e, sem dúvida, bastante polêmicos, porém, precisam ser discutidos. Comentários Avaliação: A sala poderá ser dividida em 3 grandes grupos, sendo que cada um será responsável por pesquisar um dos documentos citados, emitindo pareceres. Ao professor caberá analisá-los e conduzir as intervenções dos demais alunos enfatizando que, a cada argumento apresentado, deve corresponder uma ou mais evidências que o justifiquem. Pedagogo Autor do Plano de Aula Beatriz Rizek Formação: Mestre em Ciências da Comunicação, pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo - ECA/USP Graduada em Pedagogia, com habilitações em Administração e Supervisão Escolar e Orientação Educacional. Pós-graduada em Psicopedagogia (lato senso) Especialização em Psicomotricidade no Institut Supérieur de Rééducation Psychomotrice de Paris/França Atividades Profissionais: Coordenadora Pedagógica da Escola do Futuro da USP - www.futuro.usp.br . Coordenadora Pedagógica da PMKT - perfect marketing. Consultora ad hoc da Estudo, Estratégia e Informação, em Educação a Distância via internet.Coordenadora Pedagógica de curso a distância de 60 horas, parceria Escola do Futuro da USP, LARC / POL I -USP e NEV / USP - Núcleo de Estudos da Violência.Coordenadora pedagógica do projeto de digitalização dos programas da TV ESCOLA / MEC - Grupo de TV Digital Interativa da Escola do Futuro da USP. Coordenadora pedagógica de programa piloto de inclusão digital para Associação Brasileira de Distrofia Muscular - ABDIM / SP - www.abdim.org.brCoordenadora pedagógica do portal Miniweb Educação - www.miniweb.com.brConsultora pedagógica da Fundação Alavanca - ConectBus - Pontos Móveis de Internet Consultora do portal Klickeducação para ambientes virtuais de aprendizagem - 2000 - 2002Coordenadora Pedagógica e Articulista do Jornal Diário do Grande ABC - Santo André Publicações: 2005 - Autoria do livro de apoio didático Ensinar com arte. Aprender com criatividade para divulgação exclusiva da Faber-Castell. 2004- Trabalhos cientificos, entre eles:Componentes de avaliação continuada no ambiente de uma comunidade virtual Disponível em http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/108-TC-D1.htm (capturado em 09/11/04) Nível: Ensino Superior Instituição: USP / Rizek Assessoria Cultural | São Paulo | SP A3. PLANO DE AULA 3: XEQUE MATE NA DISCRIMINAÇÃO RACIAL! Plano de Aula do Filme O Xadrez das Cores | Ficção | De Marco Schiavon | 2004 | 22 min | RJ FONTE:http://www.curtanaescola.org.br/planodeaula/Default.aspx?movie=2932&lessonplans=4 83. Acesso em 24/08/2020. Objetivos Discutir a questão racial, bem como as relações que existem entre as classes sociais. Possibilitar conhecimentos e vivências que cooperam para que se apure sua percepção de injustiças e manifestações de preconceito e discriminação que recaiam sobre si mesmo, ou que venha a testemunhar - e para que desenvolva atitudes de repúdio a essas práticas. Situação Didática Pedir que os alunos relatem situações em que já tenham vivenciado algum tipo de preconceito em relação a si mesmo ou a outras pessoas Focar sobre a situação do negro e as condições em que foram inseridos no Brasil Propor que os alunos durante quinze dias, façam registro de aparições de negros na televisão em qualquer programa ou propaganda, sendo que o registro deve conter o nome do programa/propaganda, horário e uma descrição da situação do negro apresentada Em grupos de 6 crianças pedir que tabulem a freqüência das aparições e que o grupo redija uma síntese do que concluiu Apresentação dos grupos Propor que o grupo assista o Curta- Xadrez das cores Conversar sobre as impressões do curta Pedir que as crianças façam um júri-simulado sobre a situação de preconceito vivenciada pela protagonista. Organização do júri-simulado: 5 pessoas para defender a patroa 5 pessoas para defender a empregada
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