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Utilização de Esgoto Doméstico em Agroecossistemas: Avaliação de Um Solo para Cultivos, Manuais, Projetos, Pesquisas de Agronomia

Um estudo sobre a viabilidade de utilizar esgoto doméstico em agroecossistemas, especificamente em um solo cambissolo áprico eutrófico localizado em florianópolis. O autor analisa a composição química do solo e dos esgotos, e calcula a disponibilidade de nutrientes para diferentes culturas, sugerindo uma área de 365 m² coberta de bananeiras e culturas gramíneas. O documento também discute os riscos associados à utilização de esgotos domésticos sem tratamento.

Tipologia: Manuais, Projetos, Pesquisas

Antes de 2010

Compartilhado em 24/04/2009

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marcelo-venturi-2 🇧🇷

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Baixe Utilização de Esgoto Doméstico em Agroecossistemas: Avaliação de Um Solo para Cultivos e outras Manuais, Projetos, Pesquisas em PDF para Agronomia, somente na Docsity! Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Agrárias Programa de Pós-Graduação em Agroecossistemas Disciplina Processos Físicos e Geoquímicos do Solo Mestrando Marcelo Venturi – Outubro de 2007. Proposta de uso de determinado solo: Aplicação de esgoto doméstico no solo O objetivo deste trabalho é propor uma viabilidade de utilização de esgoto domiciliar para plantas, reduzindo a geração de resíduos poluentes. Considero aqui uma casa familiar com consumo médio de água de 100 litros/pessoa/dia, com 6 pessoas, e uma análise de solos onde poderíamos desenvolver esta atividade. Então verificarei qual área necessária e quais espécies poderiam ser interessantes para cultivar usando basicamente os efluentes líquidos da residência. O solo é um cambissolo áprico eutrófico, em área de 1 ha, localizado em Florianópolis, com os seguintes resultados em análise: Textura 34 % (classe 3) pH 5,5 Índice SMP 6,3 Fósforo 3,3 ppm (m.baixo) Potássio 82 ppm Matéria Orgânica 3 % (médio) Alumínio 0,0 cmolc/l Cálcio 3,8 /l (médio) Magnésio 1,8 cmolc/l (alto) Sódio 8 ppm H + Al 3,09 cmolc/l Soma de bases S 5,85 cmolc/l (alta) CTC 8,94 cmolc/l (média) Saturação de Bases V 65,44 % (média) O potássio, de acordo com a CTC é considerado com alto teor no solo. Em uma situação real, seria feita análise dos efluentes ao ponto de se obter uma amostragem média dos mesmos. Aqui, como trata-se de uma simulação para estudo, utilizarei dados médios coletados nas bibliografias, como descrito a seguir. Nutrientes das amostras de esgotos (Nutrientes em mg/l = ppm e Condutividade elétrica (C.E.) em dS/m. DBO e DQO em mg/l) amostra N P K Ca Mg S Na Cu Fe Mn Zn pH C.E. DBO DQO Augusto 2003 161,7 6,2 23,2 19,1 4,8 6,3 48,1 0,01 2,6 0,1 0,1 7 0,7 - - Loures 2005 47,59 9,35 14,36 55,72 Marques tratado 2-5 0,2- 0,6 5-15 15-75 Marques não trat. 20-30 6-10 100-2 50 200-7 00 Rodrigu es 31,46 4,91 25,16 7,9 1,4 106,8 Fia 2005 Lodo 4746 514 6600 5023 464 3600 41 102 Útil 40 9 25 19 4,8 6,3 55 0,01 2,6 0,1 0,1 7,0 amostra N P K Ca Mg S Na Cu Fe Mn Zn pH C.E. DBO DQO O valor útil é o que servirá para os cálculos deste trabalho. Corrêa e outros (2000) identificaram um acúmulo de nutrientes em Latossolo Vermelho, coberto com gramíneas e algumas árvores melastomatáceas e compostas, após dois anos de destinação de efluentes domésticos em deposição neste solo, ocorrendo um incremento positivo ou negativo dos nutrientes nos 5 cm superficiais: Matéria orgânica: 6,5%, P 24,3 mg/kg, Ca 258,6 mg/kg, Mg 8 mg/kg, K teve perda de 17,2 na camada superficial (restando 201,1 mg/kg), mas teve incremento de 31 mg/kg em 10 a 20 cm de profundidade, Zn ambém teve perda superficial de 28 mg/kg (restando apenas 0,8 mg/kg) e mais profunda de 15,2 mg/kg (restando apenas 0,4 mg/kg), Cu teve incremento de 0,5 mg/kg, e Fe teve perda de 39,2 mg/kg (restando 6,3 mg/kg). O que podemos perceber que os nutrientes solúveis tendem a ser lavados do solo, sob aplicação constante de líquidos, mesmo que estes contenham valores mais altos que o solo original. Vale lembrar que os esgotos domésticos sem tratamentos não seriam recomendados para produção de alimentos humanos, pois além do risco de doenças e patógenos, também pode existir o risco de contaminação com excesso de metais pesados. Então as plantas utilizadas neste sistemas podem ter finalidades como ornamentais, adubação de outras áreas (com restrições dependendo de análises) ou fibras e outros usos que não alimento ou medicamento. A escolha das culturas a serem utilizadas, se o foco for o melhor aproveitamento dos nutrientes disponíveis no esgoto doméstico, devem ser as que tem maior necessidade de nutrientes disponíveis, afim de podermos reduzir a área de plantio. Para este fim, realizei um levantamento de algumas espécies interessantes (ANEXO 1). A forma de disposição do esgoto seria por irrigação na superfície do solo, através de mangueiras ou de escoamento superficial, visto que o solo é argiloso, terá pouca infiltração e pouca perda de sais solúveis. Com exceção das plantas arbóreas ou arbustivas, as demais poderão ser extraídas por completo ou cortadas de forma rente ao final de seus ciclos, se for necessário, a fim de aumentar a taxa de exportação de nutrientes. Em relação à acidez, o pH do solo é 5,5, e do esgoto é 7,0, portanto este poderá influenciar na acidez do solo, aumentando a mesma. Cálculo da disponibilidade de nutrientes 6 pessoas X 100 litros/dia X 365 dias/ano = 219.000 litros/ano = 219 m3/ano de nutrientes a serem dispostos de forma regular sobre o solo. Portanto, em cada ano teremos: N = 40 mg/l X 219.000 l = 8.760.000 mg N = 8.760 g N = 8,76 Kg N P = 9 mg/l X 219.000 l = 1.971.000 mg P = 1.971 g P = 1,97 Kg P superficiais, é interessante associar outras plantas pelos meios das bananeiras afim de aproveitar nutrientes mais profundos (e solúveis). Neste caso a sugestão é: Verão, setembro a maio: Bananeiras nanica + milho + soja Inverno, maio a setembro: Bananeiras nanica + Alcachofra ANEXO 1 Plantas com grandes necessidades de nutrientes por ano (em Kg/ha) (de acordo com ROLAS 2004): Cultura: pH ideal; Nitrogênio (Manutenção) Variação; Fósforo (Manutenção) Variação; Potássio (Manutenção) Variação Grãos Amendoim: 6; N 0; P2O5 (30) 0 a 110; K2O (40) 0 a 120 Milho: 6; N 30 a 90; P2O5 (45) 0 a 125 (a 180 p/ silo); K2O (30) 0 a 110 (a 250 p/ silo) Soja: 6; N 0; P2O5 (30) 0 a 110; K2O (45) 0 a 125; + Mo 0,012 a 0,025 Aveia branca, Cevada: 6; N 20 a 60; P2O5 (30) 0 a 110; K2O (20) 0 a 100 Canola: 6; N 30 a 60; P2O5 (30) 0 a 110; K2O (25) 0 a 105; + S 20 Ervilha seca e forrageira: 6; N 0; P2O5 (30) 0 a 105; K2O (40) 0 a 110 Ervilhaca: 6; N 0; P2O5 (20) 0 a 100; K2O (30) 0 a 110 Girassol, Linho: 6; N 30 a 60; P2O5 (30) 0 a 110; K2O (30) 0 a 110 Sorgo: 6; N 20 a 60; P2O5 (35) 0 a 115; K2O (25) 0 a 105 Tremoço: 6; N 0; P2O5 (25) 0 a 105; K2O (45) 0 a 125 Forrageiras Gramíneas de inverno: 5,5; N 40 a 150; P2O5 0 a 120; K2O 0 a 120 Gramíneas de verão: 5,5; N 100 a 200; P2O5 0 a 120; K2O 0 a 120 Alfafa: 6,5; N 0 ou 10 a 40; P2O5 50 a 150; K2O 90 a 210 Hortaliças, pH 6; + Ca e Mg Abóbora, Moranga: N 25 a 60; P2O5 (100) 80 a 240; K2O (60) 60 a 170 Alcachofra: N 80 a 240; P2O5 (100) 80 a 180; K2O (120) 90 a 280 Alface, Chicória, Almeirão, Rúcula: N 80 a 200; P2O5 40 a 200; K2O 90 a 240 Brócolo, Couve-flor: N 150 a 240; P2O5 (180) 120 a 450; K2O (220) 160 a 400 Ervilha: N 0; P2O5 (100) 80 a 220; K2O (90) 60 a 210 Melancia, Melão: N 50 a 100; P2O5 (100) 80 a 240; K2O (150) 120 a 270 Pepino: N 40 a 120 (conserva) 140 a 240 (partenocárpico); P2O5 (120) 100 a 250 (c) (260) 180 a 500 (p); K2O (100) 80 a 220(c) (200) 160 a 400 (p) Pimentão: N 80 a 110; P2O5 (100) 80 a 240; K2O (150) 80 a 270 Repolho: N 100 a 180; P2O5 120 a 340; K2O 120 a 360 Tomateiro: N 50 a 150; P2O5 (200 a 300) 180 a 750; K2O (100 a 150) 80 a 375 Tubérculos e raízes Batata-doce: N 30 a 70; P2O5 50; K2O 60 a 220 Mandioca: N 20 a 80; P2O5 30; K2O (20) 0 a 60 Frutíferas Abacateiro: 6; N (0 a 100); P2O5 0; K2O (0 a 80) Abacaxizeiro: 5,5; N (0,0013 a 0,004); P2O5 (80); K2O (0,007 a 0,008) Bananeira Nanica (raiz superficial): 6; N (30 a 35 bimestral); P2O5 (20 a 35 bimestral); K2O (50 bimestral) Bananeira Branca (raiz superficial): 6; N (20 a 25 bimestral); P2O5 (25 bimestral); K2O (35 bimestral) Laranjeira: 6; N (90) 0 a 155; P2O5 0; K2O (20) 0 a 80 Maracujazeiro: 6; N (70 a 120) ; P2O5 (40 a 50); K2O (80 a 140) Morangueiro: 6; N 40 a 120; P2O5 90 a 260; K2O 60 a 200 Nogueira pecã: 6; N (90 a 630); P2O5 100 a 190; K2O 60 a 160; + Zn e Mn Ornamentais Roseira de corte: 6; N 60 a 120; P2O5 (200) 200 a 480; K2O (80) 80 a 400; + B Outros Cana-de-açúcar: 6; N 50 a 100; P2O5 0 a 140; K2O 30 a 130 REFERÊNCIAS AUGUSTO, D.C.C.; GUERRINI, I.A.; ENGEL, V.L.; ROUSSEAU,G.X.. 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