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Valor, valor de uso e valor de troca. Lucro, trabalho e força de trabalho., Exercícios de Economia Política

O documento contêm duas questões resolvidas da disciplina Economia Política, passadas na forma de exercício em turma de Mestrado em Economia. A primeira questão versa sobre a interação dialética entre valor, valor de uso e valor de troca, com base em Marx e David Harvey. A segunda, sobre as diferenças lógicas e históricas da origem do lucro em Marx e Adam Smith.

Tipologia: Exercícios

2017

À venda por 11/08/2023

wendellmagalhaes
wendellmagalhaes 🇧🇷

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Baixe Valor, valor de uso e valor de troca. Lucro, trabalho e força de trabalho. e outras Exercícios em PDF para Economia Política, somente na Docsity! Exercícios de Economia Política Discente: Wendell da Costa Magalhães 1) Com base em Marx e Harvey discuta a interação dialética entre valor, valor de uso e valor de troca considerando a capacidade relacional do capital. Harvey diz que o materialismo histórico-geográfico, como gosta de chamar o materialismo histórico de Marx, não pode existir sem uma sólida apreciação da dialética de espaço-temporalidade. Diz, assim, que há uma estrutura espaço-temporal subjacente à teorização de Marx e que se baseia em uma fusão dialética das três maneiras fundamentais de se entender o espaço-tempo: a maneira absoluta, relativa e relacional. A teoria absoluta do espaço-tempo se associa, sobretudo, aos nomes de Newton, Descartes e Kant e prevê que o espaço é uma rede fixa e imutável, separada do tempo, e em seu interior, as coisas materiais, os eventos e os processos podem ser perfeitamente individualizados e descritos. Nesse sentido, a ordenação espacial é o domínio do conhecimento geográfico, enquanto o desdobrar temporal se circunscreve à história, e esta dimensão absoluta do espaço-tempo, por sua vez, caracterizaria, segundo Harvey, o domínio primário dos valores de uso na teoria marxiana, podendo se atestar isso no fato de que é o espaço que define os direitos da propriedade primária na terra, as fronteiras do Estado, a distribuição física da fábrica, a forma material da mercadoria e o corpo individualizado do trabalhador. A teoria relativa da estrutura espaço-tempo, por sua vez, se associa ao nome de Einstein e anuncia que um mundo em movimento define essa estrutura, que não é fixa nem euclidiana. Como exemplo disso, temos as relações de transporte que geram diferentes métricas baseadas na distância física, no custo e no tempo; enquanto os espaços topológicos, como aeroportos e redes comerciais, se alteram e assim definem a circulação das mercadorias, do capital, do dinheiro, das pessoas, das informações etc. Com isso, pode-se dizer que o espaço-tempo relativo é o domínio privilegiado do valor de troca, ou seja, das mercadorias e do dinheiro em movimento. Já a visão relacional do espaço-tempo, ligada sobretudo ao nome do matemático e filósofo Leibniz, enxerga o espaço-tempo como não tendo existência independente, pois o vê como produto inerente à matéria e ao processo, sendo por ambos criado. Nesse sentido, aplicando essa visão para a teoria marxiana, Harvey diz que o capital cria o espaço-tempo, assim como na física o fenômeno do big bang é que é o responsável por criá-lo a partir da matéria em movimento. Conclui-se, então, que o espaço-tempo relacional é o principal domínio da teoria do valor de Marx. Nesta, o valor, ao mesmo tempo que é imaterial, é objetivo, e, portanto, só pode ser captado a partir de seus efeitos que se apresentam naquilo que Marx designou por fetichismo da mercadoria. Além do mais, o valor é apresentado como uma relação social que se verifica internamente nas mercadorias e que, portanto, se dá no espaço-tempo relacional. Como relação interna às mercadorias, o valor contempla toda a geografia histórica dos processos de trabalho, da produção e da concretização da mercadoria, e da acumulação do capital no espaço-tempo do mercado mundial. Essas três estruturas espaço-temporais aqui explicitadas mantêm uma tensão dialética uma com a outra, da mesma forma que o valor de uso, o valor de troca e o valor dialeticamente interligado na teoria de Marx. Harvey exemplifica isso mostrando que cada uma dessas estruturas espaços-temporais, por mais que consistam em coisas diferentes e até opostas, dependem uma da outra para se realizarem. Logo, diz que não poderia haver valor no espaço-tempo relacional sem a existência de trabalhos concretos construídos em inúmeros lugares (fábricas) circunscritos à estrutura espaço-temporal absoluta. Assim como aponta que o valor não emergiria como um poder imaterial, mas objetivo, sem os inúmeros atos de troca e os contínuos processos de circulação do mercado global que dizem respeito ao espaço-tempo relativo. Mais detidamente – para exemplificar melhor a interação dialética entre valor de uso, valor de troca e valor sob o aspecto do capital relacional –, do ponto de vista da mercadoria, uma das premissas básicas colocadas por Marx é que esta tenha valor de uso. Ou seja, apesar de interpretações equivocadas da obra de Marx nos levarem a crer que o valor de uso não interfere na análise do valor e do valor de troca e, portanto, na completude da análise econômica traçada por Marx em O Capital, percebe-se que o fato de Marx abstrair do valor de uso no início da sua obra para se deter na explicação do valor de troca e daí deduzir o valor, não elimina o fato que o valor contido na mercadoria,na sua dimensão relacional imaterial, mas objetiva, só pode se realizar na esfera da troca, que corresponde à dimensão espaço- temporal relativa, se atender a premissa básica do espaço-tempo absoluto que é ter valor de uso. Mais concretamente, Harvey alerta que o não reconhecimento da interação entre as diferentes estruturas espaço-temporais na teoria marxiana impediu com que se entendesse toda a complexidade dialética envolvida nas “relações globais-locais”, desenvolvidas por Marx no livro três d’O Capital. Não se pode dizer, por exemplo, que simplesmente a relação
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